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COM 13 - Os Contratos Mercantis II

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DIREITO COMERCIAL 
 13 
Os Contratos 
Mercantis II 
 
 
 
 
 
 O Transporte 
 
 
 Noções Gerais 
 
Legislação: 
Código Civil: artigos 730 a 756. 
 
Noções Iniciais: 
O contrato de transporte é aquele em que uma pessoa ou empresa se obriga, mediante retribuição, a 
transportar de um local para outro, pessoas ou coisas animadas ou inanimadas. 
 
Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de 
um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
 
Características Mercantis: 
De acordo com a doutrina, são comerciais as empresas organizadas de transporte de coisas ou 
pessoas, mediante cobrança de fretes ou passagens, mas consideram-se civis os serviços prestados 
por carregadores ou motoristas de praça. 
 
Partes no Contrato: 
São partes no contrato de transporte: 
a) o transportador; 
b) o passageiro ou requisitante do transporte. 
 
Classificação: 
É um contrato bilateral, consensual e oneroso. 
 
Obrigações das Partes: 
Prestação de fazer (transportador) e prestação de dar (passageiro ou o requisitante do transporte). 
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 Copyright 2003 – Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. 
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
 
Conhecimento de Transporte: 
É um título de crédito, que atribui ao seu detentor a qualidade de proprietário da mercadoria, e prova 
a entrega da coisa ao transportador, bem como a obrigação deste de entregá-la no destino. 
 
 
 Modalidades do Contrato de Transporte 
 
Transporte de Pessoas: 
O contrato de transporte de pessoas é aquele em que o transportador se obriga a remover uma pessoa 
e sua bagagem de um local para outro, mediante remuneração. 
São obrigações do transportador: 
a) transportar o passageiro e sua bagagem; 
b) apresentar veículo adequado e com segurança; 
c) cumprir o trajeto determinado e horário; 
d) fixar o preço; 
e) responsabilizar-se pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens (art. 734). 
 
! Bagagem " Bagagem é o conjunto de pertences do passageiro de uso pessoa que, está incluído no preço, que se chama passagem (frete é o preço no transporte de coisa). 
 
Transporte de Coisas: 
Transporte de coisas é aquele em que o expedidor entrega ao transportador determinado objeto que, 
mediante o pagamento de frete, seja remetido a outra pessoa em local diverso daquele em que a coisa 
foi recebida. São obrigações do transportador: 
a) receber, transportar e entregar a mercadoria no tempo e no lugar ajustados (art. 749); 
b) cumprir o trajeto determinado; 
c) responsabilizar-se pela coisa transportada. 
 
! A exploração do transporte rodoviário de cargas é privativa de transportadores autônomos brasileiros, ou a estes equiparados por lei ou convenção, e de pessoas jurídicas que tenham sede no 
Brasil, pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital social, com direito a voto, pertencentes a 
brasileiros, e direção e administração confiada exclusivamente a brasileiros. Estas disposições não 
se aplicam ao transporte de carga própria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 www.concursosjuridicos.com.br pág. 2 
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 O Seguro 
 
 
 Noções Gerais 
 
Legislação: 
Código Civil: artigos 757 a 802. 
 
Histórico: 
O seguro é uma instituição que teve desenvolvimento em conseqüência do incremento do comércio 
marítimo. Os perigos de naufrágios e de pirataria levaram os comerciantes a criarem uma garantia 
para as cargas dos seus navios. Na sua evolução o seguro se ampliou para abranger os mais variados 
tipos, como a vida, acidentes, fogo, roubo, além de outros. A partir de então, o seguro teve se 
afirmado na época moderna, tanto por causa das riquezas acumuladas como pela intensificação dos 
riscos a que estão sujeitas. Em contrapartida, as técnicas das companhias seguradoras foram apuradas 
a ponto de se poder dizer hoje, como alguns, que não há mais caráter aleatório, para elas, no contrato 
de seguro, dada a técnica do cálculo das probabilidades, com base na lei dos grandes números, e 
ainda a mutualidade, que enseja a formação do bolo para acorrer à indenização dos sinistros. 
 
