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Patologia da pálpebra e da órbita

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Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 1
👁
Patologia e clínica das 
pálpebras e órbitas + 
emergências oftalmológicas 
Patologia e clínica das pálpebras 
ANATOMIA 
 Nas pálpebras tem-se uma serie de tecidos de diferentes origens que podem dar 
lugar a uma serie de situações: doenças, tumores, processos inflamatorios e 
infecciosos diferentes 
Pele palpebral, musculatura orbicular, 
Pálpebra superior tem a pálpebra tarsal superior (condensação de tecido 
conectivo - não é cartilagem) e dentro da placa tarsal tem umas estruturas mais 
circulares, amareladas (glândulas sebáceas modificadas, que contribuem com a 
parte oleosa do filme lacrimal), forrando a placa tarsal tem a conjuntiva 
palpebral que vai se rebater no fundo de saco superior e continuar com a 
conjuntiva bulbar que cobre a esclera
Epiderme, subcutâneo frouxo (por isso inchaço evidente em casos de trauma), 
glândulas sebáceas da pele, musculatura orbicular, glândulas sudoríparas 
associadas, tarso cheio de glândulas de meiobomio, glândulas lacrimais e 
conjuntiva tarsal
Drenagem linfatica da pálpebra é importante para os processos inflamatórios 
infecciosos quanto na possibilidade de uma neoplasia que acometa a pele da 
pálpebra ou a conjuntiva tarsal. 
Os 2/3 laterais da pálpebra superior e o terço lateral da inferior drenam 
predominantemente para a cadeia pré-auricular e o terço medial da pálpebra 
superior e os 2/3 medial da pálpebra inferior drenam predominantemente para 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 2
as glândulas submandibulares. Existe uma comunicação dessa drenagem, 
sendo predominante, mas não exclusivo e há ainda alguma continuidade para a 
região retroauricular e cervical 
A pálpebra pode ser dividida em lamela anterior (Pele + musculatura orbicular) e 
lamela posterior (placa tarsal e conjuntiva tarsal) 
Propedêutica da pálpebra 
Posicionamento e simetria da pálpebra 
Pálpebra superior cobre de 1-2mm da córnea superiormente (existe 
variação de acordo com a constituição pessoal de cada individuo) e a 
pálpebra inferior toca o limbo inferior na transição entre a corne a a esclera, 
sem cobrir a córnea 
Posicionamento dos cílios 
Cilios de pálpebra superior : para adiante e para cima 
Cilios de pálpebra inferior : para adiante e para baixo 
Cilios são estruturas para proteção e por isso, não podem ficar mal 
posicionados, nem ausentes, sem voltados para o globo ocular 
Oclusão 
Observar se o paciente consegue fazer a oclusão completa para proteger o 
globo ocular (principal função das pálpebras, mantendo sua lubrificação 
bem distribuída), se há simetria entre os dois lados e se há oclusão 
simétrica em velocidade e posição 
Piscar 
Presença de tumorações, edemas ou mudança de coloração 
Manobra de eversão das pálpebras 
Remoção de corpos estranhos 
Avaliação mais detalhada da conjuntiva tarsal e do fundo de saco 
Eversão de pálpebra superior: manda o paciente olhar para baixo, traciona os 
cilios da pálpebra superior para baixo (para descolar o tarso da conjuntiva 
bulbar, calça o tarso superiormente com um cotonete e everte a placa tarsal 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 3
expondo a conjuntiva tarsal superior → assim é possível examinar o fundo de 
saco superior 
Eversão da pálpebra inferior: manda o paciente olhar para cima e puxa a 
pálpebra para baixo → examina a conjuntiva tarsal inferior e o fundo de saco 
inferior 
💭 Uma das principais funções da pálpebra é a proteção do globo ocular, 
mantendo a lubrificação e umidade adequada da mucosa da conjuntiva e 
do epitélio corneano, é importante avaliar corretamente a posição da 
pálpebra 
Alterações de posição da pálpebra 
Ectrópio 
Quando a borda/margem palpebral está virada para fora 
