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Bovinocultura Anuário leite 2019 – EMBRAPA: Análises e estatísticas que ajudam a explicar o cenário atual e as tendências do setor leiteiro dentro e fora do Brasil. Assinadas por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. Quais são os rumos atuais e futuros das pesquisas realizadas pela Embrapa Gado de Leite? Nutrição animal, forrageiras, sistemas de produção, gestão, mercado. Com relação à saúde animal, quais foram as maiores prioridades? Controle e prevenção da mastite (quartos mamários), controle de carrapatos, moscas e bernes (impactos na produtividade), prevenção e controle da diarreia em bezerros, tristeza parasitária, rinotraqueite. Perspectivas: Os aumentos dos preços de itens ligados a alimentação do rebanho e de energia e combustível → Principais responsáveis pela elevação dos custos de produção na atividade. 1. Queda da rentabilidade do produtor. 2. Menos produtores, maior produção, tecnificação (oportunidade aos MV). 3. Pecuária de leite espera crescer cerca de 2% em 2020. Bovino leiteiro: Brasil Nos últimos cinco anos, uma diversidade de fatores vem afetando os indicadores do setor leiteiro no país, do produtor ao consumidor. Variações de preços do leite ao longo da cadeia estão constantemente na mídia. Mesmo não sendo um ano de grande expansão do setor em 2019 o preço do leite pago ao produtor terminou o ano em torno de R$1,36. Segundo o analista da Embrapa Gado de Leite, Lorildo Stock esse é um preço razoável para o setor, equivalendo-se às cotações internacionais, o que não favorece a importação do produto. O gargalo de 2019 foi o baixo nível do consumo doméstico e a dificuldade de repasse de preços ao longo da cadeia produtiva. O fato é que as empresas estão trabalhando com margens bem apertadas. O pior cenário é o do leite UHT, em que a relação de preços entre o atacado e o produtor ficou quase 18% abaixo dessa mesma relação em 2018. Leite UHT Ultra HighTemperature - Leite esterilizado: Embalagens longa vida, processo de temperatura ultra alta de pasteurização. O produto é homogeneizado e submetido a uma temperatura de 130 a 150o, entre dois e quatro segundos, e imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32oC. O leite UHT é o leite fluido com maior vida de prateleira, em média 4 meses Produtos lácteos: Consumo está associado a rendas mais altas (queijos e iogurtes) tendem a ter um crescimento melhor em 2020. Mas o mercado de UHT ainda deve continuar complicado. O pesquisador acredita, no entanto, que as grandes apostas do setor foram adiadas para 2021, quando se espera que o Brasil tenha um crescimento mais robusto, gerando mais empregos e elevando o consumo familiar de leite e derivados. Compost Barn O Compost Barn ou Composto de Barn é um tipo de instalação para vacas leiteiras que consiste em uma grande cama coberta e visa o conforto dos animais, além da compostagem dos dejetos. Esse sistema consiste basicamente em um galpão com uma cama grande, comum para os animais (normalmente composta por serragem), separada do corredor de alimentação ou cocho por um beiral de concreto. O diferencial deste sistema é a compostagem que ocorre ao longo do tempo, com o material da cama e a matéria orgânica dos dejetos dos animais. Vantagens: Conforto animal, redução de CCS (contagem de células somáticas), aumento na produção de leite 25%, aumento na longevidade, redução nos problemas de casco, redução de dejetos líquidos, entre outras. Tecnologia utilizada há algum tempo em países do hemisfério norte, de clima temperado. Foi implantada pela primeira vez no Brasil em 2011. O modelo passou a ser usado de forma crescente entre os produtores de https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/youtube-o-que-e-ccs-e-cbt-220838/ https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/ https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/grupo-apoiar/problemas-de-casco-um-incomodo-nao-so-para-as-vacas-223374/ leite. O conforto animal é a vantagem mais visível desse sistema. Quando não estão deitadas, elas interagem umas com as outras. Essa característica levou a Embrapa a batizar seu compost barn de ‘Vacas e Pessoas Felizes’. Free Stall Neste sistema, as vacas ficam soltas dentro de uma área cercada, sendo parte dividida em baias individuais, onde os animais permanecem lado a lado, e são forradas com cama que pode ser areia ou borracha triturada. As baias são destinadas ao descanso dos animais e a outra parte da instalação é destinada para a alimentação e exercícios. O sistema Free-stall foi recomendado e se tornou muito popular entre os produtores, devido ao seu manejo, ou seja, quando as vacas não estão sendo ordenhadas, elas podem ficar vagando livremente em um grande espaço aberto com chão de terra ou concreto e acesso fácil para a alimentação que pode ser de feno ou silagem. Na hora da ordenha, as vacas podem ser treinadas para andar em uma sala de ordenha separada, onde terão acesso aos alimentos concentrados, enquanto estavam sendo ordenhadas. Tie Stall É um sistema de confinamento total durante o período produtivo das vacas leiteiras. Os animais permanecem lado a lado em baias individuais, geralmente presos em correntes no pescoço e recebem sua alimentação no cocho. Normalmente ficam soltos durante a ordenha, uma hora aproximadamente, quando aproveitam para caminhar. Este tipo de instalação exige mão-de-obra qualificada e com grande investimento na infraestrutura, as vacas devem ter alto potencial genético. Este método não é mais tão utilizado devido a preocupação com o bem-estar animal. Loose Housing O confinamento dos animais ocorre em estábulos com área de repouso coletivo para bovinos de leite, num local de terra batida ou concretada, cobertos por uma camada de cama que pode ser de palha de trigo, palha de arroz, areia, esterco desidratado, cepilho de madeira e outros materiais. Embora os animais estejam confinados, ficam em áreas livres para os exercícios com áreas cobertas para se protegerem do sol forte, chuva e ventos frios. Neste sistema a alimentação e a ordenha ocorrem em áreas ou galpões separados. Exige menor nível de detalhamento do sistema quando comparado ao Free-stall, pois