Conceito: 
Considera-se o contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes se obriga para com outra, 
mediante o pagamento de um prêmio, garantir o interesse legítimo do assegurado contra prejuízo 
resultante de riscos futuros, previstos no contrato. 
 
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a 
garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos 
predeterminados. 
 
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para 
tal fim legalmente autorizada. 
 
Características Mercantis: 
Além da natureza mercantil do seguro, ele também o é por imposição legal, pois só empresas 
organizadas sob a forma de sociedades anônimas podem celebrá-lo na qualidade de segurador. 
 
Partes: 
São partes no contrato de seguro: 
a) segurador: é o que assume o risco; 
b) segurado: é a pessoa física ou jurídica que tem interesse direto e legítimo na conservação da 
coisa e transfere o risco para o segurador 
 
Classificação: 
O contrato de seguro é: 
a) bilateral: constitui obrigações para ambos os contraentes; 
b) consensual: resultante de um acordo de vontades; 
c) oneroso: traz um sacrifício patrimonial para ambos os lados; 
d) aleatório: o pagamento da indenização pode ou não ser realizado; 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
e) de adesão: é um contrato com cláusulas e condições pré-estabelecidas. 
 
Risco: 
O objeto do contrato é o risco, que o segurado transfere ao segurador. O risco é o evento futuro e 
incerto, que se concretizando, ensejará o cumprimento da contraprestação de indenizar por parte do 
segurador. 
 
! A expressão “indenizar” é considerada por alguns autores como imprópria, pois envolve a idéia de inadimplemento de obrigação ou culpa, que inexistem no contrato de seguro. 
 
Sinistro: 
Sinistro é a ocorrência efetiva do dano. O risco não se confunde com sinistro. Aquele sempre existe, 
enquanto este pode, ou não, ocorrer, sendo eventual. Indenização é a prestação da seguradora ao 
beneficiário, em caso de sinistro. 
 
Franquia: 
Danos à coisa até um certo valor, o assegurador indeniza só quantias maiores que esse valor. No caso 
dos automóveis, não se trata de franquia, mas de descoberto obrigatório - trata-se de uma quantia que 
a seguradora não paga nunca. 
 
Boa-fé: 
No seguro, a boa-fé ao contratar é requisito legal, sob pena de ineficácia do contrato, com a perda do 
prêmio. Isso se dá porque, se o segurado mentir, o segurador estabelecerá um prêmio não 
correspondente à realidade, e o seguro vira algo parecido com uma aposta. 
 
Co-seguro: 
No caso de seguros vultosos, pode existir mais de uma seguradora a dar cobertura, simultaneamente, 
a um mesmo risco. O contrato divide o seguro com várias seguradoras. Isso não se confunde com o 
fato de se fazer vários seguros em cima da mesma coisa, caso em que se fará um rateio entre as 
seguradoras até o pagamento do prêmio, resguardado o direito de cada seguradora rescindir o 
contrato, ao saber dos outros contratos. 
 
Resseguro: 
A figura do resseguro consiste na transferência de parte ou toda a responsabilidade do segurador para 
o ressegurador, para distribuir para mais de um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da 
contraprestação. Toda vez que uma seguradora segurar além do que pode, deve transferir o excesso o 
IRB (Instituto Brasileiro de Resseguros). É como se a seguradora fizesse um seguro de sua carteira 
no IRB, que nada mais é do que uma grande seguradora.Forma do Contrato: 
O instrumento escrito do seguro é a apólice ou bilhete do seguro, sendo seu elemento de prova. 
 
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na 
falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio. 
 
 
 
 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
 Modalidades do Contrato de Seguro 
 
Noções Iniciais: 
Existe uma variedade muito grande de seguros que são operados e aceitos pelas seguradoras, entre os 
quais podemos citar as que seguem: 
 
1) Seguro de Pessoas: 
Não há possibilidade de estimar um valor pessoal, então se imagina o valor "do risco", mediante 
agente livre. Nesse caso, porém, o segurador fará o cálculo de probabilidade em cima de 
determinadas características do segurado (local de trabalho, tempo de vida estimado, etc.) para depois 
estabelecer o prêmio. Estipulante é quem, num seguro de vida, institui um terceiro como beneficiário. 
Beneficiário é o que foi nomeado para receber a indenização. 
 