Pode acontecer secundária a uma paralisia facial 
Pode acontecer por dano actínico (causado por irradiação solar) → 
encurtamento da lamela anterior da pálpebra provocando uma eversão da 
pálpebra provocando o ectrópio 
Pode acontecer devido a um trauma 
Ectrópio senil devido ao relaxamento da musculatura, perda no balanço entre a 
musculatura retratora da pálpebra
💭 É necessário se fazer a correção do ectrópio, porque ele normalmente 
leva a um lagoftalmo secundário (incapacidade de fazer a oclusão 
completa da fenda palpebral, provocando um ressecamento da córnea, 
normalmente inferior - ceratite de exposição- pode levar a uma infecção 
secundária, cicatrização, perfuração do globo ocular ou perda de 
transparência com comprometimento da função visual)
Entrópio
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 4
A perda entre o balanço da musculatura retratora da pálpebra pode acabar levando 
a uma inversão da borda palpebral. Pode ser congênito ou senil (pelo 
enfraquecimento da musculatura retratora) 
Precisa ser corrigido devido ao incomodo causado no paciente (sensação de corpo 
estranho) 
Correção cirúrgico, porque pode provocar ceratite ou deseptelizacao, infecção 
secundária e complicações mais graves com perda da função visual 
Retração e lagoftalmo 
LAGOFTALMO: incapacidade de fazer a oclusão completa da fenda palpebral, 
provocando um ressecamento da córnea, normalmente inferior - ceratite de 
exposição- pode levar a uma infecção secundária, cicatrização, perfuração do globo 
ocular ou perda de transparência com comprometimento da função visual
Causas traumáticas (acidente automobilístico) 
Por paralisia facial → pode causar um leucoma (cicatrização branca da córnea) 
Por doença de graves 
Na doença de graves é a orbita que se direciona para fora ou a pálpebra 
que retrai? 
Porque um olho fica mais proptorico que outro?
Ptose 
É a queda da pálpebra superior em relação ao globo ocular 
Pode ser prejudicial para a visão, caso ela ultrapasse o eixo visual fazendo uma 
oclusão do orifício pupilar 
Causas:
Congênita: deve ser avaliada e se possível corrigida com maior brevidade 
possível logo nos primeiros meses de vida, porque se for uma ptose severa 
que cause oclusão de eixo visual, essa criança pode ter um 
desenvolvimento da visão prejudicada e ela pode ter ambliopia (Apesar do 
olho ser anatomicamente normal, devido a um erro de refração, foi 
prejudicada a formação da imagem na retina e o cérebro acaba não 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 5
desenvolvendo as sinapses necessárias para que aquele olho consiga 
enxergar. 
Neurogênica: trauma ou congênita (Marcus Gunn ou anomalia do III par) 
Aponeurótica: involucional, pós-operatória e traumática 
Ocorre porque a aponeurose do elevador da pálpebra que se insere no 
tarso da pálpebra superior começa a sofrer um retrocesso devido a 
atrofia da senilidade e pode ser piorado em pacientes que são 
coçadores crônicos (alergia ocular- desinserção mecânica das fibras da 
aponeurose do elevador) 
Retrocesso da prega palpebral superior 
Mecânica: encurtamento de fundo de saco conjuntiva, tumor, 
dermatocálase 
Mitogênica: miastenia graves, blefarofimose 
Mecânica: Devido a lesões neoplasicas até lesões inflamatórias 
Na avaliação do paciente com ptose da pálpebra que se considera cirurgia, é feita a 
manobra/ teste (tenta segurar a fenda palpebral do paciente aberta e mandar ele 
fazer força para apertar e observar se há o reflexo de bell - que acontece quando 
dormimos com o intuito de proteger as córneas, as córneas sobem e ficam 
protegidas) 
Paciente com ptose é preciso ter cuidado na hora de corrigir, porque em alguns 
casos, no pós-operatório precoce, pode ficar um lagoftalmo residual (mesmo 
que temporario) e se o paciente não tiver um bom reflexo de bell, esse 
lagoftalmo temporário pode prejudicar o individuo, pois pode acabar 
desenvolvendo ceratite de exposição . 
