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🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo Patologia Intestinal CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS *Correspondem a maior parte do TGI (trato gastrointestinal) *Local onde o sistema imunológico encontra diversos antígenos presentes nos alimentos *A flora bacteriana intestinal é 10x mais numerosa que as células eucariontes no corpo humano (sítio frequente de inflamações e infecções) *Cólon é o local mais comum de neoplasias gastrointestinais nas populações ocidentais ANATOMIA *Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) *Intestino grosso (cólon ascendente, transverso, descendente, sigmoide e reto) HISTOLOGIA *4 compartimentos 1 Mucosa *Epitélio: as criptas mucosas são distribuídas paralelamente (aspecto tubular) e revestidas por epitélio colunar polarizado (núcleo basal e citoplasma/muco apical) - limitados pela membrana basal *Células epiteliais: absortivas, caliciformes, Paneth (ID), enterocromafins (neuroendócrinas) *Córium (ou lâmina própria): matriz extracelular e células inflamatórias, vasos limitados pela camada muscularis mucosae (ou camada muscular da mucosa) *Agregados linfoides colônicos (semelhantes às placas de Peyner vistas no intestino delgado) 2 Submucosa *Submucosa fica abaixo da camada muscularis mucosae (plexo de Meissner) *Matriz extracelular, fibras musculares lisas, fibras elásticas, adipócitos, vasos, miofibroblastos (incluindo células de Cajal) 3 Muscular externa (ou muscular própria) e 4 Serosa *2 camadas musculares lisas: interna = circular e externa = longitudinal *Plexo de Auerbach, células ganglionares e células da Cajal *Subserosa: tecido conjuntivo fibroelástico *Serosa: revestimento mesotelial 1 🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo OBSTRUÇÃO INTESTINAL *Mais frequente no intestino delgado (luz mais estreita) *Manifestações clínicas: dor, distensão abdominal, vômito e constipação *80% hérnias, aderências, intussucepção, vólvulo *20% tumor, infarto, doença de Crohn *Tratamento: cirúrgico quando por causas mecânicas ou associado a infarto intestinal HÉRNIAS *Causa mais frequente de obstrução intestinal, pela protrusão visceral (herniação externa) *Mais frequente: hérnia inguinal (orifícios estreitos e sacos largos) *Encarceramento = aprisionamento permanente *Estrangulamento = comprometimento arterial e venoso, seguido de infarto ADERÊNCIAS *Causas: procedimentos cirúrgicos, infecções, outras causas de inflamação peritoneal (endometriose) *As pontes fibrosas podem criar alças fechadas por onde as vísceras deslizam e ficam aprisionadas (herniação interna) *Também podem encarcerar e estrangular VÓLVULO *Torção de alça intestinal sobre ponto mesentério de conexão *Resulta com comprometimento tanto luminal quanto vascular (características de obstrução e infarto) *Mais frequente em alças redundantes do cólon sigmoide, seguido pelo ceco, ED e estômago INTUSSUSCEPÇÃO *Causa mais comum de obstrução intestinal em crianças menores de 2 anos. Tem sido associado a infecções virais e vacina contra Rotavírus (talvez por hiperplasia das placas de Peyner, tecido linfoide associado a mucosa, servindo como ponto inicial da tração) *Em adultos: por massa intraluminal ou tumor *Segmento de intestino, comprimido por uma onda de peristalse, se encaixa no segmento distal mais próximo. Aprisionado, o segmento é “empurrado” adiante pelo 2 🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo peristaltismo e traz o mesentério junto, podendo progredir para obstrução, compressão dos vasos mesentéricos e infarto *Tratamento: enemas (redução eficaz em crianças ou quando não há uma causa prévia) DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS *Formação de “bolsas” externas, adquiridas, pseudodiverticulares, da mucosa e submucosa colônica *Causas: dietas pobres em fibras *Manifestacoes clínicas: cólicas intermitentes, desconfortos abdominal inferior, constipação (distensão e a sensação de nunca esvaziar o reto) *Pode ocasionar o achado de “sangue nas fezes” (hemorragia microscópica) *Em geral são múltiplos: diverticulose *A obstrução do divertículo leva à alterações inflamatórias: diverticulite *Em casos com perfuração, podem ocorrer abscessos pericolônicos e peritonite PÓLIPOS INTESTINAIS *Pequenas (inicialmente) elevações/ obstruções na mucosa *Mais comuns na região colorretal *Classificados como: 1. Sésseis ou peliculados 2. Não neoplásicos ou neoplásicos Hiperplásicos, inflamatórios, hamartomatosos // Adenomas, adenocarcinoma PÓLIPO HIPERPLÁSICO COLÔNICO *Proliferações epiteliais benignas (descamação “atrasada” gerando uma superpopulação de células caliciformes e absortivas maduras) *Faixa etária: 6a e 7a décadas *Não tem potencial de malignização (devem ser distinguidos dos adenomas serrilhados!!!!) *MACRO: em geral, pequenos (<5mm), únicos ou múltiplos, principalmente no sigmoide e reto *MICRO: projeção polipoide com superfície de aspecto serrilhado na porção superior das criptas, com aglomeração de células epiteliais sem atipias 3 🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo PÓLIPOS INFLAMATÓRIOS INTESTINAIS *Fazem parte da Síndrome da úlcera retal solitária *Tríade clínica: sangramento retal, descarga de muco