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TIPOLOGIA DA FAMILIA E O CICLO DE VIDA HUMANA

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TIPOLOGIA DA FAMILIA E O CICLO DE VIDA HUMANA
O conceito de família muda à medida que a sociedade muda, e todos os seus membros podem ser afetados
por pressões interna e externa, fazendo que ela se modifique.
É o ambiente em que se experimenta o senso de pertencimento, identidade e conexão.
Logo, a família é a base de formação do ser humano, tanto do ser em desenvolvimento como do adulto, uma vez que esta é responsável por promover a educação, saúde, proteção e lazer dos filhos influenciando dessa maneira o comportamento destes na sociedade. O papel que a família desempenha para o desenvolvimento de cada indivíduo é de suma importância. Pois é nesse vínculo familiar que são transmitidos os valores morais e sociais que servirão de alicerce no processo de socialização da criança e do adolescente, assim como as tradições e os costumes trazidos de gerações
· O conceito da família trata-se de um sistema aberto, dinâmico e complexo, onde os membros possui a um mesmo contexto social comporatilhado, lugar do reconhecimento da diferença e do aprendizado quanto ao se unir e ao se separar e da construção da identidade.
A abordagem familiar domiciliar permite o conhecimento da família e das disfuncionalidades que prejudicam o bem-estar de seus membros.
.Cadastro das famílias
.Mudanças no ciclo de vidas delas
Observar as resiliências familiares em várias situações
Surgimento de doenças crônicas ou agudas que cause impacto entre seus membros
Conclusão : As ferramentas de trabalho com a família são tecnologias que visam promover a compreensão do individuo e de suas relações com a família e a comunidade.
Os diferentes tipos de família estão relacionados à oficialização ou não da união de casais (matrimonial e informal), à presença ou não de um dos pais (monoparental e anaparental) e a outros fatores que influenciam essa organização.
A família é entendida como um grupo de pessoas unido por um laço afetivo. Desse modo, existem diversos tipos, que variam de acordo com sua constituição e organização.
Os principais tipos de família são:
· Família tradicional ou nuclear.
· Família matrimonial.
· Família informal.
· Família monoparental.
· Família anaparental.
· Família reconstituída.
· Família unipessoal.
· Família eudemonista.
.FAMÍLIA NUCLEAR
É uma família tradicional 
Formação composta de mãe, pai e filhos. ( biológicos ou adotados )
Em abordagem domiciliar tem uma forte a figura patriarcal ( homem) e a mulher fica submissa.
FAMÍLIA MATRIMONIAL
A família é legitimada pelo casamento civil. Ou seja, os responsáveis são casados legalmente.
Até a constituição da República de 1988, esse era o único tipo de família reconhecido efetivamente pela lei. Após a publicação de da Constituição de 1988, o conceito de família foi sendo alterado e passando a abranger outras formas de organização familiar.
Atualmente, esse tipo de formação pode abranger tanto os casais heterossexuais como os casais homoafetivos.
Ex: Pai, mãe e filhos
FAMILIA INFORMAL
A legitimidade se dá pela convivência, sem que a união tenha sido oficializada ( sem casamento)
Ex: Pai, mãe e filhos
FAMÍLIA MONOPARENTAL
Composta apenas de um dos responsáveis
As família monoparentais em sua maioria são compostas pela mãe e o(s) filho(s) e merece atenção especial tendo em vista que as mulheres ainda enfrentam muitos preconceitos em relação ao gênero.
A separação ou morte de um dos pais são as principais causas da monoparentalidade. Estima-se que no Brasil, cerca de 16% das famílias sejam monoparentais.
Ex : Mãe ou pai, e filhos
FAMÍLIA ANAPARENTAL
Composta sem a presença de nenhum dos pais, como em casos em que os irmãos mais velhos cuidam dos mais novos.
Ex: Filhos
 FAMÍLIA RECONSTITUÍDA
Composta pela união de casal com filhos de um outro casamento anterior.
Esse tipo de família também é conhecido como multiparental ou família mosaico.
Ex: mãe ou pai/ madrasta ou padrastro e filhos
FAMÍLIA UNIPESSOAL 
Composta por apenas uma pessoa, como é o caso de pessoas viúvas ou solteiras que vivem sozinhas em uma casa
FAMÍLIA EUDEMONISTA
União entre pessoas tendo o princípio de felicidade.
A base desse tipo de união é a criação de laços afetivos e recíprocos entre seus membros, independente das relações de consanguinidade.