Anomalias congênitas do desenvolvimento 
Criptoftalmia :
Parcial: Quando não existe parte da fenda palpebral. Associado 
normalmente com outras malformações 
Completo: quando o paciente não tem pálpebra, supercílioe pode também 
estar associada com outras malformações → isso dá para ser identificado 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 6
com o bebe ainda no utero? Ou por já saber que tem malformações se 
supõe que possa ter essa? 
Ancilobléfaro: quando a fenda palpebral não está completamente aberta, 
existem restos de tecido mesotérmico, podendo ser associado a anomalias em 
outras estruturas → resolvido cirurgicamente 
Colorama: ausencia de parte ou de toda pálpebra 
Bilateral: acomete a região medial da pálpebra superior e região lateral da 
pálpebra inferior 
Pode se associar a síndrome de arco branquial (síndrome de goldenhar)
Euribléfaro
Anquilobléfaro
Blefarofimose: diminuição da fenda palpebral sem fusão de bordas 
Epicanto : prega cutânea em crescente vertical 
Epiblefaro: Prega cutânea horizontal que impede a identificação de bordas 
pálpebras 
Obs: epicanto, epibléfaro e bleferofimose podem acontecer juntos em uma mesma 
síndrome 
Distiquiasia: quando ocorre a formação de fileiras extras de cílios que 
habitualmente vão surgir nos orifícios de drenagem das glândulas meibomio
É congênito 
Os cilios vão ficar se esfregando na córnea provocando uma epiteliopatia, 
mas normalmente os pacientes não se queixam, mas é necessario corrigir 
porque leva a uma cicatrização corneana que pode levar a perda de 
transparência ou facilitar uma infecção corneana 
Ptose congênita 
Lesões inflamatórias 
Virais 
Molusco contagioso 
Verruga vulgar 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 7
Herpes 
Blefarite ou blefaroconjuntivitee → herpes simples 
Herpes zoster : acomete apenas um segmento de inervação. Se existir 
acometimento de ponta ou asa de nariz é classificado sinal de 
Hutchinson , tendo maior chance de acometimento também do globo 
ocular, podendo levar a uma ceratouveite herpética ou neuropatia óptica 
Herpética, por isso, precisam de um acompanhamento mais de perto 
(Tratamento antiviral 
Alérgica : blefarite seborreia e disfunção de glândula de meibomio 
Fúngica 
Paraacoccidiodomicose 
Criptococose 
Bacterianas 
Hordéolo é uma inflamação das glândulas sebáceas da pálpebra, 
predominantemente das glândulas de meibomio e que habitualmente vai 
acontecer depois de um quadro de blefarite (quando a flora saprófita da 
pálpebra deixa de ser saprófita e passa a ser patológica, ocorrendo uma 
descamação - sinal de que as glândulas estão colonizadas, podendo levar a 
uma infecção) 
Essa situação pode evoluir para o calázio (quando o processo infeccioso passa, 
mas tem o nódulo, devido uma obstrução do orifício de drenagem da glândula 
sebácea, a glândula continua produzindo a sua secreção gordurosa e isso leva 
a formação de um liquogranuloma. Isso pode se resolver sozinho em algumas 
situações, ser tratado com massagem, pomada de corticoide para induzir uma 
regressão desse processo inflamatório e em alguns casos precisam de uma 
drenagem cirúrgica com o esvaziamento desse processo inflamatorio, com uma 
curetagem do epitélio da glândula obstruída para levar a uma resolução. Mesmo 
após a drenagem cirúrgica é possível o nódulo reaparecer? 