2) Seguro de Dano: 
Esta modalidade tem por objeto os interesses relacionados com o patrimônio, sendo mais fácil 
determinar o valor a ser reposto pelo segurador, porque se pode avaliar as coisas. O valor segurado 
está ligado ao valor da coisa. Cada risco (furto, incêndio, etc.) importa num contrato para cada um, 
porque as seguradoras trabalham com carteiras. O que existe é uma cláusula, em determinados 
contratos de seguro de dano, que abrange vários riscos. 
 
 
 
 
 
 A Fiança Mercantil 
 
 
 Noções Gerais 
 
Legislação: 
Código Civil: artigos 818 a 839. 
 
Conceito: 
O contrato de fiança, ou caução fidejussória, é aquele pelo qual uma pessoa se obriga por outra, para 
com o seu credor, a satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra. 
 
Características Mercantis: 
É indispensável para a caracterização da fiança mercantil que o devedor afiançado seja empresário ou 
a obrigação afiançada tenha uma causa mercantil, embora não sendo o fiador empresário. 
 
Partes do Contrato: 
São partes no contrato: 
a) o fiador; 
b) o afiançado. 
 
Classificação: 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
É um contrato de garantia, acessório, unilateral e oneroso (não obstante possa ser gratuito). 
 
 
 
 
 
 Os Contratos Bancários 
 
 
 Mútuo Bancário 
 
Uma das principais operações dos Bancos consiste no empréstimo de dinheiro. O empréstimo de 
coisas fungíveis, como o dinheiro, tem o nome técnico de mútuo. O mútuo bancário em nada difere 
do mútuo mercantil comum. A única diferença é que no empréstimo comum os juros não podem ser 
superiores a 12% ao ano (Decreto n.° 22.626, de 07.04.33 - lei de usura), ao passo que no empréstimo 
bancário o limite dos juros é fixado pelo Conselho Monetário Nacional, que tem no Banco Central o 
seu agente executivo (Súmula 596, do STF e art. 4.°, IX da Lei n.° 4.595, de 31.12.64). 
 
 
 Depósito Bancário 
 
Depósitos são as quantias entregues pelo cliente ao Banco, para serem creditadas na sua conta. Trata-
se de um contrato real, que só se aperfeiçoa com a efetiva entrega da coisa. Depósito a vista é o que 
pode ser sacado a qualquer momento. Depósito a prazo é o que só deve ser levantado após certo 
tempo. O depósito de poupança segue sistemática própria. A conta pode ser individual ou conjunta. A 
conta conjunta, com 2 ou mais titulares, pode ser simples ou solidária. Na conta conjunto simples, o 
dinheiro pode ser levantado por qualquer titulares, mesmo após a morte de um co-depositante. Mas a 
penhora por dívida individual, só pode recair sobre a quota-parte do devedor. A solidariedade que 
decorre da abertura de conta conjunta bancária é ativa. Isso não significa, porém, que haja 
solidariedade passiva entre os co-titulares da conta conjunta. No depósito a prazo fixo pode ser 
emitido um certificado de depósito bancário, que é um titulo de crédito equiparado á nota promissória 
(L 4.728, de 14.7.65,art. 30) No depósito, a propriedade do dinheiro depositado passa para o Banco, 
por se tratar de depósito irregular (de coisas fungíveis), ficando o depositante apenas com um direito 
de crédito. 
 
 
Conta-Corrente Mercantil 
 
Legislação: 
Não está regulado em lei; a ele, no entanto, faz alusão o Código Comercial, abandonando-lhe a 
existência, que se deve, por um lado, aos usos comerciais, e por outro, ao trabalho da jurisprudência 
através dos tempos. 
 