Ciclo de Vida Familiar
.Adulto jovem independente
O individuo passa a ser mais independentes , ter autonomia e responsabilização emocional e financeira.Porém, existem os filhos-cangurus, ( que permanecem morando na casa dos pais apesar de ser independentes)
.Casamento
O novo casal passa a ter uma vida a dois e por isso há um comprometimento com uma nova vida familiar e há uma renegociação com a relação com seus pais, amigos novos e antigos.
- Há um conhecimento recíproco
- Construção de regras próprias de funcionamento
- Formação do sistema conjugal e realinhamento de outros relacionamentos
-Tem uma maior autonomia em relação a família de origem e tomada de decisões sobre filhos, gravidez, divisão de bens no papel do casal.
.Nascimento do 1 filho
Ocorre várias mudanças, a relação entre o casal se altera, requer apoio e cuidado, atenção. E devido a isso, após a criança nascer a mãe pode se sentir sobrecarregada e o pai pode se afastar.
- Há uma abertura da família para um novo membro
-Realinhamento dos relacionamentos com a família para incluir o papel dos avós e dos pais.
. Família com filhos pequeno
Deve preparar para a aceitação de novos membros, caso queira ter um novo filho. E diante disso, pode haver dificuldades entre os irmãos
- Há ajustes na relação e o espaço
- Redivisão de tarefas e educação dos filhos, além de tarefas financeiras e domésticas.
Família com filhos adolescentes
Os pais podem estar na meia idade e os avós na velhice
Toda família vive uma crise : podem se sentir sobrecarregados e o pai autoritário
Tem uma dificuldade de permitir que o adolescente tenha autonomia dentro e fora do contexto familiar
- O adolescente passa a encontrar sua identidade
- Os pais querem controlar a liberdade
Há uma fragilidade dos avós, com uma mudança do cuidado para tornar uma geração melhor 
- Preparação dos pais para a autonomia do filho
Lançando os filhos e seguindo em frente 
Os filhos começam a sair de casa e deixam para trás os pais sozinhos, um com o outro, vivendo a crise da meia idade e a incapacidade de aceitar a morte de seus pais
- Dificuldade em aceitar várias entradas e saídas de membros familiares
- Renegociar o sistema conjugal como um casal ( fim do papel de pais)
- Incluir os genros, noras e netos na família
- Há um planejamento financeiro para a aposentadoria
Os ciclos de vida em famílias populares 
Família composta por jovem adulto Adolescentes 
são levados a buscar formas de subsistência fora de casa ou são fonte muito explorada de ajuda, tornando-se um adulto sozinho, que cresce por conta própria, sem que outro adulto se responsabilize por ele. Começa muito precocemente, por volta dos dez anos de idade.
 Família com filhos pequenos
 Ocupa grande parte do ciclo, incluindo dentro da mesma casa três ou quatro gerações. As tarefas desta fase se misturam: formar um sistema conjugal, assumir papéis paternos e reorganizar os papéis com as famílias de origem. 
Família no estágio tardio
 É mais raro ocorrer um ninho vazio de fato, uma vez que os idosos costumam ser membros ativos da família, com papel de sustentar e educar as gerações mais novas. As mulheres tornam-se avós precocemente mesmo que ainda estejam consolidando sua fase reprodutiva e reconstruindo sua vida afetiva. Esta é a fase que mais vem crescendo ao longo dos anos.
Aposentadoria
Há uma nova relação com seus filhos e se tronam avós
Há um convívio com um maior tempo disponível 
- Há um ajuste no salário e o aumento de gastos com medicações com a necessidade de ter conforto, saúde e bem-estar.
Famílias no estágio tardio : velhice
Há uma aceitação da mudança de papeis de cada um
Papel mais central na geração do meio
Abre espaço para o sistema de sabedoria e a experiência de ser idoso, apoiando a geração mais velha
-Há uma dificuldade em lidar com a perda de um amigo oufamiliar, ou do próprio companheiro e com proximidade da morte.
A Estrutura familiar
 Entendida como a quantidade de pessoas que moram na casa e suas respectivas funções, o fato dos progenitores estarem vivos ou não, divorciados, separados ou dividindo moradia com outros parceiros, dentre outras características.
A partir da estrutura familiar levantam-se dados relevantes para compreender a funcionalidade familiar quais os pontos “fortes” e “fracos” da família para o cuidado domiciliar, onde a família pode cooperar e onde o profissional deverá trabalhar com a família para a melhor assistência. São estabelecidos os seguintes sistemas familiares :
Sistema conjugal: casal formado pela união de duas pessoas com um conjunto de valores e expectativas, tanto explicitas quanto inconscientes. Para seu funcionamento é necessário abrir mão de parte de suas idéias e preferências, perdendo individualidade, porém ganhando em pertinência.