Hordéolo interno 
Hordéolo externo 
Calázio 
Tracoma: não se ver com tanta frequencia nas cidades, mas é endêmico no 
brasil 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 8
Reinfecção frequente, geralmente associada a baixas condições 
socioeconômicos, de higiene pessoal 
No inico observa-se a formação de folículos na conjuntiva tarsal (pontos 
brancos - na fase agua) 
O grande problema do tracoma são as alteracoes cicatriciais que ele causa 
A inflamacao cronica com a cicatrização exarcerbada pode levar ao mal 
posicionamento dos cílios ( Triquiase - Quando tem um mal 
posicionamento, habitualmente cicatricial dos cilios e eles tocam a córnea, 
podendo causar uma ceratite e perda da função visual) 
Parasitárias 
Fitríase 
Miíase 
Leishmaniose 
Cisticercose 
Doenças dermatológicas e pálpebras (Abordadas em outra aula específica) 
Lúpus discorde 
Xeroderma pigmentoso 
Ictiose 
Lesões císticas e peseudoneoplasicas 
Cistos de glândulas sudoríparas 
Cistos dos folículos pilosebáceos : milia e cisto sebáceo 
Cisto de inclusão epidérmica 
Cisto dermoide 
Xantelasma 
Preferencialmente acomete a região medial das pálpebras, mais 
frequentemente superior, mas pode acometer pálpebra inferior 
Acomete indivíduos de meia idade e idoso com colesteróis sérico 
normal 
Em 1/3 dos casos há associação com hipercolesterolemia 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 9
Recorrência de 50% (quando se faz a remoção cirúrgica) especialmente 
quando associado a hipercolesterolemia 
É a presença de gordura intracelular em excesso (celulas espumosas) 
Tumores 
Mais frequente: carcinoma basocelular > carcinoma escamocelular > melanoma 
> carcinoma de células sebáceas (especial para pálpebra) 
Carcinoma basocelular: maioria das neoplasias malignas da pálpebra. Pode 
ter apresentação pleomórfica, mas os quadro mais comuns são: Nodulação que 
pode ter ulceração central, crescimento indolente/ lento, mais frequentemente 
acomete a pálpebra inferior e região medial (devido uma maior exposição solar 
dessa área e pelo reflexo do sol rebatido na asa do nariz), mas pode acometer 
pálpebra superior, pode ter manifestações diversas (tumor menos nodular, mais 
difuso), onde tem tumor a área fica sem cílios ( madarose - ausencia de cilios, é 
um sinal de neoplasia, porque as celulas neoplasicas substituem as células 
normais e os folículos pilosos). Esse é um tumor que cresce relativamente lento, 
predominantemente de pacientes idosos, de pele clara (maior tendencia a dano 
actinico). Tem chance de cura, se removido cirurgicamente em bloco 
Carcinoma epidermóide: menos frequente, mais agressivo, maior tendencia a 
metastase linfática 
Melanoma: mais agressivo, mais raro, geralmente se origina em uma lesão 
pigmentada que pode ser adquirida ou por um nevo previamente existente 
 
Epiderme: melanóciticos ou não melanociticos 
Glândulas sudoríparas 
Glândulas sebáceas: especial do oftalmologista 
Neoplasia cutânea com origem em glândulas sebáceas 
Localização periocular em 75% dos casos (glândulas de meibomio e 
Zeis, carúncula e supercílio) 
Estimado com 5% dos tumores pálpebras 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 10
Acometimento palpebral superior em 63%, inferior em 27% e ambas em 
5% dos casos 
Maioria dos pacientes acima de 60 anos, 70% do sexo feminino 
Nódulo firmemente aderido ao tarso (origem em glândula de meibomio) 
ou nódulo anterior a linha zonzeira e não aderido ao tarso (glândula de 
Zeis) 
Coloração amarelada, perda de cílios, raramente ulceração 
Nódulo amarelado fixo ao tarso, com leve reação inflamatoria 
(simulando calázio) 
Aspecto “pagetóide” - infiltração difusa da conjuntiva e pele simulando 
blefarite ou blefaroconjuntivo 
Representa perigo de metastase 
Folículo piloso 
Sistema linfo-hematopoietico e malformações vasculares 
Tecidos moles
Patologia e clínica das órbitas 
Anatomia e fisiologia 
As órbitas são duas cavidades ósseas com uma abertura anterior de formato 
piramidal
Existem vários ossos da face e do crânio que se juntam para formar as 
cavidades orbitárias e como são cavidades ósseas, não tem capacidade de 
expansão (pelo menos a curto prazo)
Existem variedades de tecido dentro da cavidade orbitária: glândula lacrimal, 
preenchimento de gordura que visa junto com o arcabouço ósseo fazer a 
proteção e sustentação do aparelho visual, pares cranianos que penetram a 
cavidade orbitaria, etc. 
