No Direito Brasileiro existe Repristinação tácita, e ou, só expressa ?

Lei de introdução às normas do direito brasileiro. Art. 2 §3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Imaginemos o CC de 1916, o CC de 2002, e um suposto CC de 2050. Quando o CC de 2002 entrou em vigor o CC de 1916 foi completamente revogado. Imaginemos que o CC de 2050
chegue, e assim revogue o CC de 2002.

Com a revogação da lei revogadora, o CC de 1916 voltaria a produzir seus efeitos jurídicos
automaticamente? Não. Mas é possível que a nova lei em razão da revogação da lei
revogadora restaure os efeitos jurídicos da lei já revogada? Sim. Primeira parte deste art. 2º,
§3º.

A repristinação é um fenômeno necessariamente expresso. Não se presume a repristinação. É
um fenômeno de natureza expressa. Não se pode confundir repristinação com efeito repristinatório.

Efeito repristinatório (do art. 11, §2o da Lei 9868/99): apesar de repristinar significar essa
restauração de uma norma já revogada, o efeito repristinatório ocorre de forma distinta. O
efeito repristinatório não tem três leis envolvidas e não é um fenômeno de sucessão legislativa
como é a repristinação. No efeito repristinatório você tem duas leis e você está diante de um
conflito de constitucionalidade. Quando a lei objeto da ação indireta de inconstitucionalidade
é revogadora de outra, com a concessão da cautelar suspendendo essa nova lei objeto da
ação, automaticamente a norma anterior que foi supostamente por ela revogada volta a
produzir os seus efeitos, a não ser que tribunal decida afastar o efeito repristinatório.

O efeito repristinatório também pode estar presente na decisão final. Se a decisão final for
pela inconstitucionalidade da lei com efeito ex tunc, normalmente o efeito repristinatório vai
ocorrer para evitar a lacuna normativa.