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Módulo 6 - Trauma Dentoalveolar


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Módulo 06
Trauma
Dentoalveolar
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO TRAUMA DENTOALVEOLAR .....................................................05
FRATURAS DENTÁRIAS EM DENTES PERMANENTES ...........................................07
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS ...................................................................07
TRATAMENTO ...................................................................................................................09
TRINCA ........................................................................................................................09
FRATURA DE ESMALTE ..........................................................................................09
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR ...............09
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR .............10
FRATURA CORONORADICULAR SEM EXPOSIÇÃO PULPAR .....................10
FRATURA CORONORADICULAR COM EXPOSIÇÃO PULPAR ...................11
FRATURA RADICULAR ...........................................................................................12
ACOMPANHAMENTO ......................................................................................................15
FRATURAS NOS TECIDOS DE SUPORTE DOS DENTES PERMANENTES .........18
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS ..................................................................18
TRATAMENTO ...................................................................................................................20
CONCUSSÃO .............................................................................................................20
SUBLUXAÇÃO ...........................................................................................................20
LUXAÇÃO LATERAL ................................................................................................20
LUXAÇÃO EXTRUSIVA ...........................................................................................21
LUXAÇÃO INTRUSIVA ............................................................................................21
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR ...............................................................22
ACOMPANHAMENTO .....................................................................................................23
AVULSÃO NA DENTIÇÃO PERMANENTE ..................................................................25
COMO ORIENTAR O PACIENTE A AGIR NO PÓS-TRAUMA IMEDIATO
(NO LOCAL DO ACIDENTE)? ..........................................................................................25
VIABILIDADE PARA O REIMPLANTE .............................................................................27
4
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO ...............................................................................28
QUANDO REALIZAR TRATAMENTO ENDODÔNTICO? ............................................29
ACOMPANHAMENTO ......................................................................................................30
FRATURAS DENTÁRIAS EM DENTES DECÍDUOS ....................................................32
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS ...................................................................32
TRATAMENTO ...................................................................................................................33
FRATURA DE ESMALTE ..........................................................................................33
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR ...............33
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR .............33
FRATURA CORONORADICULAR SEM EXPOSIÇÃO PULPAR .....................34
FRATURA CORONORADICULAR COM EXPOSIÇÃO PULPAR ...................34
FRATURA RADICULAR ...........................................................................................35
ACOMPANHAMENTO .....................................................................................................36
FRATURAS NOS TECIDOS DE SUPORTE DOS DENTES DECÍDUOS ...................38
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS ...................................................................38
TRATAMENTO ...................................................................................................................40
CONCUSSÃO .............................................................................................................40
SUBLUXAÇÃO ...........................................................................................................40
LUXAÇÃO LATERAL ................................................................................................40
LUXAÇÃO EXTRUSIVA ...........................................................................................41
LUXAÇÃO INTRUSIVA ............................................................................................41
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR ...............................................................42
AVULSÃO ....................................................................................................................42
ACOMPANHAMENTO ......................................................................................................43
5
INTRODUÇÃO AO TRAUMA DENTOALVEOLAR
Lesões aos dentes e ao processo alveolar são comuns e devem ser consideradas 
situações de urgência, pois o resultado depende do pronto atendimento à lesão. 
Como o tratamento adequado só pode ser realizado após o diagnóstico correto, 
o processo de diagnóstico deve ser realizado imediatamente. No caso de traumas 
mais extensos (como, por exemplo, fraturas de mandíbula e demais ossos da face, 
grandes lacerações ou danos às estruturas neurológicas), o paciente deverá ser 
encaminhado com urgência a um serviço de referência hospitalar.
Quanto às lesões dentoalveolares, que são nosso foco de abordagem neste 
módulo, podemos observar a ocorrência das mesmas, com maior frequência, na 
infância e em adultos jovens. As lesões de luxação são mais comuns na dentição 
decídua, enquanto as fraturas da coroa são mais comumente relatadas para a 
dentição permanente. 
Para um correto planejamento, tratamento e acompanhamento, devemos realizar 
uma anamnese e exame clínico detalhado:
1) Exame neurológico básico 
Tomada dos sinais vitais, observação visual clínica e relatos do paciente quanto 
à presença de distúrbios visuais, náuseas ou vômitos, períodos de inconsciência, 
amnésia, cefaleia e tontura. Caso o paciente apresente qualquer desses sintomas, 
encaminhá-lo ao hospital.
2) História médica do paciente 
Comorbidades sistêmicas, uso de medicação, alergias e cirurgias prévias.
isabelamiquilini
Sublinhado
6
3) História do trauma 
Quando, onde e como ocorreu o trauma?
Que tratamento foi realizado desde que a lesão ocorreu?
Alguém observou dentes ou fragmentos de dentes no local do acidente?
4) Exame clínico extra e intraoral
Atentar para lesões de tecidos moles extraorais e fraturas de ossos da face.
No exame intraoral, observar fraturas dentárias, mobilidade ou deslocamento de 
dentes, tecidos moles afetados, fratura de tecido ósseo alveolar e oclusão.
5) Exames complementares (tomadas radiográficas ou tomografia 
computadorizada)
Verificar estágio de erupção dental, grau de rizogênese dos dentes, fragmentos em 
tecido ósseo, presença de fraturas ósseas ou dentárias, reabsorções radiculares, 
deslocamentos intrusivos e extrusivos, presença de alguma alteração patológica 
e tamanho da câmara pulpar.
Para guiarmos melhor o nosso atendimento de urgência frente aos traumas 
dentoalveolares, este módulo irá abordar os achados clínicos e radiográficos, a 
forma de tratamento e o período de acompanhamento pós-trauma de: fraturas 
dentárias em dentição permanente, fraturas dos tecidos de suporte na dentição 
permanente, fraturas dentárias em dentição decídua e fraturas dos tecidos de 
suporte na dentição decídua.
7
DENTIÇÃO PERMANENTE
FRATURAS DENTÁRIAS EM DENTES PERMANENTES
As fraturas às estruturas dentárias que podemos observar nos dentespermanentes 
são: trinca, fratura de esmalte, fratura de esmalte e dentina sem ou com exposição 
pulpar, fratura corono-radicular sem ou com exposição pulpar e fratura radicular.