os animais permanecem em grandes currais equipados com área de descanso comum e sombreados. Nesse sistema, o capital investido por animal alojado é menor. Tendências 2020 Bem-estar animal, sustentabilidade e a relação com o consumidor. Evolução da produção de leite sob a ótica do Censo: A comparação entre os dois últimos censos agropecuários mostra que a atividade leiteira no Brasil registrou aumento da produção, com menos produtores e menos vacas ordenhadas. Cada vez mais aumenta a tecnificação. Embrapa cria programa de biosseguridade para fazendas: Chave para segurança alimentar, os pilares de um plano de biossegurança são: isolamento, saneamento e controle de tráfego. Saúde Única: Saúde única conecta-se com biosseguridade ao indicar práticas voltadas para o uso racional de medicamentos e antiparasitários na pecuária. No leite, ações como a prevenção de entrada de doenças infecciosas no rebanho e adoção de programa de imunização dos animais contra as principais doenças e estratégias para a redução do uso de antibióticos e outros medicamentos veterinários são ações que promovem a saúde dos animais e estão alinhados ao conceito de saúde única. O que assegura a condição das vacas saudáveis? Resposta está na difusão e adoção de medidas de biosseguridade externas e internas, realização de diagnósticos e boas práticas agropecuárias, entre outras ações. Oferta de leite cresceu na pandemia. Maiores produtores de leite: Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e SãoPaulo. Inseminação artificial é usada em 10,7% das matrizes de leite: Melhor, pois oferece maior produtividade, evita dst’s, quantidade de vacas maior sem desgaste do touro. O sêmen do macho pode ser importado para escolher o ideal, utilizado em melhoramento genético. Queijo na pandemia: Produção de queijos cresceu, mas consumo não acompanhou. Demanda deve reagir com oferta de estoques e ações diversificadas de mercado. Custo de produção de leite: Desde janeiro de 2020, o custo de produção de leite tem apresentado trajetória de crescimento. Entre os grupos de insumos que compõem o índice, as maiores participações estão relacionadas à dieta do rebanho: Alimentação concentrada e produção e compra de volumosos, que, juntos, representam 61,7% do indicador. Insumos agropecuários – 1° setor da cadeira produtiva: Rações, suplementos minerais, produtos veterinários, sêmen, adubos, sementes. Propriedade rural – 2° setor: Pequeno, médio e grande porte. Logística: Fazenda, indústria e mercado. Cooperativas (processamento), indústrias, usinas de laticínios, mercado consumidor O que afeta o preço do leite que chega ao consumidor? Insumos, logísticas, pagamento dos funcionários e despesas. Cadeia do leite: Insumos agropecuários > propriedade rural > logística > indústria de laticínios > mercado e consumidores. Impacto Ambiental De acordo com o CONAMA é considerado impacto ambiental: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: 1. A saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Existem dois tipos de impactos ambientais gerados pelo homem: 1. Consumo desenfreado dos recursos naturais disponíveis. 2. Geração descomedida dos resíduos poluentes oriundos das atividades produtivas. Principais impactos da pecuária: Biodiversidade, onde muitas espécies de plantas e animais acabam sendo extintas. Impactos ao solo, que acaba esgotando suas propriedades e diminuindo sua fertilidade. Impactos a água doce, que é constantemente contaminada (gerenciamento de resíduos) e utilizada indiscriminadamente O que pode ser feito? Utilizar os dejetos dos animais como matéria prima para o funcionamento deum biodigestor. Gás oriundo do metano utilizado como fonte de energia. Insumos para a produção agrícola: Biofertilizantes Estufa: CO2, metano (vacas liberam através da flatulência). Leite Orgânico Mapear e classificar as propriedades de produção de leite orgânico no país servirá de base para organizar as ações de um segmento que cresce por aqui e no exterior. A produção de leite orgânica é diferenciada, principalmente por não adotar insumos químicos e pela dificuldade em adquirir bioinsumo. O tratamento de doenças e controle de endo e ectoparasitas na produção de leite orgânico só pode ser realizado com a utilização de produtos homeopáticos, fitoterápicos e com emprego de manejos estratégicos. Maiores produtores de leite orgânico: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. É regido por legislação, certificado. Não significa que o leite orgânico diminui impactos ambientais. Mitos do leite orgânico: 1. As vacinações são proibídas. 2. As doenças não podem ser tratadas com medicamentos alopáticos. 3. O controle de carrapato é impossível sem uso de ectoparasitas. 4. O controle da mastite é mais difícil, devido à proibição do uso de medicações e detergentes para higienização dos equipamentos de ordenha. A qualidade do leite nasce na secagem da vaca, como em qualquer processo de produção leiteira. Dentro do manejo orgânico, é permitido o uso de produtos para secagem das vacas desde que, se você vai dar um descanso para essa vaca até o próximo parto de 60 dias, pode-se usar um produto com, no máximo, 30 dias de carência. Ou seja, respeitando-se a restrição referente ao período de carência. Isso é considerado um manejo preventivo dentro do manejo orgânico. O conforto animal é considerado fator importante no sistema orgânico de produção de leite? As instalações (pastagens, estábulos e currais) devem ser adequadas ao conforto e à saúde dos animais. Recomenda-se a criação do zebu e seus cruzamentos, pelo fato de serem mais ambientados aos trópicos. Classificação do leite Os leites de vaca comercializados na grande maioria dos mercados, padarias e supermercados do país são, tradicionalmente, de dois tipos: 1. UHT 2. Pasteurizados Leites UHT (ultra high temperature): Passam por um processo de superaquecimento para eliminar sua carga bacteriana. São envasados em caixinhas. Também são chamados de leite longa vida. Leite Pasteurizado: Passam por um processo de choque térmico para minimizar sua concentração de bactérias. São envasados em saquinhos ou garrafas plásticas e de vidro. Este tem um tempo menor de vida. Leite: A, B, C A classificação com