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Anatomia da Órbita ocular: • Globo ocular = olho • Órbita ocular = Parte óssea 4 Paredes que compõem a Órbita: • Superior – Osso frontal e asa menor do esfenóide • Lateral – Asa maior do esfenóide e zigomático • Inferior – Zigomático, pedaço da maxila e processo orbital do osso palatino • Medial – Esfenóide, Etmóide, osso lacrimal e pedaço da maxila As estruturas oculares entram e saem da órbita por 3 estruturas: fissura orbital superior, fissura orbital inferior e forma óptico. 7 ossos que compõe a órbita: Frontal, Esfenoide, Etmoide, Palatino, Zigomático, Lacrimal, Maxila. Professora disse que era para saber os ossos como um todo, não necessariamente cada parede isolada. Fratura Blow-out: quando ocorre trauma contuso (soco, bolada), causando aumento da pressão da órbita e fratura algum osso (ex.: maxila). O olho fica deslocado para dentro (enoftalmia), necessita correção cirúrgica (Ex.: colocação de tela), não é caso de urgência. No exame de imagem há um velamento do seio maxilar. Exame de imagem (TC): velamento (aspecto acinzentado) do seio maxilar; presença de ar dentro da cavidade. Nesse exame o médico pede para o paciente olhar para cima e analisa a simetria. Se houver trauma com fratura pequena que não causa nenhuma restrição de movimento ocular ou consequência ocular não necessariamente tem indicação cirúrgica. O caso do paciente da foto é cirúrgico. Quando a fratura é muito grande se coloca uma placa ou um tecido para dar suporte para o olho e suas estruturas. Fratura Trap-door: osso fratura e retorna para posição, pinçando uma parte do músculo (geralmente reto inferior) causando restrição de movimento ocular, é caso de urgência pois músculo pode ter isquemia e perder o movimento de forma irreversível. Acontece principalmente em crianças devido a imaturidade óssea. Na paciente da foto pode ser reconhecido o tipo de pinçamento devido a restrição da elevação do globo ocular, revelada pelo exame físico. Obs: Nervo óptico é uma estrutura sensível, o menor contato pode deixar o paciente cego de forma irreversível. O nervo passa por meio do canal óptico. Estrutura da parede orbitária: As duas paredes médias orbitárias ficam paralelas entre si, enquanto as paredes laterais formam um ângulo de 45 graus com parede medial. O nervo óptico tem um trajeto em abdução ao sair pelo canal óptico. Músculos extrínsecos são os responsáveis por manter a PPO (posição primária do olhar) - quando os olhos estão voltados para a frente e para o infinito. Ápice orbitário: Por onde passam as principais estruturas. Encontramos fissuras: Fissura orbital superior, Fissura orbital inferior, Canal óptico (forame), Nervo óptico. Músculos Extrínsecos e seus movimentos principais: 4 retos e 2 oblíquos: • Reto superior – Elevação do globo • Reto inferior – Depressão do globo • Reto medial – Adução do globo • Reto Lateral – Abdução do globo • Oblíquo superior – Inciclotorção • Oblíquo inferior – Exciclotorção Importante saber o movimento principal de cada músculo para saber qual o provável acometido em um desvio ocular. Os possíveis desvios são: • Esotropia – ET – desvio para dentro • Exotropia – XT – desvio para fora • Hipertropia – desvio para cima • Hipotropia – desvio para baixo Vascularização: Tanto a pálpebra, como globo e órbita são irrigados pela carótida. A carótida externa vai ser responsável pela pálpebra e área externa, e a carótida interna vai se ramificar em uma artéria oftálmica (entra pelo canal óptico junto com o nervo óptico) responsável por irrigar todas as estruturas da órbita (globo e estruturas intraorbitárias), além de fazer anastomoses com os ramos da carótida externa para complementar a irrigação da pálpebra. A drenagem venosa se dá basicamente por 4 veias que saem uma de cada quadrante do globo ocular (vorticosas), as superiores se unem formando a veia oftálmica superior, e as inferiores se unem formando a veia oftálmica inferior, elas se unem e drenam no seio cavernoso. A drenagem da pálpebra se dá por meio de tributarias da jugular. É importante ressaltar a proximidade das estruturas intraorbitárias e o espaço intracraniano, infecções