Conceito: 
É o contrato em virtude do qual o Banco se obriga a receber os valores que lhe são remetidos pelo 
cliente (correntista) ou por terceiros, bem como cumprir as ordens de pagamento do cliente até o 
limite de dinheiro nela depositado ou do crédito que se haja estipulado. 
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Partes: 
As partes nesse tipo de contrato são denominadas de correntistas, porém como um credita ou debita a 
outra, é mistér saber em razão de que causas se fazem os créditos ou os débitos. 
 
Características: 
É contrato bilateral, comutativo, consensual e oneroso. 
 
 
 Abertura de Crédito 
 
Pelo contrato de abertura de crédito, obriga-se o Banco a colocar à disposição do cliente, ou de 
terceiro, por prazo certo ou indeterminado, uma importância, até o limite estipulado, facultando-se a 
utilização pelo todo ou parceladamente. A operação pode se dar a descoberto (sem outra segurança, 
além da confiança no cliente) ou acompanhada de alguma garantia real (hipoteca, penhor, fiança, 
etc.). Exemplo de contrato de abertura de crédito em conta-corrente são os chamados cheques-
especiais. 
 
 
 
 
 
 Contratos Bancários Impróprios 
 
 
 Os Cartões de Crédito 
 
Os cartões de crédito surgiram nos Estados Unidos, por volta de 1949, expandindo-se depois por todo 
mundo. Envolvem organizações de grande vulto, sendo comum cartões que dão direito a compras em 
diversos estabelecimentos comerciais. Os cartões de crédito são documentos que recomendam um 
consumidor e o habilitam à aquisição de bens ou serviços, com pagamento diferido, até certo limite, 
junto a fornecedores filiados ao sistema, ou a saques em dinheiro, junto a determinado Banco. 
Dividem-se em cartões de credenciamento ou de bom pagador e cartões verdadeiros ou “strictu 
sensu”. Os cartões podem ser operados por Bancos (cartões bancários) ou empresas de outro tipo 
(cartões não bancários). Os cartões bancários podem ser de pagamento ou de crédito real. Os últimos, 
além de credenciamento para compras, possibilitam também o saque de quantias em dinheiro. 
 
! Os cartões de credenciamento ou de bom pagador não são considerados verdadeiros cartões de crédito, pois são emitidos para uso interno, somente para os clientes da própria 
empresa emissora, valendo apenas por uma aprovação antecipada de crédito. Os cartões 
verdadeiros ou “strictu senso”, ao contrário, introduzem o portador numa cadeia bastante 
ampla de fornecedores filiados ao sistema. 
 
 
 
 
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 O Factoring 
 
Conceito: 
É o contrato pelo qual um comerciante cede a outro, em parte ou na totalidade, os créditos de suas 
vendas a terceiros, recebendo o primeiro o montante desses créditos, mediante remuneração. 
 
Partes do Contrato: 
São partes no contrato de factoring: 
a) o faturizador; 
b) o faturizado. 
 
Classificação: 
É um contrato bilateral, consensual, comutativo, oneroso, de execução continuada,intuito personae, 
interempresarial e atípico. 
 
Obrigações do Faturizador: 
Pagar ao faturizado as importâncias relativas às faturas recebidas e assumir o risco pelo não 
pagamento. 
 
Obrigações do Faturizado: 
a) pagar ao faturizador as comissões relativas ao factoring; 
b) submeter ao faturizador as contas cujos créditos tenciona ceder; 
c) remeter as contas ao faturizador da forma convencionada; 
d) prestar ao faturizador todas as informações, sobre clientes e sobre o recebimento dos créditos 
 
 
 Alienação Fiduciária em Garantia 
 
Legislação: 
Art. 66 da Lei 4.728 de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais), com as modificações do Decreto-lei 
911 de 01.10.69. 
 
Origem: 
A alienação fiduciária inspira-se no “negócio fiduciário”, ou na “fiducia” romana, em que a pessoa 
transferia a propriedade de uma coisa a outrem, para que depois lhe fosse devolvida, após a 
ocorrência de um fato convencionado. O objetivo poderia ser a garantia de uma dívida (“fiducia cum 
creditoris”), ou a simples guarda ou melhor proteção dos bens (“fiducia cum amico”). 
 