 Sistema parental: envolve a educação dos filhos e funções de socialização. Este subsistema pode ser ampliado para avós ou tios, ou então excluir completamente um dos pais desse sistema.
 Sistema fraterno (ou filial): sistema composto por similares, sendo o primordial aquele composto entre os irmãos, podendo ser constituído também por amigos e primos. Neste sistema desenvolve a capacidade de negociação, cooperação, pertinência, competição e reconhecimento.
Descreveremos alguns tópicos relevantes para observação durante uma abordagem familiar no domicilio, que facilitará o entendimento global da estrutura familiar e do funcionamento familiar.
 Limites ou fronteiras: espera-se que estes sejam claros e flexíveis, porem pode ocorrer disfuncionalidades quando estes são muito rígidos ou emaranhados
 Papéis: cada integrante do sistema familiar representa papéis em sua vida, entre eles estão: de homem, empregado, empregador, pai, marido, amigo, irmão, filho, torcedor... De acordo com cada subsistema familiar é importante que o profissional de saúde identifique a função de cada integrante da família naquele contexto para poder resgatar funções e papeis, tornando o cuidado integral, e muitas vezes resgatando a funcionalidade da família, e extraindo a doença
 Comunicação (HALEY, 2005): o ser humano utiliza a comunicação constantemente, em todos os momentos de sua vida, mesmo quando não está falando (comunicação não verbal), que podem ser percebidas por gestos, ações, olhares, entre outros; e a comunicação verbal (que diz respeito à fala)
Na prática do trabalhador de saúde, a comunicação se apresenta como a principal ferramenta de trabalho, é necessário, portanto estar atento se a mensagem que estamos passando ou recebendo está sendo adequadamente entendida
 Transgeracionalidade (WHITAKER, BUMBERRY, 1990): deve-se observar a família nuclear e a trigeracional (avós, pais e filhos), avaliando padrões de repetição, segredos e rituais que possam estar enraizados entre as gerações
FERRAMENTAS DE ABORDAGEM
Genograma
Diagrama que detalha a estrutura e o histórico familiar, fornece informações sobre vários papeis de seus membros e das diferentes gerações, fornece as bases para a discurssão e análise de interações familiares.
É um mapa visual, que através dos símbolos contempla informações estruturais, funcionais e relacionais da família ao longo do tempo genéticas. Também contém informações clínicas antecedentes genético, as causas da morte de pessoas da família.
Componentes do Genograma :
Indicação de membros que vivem juntos na mesma casa
Relações familiares ( se algum membro usa drogas, etc)
Qual a fase do ciclo vital a família está inserida
Qual o sistema familiar de origem
Estressores ( alcoolismo, etc )
Ecomapa
Representação gráfica dos contatos dos membros das família com os outros sistemas sociais das relações entre família e a comunidade. Identifica rede social e apoio.
 
Exemplo de genograma simples :
Além das relações básicas de parentesco, acrescenta-se hipóteses clínicas e históricos médicos das pessoas do parentesco. A ideia, claro, não é culpar o pai, mãe, avô ou avó por ter uma doença X ou Y, mas sim entender que um determinado problema pode ter tido uma origem anterior. Se este tipo de consideração for levada em conta, ficará a ideia de que não se trata de culpa de um membro da família, mas de uma informação relevante sobre a história individual.
  Podemos notar algumas informações instantaneamente. Os números indicam as idades, o quadrado representa o sexo masculino e o círculo o sexo feminino. As linhas horizontais mostram as relações de irmãos e irmãs ou relações conjugais, enquanto as setas verticais indicam a paternidade e a maternidade.
As informações abaixo de cada sigla (a sigla representa as iniciais do nome e do sobrenome) indicam doenças físicas ou psíquicas ou comportamentos e atitudes habituais de cada um.
Assim, neste Genograma simples podemos ver que U.B.S casou-se (e separou-se pois os dois sinais na seta indicam separação) com A.M.S, de 28 anos e com ela teve um filho, C. M.S, atualmente com 11 anos. U.B.S tem um irmã de 42 anos, M.B.S, e uma irmão de 40 anos, L. B. S. Podemos notar também que a mãe de U.B.S tem 69 anos e o pai suicidou-se aos 45 anos
https://pt.slideshare.net/TadeuCardosodeAlmeida/genograma-40797589

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