Durante o século XIX, os movimentos populares ganharam destaque na França e na Inglaterra, especialmente em contextos de crise econômica, repressão política e desigualdade social. No entanto, a forma como esses movimentos foram interpretados pela historiografia variou ao longo do tempo. O historiador George Rudé, em sua obra sobre a multidão na história, chama atenção para a distinção entre os militantes — aqueles que participavam ativamente das revoltas — e a maioria passiva da população, que, embora compartilhasse das mesmas condições sociais, não se engajava diretamente nas ações coletivas. A partir da segunda metade do século XIX, tornou-se comum associar a multidão à barbárie, reforçando uma visão dicotômica entre a sociedade “civilizada” e os grupos populares que a ameaçariam por dentro. Essa percepção foi alimentada por elites que viam com desconfiança a crescente organização dos trabalhadores urbanos, cujas condições de vida eram marcadas pela pobreza extrema e pela exclusão dos padrões burgueses de consumo e comportamento. Analise, com base no estudo de caso, qual alternativa expressa corretamente a percepção sobre a multidão e as condições de vida