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Do que se trata os bens que estão fora do comércio?

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Ana Tragino

BENS QUE ESTÃO FORA DO COMÉRCIO 

   Genericamente todos os bens podem ser apropriados e alienados, porém em exceção à regra encontram-se os bens que não podem ser objeto de relações jurídicas negociais, são denominados inalienáveis ou bens fora do comércio.

   Embora não haja referencia dentro do Novo código civil, de acordo com o art. 69 do Código de 1916, "são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apropriação e as legalmente inalienáveis".

   No sentido jurídico comércio representava a possibilidade de compra e venda, liberdade de circulação e poder de movimentação de bens, os fora de comércio são os que não se enquadram nessas relações jurídicas de alienação.

Existem três categorias de bens que estão fora do comércio, a saber:

   a) Naturalmente inapropriáveis, são todos aqueles que, devido a sua própria natureza e inexorabilidade, não são passiveis de posse, como por exemplo o mar, a luz solar, o ar atmosférico, os direitos personalíssimos também se encaixam nessa categoria  pois são insusceptíveis de apropriação material, tais como o direito à vida, à honra, ao nome. Porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com objetivo de atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio, pois, houve apropriação.

   b) Legalmente inalienáveis, que apesar de sua natureza permitir, tem sua negociação vedada por força de lei. É o caso, por exemplo, dos bens públicos, bens de incapazes, terreno da edificação do condomínio, terras indígenas. Tal impossibilidade, todavia, pode ser revogada, desde que haja lei específica ou decisão judicial. Carlos Alberto Gonsalves ainda inclui na categoria dos bens inalienáveis os valores e direitos da personalidade em favor da dignidade humana como a liberdade, a honra e a vida. Inclui também os órgãos do corpo humano, sendo que sua comercialização é vedada pela Constituição federal.

   c) Indisponíveis pela vontade humana, que são aqueles que sofrem na determinação de sua inalienabilidade, a incidência da vontade do homem, quando ao transmitir um bem a outrem se impõe uma cláusula de inalienabilidade temporária ou vitalícia. É o que pode acontecer, nos casos de doação com encargo, onde o doador estabelece cláusula de inalienabilidade, gravando o bem doado impossibilitando, com efeito, o donatário de transferir o domínio do referido bem.

   Cristiano Chaves de Farias salienta que é “importante observar que a duração das cláusulas restritivas é, apenas, de uma geração, não sendo possível ao titular de um bem clausulado transmiti-lo com a restrição convencional, impedindo, assim, que permaneça muito tempo fora do comercio”. 

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