Todas elas serão abordadas nesta etapa, iniciando pelos achados nos exames 
clínico e radiográfico, passando pelo manejo e tratamento e finalizando com o 
acompanhamento pós-trauma.
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS
Quadro 1 – Achados clínicos e radiográficos de fratura dentária em dentição 
permanente.
v
SENSIBILIDADE
À PERCUSSÃO
CONDIÇÕES 
PULPARES 
(TESTE DE 
SENSIBILIDADE)
MOBILIDADE
CARACTERÍSTICA
RADIOGRÁFICA
Trinca - + -
Sem 
anormalidades 
radiográficas
Fratura de 
esmalte
- + -
Perda visível de 
esmalte
Fratura de 
esmalte e 
dentina sem 
exposição pulpar
- + -
Perda visível 
de esmalte e 
dentina
ACHADOS
TIPO DE 
FRATURA
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
8
Fratura de 
esmalte e 
dentina com 
exposição 
pulpar
- Polpa exposta -
 Perda visível 
de esmalte e 
dentina
Fratura corono-
radicular sem 
exposição 
pulpar
+
Teste + no 
fragmento apical
+
(no 
fragmento 
coronário)
Extensão apical 
da fratura 
geralmente não 
visível
Fratura corono-
radicular com 
exposição 
pulpar
+ Polpa exposta
+
(no 
fragmento 
coronário)
Extensão apical 
da fratura 
geralmente não 
visível
Fratura radicular
Pode estar 
sensível
Teste – em 
um primeiro 
momento
+
Sangramento 
via sulco 
gengival 
pode ser 
observado
A fratura 
envolve a porção 
radicular e pode 
estar em um 
plano horizontal 
ou oblíquo
+: positivo ou presente / -: negativo ou ausente
Fonte: Adaptado de Diangelis et al. (2012).
9
TRATAMENTO
TRINCA 
1) Em casos de trincas visíveis, pode-se realizar 
selamento com resina composta, para prevenir a 
descoloração das linhas das trincas.
2) Caso contrário, nenhum tratamento é necessário.
FRATURA DE ESMALTE
1) Se o fragmento dentário estiver presente, 
este poderá ser restaurado junto ao dente.
2) Entretanto, se o fragmento não for encontrado, 
devemos lançar mão de restauração com 
resina composta de acordo com a extensão e 
localização da fratura. 
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM 
EXPOSIÇÃO PULPAR
1) Se o fragmento dentário estiver presente, 
este poderá ser restaurado junto ao dente.
2) Se não, pode-se realizar um tratamento 
provisório recobrindo a dentina exposta (com 
ionômero de vidro) ou realizar uma restauração 
com maior durabilidade (utilizando resina 
composta).
Figura 2 – Fratura de esmalte.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
Figura 3 – Fratura de esmalte e 
dentista sem exposição pulpar.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
Figura 1 – Trinca de esmalte.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
isabelamiquilini
Sublinhado
10
3) Se for possível observar a polpa por translucidez (rosa e sem sangramento), o 
cirurgião-dentista deverá realizar um capeamento pulpar indireto com base de 
hidróxido de cálcio. 
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM 
EXPOSIÇÃO PULPAR
1) Em pacientes com rizogênese incompleta 
ou em pacientes jovens com rizogênese 
completa, é vantajoso preservar a vitalidade 
pulpar por meio de capeamento pulpar com 
hidróxido de cálcio ou pulpotomia parcial. 
2) Em pacientes com desenvolvimento 
radicular completo, geralmente a pulpectomia é o tratamento de escolha, embora 
o capeamento pulpar ou a pulpotomia parcial também possam ser realizados.
3) Se o fragmento dentário estiver presente, este poderá ser restaurado junto ao 
dente.
Se não, podemos lançar mão de restauração provisória (com ionômero de vidro) 
ou mais duradoura (com resina composta). 
FRATURA CORONORADICULAR SEM 
EXPOSIÇÃO PULPAR 
- Como tratamento de emergência, uma 
estabilização temporária do fragmento 
com mobilidade pode ser realizada até que 
um plano de tratamento seja elaborado, 
que dependerá da extensão da fratura.
1) LIMITE DA FRATURA VISÍVEL (PRÓXIMO AO NÍVEL GENGIVAL): remoção do 
Figura 5 – Fratura coronoradicular 
sem exposição pulpar.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
Figura 4 – Fratura de esmalte e 
dentista com exposição pulpar.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
11
fragmento coronário fraturado e restauração subsequente da estrutura dentária 
remanescente.
2) FRATURA NA REGIÃO CERVICAL DA RAIZ: remoção do fragmento coronário 
fraturado, realização de gengivectomia (podendo ou não estar associada a 
osteotomia) e restauração/reabilitação protética. 
3) CASOS NÃO PASSÍVEIS DE RESTAURAÇÃO DIRETA OU GENGIVECTOMIA: 
remoção do fragmento coronário, extrusão ortodôntica do remanescente radicular 
e restauração/reabilitação protética.
4) DENTES QUE NÃO PODEM SER RESTAURADOS POIS A EXTENSÃO DA 
FRATURA ATINGE TERÇOS MÉDIO-APICAIS: extração. 
Se houver fratura alveolar concomitante, devemos realizar sepultamento radicular 
e a extração deve ser adiada por algumas semanas para permitir a consolidação da 
fratura, prevenindo, assim, a perda desnecessária do osso alveolar no momento 
da extração.
FRATURA CORONORADICULAR COM 
EXPOSIÇÃO PULPAR
- Como tratamento de emergência, uma 
estabilização temporária do fragmento 
com mobilidade pode ser realizada até que 
um plano de tratamento seja elaborado, 
que dependerá da extensão da fratura.
1) LIMITE DA FRATURA VISÍVEL (PRÓXIMO AO NÍVEL GENGIVAL): remoção 
do fragmento coronário fraturado, tratamento endodôntico e restauração 
subsequente da estrutura dentária remanescente.
2) FRATURA NA REGIÃO CERVICAL DA RAIZ: remoção do fragmento coronário, 
Figura 6 – Fratura coronoradicular 
com exposição pulpar.
