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Arnaldo Rodrigues Júnia La Scala Margaret Presser Raoni La Scala Sorel Silva EDUCAÇÃO INFANTIL VOLUME ÚNICO PRÉ-ESCOLA GUIA DE PREPARAÇÃO PARA A ALFABETIZAÇÃO 9 7 8 6 5 5 7 4 2 1 3 1 4 ISBN 978-65-5742-131-4 CAPA ESTACAO CRIANCA GUIA OK.indd All PagesCAPA ESTACAO CRIANCA GUIA OK.indd All Pages 10/3/20 10:46 AM10/3/20 10:46 AM G U I A P N L D G U I A P N L D Arnaldo Bento Rodrigues Bacharel em Ciências com habilitação em Matemática pela Universidade de Guarulhos (SP) . Licenciado em Pedagogia pela União das Faculdades Francanas (SP) . Professor de Matemática no Ensino Fundamental. Júnia La Scala Teixeira Licenciada em Matemática pela Faculdade Paulistana de Ciências e Letras (SP) . Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Nove de Julho (SP) . Professora de Matemática no Ensino Fundamental. Margaret Presser Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) . Especialista em Educação Infantil pela Universidade Metodista de São Paulo . Bacharel em Comunicação Social pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado . Autora de materiais pedagógicos voltados à Educação Infantil . Pesquisadora na área da educação. Raoni Vazquez La Scala Teixeira Curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista (Fatec) . Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos . Autor de materiais pedagógicos voltados à Educação Infantil . Consultor de Negócios Sênior e desenvolvedor de interfaces. Sorel Hernandes Lopes da Silva Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) . Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental . Professora de Literatura no Ensino Médio. EDUCAÇÃO INFANTIL • VOLUME ÚNICO São Paulo • 1a edição • 2020 GUIA DE PREPARAÇÃO PARA A ALFABETIZAÇÃO PRÉ-ESCOLA D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 1D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 1 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Estação Criança – Guia de Preparação para a Alfabetização (Educação Infantil – Pré-escola – Volume único) Copyright © Arnaldo Bento Rodrigues, Júnia La Scala Teixeira, Margaret Presser, Raoni Vazquez La Scala Teixeira, Sorel Hernandes Lopes da Silva, 2020 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Natalia Taccetti Edição Luciana Leopoldino (coord.) Preparação e revisão de texto Viviam Moreira (sup.) Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Daniela Máximo (coord.) Arte e produção Rodrigo Carraro Moutinho (sup.) Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Coordenação editorial Duda Albuquerque / DB Produções Editoriais Iconografia e licenciamento de textos Márcia Sato Coordenação de produção Fênix Editorial Projeto gráfico e editoração eletrônica Fênix Editorial Imagem de capa Antonio Diaz/Shutterstock.com Ilustrações Alberto Llinares, Alex Rodrigues, André Valle, Avalone, Bruno Nunes, Claudia Marianno, Dayane Raven, Edu Ranzoni, Estúdio Ornitorrinco, Giz de cera, Guilherme Asthma, Ilê Comunicação, Ilustra Cartoon, Iri, Leninha Lacerda, Marcos de Mello, Mariângela Haddad, Raíssa Bulhões, Renam Penante, Thiago Amormino, Wandson Rocha Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Estação criança : guia de preparação para a alfabetização : pré-escola : educação infantil : volume único / Arnaldo Bento Rodrigues...[et al.]. -- 1. ed. -- São Paulo : FTD, 2020. Outros autores: Júnia La Scala Teixeira, Margaret Presser, Raoni Vazquez La Scala Teixeira, Sorel Hernandes Lopes da Silva ISBN 978-65-5742-131-4 (professor) 1. Alfabetização 2. Educação infantil I. Rodrigues, Arnaldo Bento. II. Teixeira, Júnia La Scala. III. Presser, Margaret. IV. Teixeira, Raoni Vazquez La Scala. V. Silva, Sorel Hernandes Lopes da. 20-44277 CDD-372.21 Índices para catálogo sistemático: 1. Alfabetização : Educação infantil 372.21 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fi bras obtidas de árvores de fl orestas plantadas, com origem certifi cada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 2D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 2 03/10/2020 22:1503/10/2020 22:15 G U I A P N L D Este Guia de preparação para a alfabetização é uma obra de apoio à prática educativa, destinada aos professores da pré-escola, que aborda conhecimentos de literacia e de numeracia, previstos pela Política Nacional de Alfabetização (PNA ) e em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC ). O Guia tem por objetivo apresentar orientações, sugestões e práticas cientifica- mente eficazes de preparação para alfabetização de crianças na faixa etária entre 4 anos e 5 anos e 11 meses, garantindo a progressão das aprendizagens e fornecendo um itinerário sequencial para auxiliar o professor na condução de suas aulas. Nas páginas seguintes, você encontrará uma seção introdutória abordando a importância da Educação Infantil como etapa preparatória para a futura alfabetização formal, bem como a importância da intencionalidade pedagógica em cada atividade a ser executada. Além disso, a seção introdutória traz outro assunto fundamental, que é a construção de uma cultura de avaliação formativa no ambiente escolar, ou seja, do engajamento e envolvimento de todos os atores no acompanhamento e monitoramento constante das aprendizagens das crianças. O primeiro capítulo inicia-se com uma breve introdução sobre a importância da literacia para a futura alfabetização dos alunos, destacando os componentes essen- ciais descritos na PNA e adequados à faixa etária – consciência fonológica e fonêmica, conhecimento alfabético, desenvolvimento de vocabulário, compreensão oral de textos e produção de escrita emergente. O segundo capítulo traz uma explicação conceitual sobre a relevância da numeracia no processo de alfabetização, abordando conteúdos relacionados a noções de quanti- dade, algarismo, somas, subtrações, proporções simples envolvendo números de apenas um algarismo; a noções de localização, posicionamento, espacialidade, direcionalidade, tempo, tamanho, peso e volume; a noções de formas geométricas elementares; e a noções de raciocínio lógico e raciocínio matemático. Ambos os capítulos relacionam exemplos práticos de modelagens de atividades, jogos e brincadeiras, agrupados de acordo com os componentes essenciais de litera- cia e os conhecimentos elementares relacionados à numeracia. Para cada conteúdo abordado também é apresentada uma relação de outras atividades que podem ser exploradas para ampliação do conhecimento específico apresentado. Esperamos que este Guia possa ajudá-lo na busca, que deve ser contínua, de outras propostas que atendam às especificidades de suas crianças. Apresentação D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 3D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 3 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Sumário Introdução .......................................................................................6 A importância da Educação Infantil e da intencionalidade pedagógica para a alfabetização .......................................................6 Mas, afinal, o que é intencionalidade pedagógica? .............................7 A construção da cultura de avaliação formativa ...............................7 A literacia .......................................................................................10A literacia e os componentes essenciais de preparação para a alfabetização ...................................................................................10 Consciências fonológica e fonêmica .................................................11 Qual a vantagem de se embasar a alfabetização na consciência fonológica? .......................................................................................11 Atividade 1 – Caixa de objetos ...........................................................11 Atividade 2 – Adivinhe o que estou pensando .......................................12 Atividade 3 – Palavras parecidas ........................................................13 Mais atividades ...............................................................................14 Conhecimento alfabético ..................................................................15 Atividade 1 – Biscoitos das letras .......................................................16 Atividade 2 – Passeio pelas letras ......................................................17 Atividade 3 – Bola alfabética .............................................................18 Mais atividades ...............................................................................19 Desenvolvimento de vocabulário.......................................................20 Atividade 1 – Parodiar uma cantiga popular .........................................21 Atividade 2 – Interpretação de texto de cantiga ....................................21 Atividade 3 – Qual o final da história? .................................................22 Mais atividades ...............................................................................23 Compreensão oral de textos .............................................................24 Atividade 1 –Leitura dialogada ...........................................................25 Atividade 2 – Mãos na massa ............................................................26 Atividade 3 – A história de uma cantiga ...............................................26 Mais atividades ...............................................................................27 Produção de escrita emergente ........................................................29 Atividade 1 – Desenho nas costas ......................................................29 Atividade 2 – Músicas populares ........................................................30 Atividade 3 – Jogo da memória com os nomes da turma .........................31 Mais atividades ...............................................................................32 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 4D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 4 03/10/2020 22:0503/10/2020 22:05 G U I A P N L D A numeracia ...................................................................................33 A numeracia e os conhecimentos elementares de preparação para a alfabetização .....................................................33 Noções de quantidade, algarismo, somas, subtrações, proporções simples envolvendo números de apenas um algarismo .....................34 Atividade 1 – Sementes de melancia ...................................................34 Atividade 2 – Adição e subtração no jogo de latas .................................35 Atividade 3 – Hoje é dia de fruta! .......................................................36 Atividade 4 – Peixinhos no aquário .....................................................37 Atividade 5 – Copos pra cá, copos pra lá .............................................38 Mais atividades ...............................................................................39 Noções de localização, posicionamento, espacialidade, direcionalidade, tempo, tamanho, peso e volume .............................40 Atividade 1 – O “mestre mandou” brincar com o bambolê .......................41 Atividade 2 – Observar e registrar o crescimento de um vegetal ...............42 Atividade 3 – Observar e registrar no calendário do mês .........................43 Atividade 4 – Pula, pipoca!................................................................44 Atividade 5 – Atenção ao trânsito! ......................................................45 Mais atividades ...............................................................................46 Noções de formas geométricas elementares ....................................48 Atividade 1 – Modelar formas geométricas espaciais ..............................48 Atividade 2 – Caçar formas geométricas espaciais .................................49 Atividade 3 – Na corda bamba ...........................................................50 Atividade 4 – Traçar contornos .........................................................52 Mais atividades ...............................................................................53 Noções de raciocínio lógico e raciocínio matemático ........................54 Atividade 1 – Raciocínio lógico na sequência de cenas ...........................55 Atividade 2 – Bolinhas coloridas ........................................................56 Atividade 3 – Raciocínio lógico e os quebra-cabeças ..............................57 Atividade 4 – Registrar, com bandeirinhas, as escolhas feitas ..................58 Mais atividades ...............................................................................59 Sugestões de atividades para alfabetização: literacia e numeracia ................................................................ 61 Bibliografia comentada ............................................................... 62 Indicações de leituras complementares ................................ 64 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 5D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 5 03/10/2020 22:0503/10/2020 22:05 G U I A P N L D Introdução A importância da Educação Infantil e da intencionalidade pedagógica para a alfabetização Desde o nascimento, a criança mostra-se ávida por conhecer e apropriar-se de tudo o que o mundo pode oferecer. É como se estivesse em busca de encontrar seu lugar, sua missão de vida. Os primeiros sorrisos, o segurar o dedo do adulto, o esticar os braços para encontrar o aconchego, o choro, o apontar para os objetos, o engatinhar, os primeiros passos etc. são ações e interações que a criança pratica com objetivos claros de se comunicar com as pessoas em seu entorno, para aprender, sentindo-se segura em busca do seu espaço. A partir da promulgação em 1996 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB/96), a Educação Infantil passou a ser considerada a primeira etapa da Educação Básica, no mesmo patamar do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A Educação Infantil, portanto, é a etapa mais importante na formação do sujeito, pois , nessa fase da vida , ocorre o desenvolvimento de habilidades essen- ciais para aprendizagens mais complexas ao longo da trajetória escolar. Com base em nossas reflexões sobre as formas como a criança busca interagir com seu meio e na consciência da importância da Educação Infantil na vida do sujeito e, por conse- guinte, da sociedade, é que nós, educadores, devemos fazer planejamentos que visem auxiliar a criança em seu processo de amadurecimento. Nesse sentido, deve-se imprimir intencionalidade pedagógica nas interações e brincadeiras infantis, sempre lembrando que esse período é o que antecede o ingresso da criança no Ensino Fundamental, etapa em que se espera que ela tenha desenvolvido as habilidades importantes para a alfabetização formal, a ser alcançada até o terceiro ano, de acordo com o Plano Nacional de Educação, Meta 5. FR EE PI K 6 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 6D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 6 12/05/21 11:0012/05/21 11:00 G U I A P N L D Mas, afinal, o que é intencionalidade pedagógica? É ter, em mente, a intenção de organizar e propor experiências que permitam que a criança desenvolva o autoconhecimento, o conhecimento das pessoas com quem convive, aprenda a respeitar-see a respeitá-las, compreenda as relações com a natureza, as práticas de cuidados pessoais (alimentar-se, vestir-se, higienizar-se), participe de experimentos com materiais varia- dos, desenvolva a oralidade, sendo estimulada a falar, escutar, dialogar, dar opiniões, cantar, dançar, recitar poemas, produzir arte, conhecer sua cultura, desenvolver o raciocínio lógico. Assim, ter intencionalidade pedagógica é refletir sobre o que é necessário desenvolver na criança e, com base nessa reflexão, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações que garantam situações variadas, visando a promover o desenvolvimento pleno da criança para que ela possa avançar em seu processo de alfabetização formal. Em qualquer trabalho pedagógico, é fundamental que seja explicitada a concepção que se tem como norteadora da proposta desenvolvida, além de se ter clareza de por que e para que uma criança pequena vai à escola. Há vários objetivos que permeiam o trabalho de educação infantil na articu- lação entre o cuidar e o educar, em especial a construção da sociabilidade, da aprendizagem e da independência em prol de sua autonomia, bem como os cuidados necessários à sua higiene, à alimentação, à segurança, às brincadeiras e ao vínculo afetivo (PROENÇA, 2004). É nessa etapa, portanto, que os estímulos recebidos podem beneficiar diretamente o desenvol- vimento das várias competências, como a linguística, a espacial, a musical e a lógico-matemática, entre outras; por isso, crianças que frequentaram a Educação Infantil têm um desempenho melhor em toda a sua vida escolar. Por isso, destaca-se a importância dessa etapa da Educação Básica na formação do indivíduo, sobretudo se houver intencionalidade pedagógica no planejamento de todas as atividades. Segundo Negri (2008), a intencionalidade pedagógica, como ferramenta do docente, é uma ação que vai além de simplesmente planejar os conteúdos. É algo maior que se reflete na postura do educador, que busca sempre um diálogo elucidativo, formativo e proativo com os alunos durante o trabalho em sala de aula, posicionando-se de maneira responsável diante de sua função. Mukhina (1996) afirma que é preciso que o ensino seja efetivado de forma consciente. Segundo a autora, o adulto precisa conhecer a relação entre o ensino e o desenvolvimento, para, baseado nessa relação, determinar o que e como ensinar, a fim de garantir o pleno desenvolvimento de uma criança. Ao planejar a aula, é importante que o professor tenha o conhecimento de todas as habilidades que, nas crianças, precisam ser desenvolvidas e como estas podem ser exploradas, ao aplicar, atuar como mediador, investindo na zona de desenvolvimento proximal, de maneira que a criança consiga realizar e se apropriar do conhecimento e da atividade e, conforme Oliveira (1997), por meio das experiências sociais, novas funções são formadas. A intencionalidade do professor e o conhecimento acerca das necessidades a serem desen- volvidas são elementos indispensáveis. De acordo com Vygotsky, não são as necessidades bási- cas que direcionam o desenvolvimento da criança, mas os desafios oferecidos nas interações e as vivências sociais a que é exposta desde o nascimento (OLIVEIRA, 2012). A construção da cultura de avaliação formativa Na prática docente, é fundamental acompanhar o desenvolvimento dos alunos ao longo do tempo e em seus vários aspectos, usando uma gama variada de ferramentas de avaliação. Essas são as principais funções da avaliação formativa. No caso da Educação Infantil, o diálogo com a criança e a observação estão entre as principais ferramentas de avaliação. 