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Glândulas anexas ao sistema digestório FÍGADO: É uma glândula anficrina (mista) anexa ao SD, sendo a maior gandula do corpo. É localizada no quadrante anterior direito da cavidade abdominal, em algumas espécies possuem uma porção do lado esquerdo, possui uma região anterior, convexa, voltada para o diafragma e uma posterior, côncava, voltada para as vísceras abdominais, é divido em lobos e existe uma grande variação no número de lóbulos de acordo com a espécie tendo relação com a mobilidade da coluna vertebral, tem a função de receber sangue vindo da circulação intestinal, retirar nutrientes que não foram aproveitados, da corrente sanguínea e modificar os que precisam ser modificados para que todas as células do corpo possam usar, além disso, são responsáveis por: -Produção de secreção endócrina (Proteínas plasmáticas - albuminas, alfa e beta globulinas, proteínas de complemento, fibrinogênio etc e também hormônios como eritropoetina, medulipinas) e exócrina (Bile) -Excreção: A bile é usa como maneira de excretar substâncias indesejáveis para o organismo como a bilirrubina, excessos de colesterol etc. -Armazenamento: Armazena glicogênio, lipídeos e vários tipos de vitaminas como as lipossolúveis e a vitamina B12 que só existe em organismos animais. -Defesa: Pois as células de Kupffer fagocitam agentes estranhos que podem invadir a corrente sanguínea e chegar ao fígado, também transfere Im da corrente sanguínea para a bile. -Desintoxicação (detoxificação): Processo realizado pelas enzimas lisossomiais. -Hematopoiese e hemocaterese: Durante a fase fetal o fígado produz células sanguíneas de linhagem eritrocíticas e granulocítica. E quando o indivíduo perder o baço, ele pode assumir a função de hemocaterese. - Metabolismo: Gliconeogênese, glicólise, transaminação, desaminação e várias outras reações. Seu suprimento vascular é realizado por artéria hepática (25%) e veia porta (75%) eles se misturam nas porções posteriores e é drenado pela veia hepática. Caracterização histológica: Todas as glândulas são compostas por parênquima (mais abundante) e estroma. O primeiro componente do estroma do fígado é uma cápsula chamada de Cápsula de Glisson constituída de TC denso não modelado, delgada que solta facilmente, pois não emite trabéculas espessas suficientes para prender no estroma interno, além disso, a Cápsula de Glisson continua no interior do órgão através de delgadas trabéculas que dividem o compartimento em várias subáreas visíveis a olho nu, por fim existe tecido conjuntivo reticular conferindo sustentação as células do parênquima e não visível em HE, o revestimento externo é feito por uma serosa (peritônio visceral – por fora da cápsula de Glisson). O parênquima do fígado é composto quase em totalidade por hepatócitos. Caracterização dos hepatócitos: São células grandes com núcleo duplo ou único, com formato aproximadamente poligonal devido à forma de sua organização que consiste na formação de placas ramificadas e anastomosadas de até duas células de espessura (na largura e altura, no comprimento podem ser várias), o que faz essa separação são componentes vasculares, geralmente capilares sinusóides (espaço em branco He), isso permite que cada hepatócito possua duas faces: - Faces livres: São aquelas que não estão voltadas para outro hepatócito e sim para um sinusóide e é caracterizada pela presença de microvilosidades, favorecem o intercambio tanto no sentido de absorver como de lançar produtos de secreção, devido também a presença das fendas (inexistência de lâmina basal). - Faces laterais: São aquelas em que um hepatócito entra em contato com outro vizinho e é nesse local em que as células são fortemente unidas por junções oclusivas, exceto no centro onde ocorre uma retração criando um canal entre as duas células, chamados de canalículos biliares, então componentes líquidos de secreção são lançados nele e flui entre as placas. Eles possuem uma grande quantidade de organelas, principalmente mitocôndrias, além de inclusões que são gotículas de lipídeo e grânulos de glicogênio, possuem vida média longa e conserva a atividade mitótica, se houver uma lesão ele pode se multiplicar e originar outro hepatócito sendo isso variado de acordo com a espécie. Organização estrutural do parênquima hepático: 1) Lóbulo hepático clássico: São as subdivisões do parênquima hepático evidentes na microscopia, possuem formas poligonais, geralmente hexagonais ou pentagonais delimitadas por pequenas quantidades de TC. Organizados em placas de hepatócitos distribuídas radialmente em torno de uma veia central, chamada veia centro-lobular, e na estrutura radial possuem os sinusóides que são ramificações de vasos que passam pela periferia em direção a veia centro-lobular. Esses lóbulos possuem características específicas nos vértices, pois nelas o TC conjuntivo é um pouco mais denso, especificamente em vértices alternadas, onde se encontrará: um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática e um ducto biliar interlobular (esporadicamente vasos linfáticos), essa região é chamada de espaço