podem se disseminar causando problemas neurológicos. Importante saber diferenciar uma celulite orbitária de uma celulite pré-septal. Tratamento e urgência totalmente diferentes. O quiasma óptico fica próximo da hipófise, assim, se houver massas na hipófise pode comprimir o quiasma comprometendo o campo visual. A hipófise se encontra logo abaixo do quiasma óptico. Dessa forma, se houver alguma alteração na hipófise, pode-se gerar alterações oftálmicas. O trigêmeo (sensitivo – ramo oftálmico) faz inervação do globo ocular e inervação do saco lacrimal. Além disso, inerva pálpebras (ramo maxilar). Estruturas orbitárias: Globo, músculos, glândula lacrimal, nervos, vasos sanguíneos, gordura, septo. Septo = periósteo rebatido, tecido fibroso que protege as estruturas intraorbitárias, em cima do septo encontra-se o músculo orbicular, responsável pelo fechamento palpebral sendo inervado pelo nervo facial. Obs: Processos infecciosos - celulite orbitária e pré septal. Se houver infecção do saco lacrimal (acima do septo lacrimal) é uma infecção pré-septal e o tratamento é antibiótico VO. Via lacrimal A lágrima é basicamente produzida pela glândula lacrimal, que fica no canto superior lateral órbita (mas há a contribuição de outras glândulas acessórias). Após ser produzida, a lágrima necessita ser escoada, é absorvida no canto medial por meio dos pontos lacrimais superior e inferior, adentra os canalículos superior e inferior, alcança o saco lacrimal e desce pelo ducto naso-lacrimal (se abre embaixo da concha meatal inferior) até escoar no terço inferior do nariz. Patologias da Glândula Lacrimal: • Dacrioadenite: Inflamação da glândula lacrimal. Edema e hiperemia no canto lateral superior, formando o sinal do S. Importante atentar-se a simetria. • Trauma palpebral: O principal problema é quando há acometimento de borda, cirurgia mais delicada. Lacerações que não atingem a borda são menos complexas. A sutura deve ser feita de forma precisa com especialista. • Estenose do ponto lacrimal: Muito relacionado ao processo senil, levando a lacrimejamento excessivo. É resolvido por meio de microcirurgia. • Ponto lacrimal ectópico: Ponto lacrimal não se encontra no seu local de origem • Tumor palpebral: principalmente CBC – carcinoma basocelular (pessoas claras, idosas – relacionado a exposição solar) • Infecções: o Canaliculite: infecção do canalículo, retirar conteúdo por meio da compressão com cotonete. Paciente chega com nódulo na região, hiperemia, dor. o Dacriocistite: Infecção do saco lacrimal, celulite pre-septal • Obstrução congênita: Dentro do ducto lacrimal encontram-se várias válvulas, a última chama valva de Hasner, é comum a criança nascer com a valva íntegra e assim fica lacrimejando, pois a lágrima não passa. É necessário fazer uma massagem no local do saco lacrimal indo em direção ao ducto e consequentemente forçando a lágrima a passar pela válvula, buscando desobstruí-la, fazer 15 a 20 repetições 3 vezes ao dia, todos os dias, 90-95% dos casos se resolvem até um ano de idade somente por meio da massagem. É necessário atentar a episódios de infeção ou casos que não se resolvam depois de 1 ano. Se após um ano o problema não se resolver é indicada abordagem cirúrgica. Passa um instrumento por dentro do canalículo visando retificar o canal e desobstruir. • Dacriocistocele: Saco lacrimal aumentado na criança devido a acúmulo de secreção como liquido amniotico, por exemplo. Oducto lacrimal pode estar obstruído. Muito frequente no idoso, pode ser uma obstrução alta, mais fácil de corrigir ou baixa de difícil correção. A diferenciação se dá pela introdução de uma haste pelo ducto lacrimal, se sentirmos uma estrutura fibrosa (soft stop) é uma obstrução alta, se sentirmos estrutura óssea (esperado na normalidade), ou seja, mais rígida (hard stop), provavelmente a obstrução está abaixo, possível realizar exame de contraste para identificar o ponto exato. Importância do filme lacrimal: Proteção contra infecções, lubrificação, nutrição, remoção de células e bactérias, oxigenação corneana (córnea é avascular, nutrida pelo humor aquoso e pelo filme lacrimal, é um dos motivos pelo qual