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1 CADERNO DE QUESTÕES – PSA – NOTURNO – 20.10.2021 (duração: 2 horas) Questão 1. Observe a pintura de Kevin Lee, intitulada “A invisibilidade da pobreza'', e leia o texto a seguir. Disponível em <https://www.facebook.com/culturaemdoses/photos/a.714521042296571/1272481773167159/>. Acesso em 25 jul. 2021. Falta de dados reflete invisibilidade da população em situação de rua no Brasil CNN, São Paulo – 01.06.2021 "Eu até me emociono quando me fazem essa pergunta, porque dói muito ver a pessoa em situação de rua. Pra mim, dói muito". Poucas pessoas que não experimentaram o que é dormir sem um teto sobre a cabeça poderiam dar uma resposta como essa. O músico Wellington Antônio Vanderlei sabe bem o que é isso e, entre suas idas e vindas na rua desde a adolescência, é certeiro quando responde qual o sentimento relegado à população que vive sem ter onde morar. "Ah, o sentimento é que você é invisível mesmo, né?". Invisível aos olhos da sociedade e, muitas vezes, também aos olhos do poder público. As discussões a respeito do adiamento do censo populacional que seria realizado neste ano lançaram luz sobre a importância de pesquisas para a formulação de políticas públicas. Políticas essas que reduzem os níveis de desigualdade, combatem a fome, o desemprego, o abandono escolar e tantos outros gargalos sociais. O problema é que quem vive na rua não entra nas estatísticas do Censo. A única vez em que foi realizado um levantamento nacional exclusivamente sobre a população em situação de rua foi em 2008, quando foram registradas informações extremamente relevantes e até inesperadas, como o fato de que 70% dessa população tinha algum tipo de trabalho. Outros dados, nem tão inesperados assim: 67% dessas pessoas eram negras, retrato do racismo e da desigualdade no nosso país. O que o país tem de mais recente sobre a população em situação de rua é uma estimativa produzida por Marcos Natalino, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/censo 2 (Ipea), que projetou 222 mil pessoas vivendo nas ruas do Brasil até março do ano passado. O cenário, é claro, agravou-se durante a pandemia. "Agora, na pandemia, eles são visíveis à medida que, quando fecha a cidade, menos pessoas circulam pelas ruas. Os únicos que circulam nas ruas são eles. Então, é um jogo. Ora eles são visíveis, ora eles são invisíveis. Quando incomodam, são visíveis. Quando não incomodam a ordem estabelecida, são invisíveis", opina o padre Júlio Lancellotti, que há anos é uma referência no apoio a quem vive nas ruas. Disponível em <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/01/podcast-entre-vozes-alerta-para-invisibilidade-de-quem-vive- em-situacao-de-rua>. Acesso em 25 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A imagem e o texto jornalístico apresentam discursos antagônicos, pois o artista enfatiza, com seus traços, a visibilidade de um menino pobre, e a matéria aponta que as pessoas em situação de rua são ora visíveis, ora invisíveis. II. Segundo o texto, as pessoas em situação de rua são pouco visíveis ao poder público, e isso implica a criação insuficiente de políticas direcionadas a elas. III. O objetivo da imagem é mostrar que o menino, mesmo pobre, pode ter ascensão social, representada pela escada e pela rampa. IV. De acordo com o texto, a pandemia aumentou a visibilidade das pessoas que moram na rua porque gerou mais ações de solidariedade. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. II e IV. C. I e III. D. III e IV. E. II. Questão 2. Na chamada “black friday”, é comum vermos anúncios como o mostrado na figura a seguir. Disponível em <https://blog200porcento.com/50-desconto-na-segunda-unidade-toysrus-5939196>. Acesso em 27 set. 2021. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/13/especialistas-veem-aumento-de-populacao-de-rua-mas-nao-ha-dados-oficiais 3 Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe R$300,00, pagará o equivalente a R$225,00 por unidade. PORQUE II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago. Assinale a alternativa correta. A. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a asserção I. B. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a asserção I. C. A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. D. A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. E. As asserções I e II são falsas. Questão 3. Leia a imagem e o texto a seguir. Disponível em <https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2021/01/26/maioria-das-empresas-ainda-nao-tem-area-de- diversidade.html>. Acesso em 29 jun. 2021. Por que a diversidade no ambiente de trabalho é necessária? Victor Neves Nos últimos anos, movimentos sociais que reivindicam a igualdade de minorias ganharam força globalmente. Promover a inclusão no mundo corporativo significa entender a importância do respeito e da valorização das diferenças. É aí que entra uma das principais vantagens desse posicionamento para as empresas: melhorar a employer brand (marca empregadora). Se uma empresa é reconhecida por sua diversidade, cada vez mais pessoas de diferentes origens terão interesse em se juntar a ela. Isso facilita a atração de talentos, já que as opções de candidatos para preencher as vagas serão sempre abundantes e qualificadas. Reter esses profissionais na organização também é mais fácil, afinal, um ambiente respeitoso e diverso favorece o clima interno. Com isso, os colaboradores ficam mais 4 satisfeitos com seus empregos, e os conflitos no dia a dia diminuem, o que mantém a produtividade e a eficiência em alta. Outro grande benefício da diversidade no ambiente do trabalho é o enriquecimento cultural da empresa. Pessoas com origens, crenças, etnias, orientações sexuais e classes sociais diferentes trazem para a organização ideias e visões de mundo nada parecidas umas com as outras. Isso está associado ao desenvolvimento de produtos mais criativos e inovadores, que não seriam possíveis se todas as pessoas da equipe tivessem vivências parecidas. Disponível em <https://blog.woli.com.br/por-que-a-diversidade-no-ambiente-de-trabalho-e-necessaria/>. Acesso em 29 jun. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. As práticas de diversidade e inclusão adotadas pelas empresas têm o intuito de exercer a caridade com os indivíduos que se sentem excluídos. II. A inclusão da diversidade é um fator que favorece a valorização cultural das empresas e contribui para a boa imagem da marca. III. Uma equipe formada por colaboradores com culturas diferentes aumenta os resultados produtivos, mas também estimula os conflitos e a competição. É correto o que se afirma somente em A. I. B. II. C. III. D. II e III. E. I e II. Questão 4. Leia o texto a seguir, publicado em 5 de agosto de 2021. Baixo nível de empatia aumenta estresse do brasileiro durante a pandemia A incapacidade de se colocar no lugar do outro associada ao desgaste emocional e à falta de infraestrutura durante a pandemia elevou os níveis de sofrimento entre os brasileiros neste período — e nos colocou entre os povos mais estressados do mundo. A constatação veio com o resultado da primeira fase da pesquisa "Adaptação social em estresse na pandemia de covid-19: um estudo transcultural", coordenada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em parceria com mais 24 países. O estudo revelou que houve uma percepção de aumento do individualismo por causa das medidas de isolamento e distanciamento social. Em contrapartida, governos que oferecem uma infraestrutura coletiva melhor reduzem o impacto emocional nos indivíduos. A ideia é que o trabalho contribua para o desenvolvimento de intervenções no campo da saúde mental e ajude a sociedade a lidar com esse tipo de problema em crisesfuturas. Brasileiro e o mito da alegria contagiante À primeira vista, o resultado do estudo pode parecer contraditório. Afinal, o brasileiro não é aquele povo alegre, sempre disposto a sorrir e ajudar o próximo na adversidade? Pois a realidade parece não ser bem essa. 5 "Nós estamos habituados a estarmos juntos na festa, no futebol, é uma cultura baseada na celebração, na sensação de prazer", afirma a professora Edna Ponciano, do Instituto de Psicologia da UERJ e coordenadora da pesquisa. Segundo ela, não somos acostumados a dividir a dor, o sofrimento com os outros, e isso pode ser um problema. "Nossa maneira de lidar é se distrair para esquecer, mas, com isso, deixamos de lidar com os problemas e transformamos esses sentimentos em ansiedade, depressão e estresse", acredita a especialista. Cultura coletivista é mais resiliente Ponciano lembra ainda que o Brasil pontuou muito alto no individualismo — o que também parece ser um contrassenso, já que o brasileiro tem fama de ser solidário e prestativo. "De fato, o brasileiro é solidário, mas muito mais direcionado às pessoas que ele conhece, ao seu círculo social e familiar", avalia. "O outro desconhecido não nos toca tanto", acredita. Por outro lado, a pesquisadora lembra que as sociedades que estão passando pela crise sanitária de forma coletiva estão conseguindo lidar melhor com o sofrimento. Em outras palavras, a coletividade permite a construção de pessoas mais resilientes e satisfeitas. Para Gustavo Arns, especialista em felicidade e bem-estar, o aumento do estresse tem relação direta com o individualismo. "Essa falta de empatia nos deixa fechados para o outro, fechados em nós mesmos e isolados", afirma ele, que é idealizador do primeiro Congresso Brasileiro de Felicidade e professor da pós-graduação em psicologia positiva da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Para ele, a pandemia não vai solucionar todas as nossas relações e problemas sociais, mas é uma boa oportunidade para começarmos a solucionar essas questões. "Nunca se falou tanto em saúde mental e qualidade de vida", afirma. "Acredito que é o momento ideal para começarmos a refletir sobre como podemos começar a construir a nossa felicidade." Disponível em <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/08/05/baixo-nivel-de-empatia-aumenta-estresse-do- brasileiro-durante-a-pandemia.htm>. Acesso em 9 ago. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O Brasil é o país da festa e do futebol, e o brasileiro, por ser naturalmente cordial e alegre, tem se estressado de maneira moderada com o isolamento social. II. Os resultados da pesquisa apontam que o brasileiro é individualista, apesar da fama de solidário. III. A capacidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, a empatia, pode auxiliar as pessoas a lidar melhor com o sofrimento. É correto o que se afirma em A. II, apenas. B. I e III, apenas. C. II e III, apenas. D. I e II, apenas. E. I, II e III. Questão 5. Observe a ilustração a seguir. 6 Disponível em <https://blogdoaftm.com.br/charge-cadastramento/>. Acesso em 13 ago. 2021. É correto dizer que a charge A. faz crítica a um tipo de auxílio governamental fornecido, que é considerado injusto, pois privilegia as camadas mais pobres da sociedade. B. tece crítica às pessoas que tentam meios ilegais para conseguir os benefícios oferecidos pelo governo. C. ilustra que a tecnologia está acessível a toda a população, em todas as faixas etárias. D. representa o comportamento da população brasileira, especialmente dos homens, que não sabem lidar com as tecnologias mais modernas nas diferentes situações do dia a dia. E. evidencia o fato de que as novas tecnologias não são acessíveis a todos, especialmente aos mais necessitados, que precisam dos auxílios governamentais. Questão 6. Leia a charge e o texto a seguir. Disponível em <https://tirasarmandinho.tumblr.com/>. Acesso em 29 jun. 2021. 7 Celular e tablets para crianças: passar muito tempo usando eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento Michelle Roberts (BBC News) Deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade, de acordo com o estudo canadense. A pesquisa, que acompanhou cerca de 2,5 mil crianças de 2 anos de idade, é a mais recente evidência no debate sobre quanto tempo de uso de telas é seguro para crianças. (...) Mães foram consultadas, entre 2011 e 2016, sobre o tempo de uso de telas e preencheram questionários sobre as habilidades e o desenvolvimento de seus filhos quando tinham 2, 3 e 5 anos. Isso incluiu assistir a programas de TV, filmes ou vídeos, jogar videogames e usar computador, tablet, celular ou qualquer aparelho com uma tela. Com a idade de 2 anos, as crianças passavam em média 17 horas em frente a telas por semana. Isso aumentou para cerca de 25 horas aos 3 anos, mas caiu para cerca de 11 horas aos 5 anos, quando as crianças começam a escola primária. As descobertas, publicadas no periódico JAMA Pediatrics, sugerem que há aumento do tempo de uso de telas antes que qualquer atraso no desenvolvimento seja notado (...). Mas não está claro se o aumento do uso de telas é diretamente responsável. O maior tempo da tela pode ser um aspecto simultâneo a outros ligados ao atraso no desenvolvimento, como a forma com que a criança é educada e o que a criança faz no restante do seu tempo de lazer. Os cientistas indicam que, quando as crianças pequenas estão olhando para telas, elas podem estar perdendo oportunidades de praticar e dominar outras habilidades importantes. Em teoria, isso poderia atrapalhar interações sociais e limitar o tempo com que as crianças passam correndo e praticando outras habilidades físicas. Mesmo sem provas concretas de danos, a cientista Sheri Madigan e seus colegas, autores do estudo, dizem que, ainda assim, faz sentido limitar o tempo de uso de telas das crianças e garantir que isso não atrapalhe as "interações interpessoais ou o tempo em família". (...) "Ainda precisamos de mais pesquisas para dizer se crianças são mais vulneráveis aos danos causados pelo uso de telas e qual impacto que isso pode ter na sua saúde mental", disse Bernadka Dubicka, do Royal College of Psychiatrists. "Também precisamos avaliar os efeitos de diferentes tipos de conteúdo, porque há também formas positivas de usar telas". Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-47036386>. Acesso em 29 jun. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O texto e a charge apresentam uma crítica acerca da influência do uso das tecnologias nas relações interpessoais entre as crianças. II. O objetivo da tirinha é mostrar que o uso de celulares pode ser uma brincadeira produtiva e interativa. III. O texto indica que o uso excessivo e inadequado das telas pode influenciar negativamente no desenvolvimento infantil. 8 É correto o que se afirma em A. I e II, apenas. B. II e III, apenas. C. III, apenas. D. I e III, apenas. E. I, II e III. Questão 7. Leia o meme e o texto a seguir. Disponível em <https://pt.dopl3r.com/memes/engra%C3%A7ado/as-pessoas-deveriam-antes-de-compartilhar-pesquisar-se-as- frases-atribuidasa-pessoasfamosas-realmente-pertencem-a-elas-d-pedro/102625/>. Acesso em 21 jul. 2021. Fake news são notícias e informações falsas — ou modificadas — veiculadas na internet com o propósito de manipular pessoas e eventos. Elas também estão ligadas ao sensacionalismo, que visa a chamar a atenção e a obter “likes” para gerar lucro. Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o estudo do Jornalismo, as redes sociais são a maior fonte de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta, já que o percentual de pessoas que usam as redes sociais como fonte de notícias foi de 47% em 2013 para 72% em 2016. Isso mostra que a repercussãode uma notícia falsa pode atingir inúmeras pessoas em poucos minutos e acarretar prejuízos morais e até mesmo financeiros. Algumas pessoas acreditam que as fake news prejudicam apenas pessoas públicas, mas isso não é uma regra. É o caso de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a morte depois de ter sido acusada de sequestrar e matar crianças para fazer magia negra. Os boatos associavam seu nome e sua imagem ao crime; só após sua morte a verdade apareceu. Outra situação envolvendo fake news foi a da vereadora Marielle Franco, que teve seu nome vinculado a mentiras com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das notícias foi a de que ela seria casada com um traficante e eleita por uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho. Contudo, tais informações eram inverídicas. http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html 9 Disponível em <https://foconoenem.com/fake-news-redacao-enem/>. Acesso em 20 jan. 2019. Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I. O meme, para criticar a propagação de fake news, apoia-se, ironicamente, em uma citação falsa. II. O meme e o texto apresentam discursos antagônicos, pois o primeiro mostra que as notícias falsas podem ser simples brincadeira. III. O texto alerta para a necessidade de se checar a fonte das informações, pois as fake news podem trazer prejuízo à sociedade. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. I. C. I e III. D. III. E. II e III. Questão 8. Leia a charge a seguir. 10 Disponível em <https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/>. Acesso em 02 ago. 2021. O objetivo da charge é A. criticar a linguagem científica, que é indecifrável para a população em geral. B. mostrar as vantagens do aprendizado por meio das novas tecnologias. C. criticar os discursos propagados em redes sociais que se opõem à ciência. D. enaltecer a agilidade da pesquisa nas redes sociais. E. valorizar a pluralidade de pontos de vista na ciência. Questão 9. Leia o texto a seguir. Impacto das fake news nas coberturas vacinais André de Castro - Ministério da Saúde – 10.11.2020 A circulação de notícias falsas, o medo de eventos adversos e a sensação de segurança decorrente da eliminação de doenças são fatores que vêm contribuindo para a queda das coberturas vacinais no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o dia 22 de outubro de 2020, nenhuma das vacinas do calendário nacional atingiu os indicadores preconizados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para a coordenadora do PNI, Francieli Fontana, o movimento antivacina também pode contribuir para os indicadores. Nesse cenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Juarez Cunha, também avalia que o movimento antivacina é um dos protagonistas na propagação das fake news. “As inverdades que têm circulado podem impactar no número 11 de pessoas não vacinadas no país. Coloca nossa população, especialmente as nossas crianças, em risco, colaborando para o retorno de doenças que já estavam controladas ou eliminadas. É o caso do sarampo”, afirma. Em 2019, o Brasil perdeu a certificação de país livre da doença. Isso aconteceu porque o país conviveu, por 12 meses e de forma endêmica, com casos confirmados da doença. Países dos continentes europeu e africano também registraram um maior número de casos na última década. O presidente da SBIm lembra que o movimento ganhou força por causa de um artigo falso, publicado em 1998 pelo médico inglês Andrew Wakefield, no qual ele incitava que a vacina do sarampo causava autismo. O artigo foi desmentido e retirado dos meios científicos, mas as consequências repercutem ainda hoje. Problema mundial A hesitação em vacinar foi apontada como um problema mundial pela Organização Mundial da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas. De acordo com estudos, a probabilidade de uma criança nascida ser totalmente vacinada com todas as vacinas recomendadas mundialmente até os 5 anos de idade é inferior a 20%. Em 2019, quase 14 milhões de crianças perderam a oportunidade de receber as vacinas oferecidas para a faixa etária. “Depois da água potável, a vacinação trouxe melhora na qualidade de vida das pessoas e redução da mortalidade”, conta a médica especialista em vigilância em saúde, Melissa Palmieri. Ainda de acordo com ela, vacinar é um pacto social. Prova disso são os casos de poliomelite no Brasil, sem registros desde 1990. (...) Por que confiar? Todas as vacinas disponibilizadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI) passam pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obedece aos parâmetros internacionais para avaliar segurança, imunogenicidade e eficácia. Uma vez incorporada no Calendário Nacional de Vacinação, antes de ir para o posto de saúde, a vacina passa por uma avaliação criteriosa do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), que realiza ensaios laboratoriais para o controle de qualidade de produtos com interesse para a saúde. Os componentes utilizados para a fabricação de vacinas servem para a sua conservação e auxiliam no aumento da proteção imunológica da pessoa vacinada. Segundo os especialistas, os eventos adversos são raros e na maioria das vezes estão relacionados ao indivíduo que recebeu a dose, como alguma alergia ou alguma imunodeficiência preexistente (transplantados ou com HIV). Para esses casos, foram criados os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), a fim de facilitar o acesso da população às vacinas especiais. Nesse sentido, o Ministério da Saúde garante que a vacinação é segura e eficaz. “Não há nenhuma dúvida com relação a isso, por mais que grupos antivacinas queiram aparecer e tomar espaço na mídia”, reforça Francieli. O Programa Nacional de Imunizações existe há 47 anos e, atualmente, oferece 18 vacinas no Calendário Nacional de Vacinação de Crianças e Adolescentes, sete vacinas para adultos e cinco para idosos, disponibilizadas gratuitamente nas salas de vacinação do Sistema Único de Saúde. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/2052-impacto-das-fake-news-nas-coberturas-vacinais>. Acesso em 06 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. 12 I. Segundo o texto, a queda das coberturas vacinais é um problema na saúde pública brasileira, impulsionado pela circulação de notícias falsas, pelo medo de eventos adversos e pelo sentimento de segurança gerado pela eliminação de doenças. II. A pandemia de Covid-19, de acordo com o texto, fez surgir o movimento antivacina, responsável pela proliferação de fake news. III. O PNI, conforme o texto, disponibiliza gratuitamente vacinas que seguem parâmetros internacionais de segurança, imunogenicidade e eficácia. É correto apenas o que se afirma em A. I. B. II. C. III. D. I e III. E. I e II. Questão 10. Leia o texto a seguir. As falhas do ensino da matemática expostas pela pandemia do coronavírus. Nossa dificuldade em lidar com modelos e projeções evidencia 'analfabetismo de dados', diz especialista; como podemos melhorar o ensino de estatísticas, raciocínio lógico e de temas do cotidiano do século 21? BBC - 06/06/2020. Desde projeções de novos casos de coronavírus até o chamado "achatamento da curva" de contágio, conceitos e modelos matemáticos entraram no noticiário e nas discussões da pandemia e, para alguns especialistas, a nossa dificuldade em entender e aplicar esses conceitos é mais uma evidência de que a forma como aprendemos matemática na escola está muito longe de nos preparar para usar a disciplinana vida real. Esse foi um dos assuntos debatidos no seminário on-line "Como ensinar a matemática do futuro?", realizado pelo Instituto Sidarta (dedicado a projetos e políticas no ensino da matemática) em 28 de maio. "Estamos ensinando a matemática do século 19 nas nossas escolas, e isso cria uma lacuna na formação que damos aos jovens para o exercício de profissões e para munir as crianças com ferramentas para entender o mundo à nossa volta, que é o objetivo da matemática", afirmou no encontro virtual Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). E quais são essas ferramentas? Viana citou algumas: estatística e probabilidades, por exemplo, essenciais para entendermos o comportamento do novo coronavírus e o impacto das medidas de prevenção, são temas que o matemático acredita que "estavam até há pouco tempo praticamente ausentes de sala de aula", embora ele ache que isso esteja mudando com a adoção da nova Base Nacional Curricular Comum, documento que traçou novas diretrizes para o ensino público e privado do país. Para além da pandemia, estatística e probabilidades têm infinitos usos cotidianos, dos mais simples (como entender a probabilidade de chuva em um dia qualquer) aos mais 13 complexos (como identificar padrões de infecções em hospitais para adotar medidas de prevenção). "Outra área que custa para chegar à sala de aula é a combinatória, base da ciência da computação e da tecnologia da informação", agregou Viana. A análise combinatória permite que se analisem quantas combinações diferentes podem ser feitas com um conjunto de elementos. Por exemplo, com as 26 letras do alfabeto e dez números, quantas combinações de senhas de 8 dígitos eu consigo fazer? (A resposta é 2,8 trilhões de senhas). Viana citou, por fim, o estímulo ao raciocínio lógico como algo "absolutamente negligenciado (no ensino da matemática), o que é trágico", por se tratar de uma habilidade considerada essencial para formar trabalhadores e cidadãos para o século 21. 'Alfabetismo de dados' No Brasil, só 16% dos alunos concluem o ensino fundamental (9° ano) com aprendizado adequado em matemática, segundo os dados da Prova Brasil 2017. [...] Ser alfabetizado em dados significa ser capaz de entender números, gráficos, probabilidades ou questões lógicas, por exemplo, e conseguir usar esses dados para entender padrões ou mesmo tomar decisões. "São ensinados alguns conceitos (relacionados ao uso de dados), mas, no geral, é um tópico negligenciado", prossegue Dieckmann. Embora se ensinem conceitos básicos, como média e mediana, ele diz que falta, em geral, trazer uma "abordagem exploratória" para dentro da sala de aula, fazendo a conexão entre esses conceitos e os padrões, as conexões e os usos para eles na vida real dos alunos. [...] O que vai ser do ensino no pós-pandemia Embora haja a percepção de que a pandemia vai mudar a dinâmica das escolas e o ensino da matemática, a forma como isso vai acontecer ainda é uma interrogação. Como promover o ensino colaborativo da matemática e a resolução conjunta de problemas, se os alunos provavelmente terão de manter o distanciamento entre si, mesmo dentro de sala de aula, por um bom tempo? [...] "Na volta às aulas (presenciais) vai ser difícil, sem dúvida, de fazer com que os alunos se sintam seguros, estáveis e prontos para entender a nova realidade. No momento ainda não vemos luz no fim do túnel, mas temos uma oportunidade de olhar para o que pode ser melhorado e para criar um novo normal, em vez de voltar para o normal de antes, que não estava funcionando". Disponível em <https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/06/as-falhas-do-ensino-da-matematica-expostas- pela-pandemia- do-coronavirus.ghtml>. Acesso em 30 jun. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O analfabetismo de dados ocorre, por exemplo, porque são ensinados alguns conceitos, como média e mediana, sem que se estabeleça relação do conteúdo com o cotidiano do aluno. II. No Brasil, a pandemia de coronavírus tornou o ensino de matemática descontextualizado e impediu os alunos de realizarem abordagens exploratórias. 14 III. A dificuldade de aprendizagem de índices e conceitos matemáticos é a responsável pela expansão do contágio de covid-19, uma vez que as projeções da doença não são compreendidas pelos estudantes. É correto o que se afirma em A. I e II, apenas. B. II e III, apenas. C. I e III, apenas. D. I, apenas. E. I, II e III. Questão 11. A série de tirinhas Dilbert, criada por Scott Adams, retrata as mazelas do mundo corporativo de forma satírica. Os personagens Dogbert (o cachorro) e Boss participam da tirinha a seguir. Nela, são contratados os serviços de pesquisas de Dogbert, supostamente com o intuito de comprovar a confiabilidade dos produtos oferecidos pela empresa de Boss. Disponível em <http://dilbert.com/strip/2004-04-13>. Acesso em 10 ago. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, analise as asserções e a relação proposta entre elas. I. A amostra da pesquisa retratada na tirinha é composta por apenas um elemento, o que é insuficiente para retratar com fidelidade a população de usuários dos produtos da empresa. PORQUE II. A pergunta feita por Dogbert ao entrevistado tem a intenção de gerar resultados enviesados para agradar Boss e, dessa forma, não traz qualquer conclusão relevante a respeito dos produtos. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II justifica a I. 15 B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II não justifica a I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Questão 12. Leia a charge a seguir. Disponível em <https://www.facebook.com/ServicoSocialBrasil/photos/meritocracia-em-uma-charge/2321587397855827/>. Acesso em 14 ago. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas. I. A charge mostra, metaforicamente, que, quanto maior o degrau, mais valoroso é o sucesso alcançado. PORQUE II. Os talentos são diferentes e inatos, o que valida a ideia de ascensão social natural. Assinale a alternativa correta. A. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a asserção I. B. As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a asserção I. C. As asserções I e II são falsas. D. A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. E. A asserção II é verdadeira, e a asserção I é falsa. Questão 13. Leia o texto a seguir. O que é desemprego O desemprego, de forma simplificada, refere-se às pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar 16 trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um emprego, não podem ser consideradas desempregadas: ● um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos; ● uma dona de casa que não trabalha fora; ● uma empreendedora que possui seu próprio negócio. De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, o estudante e a dona de casa são pessoas que estão fora da força de trabalho; já a empreendedora é considerada ocupada. A PNAD Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados há no Brasil. Nela, o que é conhecido popularmente como “desemprego” aparece no conceito de “desocupação”. Confira, no gráfico a seguir, os dados de ocupação, desocupação e outras divisões do mercado de trabalho no Brasil, de acordo com os últimos resultados da PNAD Contínua. Disponível em <https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php>. Acesso em 30 jun. 2021(com adaptações). 17 Considerando o texto, as informações apresentadas nos gráficos e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. A. O maior número de desempregados do Brasil está na Região Nordeste. B. Aproximadamente, 7% da população brasileira é formada por desocupados. C. Uma dona de casa que não trabalha fora é considerada desocupada. D. O Norte e o Sudeste têm o mesmo número de desocupados. E. Aproximadamente 20% da população brasileira está empregada. Questão 14. Leia o gráfico, sobre o saldo de empregos formais segundo o CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, e a charge. Disponível em <https://www.readmetro.com/en/brazil/metro-sao-paulo/20210730/4/>. Acesso em 06 ago. 2021. Disponível em <https://blogdogersonnogueira.com/2020/01/14/na-patria-do-subemprego/>. Acesso em 27 set. 2021. 18 Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Entre janeiro e fevereiro de 2021, houve aumento de cerca de 50% das vagas formais de emprego. II. No primeiro semestre de 2021, a geração de empregos teve um saldo positivo de cerca de mais de 1,5 milhão de vagas de emprego. III. O aumento da prestação do serviço de entrega, ilustrado na charge, é responsável pela ampliação de vagas formais em 2021. IV. A charge tem por objetivo responsabilizar a falta de iniciativa empreendedora pelo desemprego registrado em 2020 e 2021. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. I, II e III. C. II, III e IV. D. I, II e IV. E. II e III. Questão 15. Leia o texto e a charge, publicada em jornal carioca no início do século XX, sobre a gripe espanhola. Conheça as 5 maiores pandemias da história. O coronavírus não é o primeiro causador de uma pandemia. Relembre outras doenças que mudaram os rumos da história da humanidade. Letícia Rodrigues. 28 de outubro de 2020 A pandemia do novo coronavírus causou medo em todo o mundo – e não é para menos. O cenário é semelhante ao que já aconteceu em outros momentos da história, em que doenças se espalharam pelo mundo e causaram estragos. Conheça as principais pandemias que assolaram o planeta. 1. Peste bubônica A peste bubônica é causada pela bactéria Yersínia pestis e pode se disseminar pelo contato com pulgas e roedores infectados. Seus sintomas incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço. Outros sinais são: febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga e dores musculares. A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século 14, matando entre 75 milhões e 200 milhões pessoas na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para 350 milhões. 2. Varíola A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bexiga”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias. Os sintomas eram: febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no 19 rosto. Felizmente, a varíola foi erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em massa. 3. Cólera Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de milhares de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia. Sua transmissão acontece a partir do consumo de água ou alimentos contaminados, e é mais comum em países subdesenvolvidos. Um dos mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste. No Iêmen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade. 4. Gripe Espanhola Acredita-se que entre 40 milhões e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de Gripe Espanhola de 1918, causada por um subtipo de vírus influenza. Mais de um quarto da população mundial na época foi infectado e até o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. Os sintomas da doença eram muito parecidos com os do atual coronavírus Sars-CoV-2, e não existia cura. Em São Paulo, a população foi atrás de um remédio caseiro feito com cachaça, limão e mel. De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça, foi dessa receita supostamente terapêutica que nasceu a caipirinha. 5. Gripe Suína (H1N1) O vírus H1N1, causador da chamada gripe suína, foi o primeiro a gerar uma pandemia no século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, espalhou-se rapidamente pelo mundo, matando 16 mil pessoas. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em maio daquele ano e, no fim de junho, 627 pessoas estavam infectadas no país, de acordo com o Ministério da Saúde. O contágio acontece a partir de gotículas respiratórias no ar ou em uma superfície contaminada. Seus sintomas são os mesmos de uma gripe comum: febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dor no corpo. Disponível em <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/conheca-5-maiores-pandemias-da-historia.html>. Acesso em 02 ago. 2021 (com adaptações). 20 Ela: Faça o favor de chamar o diretor e dizer que estou às suas ordens. Funcionário: Mas.... creio que não há mais lugar... Ela: Como não? Se o diretor me disse que aqui tinha um lugar seguro. Isso é um embuste. Disponível em <https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/90/a-rota-das-epidemias-pelo- mundo/conteudo/18980>. Acesso em 27 set. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Das seis maiores pandemias da história (incluída a pandemia do novo coronavírus), quatro foram causadas por vírus e duas por bactérias. II. As cinco doenças pandêmicas mencionadas na matéria estão erradicadas no mundo. III. A charge, ao representar a gripe espanhola como uma mulher com cara de caveira que bate à parte do gabinete da “Saúde Pública”, tem por objetivo mostrar que a sua entrada no Brasil foi bloqueada por medidas sanitárias eficientes. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. II e III. C. I. D. II. E. I e III. Questão 16. Leia o texto a seguir, retirado do artigo publicado no site da Fiocruz, complementado pelo artigo do Instituto Butantan. Entenda como acontece o estudo clínico de uma vacina (...) O processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído de diversas etapas, tratando-se, portanto, de um processo de alto investimento. A primeira etapa corresponde à pesquisa básica e é onde as novas propostas de vacinas são identificadas. Na segunda etapa, há a realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo), que têm por objetivo demonstrar a segurança e o potencial imunogênico da vacina. Por fim, há a terceira etapa, composta pelos ensaios clínicos (fases I, II, III e IV). A fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. A fase II tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade (capacidade que a vacina tem de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos). A imunogenicidade, frequentemente, é medida por coletas de sangue, utilizando metodologias de análise adequadas, para avaliar a resposta imunológica à vacina administrada. A fase III é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população. A fase IV é o estudo pós comercialização, em que é analisado o que ocorre já com a vacina disponível às pessoas. 21 Os critérios para seleção dos participantes do ensaio dependem fundamentalmente do objetivo do estudo. De modo geral, os participantes devem representar o grupo de indivíduos/população para os quais o produto foi desenvolvido e aqueles que mais poderiam sebeneficiar da intervenção. Além disso, é necessário selecionar áreas de maior transmissão onde o número esperado de casos é suficiente para a realização do estudo e interpretação dos resultados. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/ /index.php/br/noticias/1992-entenda-como-acontece-o-estudo-clinico-de-uma-vacina>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações). Ensaios clínicos (...) A Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan (IB) coordena todos os ensaios clínicos, desde a fase I até a fase IV, para os imunobiológicos produzidos pelo instituto incluindo as vacinas. Com isso, ela garante a internalização do conhecimento adquirido com a realização desses estudos e contribui para a integração de todas as etapas do processo de pesquisa e desenvolvimento. Cabe ressaltar ainda que esta Divisão também realiza atividades de farmacovigilância para todos os soros e vacinas produzidas pelo IB, ou seja, realiza monitoramento contínuo da segurança desses produtos quando eles já se encontram disponibilizados e em uso pela população. Disponível em <https://butantan.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Uma nova vacina só pode ser disponibilizada à população após o registro sanitário, que ocorre após a fase IV dos ensaios clínicos, os quais compõem a terceira etapa do processo de sua pesquisa e seu desenvolvimento. II. As atividades de Farmacovigilância para vacinas são realizadas durante a fase IV dos ensaios clínicos. III. A avaliação da capacidade de o organismo produzir anticorpos contra um microrganismo como o coronavírus e o monitoramento da segurança das vacinas em uso pela população são efetuados durante as fases II e IV dos ensaios clínicos, respectivamente. É correto o que se afirma em A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. Questão 17. Leia a reportagem a seguir, publicada pela agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Agência FAPESP). 22 De cada quatro imperadores romanos do Ocidente, apenas um morreu de causas naturais De Otávio Augusto (63 a.C. - 19 d.C.) a Constantino XI Paleólogo (1405 - 1453), o Império Romano teve 175 imperadores. Nesse número, estão computados os governantes do Império unificado e os governantes do Ocidente e do Oriente, depois da divisão definitiva em 395 d.C. E estão excluídos aqueles que, sendo menores ou compartilhando o trono, não chegaram a governar por conta própria, embora possuíssem o título. Dos 69 imperadores do Império Romano do Ocidente, apenas 24,8% chegaram tranquilamente ao final do reinado e morreram de causas naturais. Os outros 75,2% morreram de forma violenta, no campo de batalha ou em conspirações palacianas. Considerando todos os 175 imperadores, 30% sofreram morte violenta antes do fim do reinado. Estudo realizado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, investigou o padrão matemático subjacente às trajetórias dos imperadores. E mostrou que elas seguem aquela que, em estatística, é chamada de “lei de potência”. “Apesar de parecer aleatória, essa distribuição de probabilidade é encontrada em muitos outros fenômenos associados a sistemas complexos, como o tamanho das crateras lunares, a intensidade dos terremotos, a frequência com que as palavras aparecem em um texto, o valor de mercado das empresas e até o número de ‘seguidores’ que as pessoas têm nas mídias sociais”, diz à Agência FAPESP o cientista de dados Francisco Rodrigues, professor do ICMC-USP e coordenador do estudo. Todos esses fenômenos obedecem a um padrão que, genericamente, é chamado de “regra 80/20”. Isso significa que, em qualquer um deles, a chance de ocorrer um evento comum é de 80%, enquanto a chance de ocorrer um evento raro é de 20%, aproximadamente. Assim, por exemplo, 80% das crateras lunares são relativamente pequenas, enquanto apenas 20% são