as letras A, B e C é utilizada apenas para o segundo tipo de leite, o pasteurizado. Ela tem relação com o tipo de ordenha e concentração de microrganismos que ele pode conter em sua composição. Leite A: É o tipo de leite pasteurizado com menor concentração de microrganismos por mL (o valor máximo permitido é de 500/mL). Sua ordenha é feita de apenas um rebanho e não existe contato manual em nenhuma etapa da produção. Ela é 100% mecânica e enviada diretamente para a pasteurização e envase. Ordenha apenas mecânica. Leite B: Esse tipo de leite tem um volume um pouco maior de microrganismos por mL (chegando a 40.000) e pode ser colhido de rebanhos diferentes (desvgantagem, pode ser um problema). A ordenha pode ser mecânica ou manual, desde que respeite o volume bacteriano máximo. O leite aguarda por até 48h em ambiente refrigerado para passar pelo processo de pasteurização. Leite C: Tem o mesmo tipo de ordenha e rebanho do tipo B (mecânica ou manual), porém com uma única diferença: ele não passa por um processo de refrigeração após a sua coleta. Esse leite é transportado, imediatamente após a ordenha, em tanques para o local onde será pasteurizado. Essa pasteurização é feita pela indústria que será responsável por sua comercialização. Esse é também o tipo de leite que chega a maior concentração de microrganismos por mL de bebida: máximo de 100.000/mL. Pode ter contato humano, maior custo benefício. Leite Verde: Leite produzido a pasto. Nesse caso, a alimentação básica dos animais é a pastagem, sem qualquer imposição normativa relacionada ao manejo dessas pastagens, à alimentação e ao uso de produtos químicos nos processos de produção e controle sanitário do rebanho, à semelhança das que são exigidas para a produção orgânica de leite. Gado Leiteiro Importância atividade leiteira: Produção primária > 3 milhões de emprego > 6 produtos mais importantes. Classificação zootécnica dos bovinos: 1. Família Bovidae. 2. Subfamília Bovinae. 3. Espécies: a) Bos Taurus indicus – zebuínos. b) Bos Taurus taurus – taurinos. c) Bubalus bubalis – búfalos. Nomenclatura zootécnica: Cabeça, pescoço, tronco, membros. O casco é importante para a vaca leiteira? Além das perdas diretas na produção de leite, os problemas de casco também provocam diminuição da eficiência reprodutiva, aumentam a incidência de mastite, gastos com tratamentos, taxa de descarte, podendo chegar, em alguns casos, até na morte do animal. Em vacas leiteiras, problemas em casco são muito importantes, pois problemas geram aumento do cortisol, que interfere no ciclo (não cicla). No final de gestação deve-se evitar mexer no casco, devido a cicatrização. Vacas leiteiras com alteraçõesna dieta também podem ter laminite. Vaca leiteira ideal Classificação Geral: a) Aparência: 15% (tamanho M, grande volume abdominal, garupa larga e comprida, pés fortes e firmes, robustez, pescoço longo até 500 cm, pernas aprumadas, feminilidade, harmonia de linhas, cabeça fina) b) Características Leiteiras: 20% c) Capacidade Corporal: 10% d) Pernas e Pés: 15% e) Úbere: 40% (até 32 kg na lactação) Úbere: Glândula mamaria, parte do sistema reprodutor. Avalia ligamento para ver se o úbere se fecha, para não haver contaminação como mastite ambiental por exemplo, contato no solo com E. coli. Descarnado: Com pouca gordura. Aparência: a) Estética e beleza do animal b) Pernas aprumadas c) Pés fortes e firmes d) Feminilidade e) Robustez f) Harmonia de linhas g) Pescoço longo e descarnado h) Cabeça fina i) Tamanho médio j) Ter grande volume abdominal k) Garupa larga e comprida l) Ser angular A glândula mamária de vacas tem 4 quartos. Não há comunicação entre os quartos Mecanismo de sustentação é importante. Casos de falha no mecanismo de sustentação: Ruptura de ligamento suspensor do úbere > úbere penduloso, assimétrico, abaixo do jarrete. O dorso em vacas leiteiras deve ser reto, caso esteja arqueado pode ser sinal de dor. Rumen lado direito localiza na última costela logo em seguida do flanco. Úbere Qualidade: Flexíveis, de pele macia, fina e solta, livre de granulações. Antes da ordenha são túrgidos e depois, enrugados, como um saco de dobras. Os tetos devem ser de tamanho médio, similares e bem separados e simétricos. Tamanho + qualidade + forma. Qual é o peso de um úbere? O peso do úbere é variável, no caso da vaca em lactação é de 14 a 32 kg Escolha da Raça A escolha da raça deve ser sempre baseada em informações do desempenho técnico e econômico dos animais em ambientes semelhantes àqueles nos quais serão explorados. a) Genética > nutrição > sanidade > manejo. b) Raça pura, cruzamento. Raças leiteiras: a) Zebu (Guzerá, Gir leiteiro – origem índia, bos taurus indicus). b) Taurino (Holandesa, Jersey – origem europeia, bos taurus taurus). ABCZ Associação Brasileira dos Criadores de Zebu a) Saída do chifre próximo a linha dos olhos. b) Orelhas compridas e pendentes, bem distintos de outras raças. c) Olhos elípticos amendoados com pregas de pele, cor negra, cílios predominantemente escuros, olhos interiorizados. d) Chanfro comprido nas fêmeas. e) Focinho e região maxila para apreensão do alimento com bom encaixe. f) Narinas amplas e dilatadas. g) Mucosa escura, desejável para adaptação em regiões tropicais. h) Pescoço com presença e proeminência da barbela. i) Pele solta, mais glândulas sudoríparas. j) Área maior de pele para perda de calor quando comparada com europa. k) Cupim, tronco e tórax: Força leiteira avalia amplitude de peito, maior capacidade respiratória. l) Perímetro do tórax e conjunto do costado: Costela comprida, arqueada. m) Largura entre ílio e ísquio representa espaço para o sistema mamário. n) Jarrete deve ser perpendicular visto de lado, cauda longa bem abaixo dos jarretes. o) Avaliar caminhando, colocação dos membros no solo, amplitude da passada. p) Características importantes para que a vaca leiteira tenha longetividade e permaneça no rebanho por muitas lactações. q) Raça de temperamento dócil, sua idade para o primeiro parto é de aproximadamente 43 meses e duração de lactação de aproximadamente 286 dias. Raças Leiteiras Gir Leiteiro: Tem sido bastante utilizado em cruzamentos, sendo preferido para cruzamentos com as raças europeias especializadas em