dormir de lente é contraindicado), melhora a superfície óptica. • Epífora – problema no escoamento das lágrimas, levando a um maior lacrimejamento não estando relacionado a aumento da produção. Pálpebras Anatomia das pálpebras Debaixo da pele que reveste a superfície anterior da pálpebra existe o músculo orbicular. Entre os feixes musculares passam algumas fibras colágenas da aponeurose do músculo elevador da pálpebra, que se inserem na pele da mesma. Os folículos pilosos dos cílios têm direção oblíqua, voltando-se para diante quando se aproximam da superfície. Encontram-se dispostos em três ou quatro fileiras, imediatamente na frente da linha cinzenta. Têm glândulas sebáceas anexas, denominadas glândulas de Zeis. Entre os folículos situam-se as glândulas sudoríparas de Moll. Existe uma glândula na borda palpebral tanto superior como inferior, conhecida como Meibomian, uma das queixas comuns é meibomite (inflamação dessas glândulas), a pálpebra fica com pontinhos, além de alterar a secreção lacrimal e consequentemente o filme lacrimal, acarretando problemas, o tratamento consiste em fazer compressa morna e massagem após. Funções principais das pálpebras: proteção do globo ocular; secreção, distribuição e drenagem da lágrima. Secreção da porção lipídica do filme lacrimal - importante para diminuir a evaporação da lágrima • Hordéolo = “Tersol” – tratamento é o mesmo, compressa morna e massagem. Geralmente vem de uma inflamação das glândulas de Zeis. Pode ter como uma complicação a celulite, por ter uma porta de entrada aparente para infecção (glândula) pensamos em uma celulite pré-septal, tratamento inclui antibióticos. • Blefarite = Olho irritado, vermelho, sensação de coceira. Advém das glândulas sebáceas da pele infectadas, tratamento por blephagel (medicamento específico) utilizado para limpeza dessa região. Bactérias Staphyloccous da microbiota normal se juntam com secreção das glândulas sebáceas, causando irritação e sensibilização. • Traumas = levar em consideração se atingiu a borda da pálpebra, se sim encaminhar para o especialista suturar. • Tumores palpebrais: problema de reconstrução palpebral. • Ptose = caimento da pálpebra, patologia mais importante na criança (ambliopia). Criança não nasce com a visão completamente desenvolvida, desenvolvimento total da via visual (retina, nervo óptico, quiasma, córtex visual no lobo occipital) se dá por volta dos 7-8 anos, para que isso ocorra corretamente a via precisa ser estimulada, ou seja, a criança precisa enxergar bem, se ela tiver alguma obstrução do eixo visual como a ptose ou catarata congênita, podem ocorrer danos irreversíveis se não houver o tratamento, devido a privação de estímulos luminosos. • Lagoftalmo = presente, muita vezes, em paralisias faciais. Nervo facial é responsável por inervar o músculo orbicular que tem como função fechar a pálpebra. Portanto paciente não consegue fechar completamente a pálpebra. Tem o um mecanismo de proteção que chama movimento de bell, quando fechamos as pálpebras o olho tende a subir, não deixando a córnea exposta. Na maioria dos casos tem resolução espontânea em 6 meses, importante orientar o paciente para fechar o olho ao dormir e utilizar colírios durante esse período. • Ectrópio = É a eversão da margem palpebral, podendo ocorrer na pálpebra superior ou inferior. Pode levar a uma condição de olhos secos e problemas decorrentes disso. • Entrópio = É a inversão da margem palpebral (geralmente a pálpebra inferior) se dobra para dentro lesionando a córnea. É muito desconfortável, pois os cílios continuamente se esfregam contra a córnea causando irritação, dor, sensibilidade a luz e perda progressiva da visão. • Dermatite de contato = A pele da pálpebra é muita fina, podendo estar mais suscetível a dermatites que outras partes do corpo. O mais importante é reconhecer o que estar causando a alergia e administrar corticoide ou anti-inflamatório para auxiliar na redução da resposta. • Xantelasma = Acúmulo de colesterol, forma placas amareladas. • Infecções: Celulite orbital ou pré-septal. Se há edema, vermelhidão e hipertermia é celulite. Em crianças geralmente se pede tomografia