porta/ tríade/ área portal. Histofisiologia: → Fluxo do sangue: Parte do sangue que chega ao fígado é pelo ramo da artéria hepática e outra parte pela veia porta, então tanto as veias como artérias se ramificam por ser um sistema porta. Esse sangue oxigenado (ramo da artéria hepática) e não oxigenado (ramo da veia porta) se misturam, pois ocorre uma junção delas desembocando em cada um dos capilares que estão entre as placas de hepatócitos, portanto o sangue flui da periferia para o centro chegando à veia centro-lobular. O sangue não entra em contato com os hepatócitos, ele passa pelos capilares por tanto existem o endotélio desse capilar fazendo essa barreira, além disso, existe um compartimento microscópico interposto entre a célula endotelial e a superfície livre do hepatócito, chamado espaço perissinusoidal/ espaço de Disse. A importância de serem capilares sinusóides é que ocorre um transito lento permitindo a troca de substâncias, então o plasma pode se deslocar para o espaço de Disse, lá o transito é ainda mais lento que o sinusóide possibilitando ainda mais o intercâmbio, já que o hepatócito absorve nutrientes, oxigênios, devolve substâncias já processadas etc. O que mantém o espaço de Disse sem fechar é a presença de fibras reticulares, posicionando o endotélio e o hepatócito nos seus devidos lugares. Além do plasma surgem também alguns tipos celulares residentes: -Células de Kupffer: Macrófagos residentes no fígado; -Células NK: São linfócitos, caracterizados como nulas, não possuindo marcadores de superfície. -Células de Ito: É estrelada com capacidade de armazenamento de gotículas lipídicas contento vitaminas lipossolúveis, principalmente vitamina A. → Fluxo de bile: Entre as placas de hepatócitos existem os canalículos biliares, então a bile passa por ele no sentido do centro para a periferia e de lá ele vai para o ducto biliar interlobular do espaço porta, ou seja, ele segue uma sequencia de canais: - Canalículos biliares: Primeira parte do trajeto da bile, formado pela retração das membranas de dois hepatócitos vizinhos, não possuindo parede própria, nas periferias do lóbulo hepático clássico esses canais vão formar os colangiolos; - Colangíolos: Começa a apresentar parede própria, no TC da periferia do lóbulo hepático clássico ele vai formar os canais de Herig; - Canais de Herig: Desembocam nos ductos biliares interlobulares no espaço porta. - Ductos biliares interlobulares * As células do colangiolos, canais de Herig e ductos biliares interlobulares, que são hepatócitos modificados, menores, vão produzir um fluído alcalino que vai ajudar a tamponar o quimo ácido ao chegar ao duodeno, rico em bicarbonato que será incorporado na bile, para permitir que as enzimas pancreáticas sejam ativadas. * Os lóbulos hepáticos clássicos não explicampor que as lesões resultantes de obstrução do fluxo de bile são triangulares, nem por que em casos de hipoxia e anoxia as lesões formatos ou oval ou de pequenos triângulos minúsculos próximos a veia centro-lobular e em casos de e intoxicação alimentar as lesões tem formato oval. Por isso foi desenvolvidos outros lóbulos que não são visíveis: Lóbulo portal e Ácino portal/ Ácino hepático. 2) Lóbulo portal: Estrutura de formato triangular, mas os limites desse triângulo são linha imaginárias que ligam que ligam as veias centro-lobulares de três lóbulos clássicos vizinhos, enquanto o centro é o ducto biliar interlobular do espaço porta. Caso ocorra obstrução dos ductos, todos os hepatócitos próximos irão morrer, por que começam a lecioná-los. 3) Ácino portal/ Ácino hepático: Estrutura em forma de losango ou diamante, cujo os vértices são as veias centro-lobulares de dois lóbulos próximos vizinhos e o centro é o TC que separa esses dois lóbulos hepáticos clássico. É dividida em 3 regiões: a 1 é mais oval, 2 é mais aberta e a 3 são dois pequenos triângulos nas proximidades da veia centro-lobular. Quando o individuo tem uma intoxicação alimentar, é por que ele ingeriu um alimento que contém toxina e a toxina não é degradada e invade a corrente sanguínea, esse sangue vai passar pelos ramos artéria hepática e chegar ao fígado onde será lançado para um lado e outro, os primeiros hepatócitos terão que enfrentar maiores quantidades de toxina então vão trabalhar com enzimas lisossomais para tentar destruir a toxina, mas muitas vezes acabam morrendo PÂNCREAS: É uma glândula anficrina anexa ao SD, localizado próximo a parede abdominal dorsal, inserido numa alça de intestino delgado correspondendo ao segmento inicial o duodeno. Como revestimento externo possui duas superfícies livres serosas e superfícies ligadas ao duodeno com uma adventícia. É constituído por: 1- Estroma: Possuindo uma cápsula de TC denso não modelado (“bainha”) e as trabéculas que são bem visíveis e originadas por invaginações da cápsula dividindo o parênquima em lóbulos pancreáticos. 2- Parênquima: As porções endócrinas e exócrinas são completamente separadas. 