Fonte: Diangelis et al. (2012).
12
realização de gengivectomia (podendo ou não estar associada a osteotomia), 
tratamento endodôntico do remanescente radicular e restauração/reabilitação 
protética.
 3) CASOS NÃO PASSÍVEIS DE RESTAURAÇÃO DIRETA OU GENGIVECTOMIA: 
remoção do fragmento coronário, tratamento endodôntico do remanescente 
radicular, extrusão ortodôntica do remanescente radicular e restauração/
reabilitação protética.
4) DENTES QUE NÃO PODEM SER RESTAURADOS POIS A EXTENSÃO DA 
FRATURA ATINGE TERÇOS MÉDIO-APICAIS: extração. 
Se houver fratura alveolar concomitante, devemos realizar sepultamento radicular 
e a extração deve ser adiada por algumas semanas para permitir a consolidação da 
fratura, prevenindo, assim, a perda desnecessária do osso alveolar no momento 
da extração.
Neste tipo de fratura, a abordagem endodôntica é necessária pela 
exposição pulpar gerada pelo trauma:
 Em pacientes com rizogênese incompleta ou em pacientes jovens com 
a rizogênese completa, é vantajoso preservar a vitalidade pulpar por meio 
da realização de uma pulpotomia parcial. 
 Em pacientes com rizogênese completa, o tratamento endodôntico 
deve ser o tratamento de escolha.
FRATURA RADICULAR
A fratura radicular horizontal poderá ocorrer no 
terço cervical, médio ou apical da raiz. 
O tratamento irá variar de acordo com a 
localização.
Figura 7 – Terços radiculares.
Fonte: Ellis III (2015).
13
TERÇO MÉDIO E APICAL
1) Reposicionar o fragmento coronário, nos 
casos onde há deslocamento.
2) Checar a posição radiograficamente.
3) Estabilizar o elemento com contenção 
rígida por 4 semanas.
4) É recomendado monitorar a vitalidade 
pulpar por pelo menos 1 ano. 
TERÇO CERVICAL
Nestes casos, temos duas opções. A primeira deverá ser usada nos casos que são 
fraturados muito próximos à junção amelocementária. E a segunda, nos casos de 
fraturas no terço cervical próximas ao terço médio.
1) O fragmento coronário deverá ser removido e o tratamento endodôntico 
realizado. Após, a reabilitação protética está indicada. Em alguns casos, 
gengivectomia (com ou sem ostectomia) será necessária.
2) Mesma abordagem que o terço médio e apical (reposicionar o fragmento 
coronário, nos casos onde há deslocamento, checar a posição radiograficamente). 
Entretanto, a contenção rígida ficará por 4 meses. 
Figura 8 – Fratura radicular em 
terços médio eapical.
Fonte: Ellis III (2015).
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COMO ESTABILIZAR OS CASOS DE FRATURA DENTÁRIA OU DAS 
ESTRUTURAS DE SUPORTE QUE NECESSITAM DE CONTENÇÃO?
 Rígida: fio ortodôntico rígido + colagem com resina composta (Figura 9)
 Semirrígida: fio ortodôntico leve + colagem com resina composta
 ou aparelho ortodôntico com fio leve (Figura 10)
 Flexível: fio de nylon + colagem com resina composta (Figura 11)
 ou splint de resina composta (Figura 12)
A contenção deve envolver dois dentes para mesial e dois dentes para 
distal para conseguirmos realizar uma correta estabilização da fratura. Nos 
exemplos abaixo, podemos considerar que o dente 41 sofreu um trauma 
e que as contenções envolvem os dentes 42, 43, 31 e 32. Caso a fratura 
envolvesse os dentes 31, 41 e 42, a contenção se estenderia do dente 44 
ao dente 33.
Figura 9 – Contenção rígida.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020). 
{
isabelamiquilini
Sublinhado
isabelamiquilini
Sublinhado
15
Figura 10 – Contenção semirrígida.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
Figura 11 e 12 – Contenção flexível.
 
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
ACOMPANHAMENTO
Quadro 2 – Acompanhamento no período pós-trauma de fraturas dentárias em 
dentição permanente.
TIPO DE FRATURA CONDUTA
Trinca Nenhum acompanhamento é necessário
Fratura de esmalte
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
16
Fratura de esmalte e 
dentina
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Fratura de esmalte, 
dentina e polpa
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Fratura corono-radicular
sem exposição pulpar
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos 
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Fratura corono-radicular
 com exposição pulpar
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Fratura radicular dos 
terços cervical ou apical
4 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção da contenção
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
4 meses: exames clínicos e radiográficos + remoção 
da contenção das fraturas mais cervicais
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
5 anos: exames clínicos e radiográficos
Os exames clínicos devem incluir: avaliação de fraturas das restaurações, observação de 
escurecimentos dentários, teste de sensibilidade à percussão, teste de sensibilidade pulpar e 
avaliação de mobilidade dentária.
Fonte: Adaptado de Diangelis et al. (2012).
Nestas consultas, devemos estar atentos principalmente à necessidade 
ou não de realizar de tratamento endodôntico nos dentes traumatizados.
O QUE PRECISAMOS PRESTAR ATENÇÃO?
- No caso de traumas que não tiveram exposição pulpar, nos primeiros 90 dias, os 
testes de vitalidade pulpar podem ter um resultado chamado de “falso-negativo”. 
Ou seja, a resposta aos testes é negativa, mas não necessariamente a polpa já 
isabelamiquilini
Realce
17
está em necrose pulpar. Isto é um processo gerado pelo período pós-trauma e 
devemos aguardar este período para iniciar qualquer abordagem endodôntica.
- Após este período de 90 dias, os dentes que não tiveram exposição pulpar e 
estão tendo resultados negativos nos testes de vitalidade, requerem tratamento 
endodôntico. 
- Estes resultados negativos nos testes de vitalidade podem surgir por até 1 ano de 
período pós-trauma, sendo chamados de “necrose tardia”. Por isso, a importância 
de realizarmos acompanhamento de até 1 ano no pós-trauma.
