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Patologias da orelha media

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Otorrino
PATOLOGIAS DA ORELHA MÉDIA
Diz respeito à inflamação do ouvido médio. É uma das doenças mais
comuns em crianças. 
Pode ser aguda, com efusão, crônica colesteatomatosa, crônica
não-colesteatomatosa. 
Acredita-se que todas essas alterações sejam estágios diferentes
que pertencem a uma continuidade de eventos (inflamação da
orelha média) - Teoria do Continuum. 
É um abaulamento moderado ou grave da membrana timpânica
ou aparecimento de otorreia não causada por otite externa
aguda, com sinais agudos de doença e sinais ou sintomas de
inflamação da orelha média. 
É uma das principais causas de consulta a emergências,
sobretudo pediátricas. É mais prevalente em meninos, entre os 6-
24 meses. 
Crianças que apresentam o primeiro episódio antes dos seis
meses, tem mais chances de apresentarem OMA recorrente.
Assim como é muito pouco provável que crianças que
chegaram aos 24 meses sem episódios de OMA venham a
apresentar episódios subsequentes. 
Manifestações clínicas e patógeno
S. pneumoniae: clínica mais grave (febre alta, otalgia intensa,
maior chance de bacteremia e mastoidite) e mais resposta
inflamatória (leucocitose no sangue periférico e no líquido
coletado no ouvido). 
H. influenzae não tipável: comum associação com
conjuntivite, além de sintomas mais leves (febre baixa, menor
inflamação da MT). 
Diagnóstico: clínico. 
Otalgia (sinais na fase pré-lingual: maneio de orelha, choro
intenso, febre, alteração de comportamento e sono) ->
otoscopia. 
Otoscopia com hiperemia intensa ou moderada e MT
abaulada -> iniciar tratamento.
Otoscopia com MT opaca, retraída ou normal -> avaliar
estado geral.
 se MEG, bilateral e T> 39º C -> iniciar tratamento.
 se BEG e T < 39ºC -> observar por 24-48 horas. 
Tratamento: analgésico e antitérmico de início imediato e
antibiótico. 
Primeira linha: amoxicilina 45-90 mg/kg/dia OU amoxicilina-
clavulanato (6,4 mg/kd/dia de clavulanato). 
Alternativo (alergia à penicilina): cefuroxime 30
mg/kg/dia OU claritromicina 15 mg/kg/dia OU ceftriaxone
50 mg/kg/dia IM ou IV. 
Em casos de falha no tratamento inicial (após 48-72 h do
início sem melhora): amoxicilina-clavulanato 90 mg/kg/dia e
6,4 mg/kg/dia OU ceftriaxona 50 mg/kg/dia IM ou IV. 
Alternativo: ceftriaxona 3 dias ou clindamicina 30-40
mg/kg/dia com ou sem vancomicina IV. 
Otite média
1- Otite média aguda (OMA)
Complicações
Extracranianas: abcesso subperiosteal,
temporozigomático, parafaríngeo, paralisia facial,
petrosite, labirintite, fístula labiríntica e sepse. 
Intracranianas: tromboflebite de seio sigmoide,
meningite, abcesso epidural, subdural, cerebral e
hidrocefalia otogênica. 
Mais de 3 episódios de OMA distintos em seis meses ou
mais de 4 em 12 meses. 
Risco: primeiro episódio antes dos seis meses ou irmãos
com OMA grave e recorrente. 
Prevenção: identificação e tratamento de
predisponentes (exposição ao cigarro, uso de chupeta,
posição de aleitamento - deitado); cuidar idade ao
colocar na creche (mais precoce, mais riscos); educação
sobre a importância do aleitamento materno no
desenvolvimento de imunidade; vacinação (gripe e
pneumocócica); profilaxia antibiótica; cirurgia
(miringotomia e colocação de tubos de ventilação). 
É a presença de líquidos sem a presença de sinais e
sintomas de infecção aguda. 
Geralmente ocorre após um episódio de OMA, com o
líquido permanecendo por algumas semanas após a
resolução dos sintomas. Podem evoluir para OME
crônica (se + de 3 meses). 
Clínica: assintomático ou oligossintomático. 
Perda auditiva flutuante, atraso de fala, dificuldade
escolar, sensação de plenitude, zumbido, alteração
de equilíbrio, agitação. 
Diagnóstico: clínico. 
Tratamento: observação inicial (3 meses em casos
bilaterais com perdas auditivas de até 39 dB ou 6 meses
para unilateral). 
Outros (sem provas conclusivas): antibiótico,
corticoide oral ou nasal, autoinsuflação, anti-
histamínicos e descongestionantes, homeopatia,
probióticos, miringotomia isolada, balão para inflar
tuba auditiva, AASI, adenoidectomia. 
É um processo de inflamação crônica da mucosa da
orelha média e da cavidade mastoidea. 
Clínica: perfuração timpânica persistente com presença
de otorreia. 
No hispotalógico é possível visualizar uma
inflamação com ou sem infecção, com alterações
teciduais irreversíveis. 
2 - OMA recorrente
3 - Otite média com efusão ou serosa (OME)
4 - Otite média crônica (OMC)
Perfuração permanente - Lillie tipo 1. 
OMC simples: perfuração com margens recobertas por anel
denso e cicatrizado; orelha pode ficar seca, com otorreia
intermitente, associada à IVAS ou contaminação extrínseca,
pode ser profusa e não tem odor característico; mucosa
sobre promontório com aspecto quase normal; perda
condutiva e variável; diagnóstico clínico com exame
audiológico (para cirurgia - exame de imagem); tratamento
com limpeza, cauterização focal e antibiótico (tópico e
sistêmico), se persistir, fazer exames e encaminhar para
cirurgia (timpanoplastia). 
Mucosite tubotimpânica crônica - Lillie tipo 2 
Otorreia mucoide ou mucopurulenta de longa duração que
se acentua após IVAS; perfuração maior de MT, com erosão
de cadeia ossicular, mucosa inflamada e pólipos; maior
chance de evolução para OMCC; diagnóstico clínico (com
ou sem exame audiológico e de imagem); o tratamento é o
mesmo, mas a cirurgia é uma timpanomastoidectomia. 
Colesteatomatosa - significa que pode haver presença de cristais
de colesterol, gordura ou tumor envolvido. 
Massa com epitélio escamoso queratinizado na cavidade
timpânica ou na mastoide e tecido conjuntivo subepitelial com
acúmulo de queratina com ou sem inflamação subjacente. 
Congênito - restos embrionários de tecido epitelial na OM, sem
perfuração de MT ou infecção prévia; hipoacusia sem otorreia e
otoscopia com massa esbranquiçada retrotimpânica. 
Adquirido
Primário - evolução de retração de MT. 
Secundário - evolução de perfuração de MT, por tratamento
inadequado. 
Implantado - pós-trauma. 
Clínica: otorreia purulenta, constante e fétida, hipoacusia.
Complicações associadas: zumbido intenso, tontura, dor,
surdez súbita, meningite. 
Otoscopia: perfuração ou retração de MT, otorreia fétida,
lamela, pólipo, erosão de cadeia ossicular. 
Tratamento: timpanomastoidectomia. 
a- OMC não-colesteatomatosa
b - OMC colesteatomatosa

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