7 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 7D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 7 12/05/21 11:3012/05/21 11:30 G U I A P N L D Como explica Madalena Freire (FREIRE, 1996, p. 14), “observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica”. A observação atenta das ações das crianças, na pré-escola, faz com que o educador e a educadora tracem o perfil de cada criança. Com essa postura ativa, é possível fazer interven- ções oportunas e seguras. Na escola, avaliar é acompanhar o processo de aprendizagem, ponderar sobre ele e intervir quando necessário. Está em pauta, nessa avaliação, não só a maneira como a criança vê o mundo e atua nele, mas também as representações construídas pelos adultos, ou seja, o olhar do professor – com suas referências e expectativas. De acordo com Hoffmann (2015), o primeiro movimento do educador no processo avaliativo é fazer uma reflexão que envolva alguns questionamentos. “Como a criança busca compreen- der e descobrir o mundo?”, “De que maneira domina a língua e se comunica por meio dela?”, “Como percebe os outros que a rodeiam e os sinais de perigo?” São questionamentos que nos levam a concluir que é o constante e cuidadoso interesse pelas crianças e pela forma como se apropriam do mundo que deve constituir o viés da ava- liação, e não um julgamento baseado em uma pretensa normatização que atribui valor positivo ou negativo em suas ações. Avaliar, na Educação Infantil, é, por um lado, fazer resistência à ideia de evolução normal, ideal difundido em parte da sociedade, e, por outro, confrontar as representações dos adultos envolvidos no processo educativo. A esse respeito Hoffmann (2015) contribui com a discussão ao afirmar: O ato avaliativo é permeado de interpretações a partir de suas expe- riências de vida e de suas concepções. Conversando com professoras e auxiliares das instituições, onde acompanhei alunas em estágios, percebi, em muitas ocasiões, imagens idealizadas das crianças: histórias engra- çadas sobre suas travessuras, expressões de carinho e elogios que não combinavam com as atitudes autoritárias e de repressão que ocorriam todos os dias. Por vezes, algumas delas pareciam referir-se a uma criança idealizada que não correspondia às crianças com as quais lidavam (HOFFMANN, 2015, p. 26). R AW PI XE L. CO M /F RE EP IK .C O M 8 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 8D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 8 12/05/21 15:3712/05/21 15:37 G U I A P N L D O primeiro momento avaliativo, portanto, exige observar a criança, visto que a linguagem e o entendimento do mundo que a cerca estão em plena construção e constante reformulação. Trata-se de observar a criança não para diagnosticar e rotular, mas para pensar em desafios que promovam seu desenvolvimento global, fomentando seu desejo de conhecer, aprender e superar desafios. Sobre isso, Malaguzzi afirma: Quanto mais resistimos à tentação de classificar as crianças, mais capazes nos tornamos de mudar nossos planos e de tornar disponíveis diferentes atividades. Isso não elimina a responsabilidade ou a utilidade de notar a diferença entre as crianças. Vamos levá-las em consideração, vamos prestar atenção nelas. Mas vamos também sempre exercer a cau- tela e aprender a observar e avaliar melhor, sem atribuir níveis ou notas (MALAGUZZI, 1999, p. 90). Um segundo momento necessário ao processo de avaliação são os registros, que podem ser feitos por escrito em um diário, por meio de gravação, fotografia ou filmagem das crianças durante as atividades. As produções das crianças também devem compor a documentação. Utilizada como meio de reflexão por todos os envolvidos no processo educacional, a docu- mentação pedagógica tem, de acordo com Guimarães et al. (2014), as seguintes funções: ser memória e avaliação; constituir fonte de pesquisa e reflexão para professores; informar sobre o cotidiano da escola para a família da criança. Os registros do desempenho e das ações das crianças, na escola, podem constituir uma rica documentação para retratar a evolução do trabalho pedagógico e os avanços das crianças e redirecionar o trabalho do educador, quando necessário. Ou seja, por meio dessa documen- tação, podem-se avaliar e reavaliar não só o desenvolvimentoe os avanços dos educandos, mas a própria prática. Tendo em vista o que foi exposto até aqui, as diretrizes descritas a seguir podem auxiliar o educador no processo da avaliação formativa: • É importante que o educador fique atento para detectar possíveis dificuldades ou transtor- nos de aprendizagem nas crianças. Quanto mais cedo forem detectados, se existirem, mais rapidamente será possível tomar as providências necessárias para adaptar ou alterar a rota do processo de aprendizagem dessas crianças. • Problemas de fala, coordenação motora, reconhecimento visual ou auditivo, dificuldade de memorizar sequências ou montar quebra-cabeças, aprender rimas e músicas ou dife- renciar longe e perto ou, ainda, hiperatividade podem gerar dificuldade de aprendizagem e sinalizar que seria importante o trabalho de um especialista para estimulação cognitiva ou psicomotora (LANGE; THOMPSON, 2006). • Cada criança é única. Cada uma aprende de um jeito: umas de forma mais rápida; outras, de forma mais lenta. Mas, nem por isso, uma é melhor que a outra. Algumas são mais irrequietas e agitadas, outras mais introspectivas, mais calmas. Algumas gostam mais de atividades de desenho e pintura, outras se interessam mais por cantigas, danças e rimas. É importante o educador ter condições de observar essas características e promover atividades diversificadas para alunos de uma mesma turma, respeitando o ritmo de cada um. É possível, por exemplo, propor “eixos de interesse” com potencial de aprendizado do conhecimento que se quer trabalhar, explorando esse conhecimento em atividades variadas. Dessa forma, as crianças podem se dedicar àquilo que mais gostam de fazer, estando, porém, conectadas pelo mesmo eixo de interesse (ORRÚ, 2017). • O trabalho coletivo tem um papel fundamental na formação do aluno. Nesse tipo de ativi- dade, os alunos desenvolvem valores sociais e exercitam as habilidades de expressar-se, escutar, trocar ideias, respeitar e decidir. As construções coletivas possibilitam a troca de experiências e o contato com percepções diferentes, na busca de um resultado comum. Esses momentos podem constituir uma oportunidade para observar as atitudes de convi- vência, cooperação, respeito e tolerância. 9 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 9D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 9 12/05/21 11:3212/05/21 11:32 G U I A P N L D A literacia A literacia e os componentes essenciais de preparação para a alfabetização A Política Nacional de Alfabetização (PNA) apresenta pesquisas no campo da Neuro- ciência a respeito da forma como as crianças são alfabetizadas. O objetivo é difundir a perspectiva da educação baseada em evidências científicas, já adotada com muito sucesso em vários países, com o propósito de melhorar os indicadores educacionais e garantir educação de qualidade para todos. De acordo com essa perspectiva, as políticas e as prá- ticas educacionais devem ser orientadas por evidências em relação aos efeitos prováveis e aos resultados esperados. Nesse sentido, professores, gestores educacionais e pessoas envolvidas na educação deverão consultar a literatura científica nacional e a internacional para conhecer e avaliar estudos atuais a respeito dos processos de ensino e aprendizagem. Com base na ciência cognitiva da leitura, a PNA define alfabetização como o ensino das habilidades de leitura e de escrita em um sistema alfabético, entendido como aquele que representa os sons da fala com as letras do alfabeto. O conceito de literacia é apresentado na PNA como o “conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva” (BRASIL, 2019, p. 21). O conceito de conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, desenvolvidos antes da alfabetização. “Durante a primeira infância, seja na pré-escola, seja na família, a literacia já começa a despontar na vida da criança, ainda em um nível rudimentar, mas fundamental para a alfabetização ” (BRASIL, 2019, p. 22). Estudos, como o de coautoria de Bruce McCandliss, professor de Pós-Graduação da Escola de Educação e do Instituto de Neurociência de Stanford (EUA), fornecem evidências que mos- tram que uma estratégia de ensino específico para a leitura tem impacto direto no cérebro, e os leitores que aprendem as relações entre letra e som , por meio do método fônico , têm melhor progresso na leitura do que quando tentam aprender a identificar palavras inteiras. No estudo, foi realizado um teste de leitura enquanto as ondas cerebrais eram monitoradas, e foi possível perceber que respostas rápidas do cérebro para as palavras recém-aprendidas foram influenciadas pela forma como foram ensinadas (McCANDLISS et al., 2020). O êxito no processo de alfabetização formal nos anos iniciais do Ensino Fundamental , deve apoiar-se em um ensino que considere as evidências científicas mais atuais. Este Guia explora os seguintes componentes essenciais de preparação para a alfabetização relacionados à literacia: consciência fonológica e fonêmica; conhecimento alfabético; desenvolvimento de vocabulário; compreensão oral de textos e produção de escrita emergente. A seguir, uma breve descrição desses componentes e exemplos de modelagens de aulas relacionadas a eles. 10 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 10D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 10 12/05/21 20:0812/05/21 20:08 G U I A P N L D Consciências fonológica e fonêmica A “habilidade metalinguística abrangente, que inclui a identificação e manipulação intencio- nal de unidades de linguagem oral, tais como palavras, sílabas, aliterações e rimas” é o que se chama consciência fonológica (BRASIL, 2019, p. 30). A criança aprende a falar captando os sons da fala do outro (adultos e crianças de seu entorno) e tentando reproduzi-los. Quando a criança, já na Educação Infantil, começa a se apropriar do conhecimento das letras, identifi- cando os nomes, seus formatos e associando-as aos sons que representam, surge a consciência fonêmica, que consiste em conhecer e manipular intencionalmente a menor unidade fonológica da fala: o fonema. Esses dois elementos são os principais facilitadores da alfabetização com base em evidências científicas comprovadas. Aprender a ler é uma tarefa complexa que exige várias habilidades, entre elas, é claro, o conhecimento dos símbolos da escrita e a sua cor- respondência com os sons da