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O PROCESSO DE TRABALHO/CUIDADO EM SAÚDE BUCAL E A CLÍNICA AMPLIADA BEATRIZ CÂMARA DE OLIVEIRA ODONTOLOGIA UFRN TECNOLOGIAS DURAS: Ferramentas – máquinas (instrumentais para exames laboratoriais e em pacientes, equipamentos, etc) Tecnologias duras Tecnologias leves-duras Tecnologias leves TRABALHO EM SAÚDE E SUAS TECNOLOGIAS Trabalho em saúde produz atos de saúde que produzem intervenções em saúde que atua sobre problemas de saúde que se supõe que impactam direitos dos usuários tidos como necessidade de saúde Leve – saber adquirido e inscrito na forma de pensar os atos de saúde Dura – saber-fazer bem estruturado, protocolizado, normatizado e normatizável TECNOLOGIAS LEVES-DURAS: Saberes profissionais bem estruturados como as clínicas (médica, odontológica, enfermagem, etc) TECNOLOGIAS LEVES: “Trabalho vivo em ato” *Processo de relações - “encontro entre trabalhadores e usuários” *Produção de uma responsabilização em torno dos problemas a serem enfrentados *Momentos de confiabilidade e esperança – vínculo e aceitação / adesão acolhida ou não das intenções das pessoas que procuram os serviços O profissional de saúde é também um operador de cuidado TRABALHO EM SAÚDE --- PRODUÇÃO DE CUIDADO Articulação das três configurações tecnológicas em conformação adequada para produzir qualidade no sistema - resultados, maior defesa possível da vida do usuário, maior controle dos riscos de adoecer ou agravar seu problema, e ações que permitam a produção de um maior grau de autonomia da relação do usuário ‘no seu modo de andar a vida’ Modelo de Produção Social da Saúde: hegemonia do Núcleo Cuidador Modelo Flexneriano: hegemonia do Núcleo Específico PRÁTICAS SANITÁRIAS E NÚCLEOS DE TRABALHO "Clínica campo principal no qual operam as tecnologias leves, como articuladoras das outras configurações tecnológicas" Incorporação privilegiada de tecnologias duras Necessidade de maior produção de procedimentos Maior dependência dos usuários dos serviços de saúde MODELO PROCEDIMENTO- CENTRADO: Compromisso efetivo com a defesa da vida do usuário Acolher, responsabilizar, resolver, autonomizar Desafio: Ampliar a clínica e transformá-la MODELO USUÁRIO-CENTRADO: “Em Defesa da Vida” - Produzir saúde significa contribuir para o aumento do coeficiente de autonomia de indivíduos e coletivos para viver a vida, possibilitando-lhes lidar com as limitações decorrentes da doença, da genética e do contexto psicossocial. CLÍNICA AMPLIADA E PROMOÇÃO DA SAÚDE: Do grego klinicos – que concerne ao leito; de kline – leito, repouso e klino – inclinar, dobrar. Clinica com função de acolher e assistir. CONCEITO DE CLÍNICA: Clinica – lugar de acolhimento e respostas (geralmente por meio de intervenções técnicas) à dor e ao sofrimento, físico ou psíquico, de quem busca assistência nos Serviços de Saúde Clínica Oficial – organizada por saberes e práticas que tomam o corpo anátomopatológico como objeto e o esquadrinha em órgãos, separa-o em físico e psíquico, físico e emocional, intervindo sobre suas partes por meio de técnicas de diagnóstico e procedimentos terapêuticos específicos a partir de uma classificação nosológica. A doença é ontologizada – a doença toma o lugar do doente Qual Clínica queremos reformular e ampliar? A Clínica que predomina na formação de profissionais e nas práticas de saúde De qual Clínica estamos falando? Caso Clínico: Reformular a Clínica Sair da doença e “perceber” o sujeito doente Não descartar o doente e seu contexto, voltar o olhar para a doença do doente concreto Olhar a doença como parte da vida humana Resgatar a noção de vínculo e responsabilização Clínica do Sujeito Vínculos entre equipe/profissional e clientela Superar a fragmentação entre biologia, subjetividade e sociabilidade Rejuntar saberes e práticas que articulem o objeto desta nova clínica: doença-contexto- sujeito Resgate da escuta – produção de cuidado Encontro de acolhimento – dor e sofrimento Produção de desvio – possibilidade de um outro projeto terapêutico Cura e Cuidado (agir em casos concretos e saber mediar) Cuidador e pessoa cuidada (encontro de sujeitos – produção de subjetividades) Por que ampliar a Clínica? CLÍNICA AMPLIADA Clínica de acolhimento e de desvio: Klinos – inclinar sobre o leito Clinamen - produção de desvio Terreno da tranversalização de saberes e práticas Lugar possível de criação do novo Lugar de produção de novas subjetividades (convoca a subjetividade no trabalho, o que se efetiva como realização de “desvios inventivos”) Clínica da Atividade, portanto, como uma política da produção de subjetividade, da criação de si, como clinamen, que não só produz desvios como também se desvia em seus percursos, produzindo bifurcações, desestabilizando o já-dado, nos fornecendo potência de intervenção nos mundos do trabalho CLINAMEN (PRODUÇÃO DE DESVIO) A clínica se dá num espaço a ser construído, diz respeito a uma outra clínica, clínica da diferença, da experimentação, de práticas que são sempre social e historicamente construídas. Conhecer o doente portador de doenças e seu contexto Reconhecer os limites de qualquer saber estruturado Conhecer processos genéricos de saúdedoença-atenção Saber escutar e prescrutar o caso singular Decidir, compartilhando dúvidas e expondo incertezas Trabalho em equipe e agir comunicativo Manter uma postura não arrogante Contrapor-se à clínica medicalizante e intervencionista Implementar uma cultura de comunicação nos SS Implementar Unidades de Produção de Saúde e de Cuidado Implementar equipe multiprofissional e desenvolver processos de trabalho inter e transdisciplinares Desenvolver projetos terapêuticos que resultem em atos assistenciais amplos Ampliação da Clínica relaciona-se com integralidade das ações de saúde Desafios para ampliar a Clínica em direção à práticas de saúde integrais: Clínica Ampliada e cuidado integral em saúde bucal – algumas considerações para abrir o debate: Projetos terapêuticos amplos exigem retaguarda assistencial para as equipes de referência básica e ações intra e extra- setoriais de atenção à saúde
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