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Obstrução nasal e renite alérgica 1 � Obstrução nasal e renite alérgica Obstrução Nasal É umas das principais queixas encontradas tanto em serviços de atenção primária quanto em clinicas de especialistas Apresenta grande impacto na qualidade de vida dos pacientes podendo causar distúrbios do sono, alterações no desenvolvimento cranio-facial, entre outros A obstrução nasal é sintoma comum de muitas afecções nasais, entre elas: Agudas: IVAS, rinossinusite aguda Viral ou bacteriana) Crônicas: atresia coanal, hipertrofia adenoideana, desvio septal, renites alérgicas ou não alérgicas, pólipos nasal, tumores nasais Causas de obstrução nasal Inflamação da mucosa Uma doença que leva a obstrução nasal, causa uma inflamação da mucosa, deixando a mucosa edemaciada, aumentando a produção de muco, obstruindo ainda mais a passagem de ar pelas fossas nasais Ex: renite alergica, rinossinusite, pólipos nasal ⚠ Congestão nasal corresponde a obstrução consequente a inflamação da mucosa 2. Alterações estruturais Obstrução nasal e renite alérgica 2 Alterações estruturais podem levar a queixa de obstrução nasal Ex: desvio de septo, atresia de coana (uni ou bilateral) A atresia unilateral passa despercebido ao nascimento e o diagnóstico pode demorar a ser feito, ocorrendo apenas no individuo adulto jovem ou mais velhos A atresia bilateral o diagnóstico é mais precoce, porque o RN é respirador nasal obrigatório, já entrando em insuficiência respiratória e o diagnóstico é feito mais rapidamente 💭 Atresia de coanas é uma malformação congênita e corresponde a falha no desenvolvimento da comunicação entre cavidade nasal posterior e nasofaringe 3. Outras causas Tumor Corpo estranho Vegetação adenóide Queixas frequentes Renite alérgica Espirros em salvas (vários espirros seguidos) Rinorréia clara, hialina, bilateral Congestão nasal (obstrução relacionada a inflamação da mucosa) Prurido nasal Sintomas oculares (hiperemia e prurido ocular) Rinossinusite (inflamatório infeccioso viral ou bacteriano nos quadros agudos) Congestão nasal Obstrução nasal e renite alérgica 3 Rinorréia anterior e posterior Cefaleia, pressão facial Hiposmia Dor na arcada dentaria Tosse Febre Pólipo nasal Congestão nasal Ronorréia Hiposmia (baixa sensibilidade olfativa) Controle da obstrução nasal Estabelecimento do diagnóstico correto Conhecimento da fisiopatologia (causa inflamatória, estrutural ou outras) Tratamento medicamentoso Pode-se ter mais de um diagnóstico que causa a obstrução nasal, por exemplo, renite alergica + desvio septal. Então, deve-se avaliar se o desvio septal não é significativo, se a queixa de maior obstrução não é no mesmo lado do desvio, se nunca fez nenhum tratamento clínico para essa renite. Assim, o mais adequado é instituir um tratamento clinico para a renite e verificar se com o tratamento ocorre melhora do quadro e da qualidade de vida desse paciente respirando melhor Eficácia por ensaios clínicos Segurança e perfil de tolerabilidade Adesão do paciente Relação custo-benefício Tratamento cirúrgico Obstrução nasal e renite alérgica 4 Atresia coanal unilateral → cirurgia imediata porque não tem tratamento medicamentoso para essa condição Acompanhamento Renite alergica Conjunto de sintomas nasais induzidos por uma inflamação mediada por IgE após exposição alergênica Entre adultos e crianças, normalmente a renite alérgica é a mais prevalente ⚠ As queixas são bilaterais Fisiopatologia da renite alérgica Fase de sensibilização indivíduo tem uma predisposição genética para desenvolvimento de alergia. Primeiro ele terá contato com o fator alérgico e se realmente ele tiver alergia aquele fator, ele vai se sensibilizar, ou seja, vai produzir os anticorpos IgE que vai se ligar aos mastócitos e os mastócitos vão ficar prontos para em uma próxima etapa de contato com esse fator alérgico, ou seja, na fase efetora, quando o alergeno entrar em contato e o mastócito já estiver sensibilizado com a IgE específica para esse fator alérgico, ai sim desencadeia a fase efetora. Fase efetora É a fase de liberação do processo inflamatório. Ocorre a degranulação do mastócito liberando principalmente a histamina, além de outros mediadores inflamatórios como proteases, leucotrienos, interleucinas, prostaglandinas que compõe a cascata inflamatória e atrai os eosinófilos. O Obstrução nasal e renite alérgica 5 eosinófilo (principal componente envolvido na renite alérgica) na inflamação da mucosa nasal e sinusal relacionado a alergia quando atraído, arrasta consigo outros mediadores inflamatórios que colabora para ampliar a cascata inflamatória Sintomas típicos É uma rinossinusite de etiologia alérgica Dois ou mais dos seguintes: Rinorréia aquosa (fluida, Hialina e bilateral) Espirros, sobretudo em paroxismos 2030 espirros seguidos) Obstrução nasal em báscula (revezamento entre os lados) Prurido nasal + sintomas oculares Após contato