Irrigação: artéria oftálmica (ramo da carótida interna) e drenagem venosa pela 
veia oftálmica superior e veia oftálmica inferior drenam para o seio cavernoso 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 11
Anel de Zinn é por onde passa o nervo óptico, outros nervos e artéria oftálmica 
adentramna cavidade orbitária 
No ápice da orbita tem uma série de estruturas importantes, todas comprimidas 
dentro de um espaço muito pequeno. Assim, o efeito de massa de uma lesão, 
com um centímetro de diâmetro ou 1cm de diâmetro faria nessa região de ápice 
orbitário é bem diferente do efeito em uma lesão equivalente logo atrás do globo 
ocular (são efeitos bem diferentes devido ao fator de compressão a depender 
da localização, pois quanto mais próximo do ápice orbitário, maior o poder de 
compressão mesmo para lesões muito pequenas) 
💭 Não existe presença de drenagem linfática dentro da cavidade 
orbitária 
Septo orbitário: 
Tudo que tiver atrás do septo orbitário vai ser profundo 
Tudo que tiver na frente do septo orbitário vai ser elemento superficial, mais 
próximos das pálpebras do que da órbita 
A órbita tem importantes relações com os seios da face 
Propedêutica 
Avaliar: 
Acuidade visual 
Reflexos pupilares 
Oftalmoscopia 
Tonometria 
Motilidade ocular extrínseca 
Exames de imagem 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 12
Obs: lesao pequena fazendo a compressão de nervo óptico no ápice orbitário vai ter 
comprometimento de acuidade visual e de reflexos pupilares, alterações na 
oftalmoscopia (barramento de papila), pode apresentar aumento da pressão ocular 
(devido ao efeito de massa dentro da cavidade orbitária, dificuldade de retorno 
venoso), alteração da motilidade ocular extrínseca (seja pela limitação pela 
congestão ou seja por um problema de compressão de nervo ou de pinçamento 
muscular) e alterações no exame de imagem (TC - estuda as partes orbitárias além 
de dar uma boa avaliação das estruturas de parte mole da cavidade orbitária- 
podendo complementar com a ressonância nuclear magnética, RX simples de orbita 
- em situações especificas quando ainda não se tem uma acesso fácil a tomografia 
ou pesquisa de corpo estranho que seja radiopaco) 
Quemose : edema de conjuntivo 
Quando ocorre um processo inflamatório infeccioso ou neoplásico que cause 
compressão/ efeito de massa da cavidade orbitária, o conteúdo dessa cavidade 
vai tender a ser empurrado para fora (diante) provocando uma exoftalmia (olho 
para fora). Além disso, se o efeito de massa for abrupto, não der tempo de 
ocorrer uma compensação, vai haver a presença de uma congestão muito 
grande de edema e esse edema vai acabar se traduzindo como edema de 
pálpebra e edema de conjuntiva 
Exoftalmetria
Pode ser avaliada objetivamente através de uma medida, pelo exoftalmometro de 
hertel (tem espelhos onde se faz uma avaliação a partir de uma escala milimetrada 
onde fica o ápice da órbita, apoiando a base do aparelho no arco zigomático). 
