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sao fontes formais do direito processual do trabalho

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Dri Santos

Direito processual do trabalho

 
 
1. Definição de fontes:
Fonte na linguagem comum significa o lugar das emanações, das origens d as
coisas. Em Direito tem a conotação de “lugar da origem das regras d o Direito.
Apresentar definições da Introdução (Reale, Maria Helena, Tércio, etc.) e discutir
quanto às fontes nos processualistas do trabalho.
 
 
2. Distinção entre fontes formais e materiais:
O Direito distingue fontes formais de fontes materiais. As fontes materiais são
os fatos sociais, n aquilo que eles possuem de prática reiterada e valorada
socialmente.
No campo do processo é possível reconhecer a produção doutrinária e da
jurisprudência como fo ntes materiais de Direito Processual, inclusive em matéria de
Processo do T rabalho. A s fontes form ais, po r sua vez, são aquelas expressões
normativas que o Estado reconhece como aptas para a produção de efeitos jurídicos
na sociedade. Em termos de processo, por conta do devido processo, as fontes
formais são as de exclusiva incidência.
A doutrina possui, n o nosso entender, relevante papel na produção do direito
positivo, inclu sive no que respeita ao Processo do T rabalho . Veja-se, po r exemplo,
que a Exceção de Pré -executividade não é prevista na legislação e é amplamente
praticada a partir da criação da doutrina e da aceitação d a jurisprudência. Os casos
de alteração legislativa ou m esmo de inovação em matéria processual são muitos e
expressivos, o que demonstra a força da produção literária no que tange à influência
do legislador.
 
A jurisprudência, por sua vez, também tem importante destaque na influência
do legislador. Muitas regras de Direito Material e de Direito Processual têm origem
nas decisões reiteradas dos Tribunais. O legislador, então, pela força ideológica das
decisões, sobretudo quando sumuladas, acaba por ed itando d iploma legislativo que
incorpora a interpretação dos Tribunais ao ordenamento jurídico.
 
 
3. As fontes formais de DPT:
 
a) A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A CF é fon te do processo d o trabalho n a parte que dispõe sobre a estrutura, a
organização e sobre a competência da Justiça do Traba lho arts. 111 a 116 da CF.
É de se destacar, contudo, a importância d os princípios p rocessuais
constitucionais, previstos no art. 5º da CF, e que são praticados em todos os
processos: civil, penal e trabalhista. Podemos destacar, entre eles , o princípio do
 
 
 
 
devido processo legal, o princípio do juiz natu ral, o princípio da ampla defesa e do
contraditório, o princípio da publicidade dos atos processuais, o princípio da
necessidade de fundamentação das decisões, o princípio do acesso à Justiça e o
princípio da entrega jurisdicional num prazo razoável.
 
 
b) A CLT:
As regras sobre processo na CLT estão previstas entre os arts. 643 e 901. Ali
temos inúmeras regras que versam sobre a compe tência das Varas do Trabalho e
Tribunais, sobre atos, forma e prazos processuais, relativamente às partes e
representantes, sobre as postulações (petição inicial e defesa), em torno das provas,
relativamente à sentença trabalhista, sobre o sistema recursal e quanto à execução
das decisões.
A CLT se ressente, todavia, de uma sistematização razoável e rec onhece a
possibilidade de omissões na regulação da tramitação dos processos, no que remete
os aplicadores do direito ao u so supletivo do processo comum arts. 7 69 e 889 da
CLT. De fato, a CLT em matéria de processo é com sistema defeituoso, sem
racionalidade e com omissões significat ivas. Quan to a este últim o aspecto,
destacamos, po r exemp lo, que a CLT não contemp la regras sobre a intervenção de
terceiros e sobre medidas cautelares.
 
 
c) A Lei n. 5.584/70:
Dispõe sobre um rito procedimental especial aplicável às ações de até 02
salários mínimos. Há quem inte rprete, contudo, que o referido rito procedimental não
exista mais porque ele teria sido incorporado pelo rito sumaríssimo. Subsiste, no
entanto, a constatação de que esta lei regula a assistência judic iária p or sindicatos no
processo do trabalho, a restrição do recurso contra a sentença, uma disciplina mínima
da prova pericial e uma forma mais simples de registrar os fatos que forem trazidos ao
processo pelas partes e pelas testemunhas.
 
