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LARISSA MENEZES – UROLOGIA URGÊNCIAS UROLÓGICAS NÃO TRAUMÁTICAS RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA • É a incapacidade de eliminar, por via natural, a urina contida na bexiga, em consequência de uma disfunção neurogênica ou obstrução mecânica. • Mais frequente no homem OBSTRUTIVAS o Válvula de uretra posterior o Estenose uretral o Hiperplasia benigna da próstata o Calculose vesical o Tumores da bexiga o Carcinoma da próstata o Trauma urogenital NÃO-OBSTRUTIVAS o Funcionais: ▪ Disfunção vesical de origem neurogênica ▪ Infecção geniturinária ▪ Pós-operatório imediato: posição na cama e drogas na anestesia ▪ Dor perineal QUADRO CLÍNICO o Dor supra púbica associada a sudorese e ansiedade o Gotejamento miccional aos esforços o Globo vesical visível e palpável o Uretrorragia por trauma o Incontinência urinária por transbordamento ou paradoxal DIAGNÓSTICO o História clínica o Exame físico o Presuntivo (olha, imagina e já dá prioridade para o alívio da retenção) TRATAMENTO o Objetivo terapêutico fundamental é promover-se o esvaziamento vesical. o Calor local, estímulo visual e deambulação: se não tiver obstrução responde a esses estímulos o Sondagem vesical de alívio ou de demora caso não resolve com o estímulo o Sondas de alívio: situações transitórias – sondas plásticas, duras; são retiradas após a saída total da urina. o Sondas de demora: situações permanentes – flexíveis e auto elásticas – mantidas após o esvaziamento vesical. Trocadas entre 21-45 dias o Tirar a sonda por definitivo só depois de resolver o problema o Técnica de sondagem: ▪ Jovens: cateteres finos ▪ Idosos: cateteres calibrosos porque tem aumento prostático mesmo que seja benigno ▪ Antissepsia da genitália externa: gaze com polvedine que não seja a base de álcool porque arde, de forma estéril ▪ Assepsia em todo o procedimento – material estéril (luvas, gazes, seringas e sondas) LARISSA MENEZES – UROLOGIA ▪ Lubrificação do canal uretral com Xilocaína geleia (tem tempo de agir como anestésico) ▪ Introdução do cateter de forma suave e firme; empurrar aos poucos sempre segurando para que não volte – mandril metálico se tiver alguma obstrução, depois que entrar retirar o mandril ▪ Insuflação do balão (10 ml de água destilada) após a introdução completa da sonda ▪ Tração da sonda – posicionamento do balão no colo vesical ▪ Recobrir a glande com o prepúcio / parafimose e coloca o coletor de urina o Cistostomia: ▪ Situações em que a uretra não se encontra pérvia (não consegue passar a sonda) ▪ Punção após anestesia local da pele aprofundando até chegar próximo a bexiga: Bexiga repleta → Não inclinar o trocarte e nunca inclinar na direção do abdome → Evitar a transfixação da parede vesical posterior → Colocação da sonda com insuflação do balão → Esvaziamento vesical lento para evitar hematúria descompressiva PARAFIMOSE CONSIDERAÇÕES GERAIS o Desenvolvimento prepucial fisiológico: Crianças 8% x Adolescente 1% o Prepúcio exuberante o Fimose: não consegue expor a glande o Quando o prepúcio de abertura estenótica é retraído expondo a glande e não é prontamente reduzido caracteriza-se como Parafimose. QUADRO CLÍNICO o Dor localizada o Edema da extremidade do pênis o Aumento da sensibilidade peniana o Prepúcio retraído com anel estrangulando o sulco balanoprepucial TRATAMENTO o Quanto mais jovem o paciente, mais difícil o tratamento o Redução manual com compressão digital da glande; evitar xilocaína gel e recomendar não esgarçar o couro e manter por 48h para cima para diminuir o edema o Diminuição do edema residual o Cirúrgico: quando não consegue reduzir ou quando o fica muito tempo edemaciado faz a secção do anel estenótico, sob anestesia e redução prepucial. ESCROTO AGUDO: TORÇÃO TESTICULAR (TT) • Dor testicular unilateral aguda • Acomete crianças, adolescentes e homens muito jovens • Importância do diagnóstico diferencial • Incidência 1 em cada 4000 homens FATORES DE PRÉ-DISPOSIÇÃO o Ciclismo o Hipismo o Natação o Patinação o Mal formações anatômicas QUADRO CLÍNICO LARISSA MENEZES – UROLOGIA o Dor testicular unilateral, súbita e intensa o Dores reflexas: região inguinal, abdominal e lombar pela inervação reflexa o Associação com náuseas e vômitos DIAGNÓSTICO o Quadro clínico clássico o Exame físico e manobras: ▪ Testículo retraído ▪ Horizontalizado na maioria das vezes ▪ Epidídimo localizado anteriormente (o normal é posterolateral) ▪ Manobra de Prehn: com a luva levanta lentamente o testículo que suspeita de torção, faz isquemia e necrose causa mais dor. Se for OE o paciente sente alívio da dor ▪ Sinal de Angell: sinal a inspeção vê horizontalizado e retraído anteriormente, e não verticalizado o Exames de imagem: ▪ Ultrassonografia com doppler colorido: (Sens. 89,9% - Esp. 98,8%) e (F. positivo – 1%) – tem menor vascularização ▪ Cintilografia testicular: em desuso TRATAMENTO o Não pode demorar muito o Distorção manual: ▪ Manobra “em livro aberto”: distorcer manualmente o testículo, o testículo é distorcido de medial para lateral (de dentro para fora). Se distorcer certo a dor vai aliviando, se distorcer para o lado errado dói mais ▪ Realizada de forma medial-lateral ▪ Sucesso em 2/3 dos pacientes o Cirúrgico: ▪ Urgência em sua realização ▪ Ótimo em até 06 horas de torção para não ter efeitos adverso de volume e função reprodutiva ▪ Até 12 h, sucesso: 60% e atrofia: 40% ▪ Apenas 20% de sucesso após 12 horas ▪ Via de acesso – Rafe escrotal ▪ Distorção do testículo – Compressas úmidas e mornas ▪ Fixação dos dois testículos, em três sítios diferentes com fios inabsorvíveis ESCROTO AGUDO: ORQUIEPIDIDIMIT E (OE) • Dor testicular de instalação insidiosa • Acomete mais adultos jovens e idosos • Importância do diagnóstico diferencial • O processo infeccioso chega ao testículo (diferente de epididimite) FATORES DE PRÉ-DISPOSIÇÃO o Principalmente infecciosos o Uretrites o Infecções urinárias bacterianas e virais, até fúngicos o Pós-operatórios o Utilização de cateteres urinários o Manobras para esvaziamento vesical (Valsava) QUADRO CLÍNICO o Dor testicular unilateral insidiosa/lenta e de menor intensidade o Dores reflexas o Associado com processos infecciosos urinários o Estado febril DIAGNÓSTICO o Quadro clínico clássico o Exame físico e manobras: ▪ Hiperemia escrotal ▪ Calor local ▪ Melhora da dor com a elevação testicular o Exames de laboratório: Urocultura com antibiograma o Imagens: U.Som com doppler colorido – muita vascularização TRATAMENTO o Anti-inflamatórios: Nimesulida, Cetoprofeno por 1-2 semanas o Antibióticos: Cipro, Sulfa+Trime por 1-2 semanas LARISSA MENEZES – UROLOGIA o Compressas quentes-úmidas o Suporte escrotal e repouso (ou usar cueca menor, quanto mais preso e levantado, melhor) o Para voltar ao tamanho normal é em media 6 meses DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL com TT E OE o Torção de apêndice (testicular – epididimário) o Hérnia o Hidrocele o Trauma/abuso sexual o Vasculites e celulites o Edema escrotal idiopático PROSTATITE BACTERIANA • Processo infeccioso da próstata associado a infecção do trato urinário de forma ascendente, ou refluxo da urina vesical infectada para os ductos prostáticos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS o Adinamia o Anorexia o Febre, calafrios, artralgia o Dores lombares e orquialgia o Urgência miccional, disúria e polaciúria DIAGNÓSTICO o Hemograma: leucocitose, as vezes com desvio o EAS com cultura e antibiograma (E. coli ou pluri microbiana) o PSA o Coleta de secreção prostática (Teste de Meares & Stamey): prostatite isolada o segundo jato vem com infecção e oprimeiro não o Toque retal e cateterismo uretral: risco de bacteremia ou urosepse TRATAMENTO o Antibioticoterapia empírica contra bactérias gram-negativas e enterococos logo após a cultura de urina o Repouso e ingesta hídrica o Sulfametoxazol-Trimetoprima o Fluoroquinolonas: pelo menos 4 a 6 semanas ▪ Ciprofloxacina ▪ Levofloxacina o Hospitalização se necessário COMPLICAÇÕES o Prostatite bacteriana crônica o Reagudizações o Abcesso prostático o Calcificação prostática (corpora amylacea)
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