Conceito: 
A alienação fiduciária em garantia é um contrato acessório e formal, cuja finalidade é a de garantir o 
cumprimento de uma convenção, como o financiamento de bens móveis, o mútuo, ou o parcelamento 
de débitos previdenciários. 
 
Partes na Alienação Fiduciária: 
São partes: 
a) o credor fiduciário: é quem empresta o dinheiro, é o possuidor indireto da coisa; 
b) o devedor fiduciante: é quem deve, possuidor direto da coisa. 
 
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Objeto de Alienação Fiduciária: 
A alienação fiduciária aplica-se apenas a bens móveis e não imóveis. Bens fungíveis não podem ser 
objeto de alienação fiduciária. Todavia, vários julgados admitem a alienação fiduciária de coisas 
fungíveis, entendendo que neste caso a garantia mantém-se através do estoque. 
 
Mecanismo da Alienação Fiduciária: 
O financiado, ou devedor fiduciante, dá em alienação fiduciária o bem ao credor fiduciário, que se 
torna proprietário e possuidor indireto da coisa, ficando o devedor fiduciante com a posse direta, na 
qualidade de usuário e depositário. Essa transferência, porém, é apenas em garantia, tornando-se sem 
efeito, automaticamente, logo que paga a última prestação. Em caso de mora ou inadimplemento, 
vence-se antecipadamente a dívida toda, e o credor fiduciário poderá tomar a coisa, amigável ou 
judicialmente, devendo vendê-la a terceiros, pagando-se com o resultado. Se houver excesso, recebe 
o devedor pela diferença. A lei é omissa sobre o prazo em que a venda deva ser efetuada. 
 
A Propriedade Fiduciária: 
A propriedade fiduciária, da qual o credor passa a ser titular, advém do contrato e vale imediatamente 
entre as partes. Perante terceiros, porém, a eficácia do título depende do registro no Registro de 
Títulos e Documentos. Trata-se de uma propriedade limitada, que só serve para os fins previstos na 
lei. E resolúvel, pois retorna automaticamente para o devedor fiduciante, no momento em que for 
paga a última prestação. 
 
O Registro: 
Para valer contra terceiros o contrato de alienação fiduciária deve ser registrado nos Registros de 
Títulos e Documentos dos domicílios do devedor fiduciante e do credor fiduciário. Para fins 
probatórios, deve o negócio constar também do Certificado de Registro previsto no Código de 
Trânsito Brasileiro, quando se tratar de veículo automotor. 
 
Quem Pode Ser Credor Fiduciário: 
De acordo com muitos julgados, a alienação fiduciária só se aplica às sociedades financeiras 
autorizadas pelas autoridades monetárias. Outra corrente entende que a garantia também pode ser 
utilizada pelos consórcios, devidamente registrados e fiscalizados. E outras decisões concluem que a 
alienação fiduciária não constitui privilégio exclusivo das financeiras, podendo ser utilizada por 
qualquer credor. 
 
Ação Cabível: 
Em caso de mora ou inadimplemento, e se a coisa não lhe foi devolvida espontaneamente, tem o 
credor fiduciário três medidas contra o devedor: ação de busca e apreensão, ação de depósito e ação 
de execução. Comprova-se a mora pelo protesto do título caucionado, se houver, ou por carta 
registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos. 
 
 
 Arrendamento Mercantil (“Leasing”) 
 
Legislação: 
É basicamente regulado pela Lei 6.099 de 12.09.74 (aspectos tributários do leasing) e pela Resolução 
n.º 351 do Banco Central do Brasil. 
 
 
 
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Conceito: 
Locação de bens móveis duráveis ou imóveis, adquiridos pelo locador para esse fim, sendo dado ao 
locatário, no término da locação, a tríplice opção de prorrogar o aluguel, devolver o bem, ou comprá-
lo pelo seu valor residual. 
 
