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Considere a expressão “bate a nossa porta”, destacada no segundo parágrafo do texto. Da forma como está grafada, ela é ambígua, uma vez que “a nossa porta” pode ser lido tanto como objeto direto quanto como objeto indireto de “bater”, uma diferença que tem implicações semânticas para o verbo em questão. Considerando o texto, a interpretação correta para a expressão, no contexto em que está empregada, é a de que se trata de um objeto:
a) direto, pois o autor indica a entrada inesperada da ideologia fascista em nosso cotidiano, à qual não se tinha dado, ainda, o devido valor.
b) direto, pois a construção “bater + objeto direto” indica a violência com que o fascismo invade nosso cotidiano, como se arrombasse a porta pela qual entra.
c) indireto, pois “a nossa porta” se trata, no contexto, de um adjunto adverbial de instrumento, referindo-se ao objeto sobre o qual a ação de “bater” é realizada.
d) indireto, pois o autor estabelece uma linha do tempo no desenvolvimento dos fascismos de que fala, a qual culmina na chegada do fascismo a nossos dias.
e) indireto, pois o autor emprega, aqui, a presentificação da ação descrita como uma forma de aproximar o leitor dos fatos retratados, integrando-o à situação.
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Para analisar a expressão "bate a nossa porta" e determinar se é um objeto direto ou indireto, precisamos entender como o verbo "bater" funciona nesse contexto. 1. Verbo "bater": Geralmente, "bater" pode ser usado com um objeto direto (como "bater a porta") ou com um objeto indireto (como "bater à porta de alguém"). 2. Ambiguidade: A frase sugere que "a nossa porta" pode ser interpretada de duas maneiras, o que gera a ambiguidade mencionada. Agora, vamos analisar as alternativas: a) Direto - Fala sobre a entrada inesperada da ideologia fascista, mas não justifica claramente a relação com "bater". b) Direto - Indica a violência da invasão, o que faz sentido, pois "bater" pode ser visto como um ato agressivo, mas não é a interpretação mais comum. c) Indireto - Afirma que "a nossa porta" é um adjunto adverbial de instrumento, o que não é correto, pois "bater" não requer um instrumento nesse contexto. d) Indireto - Relaciona a linha do tempo do fascismo, mas não explica a relação com "bater". e) Indireto - Fala sobre a presentificação da ação, o que pode ser uma interpretação válida, mas não é a mais direta. A interpretação mais adequada, considerando a ambiguidade e o uso comum do verbo "bater", é que "a nossa porta" é um objeto direto, pois a construção sugere uma ação de invasão ou impacto. Portanto, a alternativa correta é: b) direto, pois a construção “bater + objeto direto” indica a violência com que o fascismo invade nosso cotidiano, como se arrombasse a porta pela qual entra.

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O texto a seguir é referência para as questões de 01 a 11.
No trecho em que aparece destacada, a palavra “ordinário” atribui a “fascismo” o sentido de ser:
a) voltado a obscenidades, presentes na linguagem e nos costumes que dominam as redes sociais.
b) corriqueiro, que se faz presente no cotidiano das pessoas, repetindo-se regularmente até se tornar algo habitual.
c) inferior, diferente do que dominou a Itália sob a tutela de Benito Mussolini durante parte do século XX.
d) grosseiro, sem o apuro intelectual por trás da doutrina que embasou o Estado italiano até o final da Segunda Guerra Mundial.
e) medíocre, pois surge a partir do consumismo, que domina o comportamento das sociedades contemporâneas.

Considerando o contexto em que são empregadas no texto, todas as palavras a seguir estão grafadas corretamente, EXCETO:
a) esterotipia
b) sobre tudo
c) bem feito
d) mal-estar
e) algoritmos

Considere a seguinte passagem, retirada do último parágrafo do texto: Ela era um elemento fundamental para o advento de uma nova psicologia. Uma psicologia mais abertamente autoritária, uniforme, mais incapaz de lidar com o que não se submete à contabilidade, à visibilidade unidimensional e espetacular. A palavra “psicologia” poderia ser substituída, nas duas posições em que ocorre no trecho e sem alteração de sentido, por:
a) ciência
b) ideologia
c) cultura
d) filosofia
e) mentalidade

Considere o seguinte período, retirado do texto: E então passou-se cinquenta anos. Assinale a alternativa que reescreve corretamente o período, sem alterar seu sentido ou ferir as normas da língua padrão escrita.
a) E, então, decorreram-se cinquenta anos.
b) Decorreu-se, então, cinquenta anos.
c) E, então, decorreram cinquenta anos.
d) Passou-se, então, cinquenta anos.
e) Passou, então, cinquenta anos.