18
FRATURAS NOS TECIDOS DE SUPORTE DOS DENTES 
PERMANENTES
Além de atingir estruturas dentárias, o trauma também poderá causar dano às 
estruturas de suporte. Podendo ou não estar associado às fraturas dentárias, o 
trauma aos tecidos de suporte requer atenção especial do cirurgião-dentista, 
visto que o grau e o manejo da fratura poderão resultar em um prognóstico 
desfavorável para a manutenção do dente.
Nesta etapa iremos abordar sobre concussão, subluxação, luxação lateral, 
intrusiva e extrusiva e fratura do processo alveolar. Além disso, teremos um foco 
especial à avulsão do dente permanente, onde o cirurgião-dentista tem papel 
importantíssimo.
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS
Quadro 3 – Achados clínicos e radiográficos de fratura nos tecidos de suporte 
em dentição permanente.
v
SENSIBILIDADE
À PERCUSSÃO
DESLOCAMENTO 
OU MOBILIDADE
CONDIÇÕES 
PULPARES 
(TESTE DE 
SENSIBILIDADE)
CARACTERÍSTICA
RADIOGRÁFICA
Concussão + Não +
Ausência de 
alterações 
radiográficas
Subluxação +
Aumentada
Sangramento 
via margem 
gengival pode ser 
observado
Podem ser 
inicialmente -
Alterações 
radiográficas não 
são normalmente 
encontradas
ACHADOS
TIPO DE 
FRATURA
19
Luxação 
lateral
Som metálico 
à percussão Imóvel -
ELP aumentado 
+ fratura do 
processo alveolar
Luxação 
extrusiva Excessiva -
ELP apical 
aumentado
Intrusão Som metálico à percussão Imóvel -
ELP pode estar 
ausente em parte 
ou em toda a 
porção radicular
JAC está 
localizada mais 
apicalmente em 
comparação 
aos dentes 
adjacentes
Fratura do 
processo 
alveolar
Provável 
mobilidade em 
bloco
Ainda, 
apresenta 
deslocamento 
de osso alveolar 
e diversos 
dentes ao 
mesmo tempo
+ ou -
Linhas de 
fratura podem 
ser localizadas 
em qualquer 
nível, desde o 
osso marginal 
até o ápice 
radicular
ELP = espaço do ligamento periodontal / JAC = junção amelocementária 
+: positivo ou presente / -: negativo ou ausente
Fonte: Adaptado de Diangelis et al. (2012).
20
TRATAMENTO
CONCUSSÃO 
1) Nenhum tratamento é necessário.
2) Monitorar a vitalidade pulpar por pelo menos 1 ano.
SUBLUXAÇÃO
1) Normalmente, nenhum tratamento é necessário.
2) No entanto, uma contenção semirrígida/flexível 
para estabilizar o elemento dentário e proporcionar 
conforto ao paciente pode ser indicada por até 2 
semanas.
LUXAÇÃO LATERAL
1) Reposicionar o dente digitalmente ou com uso 
de fórceps.
2) Estabilizar o dente durante 4 semanas com 
uso de contenção semirrígida/flexível (se houver 
fratura óssea, utilizar contenção rígida).
3) Monitorar a vitalidade pulpar.
4) Se ocorrer a necrose da polpa, o tratamento endodôntico é indicado para evitar 
a reabsorção radicular. 
Figura 13 – Concussão.
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
Figura 14 – Subluxação.
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
Figura 15 – Luxação lateral.
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
21
LUXAÇÃO EXTRUSIVA
1) Reposicionar o dente, inserindo o mesmo 
delicadamente no alvéolo.
2) Estabilizar o dente por 2 semanas usando 
contenção semirrígida/ flexível.
3) O tratamento endodôntico é indicado em 
dentes com rizogênese completa (nos quais a necrose pulpar ocorre precocemente) 
ou quando os sinais e sintomas indicarem necrose pulpar (seja em dentes com 
rizogênese completa ou incompleta). 
LUXAÇÃO INTRUSIVA 
DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA:
1) Permitir a erupção sem intervenção.
2) Se nenhum movimento for observado dentro 
de algumas semanas, iniciar o reposicionamento 
ortodôntico.
3) Se o dente sofrer uma intrusão maior do que 7 mm, reposicionar com abordagem 
cirúrgica ou ortodôntica.
DENTES COM RIZOGÊNESE COMPLETA:
1) Permitir a erupção sem intervenção em dentes que intruíram menos que 3 mm. 
2) Se nenhuma movimentação for observada após 2-4 semanas, reposicionar com 
abordagem cirúrgica ou ortodôntica, antes que se desenvolva uma anquilose.
3) Se o dente sofrer uma intrusão maior do que 7 mm, reposicionar cirurgicamente.
Figura 16 – Luxação extrusiva.
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
Figura 17 – Luxação intrusiva.
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
22
 A polpa provavelmente sofrerá necrose em dentes com rizogênese completa.
 Dessa forma, o tratamento endodôntico é recomendado e deverá ser iniciado 
2-3 semanas após a cirurgia de reposicionamento.
 Se o dente for reposicionado com abordagem cirúrgica ou ortodôntica, realizar 
contenção semirrígida/flexível durante 4-8 semanas.
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR
1) Reposicionamento do segmentoalveolar 
deslocado + instalação de contenção rígida por 
4 semanas.
2) Sutura de laceração gengival, quando 
presente.
Figura 18 – Fratura do 
processo alveolar
Fonte: Diangelis, et al. (2012).
23
ACOMPANHAMENTO
Quadro 4 – Acompanhamento no período pós-trauma de fraturas dentárias em 
dentição permanente.
TIPO DE FRATURA CONDUTA
Concussão
4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Subluxação
2 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção de contenção
4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Luxação lateral
2 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção de contenção
4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Anualmente por 5 anos: exames clínicos e 
radiográficos
24
Luxação extrusiva
2 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção de contenção
4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Anualmente por 5 anos: exames clínicos e 
radiográficos
Intrusão
2 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção de contenção
4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Anualmente por 5 anos: exames clínicos e 
radiográficos
Fratura do processo 
alveolar
4 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção da contenção
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
4 meses: exames clínicos e radiográficos 
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
5 anos: exames clínicos e radiográficos
Os exames clínicos devem incluir: avaliação de fraturas das restaurações, observação de 
escurecimentos dentários, teste de sensibilidade à percussão, teste de sensibilidade pulpar e 
avaliação de mobilidade dentária.