Partes no Contrato: 
a) arrendatário: é a instituição financeira ou sociedade que se dedique ao arrendamento 
mercantil; 
b) arrendador 
 
Classificação: 
a) solene: exige sempre a sua redução a escrito público ou particular e o devido registro junto 
ao Registro de Títulos e Documentos; 
b) bilateral; 
c) consensual; 
d) oneroso; 
e) comutativo; 
f) de execução sucessiva; 
g) nominado. 
 
Negócio Complexo: 
O leasing aparece como negócio complexo, pois compreende diversas relações jurídicas distintas, as 
quais não se mostram apenas justapostas, mas se enfeixam, combinando-se entre si. Compreende o 
leasing quatro fases: 
a) proposta por parte do arrendatário para aquisição do bem; 
b) compras do mesmo pelo arrendador; 
c) celebração da avença e subsequente entrega do bem ao arrendatário; 
d) exercício da tríplice opção. 
 
! A tais etapas, correspondem relações obrigacionais diversas. Assim, em relação à primeira delas teríamos uma promessa bilateral de locação; referentemente à segunda, uma compra e venda (há 
quem aí entreveja uma relação de mandato, a qual, todavia, se afigura inexistente, pois no caso o 
adquirente não adquire em nome de outrem, mas no seu próprio; à terceira uma locação de coisas 
e uma promessa unilateral de venda e à quarta uma venda eventual. 
 
Código de Defesa do Consumidor: 
Não se considera aplicável o Código de Proteção e Defesa do Consumidor para os contratos de 
arrendamento mercantil de bens móveis, pois ainda que se trate de contrato de adesão, com cláusulas 
gerais previamente estabelecidas em razão da freqüência de sua realização, não se trata de relação de 
consumo ou prestação de serviços. 
 
Modalidades: 
a) leasing operacional; 
b) leasing financeiro; 
c) lease back 
 
1) Leasing Operacional: 
É espécie na qual intervêm, na qualidade de arrendador, o próprio industrial, ou seja, o produtor do 
bem.Geralmente, tem por objeto bens estandardizados (eletrodomésticos, artigos eletrônicos, etc.) , 
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cuja vida útil não é longa. Por essa razão, os contratos são celebrados por prazos curtos e, em 
conseqüência, não apenas as prestações denotam-se insuficientes para cobrir o valor do bem - para o 
que as arrendadoras contam com o valor residual - como é a arrendadora que suporta os riscos da 
obsolescência do bem. É contrato que não reclama a obrigatoriedade da opção de compra, sendo 
realizado via de regra por sociedades especializadas. Pode ser distratado, a qualquer tempo. A 
discussão acerca da natureza financeira da operação de leasing encontra-se hoje amainada. Na 
verdade, a maior parte daqueles que sustentavam o caráter não financeiro do leasing o fizeram ainda 
antes da vigência da Lei 6.099, arrimados na circunstância de que no arrendamentomercantil não se 
identificavam as três fases caracterizadoras da atividade financeira, tal qual apontadas pelo art. 17 da 
Lei 4;595, de 31.12.64, ou seja, a coleta, a intermediação e a aplicação de recursos de recurso 
próprios ou de terceiros. Hoje em dia, entre nós, a natureza financeira do leasing constitui ponto 
pacífico. Entre os doutrinadores dúvida não mais subsiste. Fran Martins é expresso ao considerar o 
leasing uma operação financeira, pois nele há um financiamento da arrendadora ao arrendatário. 
 