Quando esse aparelho não estiver disponível, deve-se usa uma régua, apoiando o 
zero dessa régua no arco zigomático e vendo o reflexo da córnea onde ficaria na 
régua. 
Usualmente as medidas normais são < 20mm, mas deve-se valorizar muito mais a 
presença da simetria (a diferença entre um lado e outro) > 2mm é fora do padrão. 
No entanto, há uma variação constitucional grande a depender da raça do individuo 
Exoftalmia/ proptose 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 13
A causa mais comum é a orbitopatia de Graves, tanto da exoftalmia uni ou 
bilateral (no adulto e na criança) 
Mais frequente em mulheres (entre 6-10)
Pico de incidência entre 20-40 anos 
Mais comum causa de exoftálmico 
Associado a hipertireoidismo em 90% dos casos
Tabagismo é um fator de risco e piora o quadro 
Não infecciosa 
Ocorre por um processo inflamatório. Ocorre uma deposição de proteoglicanos 
dentro do tecido muscular com um infiltração inflamatoria, com acumulo de 
líquido (edema). Pode ocorrer neolipogenese com deposição de tecido 
gorduroso. 
Na tomografia é possivel observar a parte carnosa dos músculos (2/3 posteriores) 
bastante aumentadas (músculo reto medial, inferior e superior) e quando 
comparados, tem diâmetro maior do que o nervo óptico. A exalftalmia vai ocorrer 
devido a um aumento do conteudo como um todo, normalmente é um exoftálmo 
axial, ou seja, os olhos ficam saltados para frente, sem desvio. Esses pacientes 
vivem em um estado hiperadrenérgico, por causa disso a contracao da musculatura 
de Miller (musculo liso que faz a contratura da pálpebra superior) Provoca a 
retração da pálpebra superior, deixando a esclera exposta. 
Outras manifestações e complicações :
Restrição da motilidade ocular que causa diplopia → musculo reto medial 
comprometido dificulta a abdução 
Glaucoma devido a congestão pela infiltração muscular próxima ao ápice orbital 
que provoca uma compressão do nervo óptico e, consequentemente, 
dificuldade de retorno venoso e um aumento da pressão intraocular. Assim, 
ocorre uma escavação do nervo óptico secundário a um glaucoma por 
dificuldade do retorno venoso 
A orbitopatia de Graves pode se dar também por uma neolipogenese, ou seja, 
deposito de uma quantidade muito grande de gordura. Quando isso acontece e 
a doença já está controlada, ou seja, já não está mais em sua fase inflamatória, 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 14
é possível fazer uma lipectomia (procedimento de remoção de parte da gordura 
orbitaria para minimizar o exoftalmo e melhorar a condição estética para essa 
paciente) 
Se houver uma restrição muito grande da mobilidade, devido a um processo 
inflamatório que acaba se transformando em fibrose, limitando muito a 
mobilidade do olho, pode ocorrer além do exoftalmo, retração da pálpebra, pode 
ocorrer também uma exposição da região da córnea do paciente ao dormir 
podendo provocar um ceratoma secundário a uma ceratite de exposição. 
Pode ocorrer também com a compressão aguda do nervo óptico no ápice 
orbitário por uma infiltração maciça, uma atrofia óptica. Tem-se incialmente, 
então, um papiledema e cronicamente isso pode levar a uma atrofia óptica, por 
perda completa da visão 
Exoftalmo maligno: tem que ser internado e submetido a pulsoterapia com 
corticoide para reduzir o máximo possivel esse quadro e as vezes ser 
submetido a cirurgia de descompressão óssea (remoção de parte das paredes 
ósseas da orbita, para ampliar a regiao e diminuir a compressão sobre o nervo 
óptico e sobre as estruturas oculares 
Tipos de exoftalmia 
Orbitopatia de Graves 
Exoftalmia unilateral
Tumor de RN (teratoma cístico) 
Distopias 
Efeito de massa na orbita superior que além de causar exoftalmia, empurra o 
olho um pouco para baixo causando distopia 
Lesão intraconal (Dentro do cone?) pode empurrar o olho para diante e para 
fora causando uma distopia lateral 
Exoftalmo intermitente: 
Quando a criança chora o olho salta (acumulo de sangue causa exoftalmo 
abrupto e dor) → má formação vascular 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 15
Enoftalmia 
O efeito de compressão e descompressão vai acabar causando uma atrofia da 
gordura orbitaria e isso pode acabar causando uma outra situação, a enoftalmia. 