linguagem. Muitas pesquisas têm mostrado, no entanto, que o melhor indicador para o aprendizado da leitura é a habi- lidade que a criança tenha de lidar com os fonemas (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 104). A consciência fonológica é essencial no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, pois facilita a compreensão do princípio alfabético. A essência de aprender a ler está em aprender a fazer a decodificação fonológica a qual constitui o cerne do conceito de alfabetização. Sendo assim, visualizando a importância do aprender a ler na alfabetização, bem como tendo claro que não se trata de algo natural, mas algo que pode ser desenvolvido se observados e trabalhados alguns requisitos que garantam tal aprendizado é que a alfabetização requer ser tratada no Brasil com outros olhos, focando para além do que se vivencia, isto é, buscando fundamentar-se nas evidências existentes, levando em consideração os avanços da Ciência Cognitiva da Leitura (SANTOS, 2011, p. 9). Qual a vantagem de se embasar a alfabetização na consciência fonológica? Estudos atuais, como os de Barrera e Maluf (2003), Santos e Maluf (2007), Santos e Maluf (2010), Siccherino (2007), demonstram que a aprendizagem da leitura e da escrita é bem-suce- dida quando o conhecimento é iniciado com o sistema alfabético e, para garantir o progresso do aprendizado da leitura e da escrita alfabética do aprendiz, são as instruções em consciência fonológica e o conhecimento dos nomes das letras que asseguram um relevante sucesso. As crianças menores de 6 anos queadquirem consciência fonológica apresentam maior facilidade para serem alfabetizadas, o que é comprovado por inúmeras pesquisas realizadas no mundo todo. Entretanto, se não for intencionalmente ensinada, essa consciência escapa para cerca de 25% dos alunos de 1º ano de classe média e para um número maior de crianças de classe social menos privilegiada (ADAMS et al., 2009). A seguir, o educador encontra várias modelagens de aula para auxiliar a criança na aquisição da consciência fonológica e, consequentemente, no desenvolvimento da consciência fonêmica. Atividades Atividade 1 – Caixa de objetos Objetivo: • Desenvolver a capacidade de a criança dividir uma palavra em pedaços (sílabas) e ampliar seu vocabulário ao associar o objeto a seu respectivo nome. Você vai precisar de: • Caixa grande de papelão ou cesto; • Objetos variados (lápis, borracha, boneca, bola, almofada, livro, caderno etc.). 11 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 11D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 11 12/05/21 11:3612/05/21 11:36 G U I A P N L D Desenvolvimento: 1. Junte uma série de objetos variados em uma caixa grande ou em um cesto. 2. Peça a uma criança que feche os olhos e retire um objeto da caixa, por exemplo, uma BOLA e pergunte a ela: – Você sabe qual o nome desse objeto? (A criança responde, no caso, BOLA.) – Vamos todos repetir juntos: BOLA. (Todas as crianças repetem: BOLA.) 3. Se alguma criança da turma quiser , e já souber , escrever o nome do objeto, convide-a a escrevê-lo na lousa. Caso contrário, escreva-o, enquanto as crianças o pronunciam, para facilitar a associação do som às respectivas letras que o formam. – Agora, vamos bater uma palma para cada pedacinho da palavra: BO – LA. (Todas as crianças repetem, pronunciando separadamente e batendo uma palma para cada sílaba.) – Quantas palmas batemos? (Duas.) – Então, quantos pedaços tem a palavra BOLA? (Dois.) Variações: • Essa atividade pode ser realizada em diversos momentos, variando os objetos colocados na caixa, o que auxilia as crianças no desenvolvimento de vocabulário. • Para também explorar a noção de classificação, é possível realizar a atividade colocando , na caixa, em determinado dia, somente objetos relacionados a um tema, como a caixa de brinquedos, a caixa de objetos escolares e a caixa das peças de vestuário. Avaliação: • Verifique se as crianças conseguem pronunciar corretamente as palavras, além de perceber que estas podem ser separadas em pedaços menores . Verifique também se conseguem acompanhar a pronúncia das sílabas batendo palmas. Atividade 2 – Adivinhe o que estou pensando Objetivo: • Desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de a criança identificar e reproduzir o som dos fonemas. Desenvolvimento: 1. Convide as crianças para brincar de Adivinhe o que estou pensando : – Eu vou pensar em alguma coisa e vocês terão de descobrir o que é. 2. Comece dando a primeira dica com base no fonema inicial da palavra que você pensou, por exemplo: ABACAXI. – A coisa em que estou pensando começa com /A-A-A-A/. Com que som começa a minha palavra? (Todas as crianças repetem: /A-A-A-A/.) K AT EM AN G O ST AR /F RE EP IK .C O M , M RS IR AP H O L/ FR EE PI K. CO M VA SD 12 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 12D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 12 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D 3. Em seguida, você pode dar pistas sobre o que pensou, estimulando o raciocínio lógico das crianças: – É uma fruta que tem uma coroa. (As crianças respondem: ABACAXI.) – A-A-A-ABACAXI. Muito bem! Qual o primeiro som de A-A-A-ABACAXI? (As crianças respondem: /A-A-A-A/.) 4. Repita o procedimento com outras palavras para que as crianças tentem adivinhar. Variações: • Incentive as crianças a brincar entre si, em pequenos grupos. Uma criança pensa em uma palavra e dá dicas sobre o que pensou para as outras tentarem adivinhar qual é o objeto. É importante que a primeira dica sempre seja o fonema inicial da palavra. • Prepare alguns cartões variados, cada um com uma figura e seu respectivo nome. Coloque os cartões em uma caixa e peça para uma criança retirar um deles e, sem mostrar para as demais, dar dicas sobre a figura que aparece no cartão, sempre iniciando pela pronúncia do som inicial. Avaliação: • Verifique se todas as crianças estão participando da brincadeira e respondendo às per- guntas e se conseguem pronunciar corretamente as palavras e separá-las em sílabas. Atividade 3 – Palavras parecidas Objetivo: • Explorar a sonoridade, o ritmo e as rimas dos poemas ou parlendas, ampliando o repertório literário das crianças com o intuito de levantar hipóteses sobre a escrita de palavras. Você vai precisar de: • Poemas ou parlendas diversificados transcritos em folhas de papel sulfite. Desenvolvimento: 1. Transcreva, em folhas de papel sulfite, alguns poemas e parlendas adequados à faixa etária das crianças, um em cada folha, para colá-los em um mural, ou montar um varal de textos a uma altura que as crianças tenham acesso. 2. Junte as crianças ao redor dos textos e informe que, nesta atividade, vão ler e brincar com as palavras. Organize a turma e faça perguntas, como: – Alguém já ouviu poemas ou parlendas? Em que momento? – Quem sabe falar um poema de cor? E uma parlenda? (As crianças declamam um texto, se souberem.) 3. Em seguida, peça às crianças que escolham um dos textos do mural para você ler em voz alta. Por exemplo, esta parlenda: Meio-dia Macaco assobia Panela no fogo Barriga vazia (Folclore) 13 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 13D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 13 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D 4. Escreva , na lousa , o par de palavras VAZIA - ASSOBIA: – Vamos juntos ler a palavra VA-ZI-A. (Todas as crianças repetem: VA-ZI-A.) – E agora, AS-SO-BI-A. (Todas as crianças repetem: AS-SO-BI-A.) – Quais palavras vocês conhecem que têm o som parecido com VAZIA e ASSOBIA? (As crianças podem mencionar MEIO-DIA ou DIA ou ainda outras palavras seguindo esse comando.) 5. Anote , na lousa , todas as palavras ditas pelas crianças para que , depois , vocês leiam juntos, contribuindo para a ampliação de vocabulário da turma. Variação: • Incentive as crianças a usar a criatividade para tentar substituir a rima da parlenda explorada na atividade. Por exemplo: Meio-dia - Macaco saía - Pra casa da tia ou Meio-dia - Macaco asso- bia - Pede melancia. Avaliação: • Verifique se as crianças compreendem a formação das rimas e se apreciam e expressam sensações ao ouvir os versos. Sugestões de livros com poemas: • MORAES, Vinicius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. • CUNHA, Leo. Lápis encantado. São Paulo: FTD, 2006. • FURNARI, Eva. Não confunda. São Paulo: Moderna, 2012. • MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Global, 2012. • PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 2011. • CAPPARELLI, Sérgio. 