2) Leasing Financeiro: 
Ao contrário do leasing operacional, é realizado por instituições financeiras, tendo por objeto 
qualquer bem móvel ou imóvel. Tendo em vista que são contratados a médio ou longo prazo, o valor 
das contraprestações é suficiente para cobrir o valor do bem e a obsolescência do mesmo é suportada, 
desta feita, pela arrendatária (deriva daí a importância da cláusula que, no contrato, prevê, a 
possibilidade de substituição do bem). Da avença deve constar obrigatoriamente a possibilidade de 
opção de compra em favor do arrendatário. É irrevogável. O leasing financeiro comporta ainda uma 
outra modalidade o self leasing, no qual as partes contratantes encontram-se vinculadas ou por laços 
grupais, ou de controle ou de coligação. A lei 6.099/74 excluiu de seu âmbito o self leasing ao 
estabelecer no art. 2.° que “não terá o tratamento previsto nesta lei o arrendamento de bens 
contratados entre pessoas jurídicas direta ou indiretamente coligadas ou interdependentes, assim 
como o contratado com o próprio fabricante”. O art. 32 da resolução 980/84 explicita quando se 
considera coligada ou interdependente a pessoa jurídica, sendo certo que o art. 33 expressamente 
veda o contrato de arrendamento mercantil com pessoas jurídicas coligadas ou interdependentes; 
acionistas que participam com 10% ou mais do seu capital, administradores da entidade e seus 
respectivos cônjuges e parentes até 2.° grau e com o próprio fabricante do bem arrendado. A razão do 
preceito está em evitar que certas instituições financeiras, para contornar o excesso de imobilização, 
valham-se do self leasing. 
 
3) Lease-Back: 
Outra forma de arrendamento mercantil admitida pela lei 6.099 é o lease-back. É contrato pelo qual o 
proprietário de bem (móvel ou imóvel) o vende à sociedade de leasing (sempre uma instituição 
financeira) que, o adquirindo, o arrenda à primeira. Encerra, portanto uma tradição ficta.A vantagem 
desse tipo de leasing - que é apenas empregado em operações de vulto - reside na circunstância de 
que pela alienação de um bem do ativo imobilizado, há liberação de capital de giro. O lease-back 
pode ser decomposto em dois negócios jurídicos que, embora distintos - venda e arrendamento - 
apresentam-se coligados já que um representa a causa do outro. 
 
Cláusulas Contratuais: 
Do contrato de arrendamento mercantil devem constar necessariamente as cláusulas abaixo: 
a) descrição minuciosa dos bens que constituem o objeto do contrato com todas as 
características que permitam sua perfeita identificação; 
b) prazo do arrendamento; 
c) valor das contraprestações ou fórmulas de cálculo das contraprestações, bem como o critério 
para o seu reajuste; 
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d) forma de pagamento: o pagamento é sempre periódico, mas lapso nunca superior a seis 
meses; 
e) tríplice opção: tal opção deve ser exercida apenas por ocasião do término do contrato sob 
pena de a operação vir a ser considerada como compra e venda a prestação; 
f) fixação do preço de compra ou critério para sua fixação; 
g) despesas e encargos adicionais; 
h) condições para eventual substituição de bem arrendado por outro da mesma natureza que 
melhor atenda às conveniências da arrendatária; 
i) responsabilidade adicionais em decorrência de: uso indevido ou impróprio do bem 
arrendado, seguro previsto para cobertura de risco dos bens arrendado, pelo arrendatário, 
danos causados a terceiros pelo uso do bem e ônus advindo de vícios dos bens arrendados; 
j) faculdade de vistoriar os bens objeto de arrendamento e de exigir a arrendatária a adoção de 
providência indispensáveis à preservação da funcionalidade e da integridade dos referidos 
bens; 
k) obrigações da arrendatária nas hipóteses de inadimplemento, destruição, perecimento ou 
desaparecimento do bem arrendado; 
l) possibilidade de cessão do contrato. 
 
Essas são as cláusulas impostas por lei. Mas a avença admite outras previsões. Assim, por exemplo, é 
possível estabelecer garantias suplementares (como fiança, hipoteca), extremamente úteis para as 
hipóteses de destruição ou perecimento do bem objeto do arrendamento. 
 
 
 
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 Bibliografia 
 
 
• Contratos Mercantis 
 Waldírio Bulgarelli 
 São Paulo: Editora Atlas, 5º ed., 1990. 
 
• Manual de Direito Comercial 
 Fábio Ulhoa Coelho 
 São Paulo: Editora Saraiva, 2002 
 
 
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