A enoftalmia pode ocorrer em duas situações: 
Aumento da cavidade óssea devido a um efeito de massa → protrusão da 
varize que fica congestão e depois murcha. Isso pode levar a uma diminuição 
do tecido orbitário periocular e pode causar a enoftalmia 
Falta de algo dentro da cavidade orbitária, que pode acontecer pelo processo 
antrópico ou por uma fratura de órbita como uma herniacao de tecido orbitário 
para dentro dos seios da face
Fratura em Blow-out sem herniacao de tecido (“murro no olho”)
Equimose palpebral 
Ao palpar a pálpebra observa-se a presenca de crepitações (ar nas órbitas) → 
cavidades orbitarias estão em intimo contato com os seios da face, pode-se 
pensar que há algum defeito ósseo na comunicação entre a cavidade orbitária e 
os seios da face 
Trauma contuso com tamanho aproximado de um punho fechado comprimindo 
o conteúdo orbitário contra a cavidade orbitaria (óssea) e como ela não tem 
como expandir, ela explode. Habitualmente ela vai explodir na paredeinferior 
(mais comum o assoalho da órbita) e mais raramente na parede medial 
Restrição da abdução do olho direito e acentuada restrição da aducao do olho 
direito → devido a uma fratura de parede medial e o músculo reto medial está 
pinçado dentro da fratura e por isso, não está funcionando e por isso essa 
restrição de movimento 
Cirurgia para retorno do músculo para sua posição habitual e faz enxerto de 
cartilagem ou outro tecido ósseo para forrar o defeito ósseo e o individuo 
voltar a sua movimentação normal 
Fratura em Blow-out com herniacao de tecido (“murro no olho”)
Da parede inferior (mais frequente), causa: 
Enoftalmo com diplopia 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 16
Distopia (reflexo pupilar desviado) devido herniacao de tecido da cavidade 
orbitaria para dentro do seio da face 
Fístula Carótido-cavernoso/carótida- dural 
Hiperemia 
Hiperemia em cabeça de medusa
Dilatação da veia oftálmica superior associada a uma congestão geral (Edema) 
dos tecidos orbitários
Isso ocorre devido uma fistula da carótida interna ou das arterias durais 
para o seio cavernoso e isso leva a uma inversão do fluxo, com o fluxo 
venoso sendo arterializado, levando a quadros de proptose aguda 
Pode levar a presença de sopros e fremitos palpáveis (“barulho de roda 
d’água”) devido a arterializacao do sistema venoso da cavidade orbitaria → 
na maioria dos casos ocorre uma regressão espontanea nesses pacientes e 
quando isso nao acontece e há ameaça a visão (porque a pressao ocular 
vai aumentar assustadoramente devido a dificuldade de retorno venoso) é 
indicado a abordagem por neurologista intervencionista é frequentemente 
esses pacientes tem um bom prognóstico se bem manejados 
Corpo estranho intraorbitario 
Deve-se fazer exame de imagem para indicar remoção de corpo estranho 
Tumores congênitos - hemangioma capilar 
Lesões benignas tendem a ter um crescimento galopante no primeiro ano de 
vida e esse crescimento pode acabar levando a uma oclusão do eixo visual, que 
se não for tratada precocemente pode levar a ambliopia por privação de 
estímulo 
Tratamento pode ser feito com corticoide injetável sistemico ou com 
betabloqueador sistemico, com efeito anti-angiogenicos, induzindo a regressão 
da lesao que habitualmente é vista na história natural a partir dos 3 anos de 
vida, acelerando a recuperação 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 17