de fato grandes. O mesmo acontece nas mídias sociais: 80% das pessoas têm, quando muito, algumas dezenas de seguidores, enquanto 20% têm milhares ou até mesmo milhões. No caso dos imperadores romanos, o evento raro era não ser assassinado. “O primeiro a observar esse tipo de relação foi o economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), ao estudar a distribuição da riqueza na Europa. Ele constatou que 80% dos recursos financeiros estavam nas mãos de 20% da população. Ou seja, enquanto a maioria das pessoas detinha poucos recursos, uma minoria concentrava grande parte da riqueza”, informa Rodrigues. Além de obedecerem aproximadamente à relação 80/20, as trajetórias dos imperadores romanos do Ocidente apresentaram também outro tipo de padrão. “Ao examinar o tempo transcorrido até a morte dos imperadores, observamos que o risco é alto quando o imperador assume o trono. Isso poderia estar relacionado a dificuldades para lidar com as demandas que o cargo exige e à falta de habilidade política. Depois, o risco diminui sistematicamente, até os 13 anos de governo. Em seguida, apresenta um súbito aumento”, conta Rodrigues. Se a relação 80/20 corresponde a um padrão conhecido, essa mudança brusca na curva de sobrevivência por volta dos 13 anos de governo foi um achado novo do estudo. “Levantamos várias hipóteses para explicar esse ponto de inflexão. Pode ser que, após o ciclo de 13 anos, os rivais do imperador tenham se desalentado diante da dificuldade de chegar naturalmente ao poder; ou que os antigos inimigos tenham se reagrupado; ou que novos desafetos tenham surgido; ou que todos esses fatores tenham se 23 combinado para produzir uma conjuntura crítica. O interessante é que o estudo mostra também que, após esse ponto de mudança, o risco volta a diminuir”, afirma Rodrigues. A inflexão aos 13 anos ainda é uma questão a ser respondida. Mas, dando sequência a toda uma linha de história quantitativa, o estudo mostrou que a análise estatística pode ser um recurso complementar importante no estudo dos fenômenos históricos. “As formações históricas são sistemas complexos, compostos por agentes que interagem, colaboram e competem por poder e recursos. E as ações imprevisíveis dos indivíduos podem produzir padrões de comportamento coletivos previsíveis – portanto, sujeitos à investigação matemática”, conclui Rodrigues. O gráfico mostra o tempo de reinado dos imperadores romanos do Ocidente. E posiciona na curva a probabilidade acumulada (soma das probabilidades) de sobrevivência de quatro imperadores bem conhecidos. Note-se que a chance de morte violenta é muito alta assim que um imperador assume o trono. Decresce progressivamente até o 13º ano de governo. Apresenta um ponto de inflexão nessa data. E volta a diminuir ainda mais rapidamente. Calígula e Nero tiveram reinados curtos, sofrendo uma morte violenta. Augusto governou por mais de 40 anos e morreu de forma natural. A partir de Marcus Aurélio, como a curva não aumenta, a chance de sofrer uma morte violenta será quase nula, como ocorre com Augusto. Disponível em <https://agencia.fapesp.br/de-cada-quatro-imperadores-romanos-do-ocidente-apenas-um-morreu-de- causas- naturais/36643/>. Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações). Com base na leitura e nos dados apresentados, avalie as afirmativas. I. Segundo o texto, aproximadamente 52 imperadores do Império Romano do Ocidente que governaram por conta própria morreram por causas violentas. II. A regra 80/20, observada pelo economista italiano Vilfredo Pareto, estipula que a chance de acontecer um evento raro é 80%. III. O estudo revela que 80% dos imperadores romanos morriam antes de completar 13 anos de governo. 24 IV. O estudo revela que, após os 20 anos de governo, a probabilidade de morte violenta de um imperador romano cresce indefinidamente. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. I e III. C. I. D. II e III.E. II, III e IV. Questão 18. Leia a tabela a seguir. Disponível em <https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/agropecuaria/>. Acesso em 21 jul. 2021. Com base nas informações apresentadas na tabela, avalie as afirmativas. I. Observando-se a tabela, é possível concluir que, em termos de desempenho das exportações brasileiras de proteína animal, considerados os períodos 2019 e 2020, a carne de suíno é a que obteve a maior variação positiva, seguida pela carne de bovino e pela carne de frango. II. Em termos de valor, em 2019, o Oriente Médio foi responsável pela compra de exatamente metade das compras de carne de frango realizadas pela China, pela Ásia exceto China e pela União Europeia somadas. 25 III. A maior variação percentual negativa nas compras de carne de frango observada na tabela refere-se ao Oriente Médio, apresentando, entre 2019 e 2020, uma redução de 1.753 para 1.372 milhões de dólares. É correto o que se afirma em A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. Questão 19. Leia os textos 1 e 2. Texto 1 Com -2,3ºC no extremo sul, cidade de São Paulo registra menor temperatura em uma região em 17 anos Bairros mais gelados, segundo o CGE, foram Marsilac e Capela do Socorro, no Extremo Sul. Temperatura média na cidade foi de 5,4ºC. Foram 224 pessoas acolhidas das ruas da cidade na madrugada desta terça (20) por causa do frio, segundo a prefeitura. Por G1 SP – 20.07.2021. A cidade de São Paulo registrou nesta terça-feira (20) a temperatura mais baixa em uma região da cidade desde 2004, quando o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura, começou a coletar os dados. Em Engenheiro Marsilac, no extremo Sul, os termômetros chegaram a -2,3ºC nesta madrugada. Capela do Socorro, na Zona Sul, também teve temperatura negativa, e a estação meteorológica do CGE marcou -1,3ºC. Essas temperaturas não fazem parte do recorde da cidade como um todo, que é feito a partir de uma média de todas as 29 estações meteorológicas. Em todo o município, a rede de estações meteorológicas do CGE da Prefeitura de São Paulo registrou a média de 5,4ºC nesta terça, disse o órgão. Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/20/cge-registra-frio-intenso-e-com-temperaturas-negativas- em-sao-paulo.ghtml>. Acesso em 02 ago. 2021 (com adaptações). Texto 2 Treze moradores de rua morreram de frio apenas neste ano na cidade de SP, diz movimento Movimento Estadual da População em Situação de Rua pede por políticas públicas mais eficazes para essa parcela da população. Prefeitura de São Paulo nega que hipotermia tenha sido causa das mortes registradas das pessoas em situação de rua Moniele Nogueira, SP1 e G1SP – 19.07.2021 O Movimento Estadual da População em Situação de Rua afirma que 13 pessoas já morreram vítimas do frio nas ruas da capital paulista somente neste ano. O último caso ocorreu nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II, no Centro da capital, nesta segunda-feira (19). O corpo de um homem, de aproximadamente 60 anos, foi encontrado por pessoas que passavam na região, em torno das 5h, e acionaram o 26 Samu. Assim que chegaram ao local, os socorristas registraram o óbito da vítima. A ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial da Sé. Segundo a Polícia Militar, só a perícia poderá atestar o motivo da morte, mas a principal hipótese é que o homem tenha sofrido problemas relacionados ao frio, já que a cidade de São Paulo enfrentou uma madrugada de temperaturas muito baixas. A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da capital, Berenice Giannella, diz que o número de óbitos de moradores em situação de rua está incorreto e nega que hipotermia, ou seja, a queda excessiva da temperatura corporal, tenha sido a causa das mortes registradas. "O que a gente teve foi há três semanas, foram três mortes. Uma foi homicídio, e as outras duas ainda estão sob investigação. Nós não sabemos se foi em decorrência do frio ainda", disse Giannella. "Esta noite também tivemos essa morte, e a pessoa não foi identificada ainda, não sabemos se foi em decorrência do frio ou não, estamos aguardando o IML". Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/19/13-moradores-de-rua-foram-vitimas-fatais-do-frio-apenas- neste-ano-na-cidade-de-sp-diz-movimento.ghtml>. Acesso em 22 set. 2021. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Se, no dia 20 de julho de 2021, a menor temperatura registrada pelo CGE foi de -2,3ºC e a média foi de 5,4ºC, então, é possível afirmar que a máxima temperatura registrada por uma das estações do CGE foi de 13,1ºC. II. A onda de frio em São Paulo provocou mortes de dezenas de moradores de rua, mesmo com as políticas públicas consideradas suficientemente eficazes pelo Movimento Estadual da População em Situação de Rua. III. No momento da redação da notícia, a hipótese de a morte do homem nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro II ter sido provocada por hipotermia ainda não havia sido confirmada. É correto o que se afirma em A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. III, apenas. Questão 20. Leia o trecho a seguir, extraído do Atlas da Violência 2020, uma publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), houve 57.956 homicídios no Brasil em 2018, o que corresponde a uma taxa de 27,8 mortes por 100 mil habitantes – o menor nível de homicídios em quatro anos. Essa queda 27 no número de casos remete ao patamar dos anos entre 2008 e 2013, em que ocorreram entre 50 mil e 58 mil homicídios anuais. O gráfico abaixo mostra que a diminuição das taxas de homicídio aconteceu em todas as regiões, com maior intensidade no Nordeste. Desde 2016, esse índice de violência vinha diminuindo nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No gráfico, chama a atenção a reversão da tendência de aumento das mortes no Norte e Nordeste e o aumento da velocidade de queda no Sul e Sudeste. Diante do quadro da redução, em 12%, das taxas de homicídio no país, entre 2017 e 2018, que passou de 31,6 para 27,8 por 100 mil habitantes, fica a pergunta: quais fatores poderiam explicar essa notável diminuição? Trata-se de alguma mudança institucional súbita ocorrida a partir de 2017? Ou a redução das mortes violentas, nesse ano, pode ser explicada pela própria dinâmica da criminalidade que já vinha se desenrolando nos anos anteriores? De outro modo, no Atlas da Violência 2019, já havíamos chamado a atenção para a tendência de queda de homicídios que abrangia gradualmente cada vez mais Unidades da Federação (UFs), nos dez anos anteriores a 2017. Naquele documento, apontamos as principais razões que estariam influenciando a queda dos homicídios pelo país afora até 2017, a saber: i) a mudança no regime demográfico, que fez diminuir substancialmente, na última década, a proporção de jovens na população; ii) o Estatuto do Desarmamento, que freou a escalada de mortes no Brasil e que serviu de mecanismo importante para a redução de homicídios em alguns estados, como São Paulo, que focaram fortemente na retirada de armas de fogo das ruas; e iii) políticas estaduais de segurança, que imprimiram maior efetividade à prevenção e ao controle da criminalidade violenta em alguns estados. Destacamos ainda, no Atlas da Violência 2019, que um quarto fator que conspirou a favor do aumento dos homicídios, entre 2016 e 2017, em alguns estados, sobretudo do Norte e do Nordeste, foi a guerra desencadeada entre as duas maiores facções penais no Brasil (Primeiro Comando da Capital – PCC e Comando Vermelho – CV) e seus parceiros locais, que eclodiu em meados de 2016, gerando número recorde de mortes no Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. 28 Ocorre que uma guerra custosa, imprevisível e duradoura,sem um contendor com vantagens ou supremacia clara, é inviável economicamente. Depois de cerca de um ano e meio das escaramuças em alta intensidade – no eixo do tráfico internacional de drogas, nas rotas do alto do Juruá, Solimões e nos estados nordestinos –, em que membros das duas maiores facções penais se matavam mutuamente, a intensidade dos conflitos diminuiu. O movimento das guerras de facções em 2016 e 2017 e o subsequente armistício, velado ou não, a partir de 2018, explicariam por que os supramencionados estados do Norte e Nordeste foram aqueles com maiores aumentos nas taxas de homicídio, em 2017, e maiores quedas em 2018. Para finalizar, acreditamos que um quinto fator que pode ter contribuído para a redução substancial dos homicídios, em 2018, diz respeito à piora substancial na qualidade dos dados de mortalidade, em que o total de mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) aumentou 25,6%, em relação a 2017, fazendo com que tenham permanecido ocultos muitos homicídios. Em 2018, foram registradas 2.511 MVCI a mais, em relação ao ano anterior, fazendo com que o ano de 2018 figurasse como recordista nesse indicador, com 12.310 mortes cujas vítimas foram sepultadas na cova rasa das estatísticas, sem que o Estado fosse competente para dizer a causa do óbito, ou simplesmente responder: morreu por quê? Disponível em <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/3519-atlasdaviolencia2020completo.pdf>. Acesso em 10 ago. 2021 (com adaptações). Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I. Em 2017, o número de homicídios na região Norte foi maior do que o número de homicídios da região Sudeste. II. Entre 2013 e 2018, todas as regiões apresentam tendência de queda da taxa de homicídios. III. O texto sugere que o súbito aumento da taxa de homicídio entre 2016 e 2017 nas regiões Norte e Nordeste pode ser explicado por conflitos entre facções criminosas, que cessaram em 2018. IV. A população brasileira em 2018 era maior do que 208 milhões de habitantes. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. I, III e IV. C. III e IV. D. I, II e III. E. II, III e IV.