SÓCRATES: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma espécie de morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo.

GLAUCO: Entendo.

SÓCRATES: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam.

GLAUCO: Estranha descrição e estranhos prisioneiros!

SÓCRATES: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua frente?

O MITO da caverna: mídia e o desenvolvimento do capitalismo. Disponível em: http://blogdotaylon.blogspot.com.br/2011/11/o-mito-da-caverna-midia-e-o.html. Acesso em: 10 dez. 2015.

TEXTO 2

Disponível em: http://www.terraboa.blog.br/2017/08/alegoria-da-caverna-cf-platao.html. Acesso em: 19 abr. 2022.

Considerando o fragmento e a imagem exposta, julgue os itens a seguir.

I. A alegoria de Platão pode ser lida como uma metáfora da condição humana diante do mundo, no que diz respeito ao valor do conhecimento filosófico como ferramenta de compreensão da realidade.

II. O mito da caverna se encerra com uma espécie de discurso que enfatiza o aspecto ético-político do saber filosófico, pois, ao ver a luz, o homem pode se “comportar com sabedoria, seja na vida pública, seja na vida privada.”

III. O processo sucessivo de adaptação do olhar e de busca de uma nova visão do prisioneiro representa o processo dialético descendente que exige uma adaptação da visão do filósofo para que sua missão seja eficaz.

IV. Dada a distância entre o nosso tempo e a alegoria de Platão, a charge exposta perde seu efeito didático, visto que a nossa sociedade já percorreu o caminho do prisioneiro e se encontra livre da ignorância.

É correto apenas o que se afirma em

A) 

II, III e IV.

B) 

II e IV.

C) 

I.

D) 

I, II e III.

E) 

I, III e IV.