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De forma sintetizada e clara, o que é teoria monista?

Muitas teorias, estou confusa...

💡 9 Respostas

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Luciana Freitas

a) Teoria unitária (monista) – proclama que há único crime para autor e partícipe, ou seja, todos respondem pelo mesmo crime. 
b) Teoria dualista – preconiza que há dois crimes: um praticado pelo autor; outro, pelo partícipe. 
c) Teoria pluralista – estabelece que haverá tantos crimes quantos forem os participantes. Cada um deles responderá por um delito. 
O CP adotou, como regra, a teoria unitária. Adotou-se, também, como exceção, as teorias dualista e pluralista. 
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria monista ou unitária que, para o professor Luiz Regis Prado seria uma teoria monista de forma “matizada ou temperada”.[1][15] De acordo com o professor Damásio, entretanto, apesar de o nosso Código Penal ter adotado a teoria monista ou unitária, existem exceções pluralísticas a essa regra. É o caso, por exemplo, do crime de corrupção ativa (art. 333 do CP) e passiva (art. 317 do CP); do falso testemunho (art. 342 do CP) e corrupção de testemunha (art. 343 do CP); o crime de aborto cometido pela gestante (art. 124 do CP) e aquele cometido por terceiro com o consentimento da gestante (art. 126 do CP); dentre outros. 

Para a Teoria Monista ou Unitária, o Direito só se concretiza com a ação individualizadora da sentença. 
Já para a Teoria Dualista a separação da atividade judiciária com a legislativa, sendo esta com a criação de preceitos para serem aplicados aos fatos concretos; enquanto aquela se limita em reconhecer tais preceitos para sua aplicação prática. 
Para a concepção dualista o direito existe independente da atividade do intérprete, seja o juiz ou o particular. 

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Rafaela Fratte

Os monistas acreditam que tanto o Direito Internacional quanto o Interno, Nacional, constituem o mesmo sistema jurídico, isto é, há apenas uma única ordem jurídica que dá nascimento às normas internacionais e nacionais. É o entendimento desposado por Hans Kelsen, por exemplo, conforme se depreende do seguinte trecho da ?Teoria Pura do Direito?:"Se esta norma, que fundamenta os ordenamentos jurídicos de cada um dos Estados, é considerada como norma jurídica positiva- e é o caso, quando se concebe o direito internacional como superior a ordenamentos jurídicos estatais únicos, abrangendo esses ordenamentos de delegação- então a norma fundamental- no sentido específico aqui desenvolvido, de norma não estabelecida, mas apenas pressuposta- não mais se pode falar em ordenamentos jurídicos estatais únicos, mas apenas como base do direito internacional". 

O monismo dará margem, por sua vez, à outra cisão: em havendo origem comum para as normas nacionais e internacionais, como será possível escaloná-las? Pode-se propugnar pela supremacia do Direito Interno, reconhecendo, in casu, o Direito Internacional como mero desdobramento do Direito Interno; pode-se defender a tese da supremacia das normas internacionais, considerando então que a autonomia estatal encontra seu limite no ordenamento internacional; e, por fim, há a chamada corrente do monismo moderado, que vê equivalência entre as normas nacionais e internacionais, devendo possível conflito ser suprimido mediante critérios próprios, como o da revogação da lei mais antiga pela mais recente. 

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Ivana de Freitas

Outro ponto controverso da doutrina kelseniana é o monismo jurídico, quiçá pela própria complexidade das asserções do mestre de Viena.

Luís Recaséns Siches é peremptório ao afirmar que "todos los juristas coincidem en afirmar que el Derecho (positivo), es la expresión de la voluntad del Estado." Todavia, a tese de Hans Kelsen foi muito além, já que o professor austríaco unificou, reunindo num só corpo, o Estado e o Direito. Kelsen "estabelece uma identidade essencial entre Estado e Direito, sendo o primeiro apenas a pessoa à qual deve ser referido o ordenamento jurídico considerado como um todo."

Noutra palavras, o Direito não se distingue do Estado, sendo este a personalização de uma ordem jurídica, vale dizer, de todo o ordenamento jurídico. Ao tecer escorreita dissecação acerca do monismo de Hans Kelsen, o Professor da Universidade de Barcelona, Angel Latorre, vaticina que, na visão de Kelsen, "qualquer acto estadual é um acto jurídico, e o que fazemos as atribuir um determinado acto humano ao Estado é atribuí-lo à unidade jurídica."

Assim, Hans Kelsen combateu pervicazmente o tradicional dualismo existente entre Estado e Direito, alçando o monismo ao seu mais súpero estágio. Direito e Estado, em sua teoria, estão umbilicalmente ligados. Mais ainda, são conceitos que se fundem entre si. Em suas próprias palavras:

"A Teoria Pura do Direito elimina o dualismo de Direito e justiça e o dualismo de Direito objetivo e subjetivo; ela abole o dualismo do Direito e Estado".

E firma definitivamente sua posição noutra obra de dilatada sabença:

"Assim, o Estado é transformado, de um simples fato de poder, em Estado de Direito, que se justifica pelo fato de fazer o Direito. (...) O Estado é uma ordem jurídica relativamente centralizada."

O fim do Direito, então, é o Estado. A razão ontológica do Direito é a estatabilidade. É, portanto, o Estado, o representante da vontade de quem põe em prática o Direito. No modo de ver do Professor Miguel Reale"em última análise, o essencial é dizer que segundo o monismo , só o sistema legal posto pelos órgãos estatais deve ser considerado Direito Positivo, não existindo positividade fora do Estado e sem o Estado."

Pelas mesmas águas navega a doutrina ministrada pelo emérito Professor Arnaldo Vasconcelos, ao enredar sobre o monismo kelseniano, in verbis:

"Das concepções até agora examinadas, a única declaradamente monista é esta de Hans Kelsen.Identifica-se Direito com Direito positivo estatal, ou mais precisamente: Direito com Estado. Só existe Direito com positividade e essa decore, tão-somente, do Estado. A soberania torna-se a fonte exclusiva de criação do Direito." (grifamos).

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