Fonte: Adaptado de Diangelis et al. (2012).
Nestas consultas, devemos estar atentos principalmente à 
necessidade ou não de realizar de tratamento endodôntico nos 
dentes traumatizados, seguindo as recomendações descritas na 
etapa anterior (fraturas dentárias em dentição permanente).
isabelamiquilini
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Realce
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Realce
isabelamiquilini
Realce
isabelamiquilini
Realce
25
AVULSÃO NA DENTIÇÃO PERMANENTE
A avulsão é uma das mais graves lesões dentárias e o prognóstico é dependente 
das ações tomadas no local do acidente, imediatamente após a avulsão. O 
reimplante é, na maioria dos casos, o tratamento de escolha. Um adequado 
manejo e tratamento emergencial são importantes para um bom prognóstico.
O reimplante pode salvar o elemento dentário, mas é importante destacar que 
alguns dos dentes reimplantados apresentam menores chances de sucesso a 
longo prazo e podem até mesmo ser perdidos ou extraídos numa fase posterior.
Existem também situações individuais nas quais o reimplante não é indicado, 
como por exemplo, em presença de lesões de cárie severas ou de doença 
periodontal, em pacientes não colaboradores ou em portadores de condições 
sistêmicas graves (ex: imunossupressão). 
COMO ORIENTAR O PACIENTE A AGIR NO PÓS-TRAUMA IMEDIATO 
(NO LOCAL DO ACIDENTE)?
1) O paciente ou responsável deve encontrar o dente e segurá-lo pela coroa, 
evitando tocar na porção radicular.
2) Se o dente estiver sujo, o paciente ou responsável deve lavá-lo rapidamente 
por, no máximo, 10 segundos, em água corrente fria e reposicioná-lo no alvéolo. 
Tente encorajar o paciente ou o responsável a reimplantar o dente. Uma vez que 
o dente foi reimplantado, solicite que o paciente morda um lenço para mantê-lo 
em posição.
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Sublinhado
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Realce
26
3) Se isso não for possível ou por qualquer outra razão na qual o dente avulsionado 
não é passível de ser reimplantado (por exemplo, um paciente inconsciente), 
oriente a colocação do dente em um meio de armazenamento adequado.
Leite;
Solução salina (soro fisiológico);
Saliva (mantendo o dente nos lábios ou bochechas, se o paciente estiver 
consciente e se tiver a consciência de não engolir o dente);
 IDEAL: meio de cultura de células ou solução balanceada de Hanks.
4) O paciente deverá procurar um cirurgião-dentista urgentemente.
27
VIABILIDADE PARA O REIMPLANTE
A escolha do tratamento está relacionada com o grau de formação radicular 
(ápice aberto ou fechado) e com a condição das células do ligamento periodontal. 
A condição das células do ligamento periodontal é dependente do meio de 
armazenamento e do tempo que o elemento dentário ficou fora da boca, 
especialmente o tempo em meio seco, o qual é crítico para a sobrevivência das 
células:
- Reimplante imediato: células do ligamento periodontal estão provavelmente 
viáveis.
- Dente mantido em meio de armazenamento adequado e o tempo extra alveolar 
total foi menor que 60 minutos: células do ligamento periodontal podem estar 
viáveis, mas comprometidas.
- Dente mantido em meio de armazenamento não adequado e tempo extra-
alveolar total superior a 60 minutos (independente do armazenamento): células 
do ligamento periodontal não estão viáveis.
A partir desta explicação, o conteúdo está organizado por meio de fluxograma. 
Sendo este dividido de acordo com o tempo para o reimplante: reimplante 
imediato, dente mantido em meio de armazenamento adequado com tempo 
extra alveolar total menor que 60 minutos e dente mantido em meio de 
armazenamento adequado com tempo extra alveolar total foi maior que 60 
minutos. Neste fluxograma, podemos observar a atuação do cirurgião-dentista 
frente a estas condições.
28
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO
Evitar a participação em esportes de contato físico
Dieta líquida e pastosa por 2 semanas
Escovar os dentes com uma escova macia, após cada refeição
Utilizar bochecho de clorexidina aquosa 0,12%, duas vezes ao dia, por 7 dias
Dente reimplantado no 
momento da avulsão
Dente mantido em 
armazenamento adequado 
ou local seco, com tempo 
extra-alveolar ↓ a 60 min
Tempo extra-alveolar 
maior que 60 minutos 
ou outras razões que 
sugiram que as células 
não estejam viáveis
DENTE AVULSIONADO COM RIZOGÊNESE COMPLETA OU INCOMPLETA
Contenção flexível por 
até 4 semanas
Mantenha o dente no 
local
Limpe a área com água, 
soro fisiológico ou 
clorexidina
Limpe de forma cautelosa a superfície da raiz e o forame 
apical com solução salina e mergulhe o dente em soro 
fisiológico, removendo a contaminação e as células 
mortas da superfície radicular
Lave o alvéolo com solução salina e o examine (se 
houver fratura de parede alveolar, reposicione-a com um 
instrumento adequado)
Reimplante o dente lentamente com uma ligeira pressão 
digital (não use força)
Contenção flexível por até 2 semanas
Realize anestesia local
Verifique a posição do dente reimplantado clínica e radiograficamente
Suture as lacerações (sempre que presentes)
Inicie antibioticoterapia, verifique a proteção do paciente contra o tétano, forneça as 
instruções ao paciente* e realize o acompanhamento
29
QUANDO REALIZAR TRATAMENTO ENDODÔNTICO?
