Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cefaleias - É uma das principais razões pela busca por atendimento médico - Terceira doença mais prevalente; sétima causa de incapacidade - O que é doloroso na cabeça: Seios venosos, artérias da base, dura-máter, periósteo, artérias extracranianas, seios paranasais, coluna cervical (principalmente C1 e C2) AVALIAÇÃO INICIAL E CLASSIFICAÇÃO - Cefaleia primária: A dor de cabeça é o principal sintoma Recorrência e estereotipia dos episódios Normalmente, estão ausentes sinais e sintomas sistêmicos Não causa lesões estruturais Tipos – Tensional, enxaqueca, trigemino-autonômicas,... - Cefaleia secundária: Os sintomas são decorrentes de alterações de base Tipos – Infecções sistêmicas, traumatismo, doenças vasculares, tumores, ... - Avaliação de sinais de alarme: Alteração do padrão da cefaleia Acompanhada de alterações no nível de consciência e comportamento Pior cefaleia da vida, início súbito – hemorragia subaracnoide Cefaleia progressiva Nova cefaleia em idosos Alteração da dor a depender da posição Sinais sistêmicos/focais ou traumas - A anamnese deve abordar os questionamentos: Frequência, duração e idade de início das crises Característica da dor – tipo, localização, intensidade, fatores precipitantes e de alívio Mulheres – associada com o período menstrual ou de pausa da pílula Estilo de vida, problemas do sono, distúrbios associados Sintomas autonômicos, aura Tratamento em curso ou já realizado - Exame físico neurológico completo; palpação da cabeça, musculatura cervical - Na presença de sinais de alarme, a cefaleia deve ser investigada como secundária – Solicitar exames laboratoriais e de imagem de acordo com a suspeita diagnóstica Cefaleias primárias ENXAQUECA/MIGRÂNEA - Mais comum no sexo feminino, normalmente inicia após a puberdade - Associação com história familiar - Forte associação com ansiedade, distúrbios do humor, alergias, dor crônica e epilepsia - Quadro clínico: Geralmente começa com um sinal anunciador que pode persistir por horas ou dias (pródromos) – acontece antes da aura o Diagnóstico retrospectivo o Presente em 60% dos pacientes o Depressão, hiperatividade, irritabilidade, micção frequente, euforia, dor cervical, fadiga, desejos alimentares Pode ou não ser precedida de aura o Manifestação neurológica que surge de maneira gradual o Duração de até 60 minutos o Aura visual é a mais frequente – pontos pretos, brilhantes, imagens em zigue-zague em parte do campo visual o Podem ocorrer alterações sensitivas, motoras ou auditivas que geralmente são unilaterais Dor unilateral, latejante ou pulsátil, de intensidade moderada/grave e que piora com a realização de atividade o Duração de 4 a 72 horas Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, foto e fonofobia Pósdromo – concentração diminuída, sensação de ressaca, fadiga - Diagnóstico: Baseado na história clínica e em sintomas associados No mínimo 5 episódios de dor Episódios com duração de 4-72 horas Cefaleia com 2 ou mais: unilateral, pulsátil, moderada/grave, piora com atividade física de rotina Durante a cefaleia apresenta 1 ou +: náusea/vômito ou foto/fonofobia - Tratamento: Repouso Medicações para dor – dipirona 1 g, cetoprofeno 100 mg, sumatriptano 6 mg (PE) ou 50 mg VO (se não houver melhora), dexametasona, clorpromazina Pode-se usar antieméticos Evitar uso de opioides – pode causar efeito rebote pela vasodilatação Tratamento profilático o Eliminação dos fatores desencadeantes o Corrigir alimentação, sono, comorbidades o Técnicas alternativas – yoga, acupuntura o Farmacológica indicada em pessoas com >3 crises/mês ou >2 crises incapacitantes o Crianças e jovens: flunarizina (BCC) o Jovens: propranolol, atenolol, nadolol – observar os efeitos adversos (redução de PA, principalmente) o Antidepressivos: amitrptilina, nortrptilina, duais o Anticonvulsivantes: divalproato de sódio, topiramato – evitar se história de litíase renal Crise migranosa: AINEs (naproxeno), corticoide (dexametasona), neurolépticos, triptanos CEFALEIA TENSIONAL - Mais comum de todas as cefaleias - Quadro clínico: Dor de intensidade leve/moderada, com localização variada (tipicamente bilateral), em pressão ou aperto, sem piora com atividade física Duração de 30 minutos a dias Pode ser episódica ou crônica - Tratamento: Analgésicos simples – Paracetamol 750-1000 mg, dipirona 500-1000 mg AINEs – Ibuprofeno 400-800 mg, diclofenaco 50 mg, cetoprofeno 50 mg, naproxeno sódico 500 mg Tratamento profilático – Amitriptilina, nortriptilina, doxepina, meprotilina, fluoxetina Pode-se utilizar relaxantes musculares, fisioterapia e acupuntura CEFALEIA EM SALVAS - Mais comum em homens - Quadro clínico: Crises de dor unilaterais e acompanhadas de sinais autonômicos ipsilaterais (lacrimejamento, hiperemia conjuntiva, congestão nasal, rinorreia, semiptose, miose, edema palpebral, ...) Dor normalmente localizada acima do olho ou na têmpora Atinge intensidade máxima em 9 minutos 1 a 8 crises ao dia Dor excruciante ou em punhaladas que persiste por 15 minutos a 3 horas o Término abrupto Pacientes incapazes de sentar ou deitar - Tratamento: Administração de oxigênio a 100% com fluxo de 10-15 L/min por 20 minutos Sumatriptano 6 mg por via subcutânea Profilático – verapamil ou carbonato de lítio
Compartilhar