111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2012. Mais atividades Sons do ambiente Peça a todas as crianças que fechem os olhos e, caladas, fiquem dois minutos ouvindo os sons do ambiente. Depois, cada uma deve dizer um som que ouviu e que , ainda , não foi dito pelos colegas. R AW PI XE L. CO M /F RE EP IK .C O M Cartelas dos animais Distribua cartelas com figuras de ani- mais. Pergunte: “Que tipo de animal ruge (pia, late etc.) ”. A criança que estiver com a cartela desse animal diz: “O leão ruge, ele faz (e tenta imitar o rugido do leão). ” 14 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 14D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 14 12/05/21 11:3612/05/21 11:36 G U I A P N L D Palavras trocadas Leia uma história, parlenda ou poema bem conhecidos pelas crianças, porém mude algumas palavras, por exemplo: Quem cochicha o rabo encurta; Pirulito que treme, treme. Rima com objetos Traga uma caixa cheia de objetos. Cada criança deve pegar um par de objetos que rimem, por exem- plo: bola e cola; sapatoe pato; boneca e peteca etc. Conhecimento alfabético O conhecimento alfabético é a habilidade de identificar o nome das letras, suas formas, isto é, os traços visuais que as diferenciam umas das outras, e seus valores fonológicos (fonemas). Além da consciência fonológica, o conhecimento do nome das letras tem sido apontado como uma das variáveis que melhor predizem os resultados da aprendizagem da leitura e da escrita. No Brasil, existe um número considerável de pesquisas que investigaram a relação entre cons- ciência fonológica e aquisição da linguagem escrita do português. Entretanto, são poucos os estu- dos que examinaram a relação entre conhecimento do nome das letras e aquisição da linguagem escrita, bem como a relação entre esse conhecimento e habilidades de consciência fonológica. O estudo Conhecimento do nome das letras e habilidades iniciais em escrita , feito pelas professoras doutoras Sylvia Domingos Barrera, do Instituto de Psicologia da USP, e Maria José dos Santos, da Universidade Federal de Goiás, publicado no Boletim da Academia Paulista de Psicologia em janeiro de 2016, concluiu: [...] o conhecimento do nome das letras, embora importante para apoiar o insight de que a escrita é uma forma de representação da fala, e, portanto, fundamental para a compreensão do princípio alfabético, não parece ser suficiente, por si só, para apoiar o domínio do sistema alfabético de escrita, sendo necessário, que as propostas de ensino voltadas para a alfabetização invistam também no desenvolvimento da consciência fonológica, sobretudo ao nível fonêmico, bem como no trabalho sistemático com as correspondências entre letras (grafemas) e sons (fonemas) (BARRERA; SANTOS, 2016) . Assim, parece-nos evidente que as crianças utilizam seus conhecimentos do nome das letras para estabelecer relações entre letras e sons e que isso contribui para que elas compreendam o princípio alfabético, embora, para que esse princípio possa ser amplamente dominado, dependa de análises fonêmicas na elaboração de representações fonológicas. Aprender a ler consiste em colocar em conexão dois sistemas cerebrais presentes na criança bem pequena: o sistema visual de reconhecimento das formas e as áreas da linguagem (DEHAENE, 2012, p. 213) . Quebra-cabeça de sílabas Selecione imagens de dez animais que tenham o nome de preferência com duas sílabas e recorte-as em duas partes. Cole-as em dois cartões de cerca de 7 cm x 14 cm, escrevendo cada sílaba em um deles. Pergunte às crianças: “Para montar o GATO , é preciso pegar primeiro a cabeça, e dizer GA; depois , o rabo e dizer TO. Se eu tirar o rabo , o que posso dizer? ” GA, “Se eu tirar o GA , como fica? ” TO. BR G FX / FR EE PI K. CO M N ID P O SS IB IL ID AD ES IL U ST R AD ASGA TO 15 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 15D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 15 12/05/21 15:3812/05/21 15:38 G U I A P N L D Atividade 1 – Biscoitos das letras Objetivo: • Sistematizar o aprendizado das letras do alfabeto, de maneira lúdica, e participar da preparação da receita, desenvolvendo a coordenação motora e os sentidos. Você vai precisar de: • Ingredientes: 1 xícara de farinha de aveia; 1 xícara de pasta de amendoim ou margarina; 1/3 de xícara de rapadura ou açúcar refinado (opcional); • Cortadores de biscoito em formato de letras (opcional); pratinhos descartáveis. • Local adequado para o preparo de alimentos, com pia para lavar as mãos. • Espaço em uma geladeira da escola para os biscoitos ficarem por cerca de meia hora. Importante: Pesquise com os familiares se alguma das crianças tem restrições alimentares, como a açúcar, a amendoim ou a aveia e faça adaptações, se necessário. Essa receita simples, sem lactose, sem glúten e para a qual não é necessário cozimento, é recomendada também para crianças veganas e vegetarianas. Adapte a receita de acordo com a quantidade de crianças na sala. Desenvolvimento: 1. Essa é uma massa de biscoito que não vai ao forno, portanto, ideal para preparar com crianças. Você pode dividi-las em grupos para o preparo da massa, de forma que, enquanto você prepara uma massa, os grupos repetem suas instruções. 2. Misture a rapadura ou açúcar com um pouco da pasta de amendoim e vá adicionando a farinha de aveia. Vá misturando com as mãos até os ingredientes se incorpora- rem – se a massa estiver quebrando, coloque mais pasta de amendoim; se estiver muito mole, adicione mais aveia. O objetivo é obter uma mistura consistente e fácil de modelar. 3. Separe pequenas porções da massa e modele letras, ou faça bolinhas e as amasse, para, depois, com cortadores de biscoito em formato de letras, cortá-las nesses formatos. 4. Com a instrução anterior e a divisão da massa organizada, peça para cada criança modelar as letras de seu nome com a massa em um pratinho, auxiliando e orien- tando as que tiverem qualquer dificuldade. 5. Para que os biscoitos feitos pelas crianças ganhem consistência, providencie que fiquem cerca de meia hora em uma geladeira da escola. 6. Depois desse período, peça às crianças que apresentem seus nomes usando os biscoitos. – Agora, um de cada vez, vai falar para a turma cada letra do seu nome e, depois, se quiser, pode comer a primeira letra. Primeiro você, (nome do aluno). (O aluno fala seu nome para a turma, mostrando as letras.) 16 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 16D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 16 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D 7. Fique atento às restrições alimentares de cada criança e deixe-as livres para comerem os biscoitos somente se quiserem e quantas letras de seu nome quiserem. Variação: • Você pode repetir essa atividade para explorar os números, propondo a formação de sequências numéricas de 0 a 9 ou, até mesmo, a composição de números de 10 a 20, por exemplo. Avaliação: • Verifique se as crianças se interessam em participar da preparação da receita e se conseguem identificar as letras que compõem seus nomes. Atividade 2 – Passeio pelas letras Objetivo: • Reconhecer o som e a forma das letras, além de desenvolver a noção espacial, as percepções visual e auditiva e o respeito às regras da brincadeira. Você vai precisar de: • Letras do alfabeto confeccionadas em EVA ou impressas em folha de papel sulfite. Desenvolvimento: 1. Cole, no chão, todas as letras do alfabeto bem espalhadas e uma letra (por exemplo, B) para cada criança, menos uma. Se, na turma, tiver 10 crianças, cole 9 letras B espalhadas entre as outras letras do alfabeto. 2. Enquanto a música toca, as crianças passeiam ao redor das letras, cantando juntas: Ciranda, cirandinha Vamos todos cirandar Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar. O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou. (Folclore) 3. Quando você parar a música, cada uma deve pisar na letra B. Quem não conseguir sai do jogo. – Vamos todos juntos falar o nome da letra B? (Todas as crianças repetem: /b/.) 4. Retire uma letra B do chão e recomece a brincadeira até que sobre somente uma criança. Variações: • A atividade pode ser realizada em diversos momentos, variando a letra escolhida e as músicas que serão tocadas para as crianças acompanharem e cantarem. • Faça a atividade usando cadeiras. Nesse caso, escolha uma letra para o dia e intercale com algumas outras. Não é necessário utilizar todas as letras do alfabeto. Avaliação: • Verifique se todas as crianças participam ativamente da brincadeira e se conseguem identificar as formas das letras e pronunciar os nomes delas. 17 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 17D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 17 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Atividade 3 – Bola alfabética Objetivo: • Estimular as crianças a memorizar a sequência das letras do alfabeto e, ao mesmo tempo, desenvolver a coordenação motora. Você vai precisar de: • Uma bola ou bexiga para cada grupo de seis crianças. Desenvolvimento:1. Forme grupos de, no máximo, seis crianças para que todas participem ativamente da brincadeira. – Vamos formar uma roda e jogar a bola. Quem quer começar? (E para aquela que quiser começar o jogo:) – Você joga a bola para um colega e diz a letra A. Quem receber a bola joga para outro colega e diz a letra B. Preparados? 2. A atividade prossegue com a sequência das letras do alfabeto. Quando chegar à letra Z, inicie uma nova rodada, com outra criança abrindo a brincadeira. – Quem começou com a brincadeira? (As crianças respondem quem abriu o jogo.) – Quem quer começar agora? (Espera-se que algumas crianças se candidatem. Escolha uma delas.) Variações: • Se julgar conveniente, promova a memorização da sequência por etapas: inicial- mente, da letra A até a J. Depois, à medida que as crianças passarem a dominar essa sequência, inclua mais letras, pouco a pouco, até que elas passem a dominar a sequência até a letra Z. • Pode-se também realizar a brincadeira usando balões de festa. Avaliação: • Verifique se as crianças se sentem motivadas a realizar atividades em grupo e se conseguem memorizar a sequência das letras do alfabeto. Certifique-se de que jogam a bola sem utilizar muita força, para não machucar o colega. IL U ST R A CA RT O O N 18 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 18D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 18 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Mais atividades Alfabeto com bolsos Pendure , na sala , um alfabeto que pos- sua um bolso correspondente a cada letra. A ideia é que as crianças possam colocar quaisquer recortes de imagens ou brin- quedos pequenos nos bolsos com a letra inicial do nome do objeto. Palmas alfabéticas Em duplas, as crianças dizem a sequência das letras do alfabeto enquanto batem palmas. Quando chegarem à letra Z, as duplas devem ser trocadas. IL U ST R A CA RT O O N Amarelinha com as letras Em um ambiente amplo, trace as letras , na ordem alfabética , usando letra bastão. Organize pequenos grupos para que possam brincar de amarelinha, recitando as letras do alfabeto. M AR CE L BO RG ES IL U ST R A CA RT O O N 19 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 19D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 19 