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Luísa Bombassaro – Medicina UFR 
PERICARDITE AGUDA 
DEFINIÇÃO 
✓ Inflamação do tecido pericárdico. 
✓ Aguda se sua duração é < 6 semanas. 
✓ Se também acometer pericárdio é definida 
como miopericardite. 
✓ Pericardite subaguda: 6 semanas a 6 meses; 
✓ Pericardite crônica: >6 meses 
ETIOLOGIA 
✓ Principal causa: infecções virais (coxsackie 
A e B e Echovirus 8) (HIV, influenza e 
herpesviridae); 
✓ Pode ser por infecções bacterianas 
(meningo, pneumo, gonococo,clamídia, 
borreliose, tuberculose), fungos (cândida, 
histoplasma), toxoplasmose e amebíase. 
✓ Pode ser secundária a reação imune: 
doenças autoimunes, febre reumática, 
sarcoidose, síndrome de Dressler, reação 
medicamentosa. 
✓ Por toxinas: uremia; 
✓ Causa traumática: pós-trauma, pós-
pericardiotomia; 
✓ Neoplasias; 
✓ IAM, mixedema, doença de Whipple, 
pericardite familiar; idiopática 
QUADRO CLÍNICO 
✓ Pródromo viral: febre, mialgia, sintomas de 
VAS e TGI. 
✓ Depois: dor torácica com característica 
pleurítica (ventilatório-dependente), início 
súbito, forte intensidade, que piora com 
inspiração profunda e irradia para pescoço e 
membros superiores. Melhora em posição 
genupeitoral (tronco inclinado para a frente) 
ou abraçado a um travesseiro (posição de 
Blechman). 
✓ Irradiação para músculo trapézio: sugere 
diagnóstico. Ocorre pela relação íntima do 
nervo frênico- inerva o músculo trapézio- com 
o pericárdio. Dor com caráter postural, que 
pior com decúbito dorsal e melhora ao sentar. 
✓ Pode ter dispneia pela restrição ventilatória 
antálgica, levando à hipoventilação. 
✓ Viral ou idiopática: quadros autolimitados, 
mais comuns em jovens. Compliação é rara. 
Alterações em ST no ECG regride junto com o 
quadro sintomatológico. 
✓ Bacteriana (piogênica): quadros graves, com 
febre alta, calafrios e toxemia. 
Pericardiocentese sempre indicada junto com 
antibioticoterapia. 
✓ Uremia: frequente em pacientes renais que 
ainda não recebram terapia dialítica ou até 8 
semanas depois do início da diálise. Pode 
causar derrame fibrinoso ou hemorrágico 
acompanhado de atrito pericárdico. 
✓ Tuberculose: diagnóstico diferencial 
principalmente se: febre noturna, perda de 
peso e fadiga crônica antecedendo o quadro 
de pericardite em semanas a meses. Confima 
por biópsia. Principal causa de pericardite 
constritiva. 
EXAME FÍSICO: 
✓ Febre; 
✓ Toxemia 
✓ Taquicardia 
✓ Propedêutica pulmonar sugestiva de derrame 
pleural (ausência de frêmito tátil, macicez à 
percussão e diminuição dos sons 
respiratórios do lado do derrame). 
✓ Atrito pericárdico (85% dos casos): Significa 
pequena quantidade de líquido inflamatório 
no pericárdio. Som rude, irregular, melhor 
audível na borda esternal esquerda. Som 
trifásico em ruído de “couro novo”. Tem 
caráter intermitente – realizar exame físico 
seriado. 
✓ Sinal de Ewart: compressão da base do pulmão 
esquerdo por derrame pericárdico volumoso, 
apresentando macicez a percussão da área 
abaixo do ângulo da escápula esquerda, 
diminuição ou abolição do murmúrio vesicular 
Luísa Bombassaro – Medicina UFR 
e presença de estertores crepitantes 
(compressão alveolar). 
✓ Tamponamento cardíaco (principal 
complicação de pericardite + derrame 
volumoso): hipofonese de bulhas, dispneia, 
ortopneia, turgência jugular, hepatomegalia, 
sinais de baixo débito e pulso paradoxal. 
DIAGNÓSTICO 
✓ Critérios: 
o Dor torácica sugestiva; 
o Atrito pericárdico; 
o Alterações sugestivas no ECG; 
o Derrame pericárdico novo ou 
aumento do preexistente. 
o OBS: sugere diagnóstico de houver 
presença de 2 ou + critérios. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
✓ ROTINA: ECG, RX de tórax, marcadores de 
necrose miocárdica (CK-MB e troponina), 
hemograma, atividade inflamatória, 
eletrólitos, função renal e ecocardiograma. 
✓ ECG: 
o Alterações típicas: 
supradesnivelamento de ST com 
concavidade para cima e 
infradesnivelamento de PR. 
o Envolvimento mais frequente das 
derivações DI, DII, aVF e V3-V6. 
o ESTÁGIOS: 
 
