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APG 17 - Glândulas Suprarrenais

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Apg 17: Anatomia e Fisiologia das Glândulas Suprarrenais 
 
Objetivos 
OBJETIVO 1: Compreender a anatomia, histologia e fisiologia doas glândulas suprarrenais dando 
ênfase ao cortisol
OBJETIVO 2: Entender a importância de os médicos salientarem os efeitos colaterais causados 
por determinados medicamentos 
Glândulas Suprarrenais 
 
aspectos anatômicos 
 
Anatomia Geral: 
➔ É dividida em córtex (região mais exterior) e 
medula (regiao mais inferior) 
➔ A medula suprarrenal é responsável pela secreção 
de catecolaminas como epinefrina (adrenalina) e 
norepinefrina (noradrenalina); ela consiste nas 
células de cromafins. 
➔ O córtex adrenal é subdividido em camadas, sendo 
elas: 
• Zona glomerulosa: secreta aldosterona 
regulando o equilibrio de eletrolitos e agua no 
corpo 
• Zona fasciculada: sintetiza e secreta 
glicocorticoides como o cortisol que 
coordena a resposta às situacoes de estresse 
• Zona reticular: produz andrógenos 
adrenais, que regulam o desenvolvimento e 
funcoes sexuais 
 
 
 
 
 
aspectos Fisiológicos 
 
A síntese de todos os hormônios se inicia com o 
colesterol, o qual é modificado por multiplas enzimas, e 
termina como aldosterona, glicocorticoides ou esteroides 
sexuais (androgênios, estrogênios e progesterona). 
As rotas são as mesmas no cortex suprarrenal, nas 
gonadas e na placenta, o que difere de tecido para tecido 
é a distribuicao das enzimas que catalisam diferentes 
reacões 
Os sitios de ligacao nos receptores dos hormonios 
esteroides são similares, o que leva a efeitos cruzados 
quando um esteroide se liga ao receptor de uma 
molecula similar. Receptores mineralocorticoides (MRs) 
para aldosterona são encontrados no néfron distal, mas 
os MRs também se ligam e respondem ao cortisol, o qual 
pode ser mais concentrado no sangue que a aldosterona. 
As células do túbulo renal com MRs possuem tambem 
uma enzima que converte o cortisol para uma forma 
menos ativa, com baixa especificade para receptores 
mineralocorticoides, logo, ocorre a inativação do cortisol, 
bloquando assim seus efeitos cruzados de ligacao ao MRs. 
 
ACTH e o controle da secreção de 
Cortisol 
➔ A via de controle para a secreção de cortisol é 
conhecida como eixo hipotalâmico-hipofisário-
adrenal (HPA) 
➔ A via inicia com o hormonio liberador de 
corticotrofina (CRH) hipotalâmico que é secretado no 
sistema porta hipotálamo-hipofisário e transportado 
para a adeno-hipófise. 
➔ O CRH estimula a liberacao do hormonio 
adenocorticotrófico (ACTH ou corticotrofina) pela 
adenohipófise 
➔ O ACTH por sua vez atua no córtex suprarrenal 
promovendo a sintese e liberação do cortisol 
➔ O cortisol entao atua como um sinal de 
retroalimentação negativa inibindo a secreção de 
ACTH e CRH 
➔ A secrecao do cortisol é continua e tem forte ritmo 
circadiano 
➔ O pico da secreção ocorre pela manha e diminui 
durante a noite. A secreção aumenta com o 
estresse. 
 
O Cortisol 
O cortisol segue o padrao de hormonio esteroide tipico 
para síntese, liberação, transporte e ação 
Ele se difunde para fora das celulas suprarrenais e entra 
no plasma, onde geralmente é tranposrtado por uma 
proteína carreadora chamada de globulina ligadora de 
corticoesteroides (CBG ou transcortina). O hormonio não 
ligado está livre para se difundir para dentro das células-
alvo. 
Todas as células nucleadas do corpo possuem 
receptores glicocorticoides citoplasmáticos 
O complexo receptor-hormônio entra no núcleo e se liga 
ao DNA, alterando a expressão gênica, a transcrição e 
tradução. 
Assim como todos os esteroides tem-se uma resposta 
lenta 
 
A importâmcia do Cortisol 
➔ O cortisol possui um papel mediador do estresse em 
longo prazo. As catecolaminas suprarrenais, em 
destaque a adrenalina, é responsável por respostas 
metabólicas rápidas de luta ou fuga. 
➔ Animais os quais tiveram suas glanudlas suprarrenais 
removidas morreram quando expostos a estresse 
ambiental significativo. 
➔ O efeito metabolico mais importante do 
cortisol é seu efeito protetor contra a 
hipoglicemia. Na ausencia de cortisol, o glucagon 
é incapaz de responder adequadamente a um 
desafio hipoglicêmico. Como o cortisol é necessário 
para a plena atividade do glucagon e das 
catecolaminas ele tem um efeito permissivo em 
relação à estes hormonios. 
➔ Os receptores de cortisol são encontrados em todos 
os tecidos do corpo. 
➔ Todos os efeitos metabolicos do cortisol tem como 
objetivo prevenir a hipoglicemia 
➔ O efeito global do cortisol é catabólico 
 
Funções do Cortisol 
 
 Promove a gliconeogenese no fígado: uma 
parte da glicose produzida no figado é liberada no 
sangue; o restante é estocado como glicogênio. 
Como resultado, o cortisol aumenta a concentração 
de glicose no sangue. 
 Causa a degradação de proteínas do 
músculo esquelético: com a finalidade de 
fornecer substrato paa a gliconeogênese 
 Aumenta a lipólise: disponibiliza ácidos graxos 
aos tecidos periféricos para produção de energia; o 
glicerol pode ser usado para a gliconeogênese. 
 Inibe o sistema imunitário: por meio de 
multiplas vias 
 Causa balanço negativo do cálcio: diiminui a 
absorção intestinal do Ca²+ e aumenta a excreção 
 
do mesmo pela urina, resultando em uma perda 
líquida de Ca²+ no corpo. Além disso, o cortisol causa 
degradação da matriz óssea calcificada. Logo, pessoal 
que realizam tratamentos com cortisol apresentam 
maior indice de fratura dos ossos. 
 Influencia a função cerebral: excesso ou falta 
de cortisol causam mudanças de humor e alteração 
na memória e aprendizagem. Alguns desses efeitos 
podem ser mediados por hormonios da via de 
liberação do cortisol, como o CRH. 
 
