Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Art. 121. Matar alguém Pena – reclusão, de seis a vinte anos → Uma pessoa será considerada a partir do momento que houver vida extrauterina. → Caso ocorra do feto, ainda no útero da mãe, ser morto por ela ou que alguém o mate, não será considerado homicídio, mas crime de aborto. → Para haver crime de homicídio é necessária que a vida seja extrauterina e que não se encontre nas hipóteses do infanticídio. → No que diz respeito ao bebê anencefálico, uma vez que se deu o nascimento, ainda que não tenha viabilidade de vida duradoura, se alguém tirar a vida dolosamente desse bebê, a criança será vítima de homicídio e aquele que a matou responderá pelo crime de homicídio. → Crime comum. → No que tange aos Elementos Subjetivos, significa que são as intenções do agente. Poderá ser por dolo direto, dolo eventual ou mediante culpa. O crime de homicídio comporta todos esses elementos → O crime de dolo será direto quando houver a intenção de matar, também chamado de animus necandi. → Será dolo eventual quando o agente assumir o risco de produzir o resultado, ou seja, mesmo que não possua intenção de matar, o agente pratica uma conduta em que não se importa com a possibilidade de matar uma pessoa. → O dolo, sendo eventual, é punido da mesma forma que o dolo direto. Em que pese ser um elemento subjetivo distinto (intenções diferentes), o agente responderá pela mesma pena de seis a vinte anos. → O crime de homicídio poderá também ser praticado mediante culpa. Se assim for caracterizado, o agente responderá no formato do art. 121, § 3º, do Código Penal. Essa culpa se dará por negligência, imperícia ou imprudência. → A Consumação do Crime se refere ao crime material, aquele que produz um resultado naturalístico e que causa mudança no mundo. → O fato de a pessoa morrer é o resultado de um fato naturalístico e, causando essa morte, é configurado como homicídio doloso consumado. Esse crime também comporta a tentativa, ou seja, o sujeito quer matar uma pessoa, mas não obtém êxito por razões alheias a sua vontade. Nessa situação há a hipótese de homicídio praticado pela modalidade Tentado → A consumação poderá ser um crime instantâneo, ou seja, será consumada no exato momento em que a pessoa morrer. → Em relação à Competência, caso haja homicídio doloso e todos os crimes contra a vida dolosos, a competência de julgamento será do Tribunal do Júri (sete pessoas escolhidas dentre o povo e que julgarão se a pessoa é ou não culpada por determinado delito); no homicídio culposo, o julgamento será pelo Juízo Comum (Juiz), sem a participação do Júri. → A Tentativa poderá ser Branca ou Incruenta. Por exemplo: o agente pega uma arma com a intenção de matar uma pessoa, mas erra todos os disparos. Apesar de não ter causado a lesão, teve a intenção de matar, ou seja, praticou atos executórios para matar a vítima, mas não gerou qualquer lesão nela. → Na Tentativa Vermelha ou Cruenta, o agente pega uma arma, por exemplo, e acerta um tiro no braço da vítima. A intenção do agente nesse caso era de matar a vítima, e não apenas de gerar a lesão corporal. → No homicídio qualificado, todas as suas modalidades enquadram-se nos crimes hediondos. → O homicídio simples em regra não será hediondo, existindo apenas uma hipótese em que será tratado como hediondo: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Art. 121. (...) Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. → No elemento que é de relevante valor social, acontecerá quando o agente praticar um homicídio em razão de uma situação que afeta toda a sociedade. → O valor social refere-se à proteção ou ao interesse da coletividade; no valor moral, defende- -se um interesse particular. → No terceiro elemento, tem-se que, sob domínio de violenta emoção, a pessoa deve estar em surto, perdendo o sentido de justiça, de normalidade, estando fora de si, chegando a praticar atos que jamais praticaria em situações normais de sua vida. → Na prática, o “logo em seguida” será algo momentaneamente posterior à injusta provocação. É necessário ter apenas um elemento para se configurar como homicídio privilegiado. O homicídio privilegiado possui caráter subjetivo, a incomunicabilidade no concurso de pessoas. A premeditação do Crime Afasta o Homicídio Privilegiado? A premeditação não afasta o homicídio privilegiado. Recorda-se as formas de homicídio privilegiado: relevante valor social, relevante valor moral e sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Mas se observa que na última hipótese a premeditação afastaria esse privilégio. Não é possível afirmar que o agente agiu sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, sendo que ele havia premeditado o crime. A premeditação é incompatível com essa forma de homicídio privilegiado, entretanto nada impede que aconteça a premeditação no relevante valor social ou moral, não afastando, nessas outras duas situações, o privilégio. Se a ação é praticada sob violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, mas o autor erra a execução, vindo a atingir e matar terceira pessoa, responde pelo homicídio privilegiado, simples ou qualificado? Por exemplo: um cadeirante está no semáforo pedindo esmola e repentinamente uma pessoa começa a praticar injúrias contra ele. O cadeirante está com uma faca e revoltado com os xingamentos, com a injusta provocação que é feita, arremessa o objeto contra essa pessoa que lhe profere injúrias, mas acerta uma terceira pessoa e a mata. Houve o dolo. Caso o cadeirante acertasse a pessoa que lhe proferia injúrias, estaria acobertado pelos privilégios, contudo ao acertar outra pessoa que não tinha nada a ver com a situação, esse cadeirante também responderá pelo homicídio privilegiado, apesar de ter matado um inocente (art. 73, do Código Penal): Erro na execução (aberratio ictus) Art. 73. – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela (...) Nessa situação, quando o agente erra, ele responde como se tivesse matado a pessoa contra quem ele queria praticar o crime. Existe a vítima virtual e a real (aquela que efetivamente morreu). O agente responde como se tivesse matado a vítima virtual em que pese ter matado a vítima real. ➢ Homicídio privilegiado-qualificado não é crime hediondo. É possível o homicídio híbrido, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva. Qualificadoras do homicídio, de natureza objetiva: Art. 121, (…), § 2º (...) III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (...) Feminicídio VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. A natureza objetiva ocorre quando é comunicável no concurso de pessoas. As qualificadoras subjetivas, não há a comunicação no concurso de pessoas. Todas as hipóteses são objetivas, exceto a traição que é uma qualificadora subjetiva.
Compartilhar