Considere o seguinte trecho, retirado do texto: Pasolini não estava falando apenas de seu tempo. Ele estava antevendo o nosso, pois sabia que as forças políticas eram débeis para compreender como a cultura e a comunicação são eixos centrais da formação de nossa subjetividade. É correto afirmar, a partir do texto, que as ideias de Pasolini:
a) prognosticavam outra forma de fascismo que não a empregada pelas forças políticas, incapazes de perceber a relevância da cultura para a formação da subjetividade humana.
b) prescreviam a dominação por meio de um fascismo imposto por forças políticas incapazes de perceber a relevância da cultura para a formação da subjetividade humana.
c) entendiam a importância da força política que, no passado, acobertava atentados e, no presente, impõe novas formas de dessensibilização cultural.
d) apresentam indiretamente dois tipos de fascismo, o histórico e o cultural, cada um com formas de agir específicas a favor da dominação cultural das massas.
e) mostram outra dimensão do fascismo histórico inventado na Itália, defendendo que sua preocupação não era apenas o domínio político, mas também a imposição cultural.

Considerando a construção da voz do autor do texto, é correto afirmar que a expressão “como se diz atualmente”, destacada no terceiro parágrafo, é uma estratégia discursiva que mostra, entre o autor e o contexto das redes sociais:
a) uma intimidade, já que demonstra conhecimento do jargão empregado no contexto das redes sociais, do qual faz, então, parte.
b) um distanciamento, mostrando que fala sobre as redes sociais, mas não necessariamente como alguém que se considera parte delas.
c) uma proximidade, mostrando que faz parte daqueles que empregam o termo para se referir ao feed das mídias sociais.
d) um olhar cínico, pelo qual denuncia o uso desnecessário de estrangeirismos, sintoma do fascismo cultural que denuncia em seu texto.
e) um olhar irônico, uma vez que sinaliza como alheio o termo que ele mesmo emprega, mostrando ser impossível fugir à autoridade do fascismo.

De acordo com o texto, o processo de “funcionalização” é definido como a:
a) perda de interesse pelas redes sociais, gerando isolamento e dificuldade de comunicação.
b) adaptação instrumental da personalidade e da linguagem a uma lógica econômica e comunicacional.
c) uniformização dos hábitos de consumo, que leva ao sacrifício das singularidades culturais e territoriais.
d) conquista da autonomia individual por meio da recusa dos padrões de linguagem e comportamento impostos pelas mídias digitais.
e) dessensibilização ante a violência, que anestesia a capacidade de indignação e favorece regimes autoritários.

Segundo o texto, ao afirmar que “falamos como fascistas”, o autor destaca como:
a) a imposição de um vocabulário específico por regimes autoritários suplantou nossa capacidade de expressão autônoma.
b) a dessensibilização coletiva diante da violência e da injustiça foi favorecida pela espetacularização e pela lógica do consumo.
c) as redes sociais, por sua estrutura técnica, impedem a livre expressão e nos forçam a adotar um linguajar padronizado.
d) a herança do fascismo histórico italiano se mantém viva no imaginário ocidental, determinando inconscientemente nosso vocabulário.
e) a perda do emprego formal levou à monetização da intimidade, tornando a linguagem um mero instrumento de sobrevivência econômica.

A noção de “fascismo” que o autor extrai dos escritos de Pasolini caracteriza-se principalmente por:
a) ser uma forma de dominação violenta e explícita, exercida por Estados nacionais contra suas populações.
b) consistir em um regime político ancorado em partidos de extrema-direita que controlam os meios de comunicação.
c) operar por meio da normalização de uma subjetividade autoritária, dessensibilizada e alinhada à lógica do consumo e da comunicação de massa.
d) ser uma doutrina nacionalista que combate a globalização e defende a soberania cultural dos territórios.
e) constituir uma resposta das oligarquias tradicionais contra a democratização prometida pelas redes sociais.

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