Cortisol: Um Medicamento Útil 
 
• O cortisol suprime o sistema imunitário evitando 
a liberação de ocitocinas e a produção de anticorpos 
pelos leucócitos 
• Tambem inibe a resposta inflamatória pela 
diminuicao da motilidade e migração dos 
leucócitos. Esses efeitos fazem do cortisol um 
farmaco util no tratamento de varias condições, 
inclusive de reações alérgicas como picadas de 
abelha, hera venenosa e ao pólen. 
• O cortisol tambem ajuda a evitar a rejeicao de 
orgaos transplantados. Entretando os 
glicocorticoides tambem têm efeitos colaterais 
potencialmente graves devido as suas ações 
metabólicas. 
• Com o desenvolvimento de anti-inflamatórios não 
esteroides (AINEs) como o ibuprofeno, a utilização 
de glicocorticoides para tratamento de problemas 
inflamatórios foi abandonada. 
• A administração exógena de glicocorticoides tem 
efeito de retroalimentação negativa na adeno-
hipófise e pode interromper a produção de ACTH, 
que faz com que as células da suprarrenal que 
produzem conrtisol atrofiem. Por essa razao é 
necessário que pacientes que usem esteroides 
diminuam as doses gradualmente, dando chance da 
hipófise e da glândula suprarrenal se recuperarem. 
 
Disfunções do Cortisol 
Ocorrem devido ao excesso ou falta do cortisol. A res-
ponsividade anormal do tecido é uma causa incomum, de 
distúrbios esteroides suprarrenais 
Hipercortisolismo: excesso de cortisol; causa hiper-
glicemia, imitando diabetes. Pode acontecer devido a hor-
mônios secretados por tumores oi pela administração 
exógena do hormônio. 
Hipocortisolismo: geralmente ocorre depois da des-
truição autoimune do córtex suprarrenal. Defeitos here-
ditários de enzimas necessárias para a produção de es-
teroides suprarrenais causam várias síndromes relaciona-
das. 
 
Riscos de tratamentos 
 
Relação Médico-paciente 
➔ O direito à informação é um dos direitos básicos 
previstos pelo Código de Defesa do Consumi-
dor (CDC) 
➔ Diante da inexistência de legislação específica para 
regulamentação do dever de informação e do di-
reito ao consentimento livre e informado na relação 
médico-paciente, o CDC é o diploma que reúne as 
regras capazes de proteger o sujeito em estado de 
vulnerabilidade e hipossuficiência. 
➔ Muitos pacientes sofrem graves consequências por 
não receberem informações adequadas de seus 
médicos, considerando que determinadosprocedi-
mentos podem trazer efeitos colaterais, sequelas e 
até mesmo risco de vida, cabendo sempre ao pa-
ciente ou ao seu responsável legal decidir sobre o 
tratamento a ser seguido, uma vez que, de acordo 
com o artigo 15 do Código Civil, ninguém pode ser 
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
➔ uma das principais funções do médico é informar. 
Isso porque “a violação do dever de informar pode 
levar o médico ou o hospital a ter que responder 
até mesmo pelo risco inerente (risco inevitável que 
toda cirurgia traz), pela omissão em informar ao pa-
ciente os reais riscos do tratamento” . 
➔ É importante ressaltar que a informação dada ao 
paciente deve ser clara e específica, devendo o 
médico evitar termos técnicos de forma que o pa-
ciente possa compreender completamente os ris-
cos do tratamento ou procedimento cirúrgico. 
➔ Além disso, o médico deve levar em consideração, 
no momento de prestar as informações, o nível de 
escolaridade do paciente, o estado emocional na-
quele momento, o grau de lucidez e compreensão 
para que o paciente tenha plenas condições de 
compreender todos os riscos e efeitos colaterais 
que o tratamento pode trazer, inclusive deve ser 
informada qual a técnica que será empregada, quais 
as chances de êxito e até mesmo o resultado do 
tratamento em casos semelhantes. 
➔ Exceto em casos de perigo iminente, além de utili-
zar todos os meios disponíveis a seu alcance, o mé-
dico deve orientar o paciente sobre sua condição, 
já que tem a obrigação de “informar o diagnóstico, 
o prognóstico, os riscos e os objetivos do trata-
mento”. 
➔ Após serem prestadas todas as informações sobre 
os riscos, caberá ao paciente a escolha de se sub-
meter ou não ao tratamento ou procedimento ci-
rúrgico. É de suma importância que o médico 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729769/artigo-15-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
 
comprove que forneceu tais informações ao paci-
ente antes de iniciar o procedimento, sendo indi-
cado providenciar documento com a assinatura do 
paciente ou de seu responsável legal afim de com-
provar a ciência e a autorização para submissão ao 
tratamento. 
 
Referências: 
• SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma 
Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 
2017. 
• https://isabellacalves.jusbrasil.com.br/artigos
/781440676/medico-deve-informar-ao-
paciente-sobre-os-riscos-do-tratamento

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