12/05/21 13:3412/05/21 13:34 G U I A P N L D Pinos com argolas Recorte o centro de pratinhos descartáveis, fazendo deles argolas para encai- xá-las nos pinos, que serão copinhos de plástico ou papelão. Em cada copo e prato , escreva uma letra do alfabeto. Posicione os pinos em ordem alfabética e distribua as argolas para que as crianças encaixem-nas nos pinos com as letras correspondentes. Pular na letra Separe a turma em grupos, sendo que cada grupo terá , à sua frente , determinada letra (por exemplo, T) e outras duas anteriores (R e S). Os alunos devem pular em cada uma das letras, pronunciar o nome dela e desenhá-la no ar com o dedo. Desenvolvimento de vocabulário O desenvolvimento cognitivo está associado ao linguístico. Quanto melhor for o desenvolvimento da linguagem das crianças, mais hábeis elas serão em comu- nicar seus pensamentos, sentimentos, ideias, intenções e também compreender os mesmos processos nos outros (ZAUCHE et al., 2016). A complexidade dos estímulos linguísticos que as crianças recebem é um fator significativo no desenvolvimento de áreas do cérebro relacionadas à linguagem (KUHL, 2011). O desenvolvimento de vocabulário tem por objeto tanto o vocabulário receptivo e expressivo quanto o vocabulário de leitura. Nos anos iniciais, os leitores emer- gentes empregam seu vocabulário oral para entender as palavras presentes nos textos escritos. Um vocabulário pobre significa um obstáculo à compreensão de textos. Por isso, é de extrema importância o desenvolvimento de vocabulário, considerado um dos componentes essenciais de preparação para a alfabetização. Antes de ingressar no Ensino Fundamental, a criança precisa ser exposta a um vocabulário mais amplo do que aquele do seu dia a dia. O desenvolvimento do vocabulário pode ser feito por meio de práticas de linguagem oral ou de leitura em voz alta, feita pelo educador ou pela própria criança. Pode também ser feito por meio de práticas intencionais de ensino de palavras individuais e de estratégias de aprendizagem de palavras. Um vocabulário consistente e a capacidade de reconhecer palavras prontamente constituem a base para uma boa compreensão de textos. Tendo em vista esse componente, o educador deve, sempre que possível, organizar rodas de conversa para que cada criança seja incentivada a falar e possa ser ouvida, relatar experiências, criar e contar histórias, dizer o que sabe sobre determinados assuntos, dar opiniões, recitar poemas, cantar. BR U N O N U N ES 20 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 20D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 20 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Atividade 1 – Parodiar uma cantiga popular Objetivo: • Desenvolver e ampliar o vocabulário ativo das crianças, por meio de criação em grupo de paródia de cantiga popular, acessando a memória fonológica. Você vai precisar de: • Cantigas ou parlendas populares. Desenvolvimento: Esse trabalho pode ser feito apenas oralmente. Você também pode optar por escre- ver o texto da cantiga na lousa, se achar conveniente. 1. Convide as crianças a cantar, mais de uma vez, uma cantiga popular bem conhe- cida em sua região. Por exemplo, a cantiga Cachorrinho está latindo , facilmente encontrada em páginas ou vídeos da internet. 2. Depois, convide as crianças a fazer uma espécie de paródia dessa cantiga trocando algumas palavras por outras que tenham significados parecidos. Por exemplo, as crianças podem sugerir trocar a palavra “cachorrinho” por “cãozinho”. 3. Depois de cantar essa versão, é hora de avançar, trocando mais uma palavra, que deve ser escolhida de comum acordo com as crianças. – Que palavra vamos trocar agora? (Se as crianças tiverem dificuldade, você apresentará sugestões:) – O que vocês acham de trocar a expressão “meu benzinho” por outra? Por exem- plo, “meu amor”, “meu xodó”... O que vocês preferem? 4. A brincadeira pode continuar com outras trocas. Procure envolver os participantes na brincadeira ao mesmo tempo que se amplia o repertório com palavras e expressões novas. Por exemplo, trocar “quintal” por “terreno”; “lá no fundo” por “lá longe”; a expressão “cala a boca” por “fecha a boca” ou “fecha o bico” ou, ainda, “bico fechado” etc. Proponha às crianças: – Vamos ver como pode ficar uma versão com mais trocas? (A cada nova versão, registre-a na lousa, substituindo as palavras antigas pelas novas.) Variação: • Escolher quadrinhas para desenvolver trabalho parecido com esse. Avaliação: • Verifique se todas as crianças compreendem a brincadeira e participam tentando sugerir palavras e cantando. • Verifique também se as crianças incorporam as novas palavras ao vocabulário oral. Atividade 2 – Interpretação de texto de cantiga Objetivo: • Desenvolver e ampliar o vocabulário ativo das crianças por meio de análise de texto. Desenvolvimento: Esse trabalho pode ser feito oralmente. Você também pode escrever o texto da cantiga na lousa se julgar importante. 21 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 21D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 21 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D 1. Convide as crianças a cantar, mais de uma vez, uma cantiga popular bem conhecida em sua região. Por exemplo, a cantiga Fui à Espanha: Fui à Espanha Comprar o meu chapéu Ele é azul e branco Da cor daquele céu. (Folclore) 2. Convide as crianças a pensar sobre o que diz a cantiga, fazendo perguntas como estas: – Onde fica a Espanha? Alguém sabe? (Provavelmente as crianças não saberão responder. Dê uma resposta simples, por exemplo: “A Espanha é um país que fica longe do Brasil.”. Se houver um mapa- -múndi na escola, mostre às crianças onde ficam o Brasil e a Espanha.) – Alguém sabe o nome de outro país? Espanha e Brasilnão valem. (Se as crianças não tiverem essa resposta, fale alguns nomes de países e mos- tre-os no mapa-múndi ou no globo terrestre.) – O que você foi fazer na Espanha? (Espera-se que citem o verso: “Comprar meu chapéu.”. Fale sobre o chapéu:) – Como ele é? (Espera-se que citem os versos: “Ele é azul e branco/Da cor daquele céu.”) – Chapéu rima com céu. Falem outras palavras que rimem com chapéu. (Incentive as crianças a citar termos que rimem: mel, pastel, Gabriel, Rafael, troféu, escarcéu etc.) Variação: • Escolha outras cantigas, quadrinhas, trechos de poemas para fazer trabalho seme- lhante, com o objetivo de ampliar o conhecimento de mundo e o vocabulário. Avaliação: • Verifique se todas as crianças participam da atividade tentando responder às perguntas. • Verifique também se as crianças incorporam as novas palavras ao vocabulário oral. Atividade 3 – Qual o final da história? Objetivo: • Estimular a criatividade e ampliar o vocabulário ativo por meio de criação de final de história. Você vai precisar de: • Uma história para ser lida pela metade; • Folhas de papel e material para escrever, riscar e pintar (lápis, caneta, giz de cera, lápis de cor etc.). Desenvolvimento: A oralidade se desenvolve à medida que a criança tem oportunidade de falar, ser ouvida, expor suas ideias, dar opiniões, comentar as atividades das quais participa, contar fatos ocorridos com ela, criar e contar suas histórias, entre outras práticas linguísticas. 22 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 22D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 22 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D 1. Peça às crianças que se sentem em roda e conte uma história pela metade; em seguida, peça que continuem a contá-la de onde você parou. Como estratégia para aguçar a mente criativa das crianças, você pode parar a história no momento em que o personagem precisa tomar uma decisão. 2. Em vez de contar a história, você pode ler uma pela metade e, enquanto a lê, apontar cada palavra lida com o indicador. Assim, as crianças podem perceber que a leitura é feita da esquerda para a direita e do alto para baixo. Para criar expectativa, faça a leitura de modo expressivo, deixando no ar que algo surpreendente vai acontecer no final, mas este deverá ser criado e contado pelas crianças. 3. Ao final da história, peça-lhes que a registrem por meio de um desenho em folha de papel. Os desenhos podem ficar expostos na sala de aula como registro da atividade. Variação: Outra opção é ler com as crianças uma história em quadrinhos, mas eliminando o último quadrinho. Nesse caso, cada criança faz um desenho e conta o final da história. Avaliação: • Verifique se todas as crianças se envolvem com a criação da história, soltando a imaginação. • Verifique também se as crianças incorporam as novas palavras ao vocabulário. Mais atividades Adivinhando o pensamento Você fala uma sílaba inicial de uma palavra e a criança tem de adivinhar qual é a palavra que você pensou. Por exemplo, se você falar BA, a criança pode levantar várias hipóteses: BANANA, BALA, BARATA, BATERIA, BALÃO etc. CD C/ U N SP LA SH .C O M TH IA G O A M O RM IN O 23 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 23D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 23 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D O que é? O que é? Combine com a criança qual o tema escolhido para a brincadeira. Pode ser, por exemplo, um esporte, um animal ou , até mesmo , uma ação (tomar banho, tomar sorvete, lavar louça etc.). Com o tema combinado, você inicia a mímica e a criança tem de adivinhar do que se trata. Depois de algumas rodadas, pode-se ampliar a dificuldade iniciando a mímica sem combinar o tema. O segredo das sombras A brincadeira de fazer sombras com as mãos pode ser aproveitada para ampliar o vocabulário das crianças. Ao observar a sombra na parede, elas devem adivinhar do que se trata. Depois da adivinha, estimule as crianças a criar uma história com a figura representada. RE N AM P EN AN TE Qual é a música? Geralmente, as crianças, nessa fase, já memorizaram as letras de várias músicas. Desafie-as a cantar