A formação dos novos sujeitos sociais é um processo de educação que é também um modo de produção da formação humana, sendo mais significativo do ponto de vista social, político e pedagógico por ser movida por uma luta social centrada em questões de sobrevivência. Falar da existência de um processo educativo no interior de processos que se desenvolvem fora dos canais institucionais escolares implica em ter como pressuposto básico uma concepção de educação que não se restringe ao aprendizado de conteúdos específicos transmitidos através de técnicas e instrumentos do processo pedagógico (SOUZA, 2010).
A consciência adquirida progressivamente através do conhecimento sobre quais são os direitos e os deveres dos indivíduos na sociedade atual, em determinadas questões por que se luta, leva à organização do grupo. O saber popular politizado, condensado em práticas políticas participativas, torna-se uma ameaça às classe dominantes à medida que ele reivindica espaços nos aparelhos estatais, através de conselhos ou outras organizações com caráter deliberativo. Isto porque o saber popular estaria invadindo o campo de construção da teia de dominação das redes de relações sociais e da vida social (SOUZA, 2010). Tornar-se um sujeito consciente e reflexivo neste processo é um dos grandes desafios pedagógicos dos movimentos sociais, e uma das razões de valorizar cada vez mais as atividades específicas da educação popular.
SOUZA, J. F. Educação popular enquanto um pedagogia, movimentos sociais populares lócus educativo. In: JEZINE, E.; ALMEIDA, M. L. P. Educação e movimentos sociais: novos olhares. 2º ed. Campinas: Editora Alínea, 2010, p. 123-153.
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