1.1- Parte exócrina: (Glândula tubuloacinar composta serosa) - Quanto à organização das unidades secretoras: são glândulas tubuloacinar; - Quanto à natureza da secreção produzida: é exclusivamente serosa - As características estruturais dos ácinos são: Formato esférico ou oval e alguns tipos celulares: Células acinares e células centro-acinares. • Células acinares: São mais volumosas, principais componentes do ácino com formato cúbico ou piramidal, com características típicas de células secretoras serosas (Núcleo esférico localizado entre o centro e a base, citoplasma apical acidófilo e o restante basófilo). São responsáveis pela produção de enzimas digestivas (Amilase, lipase, protease, nucleases, inibidores de enzimas) que vão atuar no quimo quando ele chegar ao duodeno, mas por serem extremamente perigosas são produzidas de forma inativa e o próprio pâncreas produz inibidores de enzima. Além disso, são estimuladas pela CCK colecistoquinina (Cél. DNES do intestino delgado) e acetilcolina (principal neurotransmissor do SN parassimpático) • Células centro-acinares: São menos volumosas, menores e mais pálidas. Estão localizadas no centro do ácino e tem função de produzir um fluído alcalino, principalmente bicarbonato, que vai ajudar a neutralizar o quimo ácido e favorecer a atividade das enzimas. Além disso, são estimuladas pela CCK colecistoquinina e secretina (Cél. DNES do intestino delgado). OBS: Os ductos do pâncreas recebem denominação especial, o que pega a secreção de cada ácino é chamado de ducto intercalar, os que estão dentro do lóbulo são os intralobulares e entre os interlobulares. Ausência de células mioepiteliais e ductos estriados, pois nas glândulas salivares a expulsão de secreção é feita pela contração, mas no pâncreas acontece somente por hormônios. Pancreatite aguda e neoplasias pancreáticas (É relativamente comum o óbito por pancreatite em animais, pois não se analisa a causa da doença e tratam com um coquetel de medicamentos que acarretam em intoxicações, além de câncer de pâncreas que são extremamente agressivos 1.2) Parte endócrina: (Ilhotas pancreáticas) - Quando as unidades secretoras: são glândulas endócrinas cordonais; • Células A: 20-25% de população relativa, localizadas preferencialmente na periferia, produzindo glucagon com função de aumentar a glicemia. • Células B: 70-75% de população relativa, localizadas preferencialmente no centro, produzindo insulina com função de reduzir a glicemia. • Células D: 5% de população relativa, localizadas de maneira dispersa, produzindo somatostatina que é um antagonista da somatotrofina, além de inibir as células da ilhota (função parácrina) e a musculatura lisa dos órgãos tubulares do SD (função endócrina). • Células F: 5% de população relativa, localizadas de maneira dispersa, produzindo peptídeo pancreático que inibe as células acinares e centro-acinares. • Células G: 5% de população relativa, localizadas de maneira dispersa, produzindo gastrina que estimulam a ação das células parietais, de reserva e esvaziamento gástrico. VESÍCULA BILIAR: Órgão sacular, piriforme, divertículo do sistema de canais que conduz a bile do fígado até o intestino delgado, tendo a função de armazenar e concentrar a bile produzida no fígado. Sua estrutura histológica é: A) Túnica mucosa: É bastante pregueada que costumam se desfazer quando a vesícula está repleta, o revestimento é do tipo cilíndrico simples, contém 3 tipos celulares: • Células claras: São as mais abundantes existindo em todas as espécies • Células em escova: São relativamente raras. • Células caliciformes: Presentes apenas em ruminantes. A lâmina própria é constituída de TC frouxo, com uma grande quantidade de linfócitos e de glândulas secretoras mucosas. B) Túnica muscular: Formada apenas por ML, com as fibras organizadas em oblíqua interna e longitudinal externa. C) Revestimento externo: Possui uma adventícia voltada para o segmento que ta aderida ao fígado, na parte em que está voltada para as vísceras possui uma serosa. HISTOFISIOLOGIA: A bile é altamente diluída e a concentração do componente detergente é muito baixa, então essa bile passa pela vesícula biliar em que as células do revestimento bombeiam sódio, retiram sódio da constituição da bile e transfere para o interstício. Isso cria um desequilíbrio elétrico fazendo com que o cloreto seja bombeado junto com o sódio o que resulta em desequilíbrio osmótico e esse é o mecanismo de retirada de água da vesícula biliar. - Os lipídeos da dieta são principalmente triglicerídeos, que são moléculas apolares, então quando o lipídeo é liberado vão se juntando e formando uma grande gotícula, mas a enzima atua apenas na interface óleo-água por que ela é uma proteína que está dissolvida no líquido. Para que o organismo consiga digerir esses lipídeos acontecem os movimentos peristálticos para que as enzimas digiram com maior facilidade, a bile é um agente detergente então ela vai envolver cada uma das gotículas lipídicas com sal de carga negativa então as estruturas que terão a mesma carga negativa vão se repelir e não voltarão a forma grandes gotículas lipídicas. A liberação da secreção da vesícula biliar envolve um conjunto de 4 músculos chamados de esfíncter de Oddi.
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