O empregado ingressou com reclamação trabalhista, requerendo o pagamento de horas extras e respectivas integrações nas demais verbas do contrato de trabalho. A reclamada, ao apresentar sua contestação em audiência, requereu preliminarmente, a extinção do processo sem julgamento do mérito (Art. 485,VI, NCPC c/c art. 769,CLT), tendo em vista que a demanda não fora submetida a comissão de Conciliação Prévia, na forma imposta pelo artigo 625-D, CLT. Decida a preliminar arguida.
A comissão de conciliação prévia (CCP), embora prevista no art. 625-D da CLT, não é pressuposto processual, nem ao menos condição da ação, de forma que é facultado ao reclamante se submeter a essa.
Vale ressaltar que, impedir a propositura da demanda apenas pela falta de apreciação da mesma pela CCP pode violar o principio do acesso à justiça, o qual garante ao obreiro o direito de pleitear em juizo o que lhe é devido.
As demandas trabalhistas podem ser julgadas e resolvidas pela Justiça antes de serem analisadas pela Comissão de Conciliação Prévia. Contudo, a afirmação de que o processo pode ter seguimento, mesmo não tendo sido submetido a Comissão de Conciliação Prévia, é do STF.
Os relatores do STF entendem que a interpretação do artigo 625-D da CLT contraria a Constituição Federal no que esta dispõe sobre o acesso à Justiça. Ademais, O STF conheceu o artigo 625-D da CLT como um subsistema administrativo que não configura requisito obrigatório para a propositura de processo trabalhista.
Não obstante, note que o artigo 769 da CLT não pode ser utilizado como argumento, uma vez que não há omissão legal da CLT sobre o caso. Portanto, por conseguinte, o artigo 485 do NCPC pode ser também descaracterizado como fundamento para a contestação.
Finalmente, o processo seguirá sem obstáculos, ainda que a ré tenha apresentado os argumentos expostos.
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Direito Processual do Trabalho I
•Anhanguera
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