Dente reimplantado no 
momento da avulsão
Dente reimplantado no 
momento da avulsão
Dente mantido em 
armazenamento 
adequado ou local 
seco, com tempo extra-
alveolar ↓ a 60 min
Dente mantido em 
armazenamento 
adequado ou local 
seco, com tempo extra-
alveolar ↓ a 60 min
Tempo extra-alveolar 
maior que 60 minutos 
ou outras razões que 
sugiram que as células 
não estejam viáveis
Tempo extra-alveolar 
maior que 60 minutos 
ou outras razões que 
sugiram que as células 
não estejam viáveis
DENTE AVULSIONADO COM RIZOGÊNESE COMPLETA
DENTE AVULSIONADO COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA
Realizar antes do dente 
ser reimplantado ou 7-10 
diasapós o reimplante
Realizar antes do dente 
ser reimplantado ou 7-10 
dias após o reimplante
Iniciar o tratamento endodôntico de 7-10 dias após 
o reimplante e antes da remoção da contenção
O objetivo do reimplante em dentes com rizogênese 
incompleta é permitir uma possível revascularização 
do espaço pulpar. Se isto não ocorrer, o tratamento 
endodôntico deve ser recomendado.
Os riscos de desenvolvimento de uma reabsorção 
devido à infecção radicular devem ser avaliados 
contra as chances de revascularização. No caso de 
crianças, essa reabsorção é muito rápida.
Se a revascularização não ocorrer, o tratamento 
endodôntico deve ser recomendado.
30
ACOMPANHAMENTO
Os dentes reimplantados devem ser monitorados clinicamente e radiograficamente 
após 4 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano e, em seguida, anualmente. 
Quadro 5 – Relação entre grau de rizogênese e prognóstico pós-trauma.
v FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL
COMPLETA
Elemento dental 
assintomático, 
mobilidade normal e 
percussão normal.
 Nenhuma evidência 
radiográfica de 
reabsorção ou osteíte 
perirradicular (lâmina 
dura deve aparentar 
normalidade).
Elemento dental sintomático, 
mobilidade excessiva ou nenhuma 
mobilidade (anquilose), com som 
metálico à percussão. 
Evidência radiográfica de reabsorção 
(inflamatória, infecciosa ou substitutiva, 
associada à anquilose). 
Quando a anquilose ocorre em um 
paciente em crescimento, a infra-
oclusão do dente pode prejudicar o 
crescimento alveolar e facial a curto, 
médio e longo prazo.
INCOMPLETA
Elemento dental 
assintomático, 
mobilidade normal e 
percussão normal.
Evidência radiográfica 
de continuidade de 
formação radicular e 
erupção. Obliteração do 
espaço pulpar pode ser 
encontrada.
Elemento dental sintomático, 
mobilidade excessiva ou nenhuma 
mobilidade (anquilose), com som 
metálico à percussão. Nos casos de 
anquilose, a coroa do dente estará em 
infra-oclusão. 
Evidência radiográfica de reabsorção 
(inflamatória, infecciosa ou substitutiva 
associada à anquilose) ou ausência de 
continuação da formação radicular. 
Quando a anquilose ocorre em um 
paciente em crescimento, a infra-
oclusão do dente pode prejudicar o 
crescimento alveolar e facial a curto, 
médio e longo prazo.
Fonte: Adaptado de Andersson et al. (2012).
PROGNÓSTICO
RIZOGÊNESE
31
DENTIÇÃO DECÍDUA
Em muitos casos, a realização de uma avaliação e do tratamento em crianças é 
dificultada devido à falta de cooperação e em decorrência do medo. A situação é 
estressante para a criança e para os pais ou cuidadores.
É importante considerar que existe uma relação muito próxima entre o ápice do 
dente decíduo e o germe do dente permanente subjacente e que estas lesões 
poderão trazer consequências à dentição permanente como:
- Má-formação dentária, dentes retidos e distúrbios de erupção.
- Hipoplasia e descolorações esbranquiçadas ou amarelo-amarronzadas da coroa.
Devido ao potencial de sequelas, os planos de tratamento devem ser estabelecidos 
visando minimizar os danos aos dentes permanentes. A maturidade da criança e a 
capacidade de cooperar com a situação de emergência, o tempo para a esfoliação 
do dente decíduo e a oclusão são fatores importantes que influenciam o plano de 
tratamento.
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Sublinhado
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Sublinhado
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Sublinhado
32
FRATURAS DENTÁRIAS EM DENTES DECÍDUOS
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS
Quadro 6 – Achados clínicos e radiográficos de fratura dentária em dentição 
decídua.
v MOBILIDADE CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICA
Fratura de esmalte - Perda visível de esmalte.
Fratura de esmalte 
e dentina sem 
exposição pulpar
-
Perda visível de esmalte e dentina. 
A relação entre a fratura e a câmara 
pulpar deve ser analisada.
Fratura de esmalte 
e dentina com 
exposição pulpar
- Perda visível de esmalte e dentina.
Fratura corono-
radicular 
O deslocamento 
dentário pode ser 
mínimo ou moderado.
Em fraturas posicionadas lateralmente, 
a extensão em relação à margem 
gengival pode ser observada.
Fratura radicular
Pode estar com 
mobilidade ou 
deslocado
A fratura geralmente é localizada no 
terço médio ou apical da raiz.
-: negativo ou ausente
OBS.: Os testes de sensibilidade e percussão não são confiáveis em dentes decíduos, devido 
aos resultados inconsistentes (pela capacidade de vascularização pulpar e pelo discernimento 
do próprio paciente pediátrico).
Fonte: Adaptado de Malgrem et al. (2012).
ACHADOS
TIPOS
DE FRATURA
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Sublinhado
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Realce
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Sublinhado
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Sublinhado
33
TRATAMENTO
FRATURA DE ESMALTE
1) Se o fragmento dentário estiver presente, 
este poderá ser restaurado junto ao dente.
2) Entretanto, se o fragmento não for 
encontrado, devemos lançar mão de 
restauração com resina composta, de acordo 
com a extensão e localização da fratura. 
3) Pode-se também realizar polimento das bordas afiadas.
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA 
SEM EXPOSIÇÃO PULPAR
1) Se possível, selar completamente a 
dentina envolvida com ionômero de vidro 
para prevenir microinfiltração.
2) Em casos de grande perda de estrutura 
dentária, o dente pode ser restaurado com 
resinas compostas. 