uma música que tenha a palavra que você citar. Por exemplo, se você falar “boi”, elas podem se lembrar de cantigas como Meu boi morreu, Boi da cara preta , entre outras. Outra opção é você entoar a canção sem a letra e as crianças tentarem adivinhar qual é e cantá-la com a letra. Compreensão oral de textos A linguagem oral é um dos principais instrumentos sociais utilizados para as interações entre os indivíduos em diferentes contextos. Para processar a linguagem, são demandadas muitas capacidades, como designação, articulação, uso de gramática e compreensão (BEAR ; CONNORS; PARADISO, 2008). A habilidade de compreensão leitora pode e deve ser trabalhada antes mesmo que as crianças possam ler e escrever convencionalmente. A compreensão de textos não resulta da decodificação, havendo clara distinção nesses dois processos. É perfeitamente possível compreender sem ler, assim como também é possível ler sem compreender. Para se ter uma ideia, o vocabulário receptivo é a base do vocabulário expressivo, sendo que o desenvolvimento da compreensão de palavras precede e ultrapassa o da produção de palavras. Sendo assim, quanto maior o vocabulário receptivo, maior a compreensão auditiva e a de leitura (STAHL ; FAIRBANKS, 1986). Na Educação Infantil, a habilidade de extrair significados dos textos ouvidos pode ser enfati- zada por meio de leituras e releituras de histórias em voz alta para as crianças e subsequentes conversas a respeito das histórias ouvidas, aferindo-se, dessa maneira, o grau de compreensão IL U ST R A CA RT O O N AN D RÉ V AL LE 24 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 24D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 24 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D do que a criança ouve, além da forma como cada criança interpreta o que escuta. Esse trabalho é primordial no desenvolvimento dessa habilidade. Ressalta-se que a proximidade dos textos com situações específicas tem papel muito impor- tante na compreensão e na interpretação das sentenças (LOUKUSA; RYDER; LEINONEN, 2008). Crianças que não realizam um processamento construtivo de maneira adequada e não conseguem tirar conclusões das histórias contadas terão mais dificuldade em recordar a narrativa e em res- ponder a perguntas sobre a história. Isso reforça a importância da compreensão da narrativa, em seus diferentes níveis, desde o sintático-semântico ao pragmático (PERSSON et al., 2006). Sendo assim, a compreensão oral, aliada às habilidades de decodificação e consciência fonológica, tem grande importância nas posteriores atividades de leitura (MCKENNA; STHAL, 2009). A seguir, você encontra alguns modelos de atividades para ajudar as crianças a compreender textos que ainda não leem de maneira convencional. Atividade 1 – Leitura dialogada Objetivo: • Desenvolver a compreensão oral de textos por meio da leitura dialogada, ampliando o voca- bulário. Desenvolvimento: Como exemplo, vamos usar a fábula A lebre e a tartaruga, de La Fontaine, encontrada em versões impressas ou na internet. 1. Esse trabalho é feito oralmente. As crianças podem se sentar em cadeiras organizadas em semi- círculo ou mesmo no chão. Você pode se sentar em frente a elas com o livro nas mãos e mostrar a sequência de imagens que ajudam a contar a história. A leitura também pode acontecer na área externa da escola, em um espaço com plantas e sombra. O primeiro passo é fazer a leitura em voz alta para que as crianças ouçam. Para dar mais vida à história e garantir a atenção das crianças durante a leitura, você pode usar e abusar da criativi- dade, usando, por exemplo, um timbre de voz diferente para cada personagem ao ler a fala dele. Pode, ainda, representar a ação de correr da lebre e a de andar lentamente como a tartaruga. 2. Após a leitura, é muito importante conversar com as crianças sobre a históriaouvida. Às vezes, enquanto ouvem a história, algumas crianças se sentem estimuladas a fazer perguntas a res- peito da história, o que sinaliza o interesse. Sugestões de perguntas após a leitura em voz alta: – Quem vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais? (A lebre.) – O que é “se gabar”? (Elogiar a si mesmo.) – Quem desafiou a lebre para uma corrida? (A tartaruga.) – O que a lebre respondeu para a tartaruga quando esta disse que seria a vencedora? (“É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você.”) – O que é “cacarejar”? (Produzir o som da galinha; fazer “cocoricó”.) – Por que a lebre, mesmo sendo mais veloz que a tartaruga, perdeu a corrida? (Porque resolveu dormir antes de terminar a corrida.) 3. Com base no envolvimento das crianças, faça outras perguntas. Variação: • Propor às crianças que encenem a fábula. Garanta que todas participem. Se possível, organize a apresentação para os familiares. Avaliação: • Verifique se todas as crianças procuram responder às questões propostas, demonstrando que compreenderam o enredo da fábula. 25 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 25D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 25 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D Atividade 2 – Mãos na massa Objetivo: • Compreender e executar instruções de receita culinária. Você vai precisar de: • Texto de receita; papel kraft; caneta hidrocor; • Ingredientes para executar a receita escolhida (simples, que não precise utilizar fogão); • Local adequado para o preparo de alimentos, com pia para lavar as mãos. Desenvolvimento: 1. Escolha uma receita de fácil preparo (sanduíche com pão de forma, salada de frutas, vitamina de fruta etc.) e escreva-a em uma folha de papel kraft. 2. Separe os ingredientes e os utensílios que serão usados e afixe a receita em um lugar visível na cozinha para que as crianças possam ver e acompanhar a leitura que você fará. 3. Leia, em voz alta, o nome da receita e a lista de ingredientes, apontando com o indicador cada palavra. 4. Ao ler o nome e a quantidade de cada ingrediente, peça às crianças que apontem para o ingrediente entre os que você já deixou separados. 5. Após a leitura e compreensão da lista de ingredientes, é hora de ler as instruções. Você pode ler toda a instrução de uma vez e retomá-la fazendo pausas para que as crianças possam ir cumprindo as etapas para fazer a receita. Variação: • Trabalhe uma receita que faça parte da cultura da região. Solicite o auxílio dos familiares para supervisionar o trabalho das crianças, se achar necessário. Avaliação: • Verifique se todas as crianças compreendem as instruções conforme você as lê e se executam as etapas da receita. • Verifique também se as crianças incorporam as novas palavras ao vocabulário oral. Atividade 3 – A história de uma cantiga Objetivo: • Desenvolver a compreensão oral de textos por meio da encenação de uma história narrada em cantiga popular. Você vai precisar de: • Cartaz com a letra da cantiga A linda rosa juvenil transcrita em letra bastão. • Aparelho multimídia ou computador para executar uma versão da cantiga. Desenvolvimento: 1. A cantiga A linda rosa juvenil é uma das mais antigas cantigas de roda, conhecida nas diferentes regiões do Brasil. Apresenta estrutura de história de conto de fadas e sua letra remete à história A Bela Adormecida, um clássico das histórias infantis. Você pode obter a letra da cantiga e uma de suas versões cantadas no link a seguir: https://livro.pro/j7ar2z. Acesso em: 1 out. 2020. 26 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 26D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 26 03/10/2020 22:1703/10/2020 22:17 G U I A P N L D – Vou ler o texto da cantiga apontando as palavras no cartaz. Prestem atenção na história que ela conta. (Nesse momento, as crianças poderão acompanhar a cantiga e perceber que a música tem muitas rimas e repetições, o que pode contribuir para a memorização. Mesmo que não saibam ler, elas poderão encontrar algumas palavras pela posição que ocupam na cantiga escrita no cartaz ou na lousa.) 2. Ouça com as crianças a cantiga. Há várias versões em áudio e vídeo na internet. Após as crianças aprenderem a cantar, explore a interpretação da história presente na cantiga. Faça perguntas como: – Quais personagens aparecem na história? (Linda Rosa, a Bruxa e o Rei.) – Qual é o personagem principal dessa história? (Linda Rosa.) – O que a Bruxa fez com Linda Rosa? (Ela a fez adormecer.) – Quem despertou Linda Rosa? (O Rei.) – O que acontece depois que Linda Rosa é despertada? (Ela se põe a dançar com o Rei.) Variação: • Proponha às crianças a encenação do enredo presente na cantiga. Inicialmente, são escolhidas três crianças para representar a Linda Rosa, a Bruxa e o Rei, enquanto as outras cantam e rodam. Depois, troque as crianças para que todas participem da encenação. Avaliação: • Verifique se todas as crianças conseguiram interpretar corretamente o que diz a cantiga respondendo aos questionamentos feitos e se conseguiram interagir com os colegas. Mais atividades Um livro, uma história Apresente para a turma um livro de histórias que as crianças ainda não conheçam. Comece explorando as imagens e o texto da capa. Pela capa, verifique se elas conse- guem adivinhar do que a história trata. Depois da leitura, questione as crianças sobre o que elas entenderam da história e proponha uma encenação do texto, desafiando-as a escolher uma cantiga do repertório delas que possa combinar com a história. AL EX AN D R A _K O CH /P IX AB AY 27 D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 27D3-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 27 03/10/2020 19:2403/10/2020 19:24 G U I A P N L D O que diz esse cartaz? Escolha e providencie, com antecedência, a imagem de um outdoor ou de um cartaz de cam- panha de vacinação ou que remeta à saúde. Peça às crianças que apreciem a imagem e pergunte se imaginam o que ela quer transmitir. Depois, faça a leitura do texto com os alunos, explicando o significado de palavras