Buscar

Capítulo 4 - A Demanda por Moeda, a Escolha de Ativos e a Preferência pela Liquidez em Keynes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

Aluno: Eduardo Espinossa Juliani 
RGA: 2019.2506.040-3 
Matéria: Economia Monetária 
 
Capítulo 4 - A Demanda por Moeda, a 
Escolha de Ativos e a Preferência pela 
Liquidez em Keynes. 
 
Keynes desenvolveu sua teoria da preferência pela liquidez como uma 
teoria alternativa à tradição clássica, incluindo a teoria dos fundos emprestáveis 
e a quantitativa da moeda. Na tradição clássica, a taxa de juros é o preço que 
equilibra a demanda por recursos para investir e a propensão de abster-se do 
consumo imediato enquanto para Keynes ela é um fenômeno fundamentalmente 
monetário, determinado pela preferência pela liquidez dos agentes e pela política 
das autoridades monetárias. Para Keynes, a moeda não é um véu nas 
transações feitas com mercadorias, pois ela afeta os próprios motivos e decisões 
dos agentes. Caso a renda não consumida seja usada para comprar riqueza não 
reprodutível, pode haver deficiência na demanda efetiva na economia. 
Consequentemente, a não neutralidade da moeda mesmo no longo período, 
proposta por Keynes, repousa na proposição de que a moeda e ativos não 
reprodutíveis são formas de acumulação de riqueza alternativas à acumulação 
de bens de capital, e que, portanto, o agente reter moeda como um ativo, em 
momento de maior incerteza, é um ato racional. 
Para Keynes, a moeda não é um mero veículo temporário das transações 
que se dão entre mercadorias, mas um ativo com atributos específicos que lhe 
permite transportar a riqueza no tempo. A moeda é um ativo, uma forma 
específica de reter riqueza. A teoria da preferência pela liquidez mostra que 
quando as expectativas dos agentes são pessimistas, eles podem demandar 
segurança e flexibilidade no presente para enfrentar o futuro, representado por 
um ativo seguro que é a moeda. A posse da moeda permite aos agentes manter 
opções abertas perante a incerteza sobre o futuro. 
No seu Tratado sobre a Moeda, Keynes distinguiu dois circuitos de 
circulação monetária: a circuito industrial, que refere-se à quantidade de moeda 
necessária para dar suporte ao giro de bens e serviços produzidos na economia. 
Esta quantidade, por sua vez, depende do intervalo médio durante o qual a 
moeda á retida entre transações por parte do público, isto é, da velocidade da 
moeda. A circulação industrial incorpora uma visão de moeda e suas funções 
muito próximas às da TQM, ao destacar a necessidade da existência de meis de 
circulação na economia para permitir que as transações com bens e serviços 
ocorram; Na circulação financeira, é incluído operações com ativos financeiros, 
isto é, cobre as necessidades de moeda para a realização de compras de ações, 
títulos de dívida etc., não relacionadas ao giro da corrente. Neste circuito a 
moeda não é apenas um meio de circulação, podendo tornar-se objeto de 
retenção como um ativo, o que é um primeiro passo para Keynes se diferenciar 
da TQM, já que esta ignorava a possibilidade de entesouramento ou retenção de 
saldos inativos. 
 Na Teoria Geral, Keynes formulou os motivos para demandar moeda: os 
motivos transação, precaução e especulação. O motivo transação está 
relacionado ao intervalo entre recebimentos e despesas de renda e depende do 
montante da renda e da duração normal do intervalo entre o seu recebimento e 
o seu desembolso, ou seja, das compras projetadas e dos hábitos de pagamento 
dos agentes. O motivo precaução, refere-se ao fato de que os agentes podem 
reter moeda por precaução para atender às contingências inesperadas e às 
oportunidades imprevistas na realização de compras vantajosas, já que a moeda 
é um ativo seguro que serve para atravessar um futuro incerto e nebuloso. Por 
fim, o motivo especulação está relacionado à incerteza quanto ao 
comportamento futuro da taxa de juros, como resultado de uma mudança nas 
informações no mercado. A expectativa dos agentes quanto às variações futuras 
na taxa de juros – que os definem como “ursos” e “touros” – é o fator 
determinante que explica a preferência pela liquidez dos agentes e, 
consequentemente, justifica a conservação de recursos líquidos para o motivo 
especulativo. 
Segundo Keynes, há diversas causas que explicam por que a taxa de 
juros vai decrescendo à medida que a oferta de moeda aumenta: Em primeiro 
lugar, se o nível de renda é dado, e, a partir dele, é estabelecida a demanda 
transacional por moeda, um aumento na oferta de moeda contribui para 
satisfazer a demanda por moeda dos ursos, sem que estes tenham que colocar 
títulos à venda, evitando pressionar os preços dos títulos para baixo e elevar a 
taxa de juros; Em segundo lugar, cada redução da taxa de juros pode aumentar 
a quantidade de moeda que certos indivíduos desejam conservar, porque seus 
pontos de vista quanto à taxa de juros diferem das avaliações do mercado. 
A teoria da preferência pela liquidez pode ser vista como integrante da 
teoria de precificação de ativos. Nesta abordagem, a preferência pela liquidez é 
refletida em termos do trade-off entre retornos monetários (a+q–c) e o prêmio 
pela liquidez (l), determinantes da estrutura de demanda por ativos, que se 
diferenciam de acordo com combinações de retornos monetários e prêmio de 
liquidez que eles oferecem, sendo a liquidez valorizada quando a incerteza 
aumenta (e vice-versa). O retorno total esperado oferecido por um ativo é 
calculado através de quatro atributos: Taxa esperada de quase-renda, ou, mais 
simplesmente, taxa de rendimentos que se espera ganhar pela posse ou uso do 
ativo; Custo de carregamento incorrido na retenção dos ativos, como estocagem, 
custos de seguro etc., de modo a manter ao ativo em seu estado original; Prêmio 
pela liquidez, que mede a facilidade de negociação de um ativo no caso de 
desejo de mudança da composição do portfólio, já que alguns ativos são mais 
facilmente negociáveis do que outros, dando ao seu possuidor um retorno 
importante na forma de flexibilidade diante das mudanças inesperadas na 
economia; e Taxa esperada de apreciação do ativo ao final de um período, uma 
vez que o possuidor de riqueza pode ganhar ou perder com a apreciação ou 
depreciação dos preços de mercado daquele ativo entre a compra e o fim do 
período de retenção dele.