d) O Direito Processual Comum:
Por força do que estabelecem os arts. 769 e 889 da CLT, o direito processual
comum é fonte f ormal do processo do trabalho. De destacar, quan to ao processo
comum o s seguintes d iplomas de aplicação ao processo do trabalho : CPC, CDC,
ECA, Lei da Ação Popular, Lei da Ação Civil Pública e o Decreto-lei n. 779/69.
Não podemos perder de vista, no entanto, que temos duas condições à
aplicação das regras do processo comum no proce sso do trabalho. E ssas condições
são: a omissão da CLT e a compatibilidade da norma que se pretende aplicar.
Como d issemos noutra oportunidade, um dos problemas m ais instigantes da
atualidade do processo do trabalho é o relativo à aplicação supletiva d as regras d o
processo comum. É que a aplicação supletiva de outras regras processuais que não a
CLT deve se ampa rar em lacuna do diploma celetista e em com patibilidade do
dispositivo a ser aplicado com os princípios do processo especial, conforme a já
mencionada regra de contenção que consta no art. 769 da CLT.
Corrente de interpretação que tem ganhado fo rça asse vera que a lacuna que
autoriza a aplicação supletiva do processo comum não é apenas a lacuna
normativa, m as também as chamadas lacunas ontológicas e axiológicas. A lacuna
ontológica é a quela configurada pela falta de cont emporaneidade da norma.
 
existente. Há uma norma regulando a questão na CLT, mas ela não é adequada em
vista dos avanços históricos. Exemplo desse tipo de lacuna nós encontrávamos no
art. 830, alterado recentemente, que desconsiderava a existência dos modernos
meios de reprodução de documentos, xerox e fax.
A lacuna axiológica conside ra o valor da regra existente em confronto com a
regra a ser utili zada em substituição. A regra pode ser aplicada em substituição da
existente se ela contiver um valor social que se sobreponha ao valor da regra
específica, segundo essa int erpretação. É o ca so, p or exemplo, da previsão de
julgamento da exceção de su speição ou de impedimento pelo próprio órgão cuja
imparcialidade a parte su scita. Nesse caso, é evidente que a regra d a CLT de ve ser
substituída pelas regras do CPC, que se sobrepõem do ponto de vista ético. No
caso retratado também consideramos a existência de uma lacuna ontológica, já que
as regras da CLT sobre as exceções em questão sã o do tempo em que a
composição dos juízos de primeiro grau era paritária.
Relativamente à questão da compatibilidade, observamos que n ão se trata de
critério objetivo. A essência do que é ou não compatível é juízo subjetivo, variável e,
destarte, controverso. Interpretamos, de qualquer modo, que a compatibilidade da
regra do processo comum a ser deve ser afe rida à luz dos princípios do Processo do
Trabalho. Assim, uma n orma do processo comum pode ser aplicada no Processo do
Trabalho se for compatível com os princípios desse processo, em especial com o
princípio da sumariedade dos ritos, da proteção etc.
 
 
e) Lei n. 6.830/80:
Na e xecução - art. 8 89 da CLT. Essa lei regula a Execução Fiscal, o u seja, a
execução promovida pela Fazenda Pública contra o contribuinte. E la trata de forma
extremamente f avorável a Fazenda Pública e pode se r aplicada na execução
trabalhista. Destarte, a execução trabalhista é regida p rimeiramente pela CLT e em
seguida p ela Lei de Execução Fiscal. Se ainda assim não houver a regra necessária,
o aplicador vai buscar supressão da f alta no processo comum (CPC e outros
diplomas).
Outrossim, com a previsão de que a Justiça do Trabalho tem competên cia para
a execução de m ultas aplicadas pelo Ministério do Traba lho e Emprego, a Lei n. 6.830
é a que rege esse procedimento execu tório ou executivo e, nesse ca so, a Lei n.
6.830/80 deixa de ser fonte subsidiária e passa a ser fonte principal.
 
f) Lei n. 7.701/88:
Esse diploma estabelece normas sobre a organização e especialização dos
Tribunais do Trabalho. Dispõe sobre a estrutura do TST e a competência de seus
órgãos e estatui situações nas quais os Regionais devam especializar seu s órgãos.
 
 
g) Lei complementar 75/93:
A lei complementar em comento nos interessa na parte que regulamentou o
MPT. Ela traça as atribuiçõe s desse órgão que é relevante instrumento de efetivação
do Direito do Trabalho que é o Ministério Público do Trabalho. Na lei encontramos os
instrumentos que se reconhece ao MPT para o desempenho de suas relevantes
atividades, quais sejam: o inqué rito civil; a ação c ivil pública e o termo de ajustamento
de conduta.
 
