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Entre as Cidades-Estados gregas (polis), havia uma série de particularidades, entretanto é possível localizar diversas semelhanças, principalmente no que diz respeito a organização política e a ascensão de princípios democráticos. São elementos comuns: “existência de um espaço público e, sobretudo, sua articulação em algumas instituições principais: um conselho (em geral de anciões); uma assembleia, que reunia a população capaz de se armas, ou por vezes toda ela; um tribunal e agentes públicos, eleitos ou nomeados (que chamamos de magistrados), para tocar a ordem do dia a dia” (GUARINELLO, 2016: 87). Para além desses citados, a escravidão não é um elemento de menor importância, na medida em que é fundamental política e economicamente, tento papel tanto na formação da âmbito urbano quanto na barreiras necessárias da liberdade e da cidadania: “Foi o estabelecimento dessa economia escravista – na mineração, na agricultura e nos ofícios – que possibilitou o súbito florescimento da civilização urbana grega. Naturalmente, seu impacto não foi apenas econômico (...). ‘A escravidão, é claro, não era somente uma necessidade econômica, era vital para toda a vida política e social dos cidadãos.’ A polis clássica se baseou na nova descoberta conceitual da liberdade, acarretada pela sistemática instituição da escravidão: agora o cidadão livre se esguia em completa libertação, contra um pano de fundo de trabalhadores escravizados.” (ANDERSON, 2016: 43). Nesse contexto, as instituições democráticas da Grécia clássica, representadas pelos já aqui citados conselhos e assembleias, eram os locais onde ocorriam as oportunidades do cidadão exercer as liberdades de expressão, ou seja, de fala, de protesto, de interferência, de participação política. Entretanto, tal oportunidade era dada apenas aos cidadãos, o que não incluía o conjunto completo de indivíduos que conviviam em um mesmo território: “a linha de demarcação essencial não passava no meio da cidadania constituinte da polis, estivesse ela organizada ou estratificada: a linha essencial dividia os cidadãos (...) dos não cidadãos e dos cativos abaixo deles. A comunidade da polis clássica, não importava quão dividida em classes, se erigia sobre uma força de trabalho escravizada que sustentava toda a sua forma e substância.” (ANDERSON, 2016: 44).
Referências bibliográficas:
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Editora UNESP, 2016.
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2016.
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