Buscar

Os rituais estão presentes nas mais diversas religiões, todavia existem elementos que são comuns em todos os rituais, pois de acordo com Gomes (201...

Os rituais estão presentes nas mais diversas religiões, todavia existem elementos que são comuns em todos os rituais, pois de acordo com Gomes (2013, p. 147), Um ritual é composto de um conjunto de comportamentos padronizados, com começo, meio e fim. Esses comportamentos se diferenciam do comportamento corriqueiro, embora este também possa ser visto como padronizado, por fazer parte de uma rotina, de uma repetição de mesmos comportamentos. A diferença entre ritual e rotina, do ponto de vista comportamental, é equivalente à diferença entre o sagrado e o profano. O ritual segue uma sequência predeterminada e que está estruturada de tal forma que é possível percebê-la nas mais diferentes religiões. No primeiro momento, “Todo ritual se inicia impondo um corte nos eventos anteriores, mostrando que algo especial está para acontecer” (GOMES, 2013, p. 148). Esse é o momento em que é demarcado um espaço diferenciado no tempo, na vida daqueles que estão envolvidos. É o instante em que se exige do crente uma nova postura, um comportamento diferente que demonstre que se está vivendo um momento diferente, foge daquilo que é comum, da rotina, do profano, e adentra-se no âmbito do sagrado. Num segundo momento, “o ritual passa pela fase intermediária, em que fica evidente que algo diferente está acontecendo” (GOMES, 2013, p. 148). Passado o estágio de rompimento com os eventos anteriores, esta etapa é caracterizada pela clara diferença entre aquilo que é corriqueiro. É um estágio onde o inesperado pode acontecer, é marcado por comportamentos fora do padrão convencional, pois o indivíduo que está vivenciando esta fase pode apresentar um comportamento divergente, inesperado e fora do comum, é o êxtase. Na etapa final é a conclusão do ritual. “Tal conclusão parece ser a resolução da fase anterior, isto é, a definição da condição esperada por todos que participam do ritual” (GOMES, 2013, p. 148). Passado o estágio intermediário, é necessário se preparar para reincorporar o comum. Desta forma, a conclusão seria na verdade uma desaceleração e o retorno ao estágio anterior ao ritual, pois como afirma Gomes (2013, p. 148), a conclusão “permite a volta segura ao status anterior dos participantes, bem como dos eventos corriqueiros”. Existem diferentes tipos e finalidades de rituais. Os rituais de iniciação são comuns em algumas culturas tribais. De acordo com Sztutman (2008, p. 1), Os rituais de iniciação, por exemplo, consistem em fazer com que neófitos [iniciantes] sejam separados do convívio social e, assim, se submetam a um estado de liminaridade no qual a fronteira do mundo social, humano, parece borrar-se. É somente passando por esse estado de liminaridade que o neófito poderá voltar a este mundo, agora de maneira transformada. Qual a importância dos rituais de iniciação nas culturas tribais?

a) Separar os iniciantes do convívio social para transformá-los e reintegrá-los de forma diferente.
b) Estabelecer um momento de êxtase e comportamentos divergentes.
c) Criar um espaço diferenciado no tempo e na vida dos participantes.