leite (Holandesa, Jersey e Pardo-Suiço). a) Touro Gir + Vaca Holandesa = Mestiço GirHolando. b) Formação do mestiço leiteiro brasileiro. c) Vaca Girolando é responsável por 80% do leite produzido no Brasil. Gir Holanda ou Girolando: Por meio da heterose, essa raça conseguiu aliar características de alta produção, persistência na lactação e rusticidade. É evidente a afinidade do Girolando com o tipo de exploração, propriedades, mercado e o produtor nacional. A docilidade de sua mãe, juntamente com outras qualidades maternais, torna sua raça a mais utilizada como receptora de embrião em nosso país. Guzerá: Origem: região central da Índia. É uma raça rústica, de fácil adaptação ao clima brasileiro, tem como característica a pelagem predominante fumaça (cinza prateado), chifres em lira. Possui aptidão mista (corte e leite). Touro Guzerá + Vaca holandesa= Mestiço Guzoholando. Qual a diferença entre cruzar o touro da raça Gir Leiteiro ou Guzerá dupla aptidão com a raça Holandês e o cruzamento inverso? Gir + Touro holandês = Maior precocidade e aptidão leiteira. Guzerá + Touro holandês = Rusticidade, resistência a ectoparasitas. Desse modo, tanto o cruzamento de touro das raças Gir ou Guzerá com vaca da raça Holandês quanto o cruzamento recíproco, isto é, touro Holandês com vacas Gir ou Guzerá, podem apresentar bons resultados. O potencial genético para produção de leite é o mesmo, ou semelhante, mas depende da qualidade genética dos animais envolvidos no cruzamento. Holandesa: A mais especializada na produção de leite e mais difundida em todo o mundo. Exigente quanto ao clima, conforto e manejo. A matriz mais utilizada nos mais diversos tipos de cruzamentos. a) Agroleite - Castro / PR, 16 a 20 de agosto de 2022 Jersey: Dentre as raças europeias, é considerada a raça mais rústica. É a segunda raça leiteira mais importante em todo o mundo a) Pequeno porte. b) Boa produtividade leiteira e alta fertilidade. c) Facilidade de partos, elevada precocidade sexual e longevidade. d) O leite apresenta elevados teores de sólidos, principalmente gordura e proteína. Como melhorar a qualidade genética de um rebanho leiteiro? O melhoramento genético pode ser obtido pela substituição de animais existentes no rebanho por animais mais produtivos, seja por compra ou por reposição, com animais oriundos da própria fazenda ou de criatórios confiáveis. É de suma importância evitar o acasalamento entre indivíduos aparentados. Quais são as diferenças básicas de produção de leite entre animais zebu leiteiro e zebu padrão? Após a introdução dessas raças no Brasil, os criadores adotaram direcionamentos distintos em seus programas de seleção. Alguns decidiram dar ênfase à produção de leite, ou manter a dupla aptidão (produção de carne e leite) selecionando os animais dentro dos próprios rebanhos ou conduzindo trabalhos em parceria com instituições de pesquisa. Qual a relação entre a produção de leite e tipo leiteiro de uma vaca? Tipo leiteiro e produção de leite apresentam baixa correlação genética, isto é, a seleção de animais bons para tipo não implica necessariamente na obtenção de melhoramento na produção de leite, e vice-versa. Justifica-se a preocupação com tipo funcional para o produtor interessado na venda de animais para reprodução ou na obtenção de animais de maior vida útil, uma vez que tipo funcional tem valor comercial e associação positiva com o tempo durante o qual o animal será mantido no rebanho, ou seja, longevidade. Animais com bons aprumos e com boa inclinação de garupa, por exemplo, têm maior agilidade de locomover-se para apreensão do alimento e facilidade de parto. O desejável, portanto, é ter um animal de alta produção associado a um bom tipo leiteiro funcional. Índices Zootécnicos É uma forma de mensurar o rebanho. São verdadeiros aliados da produção animal e responsáveis por mensurar o desempenho do rebanho. É de suma importância a compilação dos índices zootécnicos de uma propriedade, pois é através destes que se pode verificar a real eficiência de uma atividade pecuária, podendo saber onde o sistemaestá sendo afetado com precisão, atendo então à mudanças que sempre melhorem estes índices, gerando assim uma maior eficácia e uma posterior maior rentabilidade da atividade praticada. Possíveis fatores relacionados às alterações na fisiologia da reprodução de vaca leiteira: Estresse térmico, categoria animal, manejo (bST), lactação, dieta, balanço energético, sanidade (mastite, casco). bST: Hormônio que aumenta o perfil de lactação. É possível induzir o parto ou não. Perfil anormal atrapalha a fertilidade da vaca leiteira de alta produção. A expectativa é de 1 bezerro por ano, por vaca. Índices Reprodutivos: 1. Intervalo entre partos: 12 meses. 2. Gestação: 283 dias. 3. Período de serviço: 82 dias. 4. Involução uterina: de 20 a 40 dias após o parto. 5. Primeira ovulação: 20 dias pós-parto (cio silencioso). 6. Primeiro cio: 40 dias pós-parto. 7. Período seco (descanso): 60 dias. Lactação Processo fisiológico: O período de lactação em rebanhos de alta produção tem um período de lactação de 10 meses até 12 meses (365 dias) ou até mais. Início da produção → prioridade do organismo → necessidade de energia. Hormônios da gestação que desencadeam a produção de leite: Somatotropina e prolactina, alta produção leiteira. A progesterona mantém a gestação e estrógeno desencadeia relaxamento de ligamentos pélvicos. A lactação ocorre com a gestação. Perfil da lactação bovina: Fêmeas taurinas e fêmeas cruzadas (Bostaurus x Bos indicus). Baixa concentração de insulina: Desenvolvimento folicular, corpo lúteo (folículo ovulado), esteroidogênese. Alta ingestão de matéria seca, alto metabolismo hepático. O alto metabolismo resulta em alto “clearance” (taxa de degradação) dos hormônios esteroides, reduzindo suas concentrações circulantes e consequentemente, alterando as funções fisiológicas. Apesar das modificações hormonais beneficiarem a produção de leite, essas alterações endócrinas tornam as fêmeas lactantes mais propensas a distúrbios fisiológicos. Comprometimento do sucesso reprodutivo – distúrbios: 1. Menor concentração circulante de E2 e P4. 2. Menor duração do estro. 3. Maior diâmetro do folículo ovulatório. 