Buscar

Comunicado Técnico-SISCOM e SISCAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COMPARATIVO ENTRE OS SISTEMAS INTENSIVOS DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS CRIADOS AO AR LIVRE (SISCAL) E SISTEMA DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS CONFINADOS (SISCON)
Ariane Luciano dos Santos 
Janice Mendes Brumano
Leonardo Maia Rosa
Muito tem sido debatido e estudado sobre o bem-estar animal, principalmente relacionado aos animais de produção voltados para consumo humano, sistemas tradicionais e pouco atualizados perdem espaço nos dias atuais. Os questionamentos envolvem técnicas de criação, manejo, e principalmente abate, por ocasionar vários desconfortos aos animais quanto ao sofrimento e estresse, podendo refletir negativamente no produto final, acarretando perdas de qualidade, como coloração, cheiro e textura. 
No Brasil, existem dois principais sistemas de produção intensiva de suínos que são: o Sistema Intensivo de Suínos Criados ao ar Livre (SISCAL), onde os animais possuem acesso ao ar livre e o Sistema Intensivo de Suínos Confinados (SISCON), onde os animais são criados durante toda a sua vida em confinamento. Pontos importantes a serem comparados entre sistemas SISCAL e SISCON são decisivos na escolha da criação de suínos pelos produtores como: ambiente, manejo, custo de produção, mão de obra especializada, bem estar animal, dentre outros.
No sistema SISCAL, os animais são criados ao ar livre recebem manejo produtivo, reprodutivo alimentar semelhantes aos dos animais criados em sistema de confinamento. Entretanto, para utilizar um sistema SISCAL, não basta soltar os suínos aleatoriamente sem cuidados necessários em uma área aberta, limitada por cerca elétrica indicando que dessa forma, esses animais estarão bem e produtivos. Para tal sistema, é necessário fazer uma prévia programação, seguindo passos estruturais e nutricionais, que podem ser tão atrativos e lucrativos quanto ao método SISCON. O sistema SISCAL consiste em um sistema que preconiza a criação de suínos em ambientes abertos em piquetes de forrageiras formadas ou em áreas arborizadas, em cabanas ou abrigos, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificados. Normalmente nas fases de reposição, gestação e maternidade, os animais ficam soltos e depois do desmame, quando os leitões vão para a fase de crescimento, eles são colocados em confinamento até sair da terminação. Na fase de terminação ficam em confinamento, sendo que o recomendado seria o sistema de cama sobreposta para não ficarem com o pé direto no piso. O motivo pelo qual não há creche e terminação nesse sistema é a necessidade de grande área de terra para alojar esses animais sem que ocorra prejuízo ao solo. Os animais criados em sistema ao ar livre recebem manejo produtivo, reprodutivo e alimentar semelhantes aos dos animais criados em sistema tradicional confinado. Entretanto, este sistema devolve ao animal as condições ambientais mais próprias de seu habitat, refletindo positivamente na produtividade. Geralmente, os animais usados neste sistema de criação, são animais mais rústicos, com genética voltada para produção de carne e normalmente são animais com pelagem mais escura ou pintados, para que tenham maior proteção a incidência da ação solar. Os níveis de produção são os mesmos ou bem próximos do sistema SISCON, quanto à nutrição, vacinação e sanidade. O SISCAL tem se mostrado economicamente viável, promovendo o bem-estar e saúde animal, sendo ambientalmente positivo, pois não implica em acúmulo de dejetos e poluição porque propicia uma melhor reciclagem dos compostos excretados nas fezes e na urina. Além disso, apresenta bom desempenho técnico, baixo custo de implantação e manutenção, facilidade de ampliação da produção em comparação aos sistemas confinados. Porém, é importante que no sistema SISCAL, a escolha do local, seja levada em consideração principalmente a topografia, a qualidade do solo e a pluviometria da região. Vale ressaltar que nos piquetes sejam plantadas gramíneas resistentes ou outro tipo de vegetação resistente ao pisoteio dos animais para evitar à compactação do solo e a erosão laminar e que, também tenham alimentação suplementada com uma ração adequada nos piquetes, água de boa qualidade e à vontade, para que tenham um bom desenvolvimento e bem-estar animal, conforme mostra a figura 1 abaixo: 
Figura 1- Modelo sistema SISCAL
Já o sistema SISCON é caracterizado por ser um sistema de produção intensivo que busca atingir o máximo de ganho de peso em espaço de tempo muito menor em relação ao SISCAL. Os animais são confinados em espaço reduzido e possuem rações específicas para cada fase, assistência técnica, mão-de-obra especializada e o melhoramento genético está presente otimizando a produção. Todas as ações e atividades são previamente planejadas e definidas. Nesse sistema, todas as categorias estão sobre piso e cobertura. Inicia-se na fase de reprodução dos suínos, onde as matrizes são inseminadas, através da inseminação artificial, posteriormente são transferidas para um galpão específico para que desenvolvam o ciclo gestacional onde recebem todo o acompanhamento sanitário necessário, vacinação, atenção especial voltada para parte nutricional balanceada, para atender as necessidades da gravidez das matrizes. Após isso, essas porcas são levadas para a maternidade e lactação, onde nascem os filhotes. Nesse local, também ocorre um acompanhamento sanitário e nutricional adequado para esta fase, a fim de garantir o desenvolvimento e crescimento dos leitões, e recuperação das matrizes para uma próxima gestação. Logo em seguida, ocorre o desmame, onde os leitões são separados definitivamente das matrizes, para que elas se recuperem para serem inseminadas novamente. Os filhotes então são levados para creche, onde crescem e passam por diferentes estágios nutricionais conforme à idade e peso do momento, e então são encaminhados para engorda, onde recebem alimentação diferenciada para que ganhem peso e atinjam a fase terminal, onde serão abatidos, encerrando seu ciclo de vida. Como pode ser observado, a figura 2 apresenta uma criação de suínos em uma granja, utilizando o sistema SISCON. 