e lesão inflamatória na parte retal anterior *Causa: relaxamento prejudicado do esfíncter anorretal, criando um ângulo agudo na protuberância retal anterior que ocasiona abrasão recorrente e ulceração da mucosa retal, podendo formar um pólipo inflamatório como consequência de ciclos crônicos de lesão e reparo *MICRO: infiltrado inflamatório misto, erosão, hiperplasia epitelial e fibromuscular da lâmina própria PÓLIPO HAMARTOMATOSOS *Causa: mutações da linhagem germinativa no genes supressores tumorais ou próton- oncogênese *Esporádicos ou como componente de Síndromes geneticamente determinadas ou adquiridas *Pólipos juvenis, Síndrome de Peutz- Jeghers, Síndrome de Cowden, Síndrome Cronkhite-Canada, Esclerose tuberosa, Polipose adenomatosa familiar (PAF) POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR (PAF) *Doença autossômica dominante na qual todos os pacientes desenvolvem numerosos adenomas colorretais desde a adolescência *Mutação no gene APC (gene Adenomatose Polipose Coli): regulador negativo da via WNT *75% hereditários e 25% mutações adquiridas *MACRO: ao menos 100 pólipos colônicos *A malignização ocorre e 100% dos pacientes não tratados, frequentemente antes dos 30 anos e quase sempre aos 50 PÓLIPOS NEOPLÁSICOS *Mais comuns: adenomas colônicos *Caracterizado pela presença de displasia *São precursores da maioria do adenocarcinomas colorretais *Colonoscopia: recomendável vigilância clínica nos adultos a partir de 50 anos (EUA) *Nos casos de parentes com adenocarcinoma colorretal: vigilância 10 anos antes da idade de diagnóstico do familiar ADENOMAS COLORRETAIS *0,3cm a 10,0cm: tamanho é a característica mais importante correlacionada ao risco de malignidade *A despeito da forte relação, a maioria dos adenomas não progride para adenocarcinoma *Presença de carcinoma é rara em pólipos menores que 1,0cm *MACRO: sésseis ou pediculados, superfície aveludada *MICRO: arquitetura tubulares, vilosos, tubulo-vilosos, serrilhados. Presença de displasia epitelial caracterizada por hipercromasia, alongamento e estratificação nuclear. Também são vistos nucléolos, citoplasma eosinofílico, redução das células caliciformes 4 🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo CÂNCER COLORRETAL HEREDITÁRIO NÃO-POLIPOSE (CCHNP) - SÍNDROME DE LYNCH *Tendem a ocorrer em idades mais precoces que o câncer colônico esporádico *Principalmente no cólon direito *Mutações hereditárias nos genes MSH2 ou MLH1 (que codificam proteínas responsáveis pelo reparo do DNA): erros de pareamento e instabilidade microssatélite ADENOCARCINOMA COLORRETAL *Malignidade mais comum do TGI *Outros tipos de câncer: neuroendócrino, linfoma, sarcoma e melanoma (raro) *Picos de incidência: 60-70anos *Fatores dietéticos como baixa ingestão de fibras vegetais inabsorvíveis e alta ingestão de carboidratos refinados e gorduras estão associados com câncer do TGI embora essa relação seja pouco compreendida: alteração na microbiota com mais subprodutos oxidativos (?) *Quimioprevenção: AINEs. Aspirina é usada em pacientes com PAF (efeito mediado pela inibição da COX-2, que restringe a produção de prostaglandina E2 que promove proliferação epitelial *Vias genéticas: - APC/B-catenina > sequência clássica adenocarcinoma (80% dos tumores esporádicos) - Instabilidade microssatélite (MSI) > deficiência de reparo de erros de pareamento do DNA, com mutações acumuladas nas repetições de microssatélites MACROSCOPIA *Cólon ascendente (direito e ceco): massas polipoides e exofíticas, raramente causam obstrução *Cólon descendente, sigmoide e reto: massas anulares, estenosantes, constrição “em anel de guardanapo” causando estreitamento luminal até obstrução MICROSCOPIA *Igual ao longo de todo cólon *Células colunares altas parecidas com as do epitélio displásico visto nos adenomas. Componente invasivo forma estruturas glandulares aberrantes e irregulares, que evocam fortes respostas desmoplásica estromal (que confere a firmeza desses tumores) *Quanto menos a formação de glândulas neoplásicas = pouco diferenciado *Podem ter células “em anel de sinete”, produção abundante de mucina (carcinoma mucinoso) e diferenciação neuroendócrina ASPECTOS CLÍNICOS *Vigilância endoscópica + conhecimento da sequência adenocarcinoma = oportunidade de prevenção 5 🔬 Patologia PSD2 👩⚕ Adriane Macedo *Desenvolvimento insidioso, podendo passar despercebido por longos períodos *Lado direito: fadiga e fraqueza devido à anemia ferropriva (é uma máxima clínica que a causa subjacente da anemia por deficiência de ferro em um homem idoso ou uma mulher na menopausa seja câncer intestinal até que se prove o contrário) *Lado esquerdo: sangramento oculto, alterações do hábito intestinal ou cólicas e desconforto no quadrante inferior esquerdo abdominal PROGNÓSTICO *Histologia pouco diferenciada e minuciosa está associada a mau prognóstico *Dois fatores prognósticos mais importantes: 1. Profundidade de invasão 2. Presença de metástase linfática *Metástases da via sanguínea mais comum para fígado (drenagem portal do cólon), mas também pulmão e ossos. Reto não tem drenagem portal, portanto em geral, as metástase dos tumores da região anal “contornam o fígado *Dukes e Kirklin/AJCC 6
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