4. Atraso no momento da ovulação. 5. Condição anovulatória. 6. Maior incidência de múltipla ovulação. 7. Alteração do ambiente uterino. 8. Reduzido desenvolvimento embrionário in vitro. 9. Menor taxa de concepção após IA. 10. Alta perda gestacional. 11. Maior probabilidade de tornar-se repetidora de serviço. Por que saber o estro da vaca? Pois aceita a monta, o que torna um sinal para o inseminador já que manifesta um sinal do cio, a vaca é marcada por cor. A vaca que não tem pico de LH forma cisto folicular e progride, não ovulando. A vaca vai ovular no metaestro. Índices Produtivos Intervalo entre partos (IEP): É o período entre dois partos consecutivos e pode medir a eficiência reprodutiva individual e a do rebanho. Para alcançar a máxima produção de leite por dia de vida da vaca, ela deve parir em intervalos regulares de 12 a 14 meses Recomendado, 12 a 14 meses. Parto > intervalo entre partos > parto. 1. Problemas hormonais aumentam o intervalo, retenção de placenta e alguma doença infecciosa ou inflamações também, assim como parto distócito, sanidade. 2. São diversos fatores que podem alterar o intervalo, principalmente no pós-parto. Porcentagem de animais em lactação: Recomendado 75-85% ou relação 5:1 (5 vacas em lactação / 1 vaca seca). Período de Serviço (PS): Período entre o parto e a concepção, o período pós-parto se encaixa nesse tópico. A avaliação produtiva e reprodutiva de uma vaca é medida pelo período de serviço. Recomendado, 85 a 115 dias. 1. Parto > intervalo entre partos > parto > período de serviço > concepção. 2. O alongamento do período de serviço acarreta um maior intervalo de partos. Taxa de Serviço (TS): Mede a porcentagem de vacas que são inseminadas em relação ao número de vacas aptas a cada período de 21 dias. 1. Recomendado, acima de 65% Taxa de Concepção: É o número de vacas gestantes sobre o total de serviços gastos em um determinado período. Recomendado, 30 a 50%. Touro de repasse: Coloca-se a vaca com o touro da propriedade, pode ser que ele não consiga cobrir todas as vacas, é uma tentativa para caso a inseminação não funcione, negativas na taxa de concepção. Como melhorar a eficiência reprodutiva? Como saber? O que é importante saber? Dados produtivos, reprodutivos, sanitários? Quais são as metas? Curto, médio, longo prazo? Qual é a situação atual da fazenda? Quais são as estratégias? Para melhorar a eficiência reprodutiva, deve-se realizar a mensuração de todos os índices zootécnicos, pra depois melhorar a situação. Mastite Inflamação da glândula mamária, é uma das doenças mais importantes e onerosas na bovinocultura de leite. É a doença que representa o maior custo na produção leiteira em todo o mundo. Pode ser causada por vários fatores – microrganismos e por injúrias físicas ou químicas, porém a origem infecciosa é a mais prevalente. https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/ 1. Bactérias do gênero Streptococcus e Staphylococcus, além do gênero coliformes. 2. Queda na imunidade: Período pós-parto. Em condições normais, o esfíncter do teto possui músculos com função de mantê-lo fechado, a fim de evitar a invasão de patógenos. Além disso, o canal do teto é revestido por queratina que também funciona como uma barreira contra infecções. Estas duas estruturas são consideradas a primeira linha de defesa da glândula mamária contra patógenos, apesar de sua função limitada. Durante o periparto há uma grande pressão intramamária em função do grande volume de leite produzido, que pode exceder a capacidade de ação desses mecanismos, deixando o esfíncter aberto. Além disso, todo o período de transição é considerado um período crítico para aquisição de infecções intramamárias devido a oscilações na capacidade de defesa imunitária no úbere. No período de lactação, quando a vaca é ordenhada, a queratina é removida e o esfíncter permanece aberto por até duas horas após a ordenha. Nessas circunstâncias, a entrada de microrganismos presentes no ambiente ou no próprio teto do animal é facilitada. Prejuízo econômico: 1. Redução na produção de leite. 2. Descarte do leite de vacas tratadas. 3. Depreciação da qualidade do produto. 4. Perda de bonificação com aumento da Contagem de Células Somáticas (CCS). 5. Custos com medicamentos. 6. Gastos com assistência técnica. 7. Descarte de vacas. 8. Tempo extra perdido no manejo e na aplicação de medicamentos. Classificação quanto a forma de manifestação: Mastite clínica ou subclínica. Mastite clínica: É marcada pelos sinais clínicos de inflamação no úbere (dor, rubor, calor, tumor e perda de função). O animal pode apresentar febre, anorexia, depressão e até chegar à morte. O leite pode ter alterações, como presença de coágulos e grumos. Mastite subclínica: É caracterizada por não apresentar sinais clínicos visíveis no animal ou leite, apenas considerável aumento na CCS maior que 200.000. Esta é a forma de mastite mais frequente nas propriedades, muitas vezes passando despercebida pelo produtor e colaboradores. 1. Transmissão: Fômites, como as mãos do ordenador, os panos usados na secagem dos tetos, as esponjas usadas para limpar a mama, as teteiras das unidades de ordenha e moscas. 2. Os principais agentes causadores da mastite subclínica são bactérias contagiosas. CCS: As células somáticas são as células de defesa do animal originadas do sangue 1. Invasão bacteriana > resposta do organismo > transporte de células defensoras para a glândula > aumento CCS > indicador da invasão. Classificação quanto ao agente causador: Mastite contagiosa e mastite ambiental.Mastite Contagiosa: É causada por microrganismos presentes na glândula mamária e a transmissão para outros animais se dá durante a ordenha, seja pelas mãos do ordenhador ou pelo equipamento de ordenha, acometendo vacas em lactação. 1. Maior incidência da forma subclínica. 2. Queda na produção não é percebida. 3. Alta CCS. 4. Habitat é a própria glândula mamária e tetos. 5. Fonte primária - agentes: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, micoplasma bovis, corynebacterium bovis. 6. Fazer cultura e antibiograma para saber qual é o agente causador e tratamento. Mastite Ambiental: É causada por patógenos oportunistas presentes no ambiente das fazendas. Estes adentram o canal do teto quando o esfíncter está ainda aberto – principalmente logo após as ordenhas. 