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA 
COM EXPOSIÇÃO PULPAR
1) Se possível, preservar a vitalidade pulpar 
realizando pulpotomia parcial com uso de 
hidróxido de cálcio. Uma camada de pasta 
Figura 19 – Fratura de esmalte.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 20 – Fratura de esmalte e 
dentina sem exposição pulpar.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 21 – Fratura de esmalte e 
dentina com exposição pulpar.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
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Sublinhado
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Sublinhado
34
de hidróxido de cálcio pura bem condensada pode ser aplicada sobre a polpa, 
recoberta por um material de revestimento (como ionômero de vidro). 
2) O dente pode ser restaurado com resinas compostas.
3) O tratamento depende da idade da criança.
4) Pode-se optar pela extração.
FRATURA CORONORADICULAR SEM 
EXPOSIÇÃO PULPAR
Dependendo dos achados clínicos, dois tipos de 
tratamento podem ser considerados:
1) Remoção do fragmento somente se a fratura 
envolve apenas uma pequena porção da raiz e se o 
fragmento remanescente tem extensão suficiente 
para permitir restauração coronária.
2) Em todos os outros casos, está indicada a extração. 
FRATURA CORONORADICULAR COM 
EXPOSIÇÃO PULPAR
1) Se possível, deve-se preservar a vitalidade pulpar 
por pulpotomia parcial com hidróxido de cálcio e 
recobrir o material com ionômero de vidro.
2) O tratamento depende da idade da criança. 
3) A extração é geralmente a opção alternativa. 
Figura 22 – Fratura 
coronoradicular sem 
exposição pulpar.
Fonte: Malgrem, et al.
(2012).
Figura 23 – Fratura 
coronoradicular com 
exposição pulpar.
Fonte: Malgrem, et al.
(2012).
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Sublinhado
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Sublinhado
35
FRATURA RADICULAR 
1) Se o fragmento coronário não está deslocado, 
nenhum tratamento é necessário.
2) Se há deslocamento do fragmento coronário, 
pode ser considerado o reposicionamento com 
posterior contenção por 4 semanas. 
3) Caso contrário, extrair somente o fragmento coronário. O fragmento apical 
deve ser deixado para ser reabsorvido.
Figura 24 – Fratura radicular.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
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Sublinhado
36
ACOMPANHAMENTO
Quadro 7 – Acompanhamento no período pós-trauma de fraturas dentárias em 
dentição decídua.
TIPO DE FRATURA CONDUTA
Fratura de esmalte Nenhum acompanhamento é necessário
Fratura de esmalte e 
dentina sem exposição 
pulpar
3ª-4ª semana: exames clínicos
Fratura de esmalte e 
dentina com exposição 
pulpar
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Fratura corono-radicular
Em caso de remoção do fragmento + restauração:
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográficoa cada 
ano até a erupção do sucessor permanente
37
Fratura radicular
Sem deslocamento:
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada 
ano até a erupção do sucessor permanente 
Em caso de reposicionamento + contenção
1 semana: exames clínicos
4 semanas: exames clínicos e radiográficos + 
remoção de contenção
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada 
ano até a erupção do sucessor permanente 
Em caso de extração: 
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada 
ano até a erupção do sucessor permanente 
Os exames clínicos devem incluir: avaliação de fraturas das restaurações, observação de 
escurecimentos dentários e avaliação de mobilidade dentária.
Fonte: Adaptado de Malgrem et al. (2012).
38
FRATURAS NOS TECIDOS DE SUPORTE DOS DENTES 
DECÍDUOS
ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS
Quadro 8 – Achados clínicos e radiográficos de fratura nos tecidos de suporte 
em dentição decídua.
v
MOBILIDADE OU 
DESLOCAMENTO
CARACTERÍSTICA
RADIOGRÁFICA
Concussão Não Ausência de alterações radiográficas
Subluxação
Aumento da mobilidade, mas 
sem deslocamento
Sangramento via margem 
gengival pode ser observado
Alterações radiográficas não são 
normalmente encontradas
Luxação 
lateral
Imóvel
O dente está deslocado, 
geralmente para a palatina/
lingual ou vestibular
ELP aumentado
Luxação 
extrusiva
Excessiva
Deslocamento parcial do 
dente do seu alvéolo
ELP apical aumentado
ACHADOS
TIPO DE 
FRATURA
39
Intrusão
O dente está geralmente 
deslocado através da tábua 
óssea vestibular ou colidindo 
com o dente permanente 
sucessor.
Quando o ápice está deslocado em 
direção vestibular, a extremidade 
apical pode ser visualizada e o dente 
pode parecer mais curto em relação ao 
contralateral.
Quando o ápice está deslocado em 
direção ao germe do dente permanente 
(palatina), a extremidade apical não 
pode ser visualizada e o dente parece 
alongado.
Fratura do 
processo 
alveolar
Mobilidade e deslocamento 
do segmento são comuns
A linha de fratura horizontal ao ápice 
do dente decíduo e seu sucessor 
permanente pode ser verificada.
Também devemos observar a relação 
entre as dentições e a fratura.
Avulsão Dente completamente fora 
do alvéolo
Exame radiográfico é essencial para 
garantir que o dente perdido não está 
intruído
ELP = espaço do ligamento periodontal
JAC = junção amelocementária
OBS.: Os testes de sensibilidade e percussão não são confiáveis em dentes decíduos, devido 
aos resultados inconsistentes (pela capacidade de vascularização pulpar e pelo discernimento 
do próprio paciente pediátrico).
Fonte: Adaptado de Malgrem et al. (2012).
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40
TRATAMENTO
CONCUSSÃO 
1) Nenhum tratamento é necessário. 
SUBLUXAÇÃO
1) Normalmente, nenhum tratamento é 
necessário.
2) Podemos orientar escovação com escova 
macia e uso tópico de clorexidina aquosa 0,12% 
no local do trauma (aplicação com cotonete).
LUXAÇÃO LATERAL
1) Se não houver interferência oclusal (como 
em casos de mordida aberta anterior), é 
recomendado deixar que o dente se reposicione 
espontaneamente. 
2) Em casos de pequena interferência oclusal, 
ligeiro ajuste oclusal está indicado.