para definir corretamente. A principal causa de celulite orbitária, especialmente em crianças é secundária a sinusite, o etmoide (um dos ossos que compõe a parede orbital) é muito fino, uma sinusite do seio etmoidal pode levar a uma celulite. Sintomas mais sistêmicos são relacionados a celulite orbitária. celulite pré- orbital normalmente não possui febre e o paciente costuma não ter alteração de reflexo e motilidade ocular. O exame principal é a tomografia computadorizada por contraste. • Dermatocalaze = Excesso de pele na pálpebra, podendo causar perda de campo visual. pode ser indicativo de cirurgia. pode haver herniação. Globo ocular - O globo ocular consiste das camadas do olho, o cristalino/lente e as câmaras. Formado por: -Conjuntiva: membrana mucosa transparente que é importante para a distribuição do filme lacrimal durante o piscar do olho. Inflamação da conjuntiva (conjuntivite) causada por infecção bacteriana ou viral pode ser dolorosa, desconfortável e restringir a visão do paciente. -Córnea: protege o olho, de certa forma. É parte do sistema óptico e principalmente responsável pela refração da luz. Deformação da córnea pode levar a distúrbios visuais. • Pterígio é um crescimento benigno de tecido na córnea do olho. Tem geralmente início na região da córnea mais próxima do nariz. Embora possa ir gradualmente aumentado de tamanho, raramente cresce ao ponto de cobrir a pupila. Em muitos casos ocorre em ambos os olhos simultaneamente. -Íris: Esse orifício envolve a pupila e muda seu diâmetro através de contração do músculo esfíncter. Dessa forma a íris regula a adaptação do olho ao claro e escuro. As câmaras anterior e posterior do olho são separadas pela íris, mas possuem uma conexão através da pupila • Miose: Diminuição da pupila. Midríase: aumento da pupila Há a possibilidade do aparecimento de nevos na íris (benigno) e melanomas, importante acompanhar para constatar se há ou não crescimento, não esperamos crescimento de nevos. • Coloboma é uma malformação congênita, hereditária na forma de defeito ocular isolado, ou produzida pela ação de drogas ou agentes infecciosos, podendo atingir uma das estruturas de um ou de ambos os olhos, tal como a íris, a coroide, a pálpebra, a retina e o nervo óptico. Resulta do fechamento deficiente da fissura embrionária, na fase intrauterina, quando se limita à íris, não há problema, ao contrário do que ocorre quando a malformação atinge o nervo ótico e a retina. - Corpo ciliar: tecido no interior do olho composto pelo músculo ciliar e processos ciliares, localizado atrás da íris, é responsável pela formação do humor aquoso e pela acomodação, ou seja, mobilidade do cristalino (comunicação por meio de fibras). -Ângulo camerular: Ângulo formado entre acórnea e a íris, e é por onde será escoado o humor aquoso. Glaucoma, é uma neuropatia óptica, começando com o aumento da pressão intraocular podendo levar a danos no nervo óptico. -Cristalino: É uma lente. O cristalino possui um grande papel na acomodação do olho, no foco da visão próxima e distante. Através da contração e relaxamento dos músculos ciliares, o cristalino muda sua forma, ajustando a refração da luz. Catarata, uma doença comum do olho que afeta o cristalino, se desenvolve lentamente durante anos e necessariamente precisa de tratamento. - Esclera: A esclera representa o branco do olho. - Coróide: A coroide contém vasos sanguíneos que suprem a retina. - Retina: A Retina é uma das membranas do segmento posterior do olho, que tem a função de transformar o estímulo luminoso em um estímulo nervoso e enviá-lo ao cérebro, para que as imagens sejam lidas. A membrana nervosa do olho é ligada desde o nervo óptico até a pupila. São dez camadas, dos quais se destacam o epitélio pigmentário que é a camada externa, e a camada sensorial, composta de fotorreceptores (cones e bastonetes). Parte principal da retina fóvea e mácula. • Cones – Número menor e mais concentrado na região central, relacionado com visão fina, reconhecimento de cores • Bastonetes – Maior número por toda retina, relacionado com visão mais grosseira, claro e escuro.
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