1. Forma clínica. 2. Reservatório é o próprio ambiente. 3. Lama e matéria orgânica podem ser reservatórios para a mastite ambiental. 4. Infecção ocorre geralmente no período entre as ordenhas. 5. Pode acometer todas as categorias animais: vacas lactantes, secas ou novilhas. 6. Fonte primária - agentes: Coliformes (E. coli, Klebsiella sp.), Streptococcus ambientais (S. Uberis, S. bovis, S. dysgalactiae), enterococos. Diagnóstico Mastite Clínica: Teste do caneco de fundo escuro. Retira-se os 3 primeiros jatos e observa a aparência do leite. https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/como-a-anatomia-do-teto-afeta-a-ordenha-21478n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/educapoint/glandula-mamaria-como-funciona-esta-maquina-216473/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/grupo-apoiar/periodo-de-transicao-como-saber-se-sua-fazenda-esta-no-caminho-certo-207257/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/vacas-com-ccs-muito-baixa-tem-maior-risco-de-infeccoes-intramamarias-210459/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/vacas-com-ccs-muito-baixa-tem-maior-risco-de-infeccoes-intramamarias-210459/ https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/viviane-gomes/leite-de-descarte-uma-boa-opcao-para-alimentacao-de-bezerras-207816/ https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/youtube-o-que-e-ccs-e-cbt-220838/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-aurelio-factori/quanto-o-produtor-pode-ser-beneficiado-com-a-assistencia-tecnica-215997/ https://www.milkpoint.com.br/colunas/educapoint/descarte-de-vacas-manejo-essencial-manter-a-produtividade-213196/ 1. Detecta grumos formados pelo acúmulo de células de defesa. 2. Deve ser feito em todas as ordenhas, todo dia. 3. Identificada a mastite clínica: retirar o animal da sala de ordenha para readequar a linha de ordenha. Diagnóstico Mastite Subclínica: CMT (California Mastitis Test). Estima o número de células somáticas no leite com o reagente. 1. Lavar (água e sabão)> secar (papel descartável, não usar pano)> desinfetar (pré- dipping) > coletar. 2. Não se faz todo dia. 3. Opções em casos de alto CCS: Sair da linha de ordenha, negativos são preferíveis na linha. Encher com leite até o primeiro risco, reagente CMT até o segundo risco > fazer movimentos circulares sutis para misturar > procurar gel (negativo não tem formação de gel). Células de defesa (leucócitos) formam os grumos do leite. Prevenção e controle: 1. Definir metas para saúde da glândula mamária. 2. Proporcionar ambiente limpo e confortável. 3. Manejo correto de ordenha. 4. Manutenção dos equipamentos de ordenha. 5. Frequência na coleta de dados dos animais: como CCS individual, casos clínicos. 6. Manejo dos casos clínicos. 7. Terapia de vaca seca: Ao final da lactação tratar todos os animais com antibioticoterapia para prevenir novos casos e eliminar casos subclínicos. 8. Biosseguridade: Cuidados ao inserir novos animais no rebanho. 9. Monitoramento dos dados da fazenda. 10. Revisão Periódica do Programa de Controle. Principais falhas no tratamento: 1. Uso de antibióticos sem ação contra a bactéria causadora. 2. Baixa penetração de antibióticos na área inflamada. 3. Inativação do antibiótico pelo leite e componentes do soro. 4. Localização intracelular dos microorganismos. 5. Desenvolvimento de formas resistentes durante o tratamento. 6. Intervalos e procedimentos impróprios de tratamento. O tratamento realizado no período de lactação tem menos eficácia, mas para tratar a mastite clínica é o ideal, para não correr risco de disseminar a doença. E no caso de mastite subclínica, o tratamento precisa ser no período seco. A vaca com dor é contra a produtividade, prejudica a ordenha. A ocitocina faz a descida do leite (o bezerro estimula a produção dela), o correto é tirar todo o leite da vaca, pois caso contrário pode virar uma cultura no local. A prostaglandina é liberada na inflamação. Vaca seca não produz leite, 60 dias antes da parição. Nesse período existe risco de desenvolver mastite, pois o período pré-parto está associado a menor resposta imune. É necessário fazer o tratamento preventivo com infusão de antibiótico IMM (pressão intra mamária), depois da infusão deve-se usar selante de teto, funciona como um tampo no teto que ajuda a evitar infecções, deve-se fazer o tratamento vaca seca em todas as vacas do rebanho. Tratamento Mastite Clínica: Antibióticos intramamários por 4 dias, no caso de uma recidiva recomenda-se uma terapia combinada: intramamário por quatro ou cinco dias, associado à um antibiótico sistêmico. Nos casos de mastite aguda recomenda-se a aplicação intramuscular ou intravenosa de antibióticos sistêmicos associado à um suporte ao animal feito com um anti- inflamatório não-esteroidal e uma fluidoterapia. Tratamento Mastite Subclínica: Animais em lactação é recomendado a utilização de antibióticos intramamários para vacas em lactação. Em animais no final de lactação é recomendado o tratamento de todos os quartos a secagem do animal. com intramamários https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/limpeza-e-desinfeccao-de-equipamentos-de-ordenha-e-tanques-parte-1-18184n.aspx https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/o-futuro-do-tratamento-de-vaca-seca-205933n.aspx https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/medidas-de-biosseguridade-na-bovinocultura-leiteira-221221/ para vacas secas associado à aplicação de um selante de teto. Enfermidades do Casco Claudicação: Sinal Clínico mais característico das patologias do sistema músculo esquelético, é um mecanismo de compensação e o sistema neurológico pode também estar acometido. 1. Leiteiro - 20 a 30% dos animais podem manifestar ao longo do ano. Relações diretas: Enfermidade do casco x performance (ingestão de alimentos). 