 
 
 
✓ RX de tórax: pode ter aumento da área 
cardíaca se derrame pericárdico > 200ml 
ou em casos de miopericardite com IC 
aguda. 
✓ Ecocardiograma: 
o Indicado em casos de dúvida 
diagnóstica ou sinais de 
comprometimento hemodinâmico. 
o Detecta presença de derrame 
pericárdico, sinais de 
tamponamento ou alterações de 
contratilidade segmentar. 
✓ TC e RNM: 
o Boa sensibilidade para detecção de 
derrame pericárdico, avaliação da 
espessura pericárdica e 
compartimento do miocárdio. 
o Método mais sensível para tecção 
de pericardite aguda: pesquisa de 
realce tardio pela RNM. 
TRATAMENTO 
✓ AINE’s: 
o Alívio dos sintomas. 
o Ibuprofeno de 300 a 800mg, 2 a 3x 
no dia por 7 a 10 dias. Reduzir 
gradualmente a dose ao longo das 
semanas seguintes e de acrodo 
com a melhora dos sintomas e PCR 
e VHS. 
o Se DAC: AAS. 
Luísa Bombassaro – Medicina UFR 
o Usar proteção gástrica: IBP 
✓ Colchicina: 
o 0,5mg. 
o Iniciar com 1 a 2 mg no primeiro 
dia, seguido de 0,5mg duas x ao dia 
por 3 meses. 
o Pode dar diarreia. 
o Cautela: insuficiência renal e 
hepática, discrasias sanguíneas, 
distúrbios da motilidade 
gastrointestinal, uso de drogs 
metabolizadas pelo citocromo 
P450. 
✓ Corticoide: 
o Melhora rápida dos sintomas MAS 
aumenta taxa de recidivas. 
o Não usar precocemente. 
o Indicado se pericardite secundária 
à tuberculose, doenças 
autoimunes, uremia ou processos 
autoimunes. 
o Considerar uso se pericardite viral 
ou idiopática com falha terapêutica 
ao uso de AINE 
o 1mg/kg por 7 dias com redução 
gradual ao longo de 4 a 6 semanas. 
✓ Pericardite piogênica: 
o Pericardiocentese + ATB (associar 
vancomicina + ceftriaxona OU 
cefepima): 
▪ Vancomicina: 25mg/kg EV 
em dose de ataque + 
15mg/kg EV de 12/12hrs 
▪ Ceftriaxona: 2g EV de 24/24 
hrs. 
▪ Cefepima: 2g EV de 12/12 
hrs. 
ACOMPANHAMENTO 
✓ Internação hospitalar: febre > 38º + 
leucocitose; tamponamento cardíaco ou 
derrame pericárdico importante; curso 
subagudo; imunodeprimidos; uso de 
antagonistas da vit. K – varfarina; trauma 
recente falência terapêutica ao tto com 
AINES ou colchicina; troponina elevada.

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