Mário e André são amigos, mas há muito tempo não se viam. No dia 21 de setembro de 2006 encontraram-se na porta do fórum, ao saírem de suas audiências onde seus filhos lhes pediam alimentos. Durante a conversa, Mário comentou que havia sido condenado ao pagamento de pensão de alimentos a seus dois filhos no montante correspondente a 30% de seu salário. Já André disse que foi condenado a pagar 20% de seu salário a seus quatro filhos. Sabe-se que na Lei de Alimentos (Lei n° 5.478/68) não há previsão taxativa acerca do montante da condenação aos alimentos. Em sendo assim, que tipo de elemento para a integração das leis o juiz utilizou para decidir os processos?
Na fixação de alimentos não há uma norma taxativa que indique o valor a ser pago a título de alimentos (pensão alimentícia), de modo que esse montante varia conforme os perfis das partes, devendo ser fixado pelo juiz caso a caso, analisando as provas em relação ao pedido e à renda do devedor, arbitrando a pensão seguindo o binômio necessidade X possibilidade. Essse binômio é composto pela necessidade do alimentando versus a possibilidade do alimentante.
O juiz, verificadas tais questões, analisará quanto o alimentando necessita para sua sobrevivência digna, mas dentro das possibilidades do alimentante. Isso se dá para evitar tanto o enriquecimento sem causa do alimentando quanto a oneração excessiva do alimantante.
Essa é a interpretação amplamente majoritária da Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68), sobretudo em relação ao disposto em seu art. 2º:
Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.
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Introdução ao Direito I
•UFMA
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