1. Diminuição da ingestão de alimentos > perda de peso > diminuição da produção leiteira > maior infertilidade. Vacas de alta produção são mais vuneráveis a ficarem doentes, pois tem maior exigência em seu metabolismo. Quando tem incidência grande de afecções, tem alguma falha de profilaxia naquele estabelecimento. A ingestão de alimentos pode diminuir em afecções do casco, consequentemente diminui a produção leiteira e a fertilidade diminui também, devido ao aumento de cortisol (FSH e LH não são liberadas). Ou seja, problema de casco > problemas de reprodução. Prejuízo: Aumento do descarte dos animais, aumento dos custos veterinários, queda da rentabilidade e do lucro. Taxa de serviço: É obtida através da divisão do número de inseminações pelo número de vacas aptas a cada intervalo de 21 dias. Inter-relações das lesões dos cascos e redução dos índices de fertilidade – Claudicação: 1. Dificuldades para locomoção animal permanece deitado > Redução da ingestão de matéria seca diminuição do escore corporal balanço energético negativo. 2. Vaca evita a monta > Diminuição da capacidade de exteriorizar o cio, cio não é observadoperde-se a inseminação artificial. 3. Presença de dor > Reação de estresse no animal liberação de cortisol diminuição da liberação de LH. Manifestação – Doenças do Casco: 1. Postura e posição anormais. 2. Relutância em sustentar o peso nos membros. 3. Escaras de decúbito ou pressão. 4. Impossibilidade do animal se manter em estação. Os problemas de casco têm a distribuição de peso de 92% nos membros posteriores e 68% na unha lateral. Identificação do animal com claudicação: posição quadrupedal. Banda coronariana é onde o casco cresce. Além do impacto negativo na produção de leite, as doenças de casco comprometem diretamente o bem- estar animal. Hoje, a claudicação é uma das principais enfermidades do rebanho brasileiro. Pesquisadores relatam prevalência de aproximadamente 55% de claudicação clínica em animais avaliados. No sistema de produção brasileiro, as afecções podais são identificadas como a terceira maior fonte de perdas para os produtores. Animais com desconforto nos dígitos irão apresentar limitações em sua locomoção, alterando o comportamento, diminuindo o tempo de alimentação em até 28 minutos, quando comparado a uma vaca aparentemente sadia. Além disso, animais com claudicação deixam de produzir entre 270 (duzentos e setenta) e 574 (quinhentos e setenta e quatro) quilos de leite por lactação. A claudicação gera impactos significantes na taxa de prenhez, no intervalo entre o parto e o primeiro serviço, no intervalo entre parto e a concepção, na taxa de prenhez no primeiro serviço e no número de doses de sêmen por prenhez. As doenças de cascos possuem origem multifatorial, sendo a associação entre o ambiente e os fatores intrínsecos do animal os maiores responsáveis pela origem das lesões. A higiene do ambiente está diretamente correlacionada às doenças de origem bacteriana, sendo as principais a dermatite digital bovina e o flegmão interdigital. Além disso, em sistemas com excesso de umidade, o casco fica diretamente em contato com a água, fragilizando-o, o que torna as lesões de origem traumáticas mais frequentes, como a erosão de talão. https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/bemestar-animal-do-optativo-ao-obrigatorio-220126/ https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/bemestar-animal-do-optativo-ao-obrigatorio-220126/ Devemos nos preocupar com a higiene do local e estrutura do alojamento. Sabe-se que em ambientes desconfortáveis, o animal tende a permanecer grande parte do seu dia em estação, uma vez que o conforto para ele se deitar é mínimo. Esse fator acarreta uma superpopulação do rebanho, camas indesejáveis com sujidades, umidade e altas temperaturas, aumentando o risco de compressão do cório (derme) e assim propiciando o desenvolvimento de lesões isquêmicas. Como consequência, há maior risco de lesões de sola. Geralmente, as vacas de maior produção são as mais susceptíveis às lesões de casco, pois se tornam mais magras no início da lactação. As vacas magras apresentam sete vezes mais chances de claudicação após o parto e vacas leiteiras magras no período seco têm nove vezes mais chances de se tornarem claudicantes nas primeiras quatro semanas após o parto. Exame clínico: Resenha, anamnese, exame físico (geral, específico), exame complementar, diagnóstico e prognóstico, tratamento. O exame como um todo pode indicar processos com sede em outros sistemas, como o digestivo e o nervoso. 1. Exame da pele: Escaras decorrentes de decúbito prolongado, feridas decorrentes de traumatismos ou pontos de supuração. 2. Anamnese: Perguntas específicas para os animais afetados, início e evolução, quais sinais foram observados? relacionado com pós-parto? progressão, medicamentos, dose, via, tempo, resposta. a) Verificar a ocorrência de casos semelhantes na propriedade. b) Características epidemiológicas. c) Informações a respeito das instalações, manejo e alimentação. d) Piso da sala de ordenha. e) Alimentação dos animais. f) Inspeção: Tamanho, assimetria, feridas, drenagens e atrofia muscular. g) Palpação: Avalia-se a consistência, temperatura, sensibilidade. h) Exame do animal parado: Postura em posição quadrupedal em decúbito, posição da cabeça, posição dos membros (abdução, adução, para frente e para trás). i) Todas as alterações devem ser registradas. j) Avaliação em movimento: Observar o deitar, levantar e andar. k) Detectar a existência de claudicação. Deve-se observar o animal calmamente em seu ambiente natural. Tipos de superfícies do solo podem exacerbar a claudicação: Grama X concreto. Escores de locomoção: Postura e Posição anormais. Exame clínico do sistema locomotor: 1. Exame do casco: Avaliar a sua forma. Cascos sadios possuem a face frontal formando um ângulo de 50° com o solo. Os cascos traseiros são mais pontudos que os dianteiros e suas unhas laterais são ligeiramente maiores que as mediais. 2. Uma contenção adequada é fundamental para realizar um completo exame do casco. 3. Troncos tombadores para contenção de bovinos. 4. Alguns animais precisam de sedação (xilazina – 0,05 a 0,1mg/kg, jejum 12h A 24h). 5. Imediatamente após a contenção deve-se limpar o dígito. O tempo total que o animal é mantido em decúbito lateral deve ser minimizado: lesões musculares ou nervosas (trauma por compressão direta, trauma dos vasos). 