Figura 2- Criação de suínos em granja utilizando o sistema SISCON
Esse método de criação possui um alto custo de implantação quando comparado com os outros sistemas de criação devido a necessidade de instalações mais mecanizadas e com utilização de tecnologias apropriadas, demanda de mão de obra qualificada e alto cuidado voltado para o impacto ambiental, porém possui um retorno melhor em função de se conseguir fazer um maior controle sanitário em virtude da tecnificação das atividades. Conforme explicitado, os sistemas SISCON e SISCAL, possuem características distintas no que diz respeito a custo de produção, tempo de permanência no sistema até atingir o peso de abate e bem estar animal. No sistema intensivo os custos com alimentação e permanência no sistema são altos, mas os animais são comercializados com cerca de 150 dias, já no sistema ao ar livre, os custos com alimentação são menores, mas o tempo de permanência dos animais no sistema é maior. Em contrapartida, os animais ganham em bem estar no sistema ao ar livre. Medidas vem sendo tomadas em relação ao manejo das matrizes no SISCON, principalmente, no sentido de deixá-las mais confortável durante o período de gestação. As fêmeas, parem em média 2,5 partos por ano, tem-se a gestação coletiva como uma alternativa viável nestes casos, onde utiliza-se baias com várias matrizes de mesma idade, número do parto e mesma idade gestacional, podendo ser alojadas em conjunto. Com relação aos leitões, o SISCON tem se preocupado no sentido de evitar o canibalismo, através da realização da caudectomia. Nos dois sistemas, as formas de identificação dos animais foram modificadas e modernizadas com o total desuso da marcação antiga pela mossa. Conclui-se que o setor de produção de suínos de forma intensiva, está comprometido com o estabelecimento do bem estar animal através da implantação das medidas preconizadas, sem se descuidar da produtividade e qualidade do produto tão importante para a alimentação humana. 
As perdas são mínimas,e se encacham dentro do padrão esperado, na maternidade é em torno de 5%, na creche é em torno de 1,5%, e na terminação é em torno de 1,2%, devido a inspeção sanitária continua e eficaz, juntamente com manejo, o resultado satisfatório também é visto na produção, a pouco tempo um bom padrão de produção era de uma matriz que gerasse em torno de 26 leitões por ano, atualmente esse padrão já chega a mais de 30, em média os leitões estão prontos para o abate por volta de 150 dias, e estão com um peso médio de 100kg. 
Então, mediante após essa breve análise sobre SISCAL e SISCON, pode-se concluir que ambos são eficientes e rentáveis ao produtor, sendo que, o SISCAL, garante bem estar ao suíno, baixo custo, mão de obra barata, estruturas simples, rústicas e naturais comparado ao sistema SISCON, já em contrapartida, o SISCON é um sistema muito seguro quanto a qualidade e produção, possui acompanhamento profissional em todos os ciclos, segurança e grande retorno, as mais novas tecnologias podem ser utilizadas nesse sistema, podendo ser mais atrativo para o consumidor por questões sanitárias que um produtor SISCAL, porém é um sistema que necessita de um grande investimento financeiro e que nem todos os produtores conseguem arcar com os valores de estruturação e logística desse sistema, então decidir entre o SISCAL e SISCON não é só uma questão de ideologias e princípios, é muitas das vezes a realidade financeira do produtor que vai decidir qual caminho ele irá seguir adotar para sua criação de suínos.