3) Quando há grande interferência oclusal, o 
dente pode ser delicadamente reposicionado, 
Figura 25 – Concussão.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 26 – Subluxação.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 27 – Luxação lateral.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
O deslocamento da coroa do dente 
decíduo para vestibular tem piores 
repercussões no dente permanente 
do que o deslocamento da coroa 
para palatina.
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Realce
41
por meio de pressão digital vestibular e palatina/lingual simultaneamente, sob 
anestesia local.
4) Em casos de deslocamento severo, quando a coroa está deslocada para a 
vestibular, está indicada a extração.
LUXAÇÃO EXTRUSIVA
1) A decisão do tratamento é baseada no grau de 
deslocamento, mobilidade, formação radicular 
e idade/cooperação da criança na situação de 
emergência.
2) Para extrusões menores que 3mm em um 
dente decíduo com rizogênese incompleta, 
temos algumas opções: reposicionamento cuidadoso, permitir o alinhamento 
espontâneo do dente ou realizar ajuste oclusal. 
3) A extração é o tratamento de escolha para extrusões severas de dentes 
decíduos com rizogênese completa. 
LUXAÇÃO INTRUSIVA 
1) Se o ápice está deslocado em direção 
vestibular, deve-se aguardar reposicionamento 
espontâneo do dente.
2) Se o ápice estiver deslocado em direção 
ao germe do sucessor permanente, deve-se 
realizar a extração do dente decíduo.
Figura 28 – Luxação extrusiva.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 29 – Luxação intrusiva.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
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Realce
a raiz está para lingual e então colidindo com o permanente
42
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR
1) Reposicionamento do segmento alveolar 
deslocado + instalação de contenção por 3-4 
semanas.
2) Sutura de laceração gengival, quando presente.
AVULSÃO
1) Não é recomendado o reimplante de dente 
decíduo avulsionado.
Em alguns casos de fratura envolvendo os tecidos de suporte ou 
tecidos dentários, devido ao trauma, pode ocorrer descoloração 
da coroa. Nenhum tratamento é necessário a menos que haja o 
desenvolvimento de fístula. Por isso, o dente deve ser 
acompanhado cuidadosamente para detecção de sinais de 
infecção o mais precocemente possível.
Figura 30 – Fratura do 
processo alveolar.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
Figura 31 – Avulsão.
Fonte: Malgrem, et al. (2012).
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ACOMPANHAMENTO
Quadro 9 – Acompanhamento no período pós-trauma de fraturas dos tecidos 
de suporte em dentição decídua.
TIPO DE FRATURA CONDUTA
Concussão
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos
Subluxação
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos
Luxação lateral
1 semana: exames clínicos
2-3 semanas: exames clínicos 
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Luxação extrusiva
1 semana: exames clínicos
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Intrusão
1 semana: exames clínicos
3-4 semanas: exames clínicos e radiográficos
6-8 semanas: exames clínicos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada ano 
até a erupção do sucessor permanente
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Fratura do 
processo alveolar
1 semana: exames clínicos
3-4 semanas: exames clínicos e radiográficos + remoção 
da contenção
6-8 semanas: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada ano 
até a erupção do sucessor permanente
Avulsão
1 semana: exames clínicos
6 meses: exames clínicos e radiográficos
1 ano: exames clínicos e radiográficos
Após: monitoramento clínico e radiográfico a cada ano 
até a erupção do sucessor permanente
Os exames clínicos devem incluir: avaliação de fraturas das restaurações, observação de 
escurecimentos dentários e avaliação de mobilidade dentária.
Fonte: Adaptado de Malgrem et al. (2012).
45
REFERÊNCIAS
ANDERSSON, L. et al. International Association of Dental Traumatology guidelines for 
the management of traumatic dental injuries: 2. Avulsion of permanent teeth. Dental 
Traumatology, Copenhagen, v. 28, n.2, p. 88-96, abr. 2012. Doi 10.1111/j.1600-
9657.2012.01125.x.
DIANGELIS, A. J. et al. International Association of Dental Traumatology guidelines for the 
management of traumatic dental injuries: 1. Fractures and luxations of permanent teeth. 
Dental Traumatology, Copenhagen, v. 28, n. 1, p. 2-12, fev. 2012. Doi 10.1111/j.1600-
9657.2011.01103.x.
ELLIS III, E. Lesões dos tecidos moles e dentoalveolares. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; 
TUCKER,M. R. (org.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2015. Cap. 23.
MALGREM, B. et al. International Association of Dental Traumatology guidelines for the 
management of traumatic dental injuries: 3. Injuries in the primary dentition. Dental 
Traumatology, v. 28, n. 3, p. 174-182, jun. 2012.
46
EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação Geral
Roberto Nunes Umpierre
Marcelo Rodrigues Gonçalves
 
Gerência do projeto
Ana Célia da Silva Siqueira
 
Coordenação Executiva
Rodolfo Souza da Silva
 
Responsável Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
 
Gestão educacional
Ylana Elias Rodrigues
Coordenação do curso
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Conteudistas
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Elaboração de questionários e testes
Adriana Corsetti
Angelo Luiz Freddo
Taíse Simonetti 
Gravação das etapas cirúrgicas
Adriana Corsetti
Carlos Eduardo Baraldi
Bruna Pires Porto
Camila Longoni
Luiza Bastos Nozari
Taíse Simonetti
Revisores
Angelo Luiz Freddo
Carlos Eduardo Baraldi
Deise Ponzoni
Vinicius Coelho Carrard
Revisão ortográfica
Ana Paula Borngräber Corrêa
Angélica Dias Pinheiro
Normalização
Geise Ribeiro da Silva
Projeto gráfico
Lorenzo Costa Kupstaitis
Diagramação e Ilustração 
Davi Perin Adorna
Lorena Bendati Bello 
Michelle Iashmine Mauhs
Pedro Vinícius Santos Lima 
47
Filmagem/ Edição/Animação
Héctor Gonçalves Lacerda
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Camila Alscher Kupac 
Divulgação
Angélica Dias Pinheiro
Camila Hofstetter Camini
Carolina Zanette Dill
Laíse Andressa de Abreu Jergensen
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