6. Casqueamento corretivo em primeiro lugar, inspeção detalhada das lesões, áreas escuras ou cavidades devem ser exploradas. 7. Sonda maleável ou cânula (sonda uretral de felinos), "ponta de um iceberg". 8. O espaço interdigital é inspecionado: vermelhidão, proliferação anormal ou tecido necrótico. 9. Talões: Erosões, separação, dermatite digital, ou outras lesões. 10. Laterais dos dígitos traseiros mais comumente afetadas. Lesões mais comuns: 1. Dermatite Digital – espiroquetas. 2. Dermatite Interdigital – Dichelobacter nodosus. 3. Flegmão Interdigital – Fusobacterium necrophorum. 4. Erosão de talão. 5. Laminite. 6. Úlcera de sola. 7. Artrite. 8. Hiperplasia interdigital. Claudicação – Enfermidade dos cascos: Fatores nutricionais, fatores ambientais e manejo, fatores infecciosos, fatores hereditários. Lesões Infecciosas - Casco Dermatite Digital: Uma das mais frequentes causas de manqueiras em rebanhos leiteiros no mundo. Afecção da pele digital, localizada na região coronariana entre os talões da superfície palmar/plantar. 1. Espiroquetas do gênero Treponema. Dermatite Interdigital: Processo infamatório que acomete a pele do espaço interdigital, sem extensão aos tecidos profundos. É causada por bactérias ambientais anaeróbicas dos gêneros Fusobacterium e Dichelobacter. Apresenta-se, inicialmente, em forma de fenda (rachadura), podendo levar ao espessamento da pele interdigital nos casos crônicos. Nos casos graves, pode haver presença de pus com odor fétido e aumento da sensibilidade, levando à manqueira. Em alguns quadros, o agravamento desta lesão pode causar um Fegmão interdigital (FI), que é um processo infamatório agudo difuso da pele interdigital, envolvendo tecidos profundos. Inspeção interdigital: Bloqueio regional + sedação. Erosão de talão: É uma perda irregular do tecido córneo, que se inicia na forma de pequenos orifícios arredondados que podem levar à formação de fissuras profundas na região do talão e, às vezes, da sola. A ocorrência desta alteração é associada à baixa qualidade dos tecidos córneos secundária à laminite e a infecções bacterianas. O principal germe isolado é o Dichelobacter nodosus, que tem uma ação importante na destruição dos tecidos córneos por produção de proteases (enzimas que quebram as proteínas). Altas densidades populacionais, associadas a ambientes úmidos e presença de grande quantidade de matéria orgânica, são considerados fatores de altorisco, por aumentarem a concentração local de patógenos. Laminite: Inflamação asséptica (sem presença de patógenos) das lâminas do cório, causada por um distúrbio da microcirculação e degeneração na junção derme/epiderme. Sua etiologia é multifatorial e a patogenia bastante complexa e ainda incerta, sendo a causa mais importante de manqueiras em bovinos confinados. Acidose ruminal pode causar laminite. A laminite subaguda (subclínica) é a principal forma observada em bovinos e caracteriza-se pelo aparecimento de hemorragias de sola, talão e linha branca; alterações de coloração e da resistência do tecido córneo; doença da linha branca; úlcera de sola ou pinça; abscessos de sola, pinça ou talão; sola dupla; erosão de talão e fissuras de muralha. 1. Casos de laminite subclínica é mais comum. Fazer casqueamento corretivo, raio-x, descobrir a causa primária A laminite crônica tem crescimento anormal do casco, alterações da forma do casco, linhas de stress, sola convexa, áreas de hemorragias na sola e linha branca, aspecto farináceo da sola do casco. Complicações O casqueamento pode ser feito de maneira preventiva, a fim de reduzir os problemas podais. Assim, quanto mais precocemente se identifica animais com dor, até no máximo o escore 3, consegue-se reduzir as perdas econômicas causadas pelos problemas de casco ao máximo possível. Recomendações para prevenção de doença de casco: A dieta deve ser equilibrada e balanceada, o ambiente dos animais deve ser higiênico, piso deve estar sempre limpo e seco, o casqueamento preventivo do rebanho deve ser realizado, a utilização de pedilúvios na rotina da fazenda com soluções desinfetantes. A utilização de pedilúvios é uma boa alternativa preventiva que evita problemas de cascos e prejuízos acarretados por consequências dessas afecções, além de ser barata e eficiente. Pedilúvio é um local onde é colocado uma solução para desinfetar os cascos dos animais. Estas instalações geralmente são instaladas em corredores de entrada ou saída da sala de ordenha, pois possibilita a aplicação em grande escala e facilita o manejo, trazendo bons resultados para o rebanho como um todo. A correção do casco deve ser feita aos poucos (animais jovens e adultos, não fazer em animais idosos), mas deve ter cuidado ao fazer pois pode ter problema de balanceamento. Existe uma relação x casqueamento: Comprimento da pinça, talão e sola. As feridas devem ser limpas para saber a extensão delas, deve-se observar o animal caminhando em seu ambiente, pois vaca doente se esconde em seu rebanho entre as demais. A velocidade e o ritmo indicam claudicação, distribuição do peso no solo, cabeça abaixada é mecânismo de compensação. Observar como a vaca se levanta, pois o normal é encostar carpo no chão Piso macio x concreto (problemas na articulação) = Diferença do piso pode dar uma ideia da estrutura acometida. Tratamento clínico ou cirúrgico dependerá da lesão, pode ser pedido um exame de raio-x para complementar, a limpeza do dígito deve ser feito com água + sabão + escovinha. Lesão ulcerada purulenta: Cirúrgia (remoção). Osso para fora > grave! Casos graves devem-se coletar o líquido sinovial, não pode passar antisséptico devido a articulação, é necessário fazer a antibioticoterapia regional, repouso em uma instalação boa, antiinflamatórios para ajudar na dor. Em casos de rachadura, pode preencher a fissura com resina de dentista. Problemas de casco devem ser prevenidos, pois tem algo de errado no manejo ou no alojamento, deve ter profilaxia devido a questões de produção e bem-estar animal. A prevenção pode ser feita através da nutrição, casqueamento corretivo, manejo e estabelecimentos adequados. Tamanco de madeira pode ser utilizado em dígito saudável, coloca-se com resina, eles são riscados para diminuir o atrito.
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