com fator alérgico Obs : As queixas da rinossinusite podem ocorrer em paciente com renite alérgica, no entanto, as apresentadas acima são as mais frequentes em pacientes com renite alérgica Testes diagnósticos Observar pela historia apresentada pelo paciente quais fatores podem desencadear uma crise, como contato com animais (cachorro, gato) Testes cutâneos Prick test: identificar quais os fatores alérgicos IgE específico no soro Tira o sangue do paciente, manda para o laboratório a procura de anticorpos presentes no paciente de acordo com uma lista pré- estabelecida Obstrução nasal e renite alérgica 6 Exame físico Sulco nasal alérgico ou saudação do alérgico Observado desde a inspeção Linhas de Dennie- Morgan : linha transversa no limite da pálpebra inferior, decorrente da má respiração nasal Achado menos frequente Associada a renite alérgica de grave intensidade e sem tratamento clínico adequado por um longo período Rinoscopia anterior: palidez e edema de mucosa, hipertrofia de conchas e secreção hialina difusa são achados frequentes Sinais que confirmam inflamação da mucosa nasal Endoscopia nasal: utilizado em casos de longa data e falha no tratamento clínico (ja tem suspeita de renite alérgica, já fez um tratamento adequado, mas não surtiu efeito) ajudando a fazer o diagnóstico diferencial Em criança utiliza-se a endoscopia com óptica flexível Exames complementares Citologia nasal Coleta de esfregaço da mucosa nasal para avaliar a citologia Observar a presença de eosinófilos Diagnóstico Específico In vivo Epicutaneo - Prick teste Não deve ser realizado em pacientes com dermografismo, sendo necessário fazer uma escarificação da pele Provocação nasal : pouco realizado na prática Ter cuidado para não desencadear uma crise asmática Obstrução nasal e renite alérgica 7 Incomoda e podem gerar intercorrências sérias In vitro Dosagem de IgE específica - RAST 💭 Paciente com renite alérgica: - teste cutâneo positivo para alérgenos inalantes - Presença de eosinófilos na citologia nasal Classificação da renite alérgica Intermitente < 4 dias por semana ou < 4 semanas consecutivas Persistente > 4 dias por semana e > 4 semanas consecutivas Leve Sem presenca de qualquer dos seguintes sintomas Distúrbios do do sono Comprometimento das atividades diárias, de esporte e/ou lazer, bem como de trabalho ou escola Presença de sintomas que não causam incomodo Moderada/grave Um ou mais sintomas presentes: Obstrução nasal e renite alérgica 8 Distúrbio do sono Comprometimento das atividades diárias, de esporte e/ou lazer, bem como de trabalho ou escola Presença de sintomas que não causam incomodo Tratamento Corticosteroide nasal tem efeito positivo sobre os espirros, rinorreia, obstrução nasal, prurido e sintomas oculares Descongestionante nasal para a obstrução nasal tem um efeito positivo O uso dos descongestionantes tópicos por muito tempo irá causardependência Vasoconstritor tópico nasal Sempre deve-se evitar alérgenos e fatores irritantes (cuidado/ controle ambiental) Leve e intermitente : anti-histamínico oral ou tópico (associado a um corticoide tópico) por dois ou três dias Moderado/grave intermitente: corticosteroide nasal Moderada/grave persistente: imunoterapia (principalmente quando não responde bem ao tratamento clínico e ao controle ambiental Higiene Ambiental Retirar tudo que acumule poeira e ácaros: tapete, carpete e cortinas Evitar a presença de pelos de animais, fungos e umidade Limpeza da cosa com pano úmido Cuidados no local de trabalho Obstrução nasal e renite alérgica 9 Cobrir travesseiros e colchões com capas impermeáveis e exposição ao sol quando possível Imunoterapia Deve fazer o diagnóstico do fator etiológico que causou a alergia Falha na higiene ambiental Falha na farmacoterapia Ausencia de respostas satisfatórias Efeitos indesejáveis Não aderência ao seu uso crônico Utilização de extratos de boa qualidade Falha no tratamento clínico Desvio septal Hipertrofia das conchas inferiores (estrutura óssea maior do que o normal. Verificar se é necessário intervenção cirúrgica) Obstrução nasal paradoxal (paciente com cavidade nasal ampla, sem nenhum fator mecânico que dificulta a passagem do ar, mas se queixa de nariz entupido → o ar passa, mas ele nao sente que o ar está passando pela fossa nasal) Hipertrofia de adenoide Amígdala palatina e faríngea) ocorre principalmente Em crianças Variações anatômicas (hipertrofia da concha media ou do processo uncinado, hipertrofia da bolha etmoidal Rinossinusite infecciosa (associada a renite alérgica) Pólipos nasal Princiaplmente quando apresenta queixa de hiposmia - baixa sensibilidade olfativa) Obstrução nasal e renite alérgica 10 Sintomatologia atípica Rinorréia hialina unilateral: não é tipica de renite alérgica → é fístula liquórica Obstrução nasal unilateral persistente: avaliar outros fatores estruturais (desvio de septo), meningocele
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