Infeccoes - celulite orbitaria bacteriana 
Se divide em dois tipos com conduta e risco totalmente diferente 
Celulite pré septal, ou seja, que ocorre antes do septo orbitário 
Lesão com bastante hiperemia localiza, com olho claro, com acuidade visual 
e motilidade extrínseca normal porque a parte profunda da orbita esta 
preservada 
Celulite superficial
Podem ser tratados ambulatorialmente com antibiótico via oral 
Celulite orbitaria profunda 
Na maioria ocorre por contiguidade a partir de uma infeccao dos seios da 
face a partir de uma sinusite bacteriana, mas eventualmente pode ser fruto 
de uma contiguidade posterior de uma celulite anterior (baixa de visão, 
restrição da motilidade ocular, defeito pupilar aferente e sao pacientes que 
tem comprometimento sistemico maior, chegando ao atendimento 
prostrados, com dor e febril) 
Como não há vaso linfatico dentro da cavidade orbitária , toda drenagem do 
processo infeccioso inflamatorio vai se dar pela veia oftálmica superior e 
inferior e isso pode migrar para o seio cavernoso, que esta próximos das 
meninges. Pode ocorrer uma trombose séptica do seio cavernoso, que pode 
evoluir, caso o paciente nao seja tratado a tempo, para um empiema 
cerebral. 
Então esses pacientes necessitam de um internamento para serem tratados 
e de antibioticoterapia ampla e endovenosa 
Lesões inflamatórias 
Interacao com doencas de outros sistemas 
Doenças reumáticas e do colageno - sarcoidose 
Tumefacao da glândula lacrimal e orbitária → manifestação com efeito de 
massa como se fosse um tumor de pálpebra 
Nódulos da pele e da pálpebra conjuntiva 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 18
Uveíte 
Perifeblite retiniana 
Corioretinite 
Neoplasias e tumores 
Nos adultos sao mais diversas e raras, mas principalmente acomentem glândula 
lacrimal e tem evolução mais lenta. 
Neoplasias mesenquimais - rabdomiossarcoma 
Tumor com origem em celulas mesenquimais pluripotencial 
Idade média: 6 anos 
Embrionária - tipo mais comum em 80% dos casos 
Alveolar - pior prognóstico 
Diferenciado - melhor prognóstico 
44% das crianças que vão a óbito, possuem tipo alveolar 
Sobrevida pode ser maior que 90% nos casos não avançados e tratados 
corretamente 
Biópsia incisional e encaminhamento para estadiamento e tratamento com 
radio e quimioterapia combinados 
Tumor de crescimento muito acelerado, dobrando de tamanho em 10-15 dias 
Neoplasias secundárias 
Não- metastático - carcinoma basocelular, carcinoma de celulas escamosas da 
conjuntiva, melanoma de conjuntiva e retinoblastoma (tumor intraocular), melanoma 
úvea 
Maior causa de Exenteração no mundo é devido infiltração por tumores de 
conjuntiva, de pálpebra e intraoculares 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 19
Emergências oftálmicas 
Diagnóstico diferencial do olho vermelho 
Emergência 
Condições que devem ser atendidas e 
tratadas de imediato 
Queimadura química 
Oclusão arterial retiniana 
Exame do paciente em 
urgência oftálmica
Anamnese básica (risco de corpo 
estranho intraocular, porque isso 
muda drasticamente o prognóstico 
Urgência 
Condições que precisam de cuidados 
em período de algumas horas 
Glaucoma agudo 
Lacerações 
Outras 
Patologia e clínica das pálpebras e órbitas + emergências oftalmológicas 20
e a abordagem cirúrgica e maior 
risco de infeccao e outras 
complicações; tempo é importante 
para a profilaxia

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