h) As Súmulas vinculantes do STF:
Após a emenda 45 o STF passou a ter o poder de editar súmulas vinculantes.
Essas súmulas são de observação obrigatória e, eventualmente, podem dispor sobre
forma de proced imentalização. É possível, então, que venhamos a te r alguma regra
processual prevista em súmula vinculante. Vejamos as súmulas vinculantes que nos
interessam no processo do trabalho:
Súmula Vinculante 4
Salvo nos casos previstos na Constituição, o s alá rio mínimo não pod e ser
usado como index ador de base d e cálculo de vantag em de servidor público o u
de empregado, nem ser substituído por decisão jud icial.
Súmula Vinculante 22
A Justiça do Trabalho é competente para process ar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de
trabalho propostas porempregado contra empregador, inclusive aquelas que
ainda não possuíamsentença de mérito emprimeiro grau quando da
promulgação da Em enda Constitucional no 45/ 04.
Súmula Vinculante 23
A Justiça do T rabalho é co mpetente para processar e julgar aç ão p ossessória
ajuizada em decorrência do exercício do direito de g reve p elos trab alhadores
da iniciativa privada.
 
Súmula Vinculante 25
É ilíc ita a prisão civil de depositár io inf iel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.
 
 
4. O Processo do Trabalho, as Súmulas do TST e as Orientações
Jurisprudenciais:
As Súmulas e a s Orienta ções Jurisprudenciais (OJ,s) do TST são
extremamente importantes no que respeita ao Direito Mat erial e ao Direito Processual
do Trabalho. Podemos até dizer que quem não conhece as súmulas e as OJ,s do T ST
não conhece o Direito ou o Processo do Trabalho. A s Súmulas e as OJ,s diferem
entre si a pa rtir do órgão jurisdicional que as aprovam, sendo que a s OJ,s tendem, a
se tornar súmulas.
Acontece, porém, que as súmulas e as OJ, s não são de incidência obrigatória.
Elas são ob servadas, no mais das vezes, mas não podem ser invocada s como se leis
fossem. Enfim, elas são importantes diretrizes de inte rpretaç ão, porém não obrigam
os juízes e as partes. É oportuno destacar, no entanto, que as Súmulas podem
impedir ou justificar recu rsos, o que pode ser comp reendido, nesse caso, com uma
função de fonte de Direito processual do Trabalho.
 
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Gabriela Gattulli

Direito do trabalho é o ramo jurídico que estuda as relações de trabalho. Fontes do direito do trabalho são acontecimentos, fatos e atos que dão origem ao sistema trabalhista. Do ponto de vista material, o sistema trabalhista encontra sua origem em motivos políticos, sociais e econômicos fundamentais à construção de uma determinada forma de sociedade. Na perspectiva formal, está baseado em princípios e regras que se exteriorizam ao mundo por normas jurídicas.

Detalhando as classificações das fontes de direito do trabalho, temos:

Fontes materiais do direito do trabalho- As Fontes materiais se relacionam a um momento pré-jurídico, onde fatores sociais, econômicos etc, influenciam na efetivação de normas jurídicas. Em outras palavras, fontes materiais são fatores que influenciam na criação e alteração das normas jurídicas.

Fontes formais do direito do trabalho- As Fontes formais se enquadram em sua exteriorização na ordem jurídica, na forma de Constituição, emenda à Constituição, etc. Assim, fontes formais são “os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica”.

Fontes heterônomas do direito do trabalho- Fontes heterônomas se enquadram como leis, decretos, são normas elaboradas pelo Estado, sem participação direta dos destinatários da mesma em sua produção.

Fontes autônomas do direito do trabalho - Fontes autônomas são elaboradas pelos próprios destinatários, que regulamentam suas condições de trabalho, diretamente ou por meio de sindicatos. Este é o caso das negociações coletivas de trabalho.

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Luan Bezerra Soares

Precipuamente, há que se dizer, que as fontes formais são aquelas que estão positivadas no ordenamento jurídico. Como fonte formal direta primordial do Direito Processual do Trabalho, temos as normas constitucionais,que serão seguidas pelas leis complementaresordinárias, as medidas provisórias, os decretos legislativos e as resoluções do Congresso Nacional, bem como os decretos-leis

No patamar infraconstitucional, podem ser citadas como fontes formais diretas e base do Direito Processual do Trabalho: a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que dedica o Título X ao Processo Judiciário do Trabalho; a Lei nº 5.584/1970, que dispõe acerca das normas procedimentais e complementares aplicáveis ao processo trabalhista e; o Código de Processo Civil (CPC), aplicável de forma subsidiária (art. 769 da CLT), em havendo lacuna na legislação trabalhista, desde haja compatibilidade com os princípios e regras do direto do trabalho.

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