que não conhecem, trocando ideias sobre o objetivo da mensagem. Entendendo as campanhas Sempre que possível, disponibilize cartazes com textos de campanhas atuais e convide as crianças a ler com você e conversar sobre o assunto da campanha. No caso do exemplo, estimule-as a falar sobre a importância da pre- servação do meio ambiente e de jogar o lixo no lugar certo. Fale sobre higiene, saúde e outros problemas que surgem quando o lixo é jogado em qualquer lugar. PR EF EI TU R A D E IT AÚ N A Histórias em tirinhas Apresente às crianças uma tirinha de um personagem do qual elas gostem, inicialmente sem texto. Explore a interpre- tação da sequência de cenas e veja se elas compreendem a história. Faça perguntas sobre os personagens e sobre a história. Dê continuidade à proposta introduzindo tirinhas com textos e diálogos. AL EX AN D R A _K O CH /P IX AB AY AG ÊN CI A N AC IO N AL D E TR AN SP O RT ES T ER RE ST RE S AN TT 28 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 28D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 28 12/05/21 15:4012/05/21 15:40 G U I A P N L D Produção de escrita emergente Muito antes de iniciar o processo de alfabe- tização formal, a criança experimenta produzir escritas, desenhando para representar objetos, participando de jogos simbólicos ou utilizando linguagens diversas, como movimentos, dese- nhos e sons (ANDRÉ; BUFREM, 2012, p. 29). Ao familiarizar-se com materiais impressos (livros, revistas e jornais), a criança reconhece algumas letras, seus nomes e sons e tenta representá-las por escrito ao mesmo tempo que passa a identi- ficar sinais gráficos ao seu redor. A produção de escrita emergente diz respeito a aspectos como o desenvolvimento da coordena- ção motora fina e a manipulação de lápis por meio da prática de desenhos, pinturas, grafismos, colagens, modelagens, em especial aqueles que remetam às formas das letras, tanto bastão quanto cursiva.O educador deve estimular a criança disponibilizando lápis coloridos, papel, giz de cera e outros materiais riscantes e de suporte de escrita para que ela possa produzir suas escritas. Mas não é apenas com lápis e papel que a criança pode produzir escritas. Estas podem ser feitas deslizando o dedo em areia, sobre cartolina com o dedo molhado em tinta, em uma parede com o dedo molhado em água (em que a água seque e a parede não fique manchada). Para crianças que vão iniciar o processo formal de alfabetização, escrever ajuda a reforçar a consciência fonêmica e o conhecimento alfabético. O progresso, na produção escrita, ocorre à medida que se consolida a alfabetização e se avança na literacia. A seguir, são apresentados modelos de atividades que estimulam a criança a produzir suas escritas. Atividade 1 – Desenho nas costas Objetivo: • Desenvolver nas crianças, de maneira lúdica e sensorial, a escrita emergente e o reconheci- mento das formas das letras do alfabeto. Você vai precisar de: • Folhas de papel sulfite; • Lápis grafite ou lápis de cor. Desenvolvimento: 1. Para esta brincadeira, as crianças devem ficar sentadas em fila, cada uma com um lápis e uma folha de papel sulfite à sua frente. – (nome do aluno A), você que é o último da fila, desenhe a letra que quiser na sua folha e, depois, desenhe com o dedo essa letra nas costas de (nome do aluno B), que está na sua frente. – (nome do aluno B) vai tentar descobrir qual letra você desenhou nas costas dele e também vai desenhá-la no papel e nas costas do colega que está na sua frente. E assim continuamos até o primeiro da fila. FREEPIC.DILLER/FREEPIK.COM 29 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 29D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 29 03/10/2020 22:2603/10/2020 22:26 G U I A P N L D 2. Ao final da rodada, peça às crianças que se sentem em roda e comparem as letras que traçaram. – Vamos todos falar juntos a letra que o Breno desenhou no começo da brincadeira. (Crianças repetem a letra que a última criança da fila desenhou, por exemplo: J.) 3. Peça às crianças que fiquem novamente sentadas em fila, porém em diferentes posições, para começar mais uma rodada. Variações: • Proponha que a última criança da fila, que iniciará a brincadeira, desenhe a letra que você falar para ela. • A brincadeira também pode ser realizada propondo à turma que, em vez de traçar somente letras, tracem também números ou façam desenhos simples. Avaliação: • Verifique se as crianças interagem e participam ativamente da brincadeira e se conseguem traçar o formato da letra, respeitando o sentido correto da escrita. Atividade 2 – Músicas populares Objetivo: • Ampliar o repertório musical das crianças e estimular a escrita emergente de pala- vras significativas que compõem a letra da música. Você vai precisar de: • Aparelho multimídia ou computador para executar músicas brasileiras de diferentes gêneros. Desenvolvimento: 1. Escolha uma música, de preferência que permita que as crianças identifiquem as palavras cantadas. Como exemplo, leia uma sugestão de atividade com a canção Alecrim dourado. Alecrim, alecrim dourado Que nasceu no campo sem ser semeado Alecrim, alecrim dourado Que nasceu no campo sem ser semeado [...] (Folclore) 2. Escreva um trecho da letra da música na lousa e proponha algumas perguntas sobre esse trecho. – Qual a cor do alecrim? (Todas as crianças respondem: DOURADO.) Se achar conveniente, mostre algo dourado, para que percebam como se parece com amarelo e laranja. – Onde o alecrim nasceu? (Todas as crianças respondem: CAMPO.) – Agora, cada um vai escolher uma palavra da música para escrever e fazer um desenho bem bonito! Qual palavra vocês vão escolher? (Cada criança diz a palavra que escolher.) 30 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 30D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 30 03/10/2020 22:0503/10/2020 22:05 G U I A P N L D 3. Peça também que escrevam seus nomes nas folhas. Depois, exponha as produções das crianças no mural da sala. Variações: • A mesma atividade pode ser realizada explorando outros gêneros textuais, como parlendas, trava-línguas ou quadrinhas populares. • Pode-se propor que as crianças façam , em uma cartolina , um desenho coletivo sobre o trecho da música, escrevendo as palavras que souberem. Avaliação: • Verifique se as crianças apreciam as músicas e se demonstram interesse em dese- nhar e escrever a palavra que escolheram. Atividade 3 – Jogo da memória com os nomes da turma Objetivo: • Desenvolver o raciocínio lógico e a memorização, além de explorar a escrita emer- gente dos nomes associados a cada par de cartão do jogo. Você vai precisar de: • Pares de fotos de cada criança da turma, colados em pedaços de cartolina ou papel-cartão (for- mando os cartões, todos do mesmo tamanho); • Folhas de papel sulfite e lápis. Desenvolvimento: 1. Com os pares de cartões confeccionados, apre- sente para a turma o jogo. – Quem já brincou de jogo da memória? (As crianças respondem se sim ou não.) – Vamos formar grupos com seis amiguinhos para jogar? (Oriente a formação dos grupos.) 2. Ensine para as crianças as regras do jogo: – Vamos deixar todos os cartões virados para baixo. – Quem for jogar primeiro vira dois cartões para que todos os colegas possam ver. – Se os cartões forem diferentes, é preciso virar para baixo novamente no mesmo local e passar a vez para o colega. – Se os cartões forem iguais, o jogador ganha o par de cartões e joga de novo. – No final do jogo, vocês devem escrever , nas folhas de papel, os nomes dos amigos que estão nos cartões que conseguiram. 3. Deixe as crianças livres para escrever como souberem o nome dos colegas na folha. 4. Ao final, se ainda demonstrarem interesse pela brincadeira, peça que modifiquem os grupos e comecem uma nova rodada. Variações: • Confeccione pares de cartões para o jogo da memória relacionados a outros temas, como animais ou frutas. ES TÚ DI O O RN IT O RR IN CO 31 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 31D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 31 03/10/2020 22:0603/10/2020 22:06 G U I A P N L D • As crianças podem escrever , numa folha e como souberem, os nomes de todos os participantes do grupo que estão jogando e marcar a pontuação referente a cada par de cartão conseguido. Avaliação: • Verifique se as crianças conseguem escrever seu próprio nome e o nome dos colegas e também se identificam as semelhanças e diferenças entre as fotos dos cartões. Mais atividades Nome no pote Usando um pote ou uma caixa baixa com areia, estimule as crianças a escrever o próprio nome, letras, números, fazer alguns traçados variados ou copiar alguma palavra que você tenha escrito na lousa. Letras que faltam Confeccione cartelas com nomes incompletos de animais ou objetos. As crianças devem completar as palavras com as letras que faltam. Aumentando e diminuindo as letras Distribua para cada aluno uma folha de papel sulfite com uma letra qualquer escrita no canto esquerdo, em tama- nho pequeno. A criança deverá copiar a letra na mesma folha, aumentando um pouco de tamanho a cada vez que a reproduz ir. Repita a atividade de maneira inversa, distribuindo uma folha com uma letra grande para a criança fazer a cópia dimi- nuindo o tamanho. VE CT O RP O CK ET /F RE EP IK .C O M BBBB Balões das palavras Encha alguns balões e coloque, dentro de cada um, uma imagem de um objeto ou animal. Distribua os balões e peça para as crianças estourarem e descobrirem o que há dentro. Elas deverão pronunciar o nome do objeto ou animal da ima- gem e tentar escrever a palavra em uma folha. Jogo da roleta alfabética Confeccione uma roleta com todas as letras do alfabeto. A criança gira a roleta e escreve uma palavra ou faz um desenho que represente algo cujo nome comece com a letra sorteada. ED IT O RI A D E AR TE 32 D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 32D3_AVU-GUIA-0045-001-064-MP-G22.indd 32 12/05/21 13:2412/05/21 13:24 G