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Trata-se de título de crédito na modalidade de ordem de pagamento, através do qual são liquidadas de uma só vez duas obrigações. No que se refere a sua legislação, a letra de câmbio é regulamentada pelo decreto-lei 57.663/1966 (Lei Uniforme de Genebra) e pelo decreto-lei 2.044/1908 (Lei Cambial). • O decreto-lei n° 2.044, que trata das Letras de Câmbio e das notas promissórias, vigora no Brasil desde 1908. A par disso, o Brasil adotou a LUG (Lei Uniforme de Genebra), que também dispõe sobre estes mesmos títulos. • A LUG foi recepcionada no ordenamento brasileiro em 1966 através do decreto-lei n° 57.663 e contém dispositivos chamados de reservas, os quais não se aplicam no Brasil. As reservas são matérias que a LUG estabelece que devem ser tratadas pela lei própria de cada país. • Desta forma, convivemos no Brasil com as duas legislações, ficando convencionado que: em regra, prevalece a LUG, sendo aplicada a lei cambial somente em duas situações: casos omissos na LUG e nos casos de reservas. Após emitir a letra de câmbio, ela tem que ser apresentada ao sacado, para que este manifeste sua concordância para participar ou não da relação cambial, ou seja, para que faça ou não o aceite. Se o sacado aceitar, se tornará sacado aceitante e assumirá a condição de devedor principal. Nos títulos com aceite, o sacador, os endossantes e os endossantes + avalistas (este se houver) serão tidos como coobrigados; isto ocorre com relação ao sacador, por força da disposição do art. 9° da LUG, no entanto, se o sacado discordar, ele estará fora da relação cambial. Vamos lembrar? - Sacador: emitente | Sacado: quem recebe a ordem para pagar | Tomador: credor. CLASSIFICAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO I. Quanto à emissão - não causal (pode ser emitida diante qualquer situação, para definir qualquer tipo de tratativa) II. Quanto à estrutura: - ordem de pagamento: ordem de pagamento: o emitente (sacador) dá uma ordem para que o sacado assuma a responsabilidade para o pagamento da obrigação. III. Quanto ao modelo: - livre: pode ser confeccionada independente de um modelo padrão, pré- estabelecido. Basta que o emitente observe todos os requisitos essenciais e estabelecidos na lei. IV. Quanto à forma de circulação: - à ordem (se transfere por endosso). CIRCULAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO A circulação da letra de câmbio se dá através do endosso (meio de transferência de um título de crédito à ordem de um credor a outro). • O endossante/endossador é aquele que irá fazer a letra de câmbio. • O endossatário é aquele que recebe a letra de câmbio; é o credor. Somente o credor (tomador) é que pode transferir o título de crédito para outro credor através do endosso. O credor sempre será o último endossatário. • Na medida em que o tomador transfere o título de crédito para outro, ele perde a condição de credor e passa a ser o 1° endossante. • Portanto, o 1° endossante será sempre o tomador. A pessoa que recebe o título de crédito se denomina endossatário e, na medida em que o título de crédito for sendo transmitido, o endossatário será endossante, e o último endossatário será o credor. • A essa movimentação de transferência da propriedade de um título se chama cadeia de endossantes.
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