DIREITO COMERCIAL 13 Os Contratos Mercantis II O Transporte Noções Gerais Legislação: Código Civil: artigos 730 a 756. Noções Iniciais: O contrato ...
DIREITO COMERCIAL 13 Os Contratos Mercantis II O Transporte Noções Gerais Legislação: Código Civil: artigos 730 a 756. Noções Iniciais: O contrato de transporte é aquele em que uma pessoa ou empresa se obriga, mediante retribuição, a transportar de um local para outro, pessoas ou coisas animadas ou inanimadas. Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. Características Mercantis: De acordo com a doutrina, são comerciais as empresas organizadas de transporte de coisas ou pessoas, mediante cobrança de fretes ou passagens, mas consideram-se civis os serviços prestados por carregadores ou motoristas de praça. Partes no Contrato: São partes no contrato de transporte: a) o transportador; b) o passageiro ou requisitante do transporte. Classificação: É um contrato bilateral, consensual e oneroso. Obrigações das Partes: Prestação de fazer (transportador) e prestação de dar (passageiro ou o requisitante do transporte). É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. É um título de crédito, que atribui ao seu detentor a qualidade de proprietário da mercadoria, e prova a entrega da coisa ao transportador, bem como a obrigação deste de entregá-la no destino. Modalidades do Contrato de Transporte Transporte de Pessoas: O contrato de transporte de pessoas é aquele em que o transportador se obriga a remover uma pessoa e sua bagagem de um local para outro, mediante remuneração. São obrigações do transportador: a) transportar o passageiro e sua bagagem; b) apresentar veículo adequado e com segurança; c) cumprir o trajeto determinado e horário; d) fixar o preço; e) responsabilizar-se pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens (art. 734). Bagagem Bagagem é o conjunto de pertences do passageiro de uso pessoa que, está incluído no preço, que se chama passagem (frete é o preço no transporte de coisa). Transporte de Coisas: Transporte de coisas é aquele em que o expedidor entrega ao transportador determinado objeto que, mediante o pagamento de frete, seja remetido a outra pessoa em local diverso daquele em que a coisa foi recebida. São obrigações do transportador: a) receber, transportar e entregar a mercadoria no tempo e no lugar ajustados (art. 749); b) cumprir o trajeto determinado; c) responsabilizar-se pela coisa transportada. A exploração do transporte rodoviário de cargas é privativa de transportadores autônomos brasileiros, ou a estes equiparados por lei ou convenção, e de pessoas jurídicas que tenham sede no Brasil, pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital social, com direito a voto, pertencentes a brasileiros, e direção e administração confiada exclusivamente a brasileiros. Estas disposições não se aplicam ao transporte de carga própria. O Seguro Noções Gerais Legislação: Código Civil: artigos 757 a 802. Histórico: O seguro é uma instituição que teve desenvolvimento em conseqüência do incremento do comércio marítimo. Os perigos de naufrágios e de pirataria levaram os comerciantes a criarem uma garantia para as cargas dos seus navios. Na sua evolução o seguro se ampliou para abranger os mais variados tipos, como a vida, acidentes, fogo, roubo, além de outros. A partir de então, o seguro teve se afirmado na época moderna, tanto por causa das riquezas acumuladas como pela intensificação dos riscos a que estão sujeitas. Em contrapartida, as técnicas das companhias seguradoras foram apuradas a ponto de se poder dizer hoje, como alguns, que não há mais caráter aleatório, para elas, no contrato de seguro, dada a técnica do cálculo das probabilidades, com base na lei dos grandes números, e ainda a mutualidade, que enseja a formação do bolo para acorrer à indenização dos sinistros. Conceito: Considera-se o contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes se obriga para com outra, mediante o pagamento de um prêmio, garantir o interesse legítimo do assegurado contra prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato. Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada. Características Mercantis: Além da natureza mercantil do seguro, ele também o é por imposição legal, pois só empresas organizadas sob a forma de sociedades anônimas podem celebrá-lo na qualidade de segurador. Partes: São partes no contrato de seguro: a) segurador: é o que assume o risco; b) segurado: é a pessoa física ou jurídica que tem interesse direto e legítimo na conservação da coisa e transfere o risco para o segurador Classificação: O contrato de seguro é: a) bilateral: constitui obrigações para ambos os contraentes; b) consensual: resultante de um acordo de vontades; c) oneroso: traz um sacrifício patrimonial para ambos os lados; d) aleatório: o pagamento da indenização pode ou não ser realizado; e) de adesão: é um contrato com cláusulas e condições pré-estabelecidas. Risco: O objeto do contrato é o risco, que o segurado transfere ao segurador. O risco é o evento futuro e incerto, que se concretizando, ensejará o cumprimento da contraprestação de indenizar por parte do segurador. A expressão “indenizar” é considerada por alguns autores como imprópria, pois envolve a idéia de inadimplemento de obrigação ou culpa, que inexistem no contrato de seguro. Sinistro: Sinistro é a ocorrência efetiva do dano. O risco não se confunde com sinistro. Aquele sempre existe, enquanto este pode, ou não, ocorrer, sendo eventual. Indenização é a prestação da seguradora ao beneficiário, em caso de sinistro. Franquia: Danos à coisa até um certo valor, o assegurador indeniza só quantias maiores que esse valor. No caso dos automóveis, não se trata de franquia, mas de descoberto obrigatório - trata-se de uma quantia que a seguradora não paga nunca. Boa-fé: No seguro, a boa-fé ao contratar é requisito legal, sob pena de ineficácia do contrato, com a perda do prêmio. Isso se dá porque, se o segurado mentir, o segurador estabelecerá um prêmio não correspondente à realidade, e o seguro vira algo parecido com uma aposta. Co-seguro: No caso de seguros vultosos, pode existir mais de uma seguradora a dar cobertura, simultaneamente, a um mesmo risco. O contrato divide o seguro com várias seguradoras. Isso não se confunde com o fato de se fazer vários seguros em cima da mesma coisa, caso em que se fará um rateio entre as seguradoras até o pagamento do prêmio, resguardado o direito de cada seguradora rescindir o contrato, ao saber dos outros contratos. Resseguro: A figura do resseguro consiste na transferência de parte ou toda a responsabilidade do segurador para o ressegurador, para distribuir para mais de um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da contraprestação. Toda vez que uma seguradora segurar além do que pode, deve transferir o excesso o IRB (Instituto Brasileiro de Resseguros). É como se a seguradora fizesse um seguro de sua carteira no IRB, que nada mais é do que uma grande seguradora. Forma do Contrato: O instrumento escrito do seguro é a apólice ou bilhete do seguro, sendo seu elemento de prova. Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio. Modalidades do Contrato de Seguro
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