Buscar

Usucapião - resumo 09



Continue navegando


Prévia do material em texto

Usucapião 
• “[...] é o modo originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela posse 
prolongada da coisa, acrescida de demais requisitos legais.” (Cristiano Chaves de Farias e Nelson 
Rosenvald, 2018, p. 406); 
Usucapião de Bens Móveis 
• Posse + Animus Domini + Tempo 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e 
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá 
usucapião, independentemente de título ou boa-fé. 
• Decisão: "As peculiaridades do caso concreto, em que houve exercício da posse ostensiva de bem 
adquirido por meio de financiamento bancário com emissão de registro perante o órgão público 
competente, ao longo de mais de 20 anos, são suficientes para assegurar a aquisição do direito 
originário de propriedade, sendo irrelevante se perquirir se houve a inércia do anterior 
proprietário ou se o usucapiente conhecia a ação criminosa anterior a sua posse" (Superior 
Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.637.370 - RJ (2015/0265063-0) RELATOR : 
MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE RECORRENTE : HER DISON PUTINI ADVOGADO : 
LEANDRO JOSE TEIXEIRA SIMAO E OUTRO(S) - RJ068151 RECORRIDO : JOSE MANOEL 
PACHECO ADVOGADO : ANDREW WILSON FARIA VIEIRA - RJ152469) 
• Usucapião de Bens Imóveis 
• Posse Mansa e Pacífica + Animus Domini + Tempo; 
• Espaço temporal: essencial para consolidação da prescrição aquisitiva. O tempo é distinto, de 
acordo com cada modalidade de usucapião. 
• Coisa hábil São passíveis de usucapião apenas as coisas que possam ser apropriadas, inseridas no 
comércio. Assim, são insuscetíveis de usucapião direitos pessoais, bens gravados com cláusula de 
inalienabilidade, bens de incapazes (artigo 1.244) e bens de uso comum e especial, dentre outros. 
Usucapião de bens públicos 
• Base Constitucional – vedação – corrente majoritária: 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, 
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
 § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco 
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, 
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
 Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 Código Civil: Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Corrente Minoritária: 
• Terras Devolutas (Aquelas que o poder público não deu uma destinação); 
Art. 2º - A usucapião especial, a que se refere esta Lei, abrange as terras particulares e as terras 
devolutas, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao posseiro, pelo Estatuto da 
Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras devolutas. LEI No 6.969, 
DE 10 DE DEZEMBRO DE 1981 
• Função Social; 
• Bens Públicos Materialmente (Registrados em nome da pessoa de direito de direito público e com 
destinação) e formalmente (Registrados em nome da pessoa de direito de direito público, mas sem 
destinação); 
• Usucapião Extrajudicial 
• Artigo 1.071 Código de Processo Civil: 
O Capítulo III do Título V da Lei nº 6. 015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de 
Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: 
Art. 216-A Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de 
reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente 
perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o 
imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, 
instruído com: 
• A Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, em seu artigo 60 já havia previsto uma modalidade de 
usucapião administrativa para os imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida. Revogado pela Lei 
nº 13.465, de 11 de julho de 2017, que estabelece em seu artigo Art. 25: 
A legitimação de posse, instrumento de uso exclusivo para fins de regularização fundiária, constitui ato do poder 
público destinado a conferir título, por meio do qual fica reconhecida a posse de imóvel objeto da Reurb, com a 
identificação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e da natureza da posse, o qual é conversível em direito 
real de propriedade, na forma desta Lei. 
§ 1º A legitimação de posse poderá ser transferida por causa mortis ou por ato inter vivos . 
§ 2º A legitimação de posse não se aplica aos imóveis urbanos situados em área de titularidade do poder público. 
Art. 26. Sem prejuízo dos direitos decorrentes do exercício da posse mansa e pacífica no tempo, aquele em cujo 
favor for expedido título de legitimação de posse, decorrido o prazo de cinco anos de seu registro, terá a 
conversão automática dele em título de propriedade, desde que atendidos os termos e as condições do art. 183 
da Constituição Federal, independentemente de prévia provocação ou prática de ato registral. 
§ 1º Nos casos não contemplados pelo art. 183 da Constituição Federal, o título de legitimação de posse poderá 
ser convertido em título de propriedade, desde que satisfeitos os requisitos de usucapião estabelecidos na 
legislação em vigor, a requerimento do interessado, perante o registro de imóveis competente. 
§ 2º A legitimação de posse, após convertida em propriedade, constitui forma originária de aquisição de direito 
real, de modo que a unidade imobiliária com destinação urbana regularizada restará livre e desembaraçada de 
quaisquer ônus, direitos reais, gravames ou inscrições, eventualmente existentes em sua matrícula de origem, 
exceto quando disserem respeito ao próprio beneficiário. 
• O fenômeno da desjudicialização ou extrajudicialização; 
• Deve haver consenso e disponibilidade de direitos envolvidos; 
• Competência: Cartório de imóveis no qual o imóvel se encontra registrado; 
• Procedimento: Requerimento do interessado ao registrador com a assistência de pessoa 
habilitada junto a OAB; 
• Certidões Negativas de Distribuição: comprovam a natureza mansa e pacífica da posse; 
• Documentos: 
• Art. 216-A [...] 
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente 
e de seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o 
disposto no art. 384 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil); 
• É o instrumento público por meio do qual o tabelião atesta fato com o qual travou contato por meio 
de seus sentidos (BRANDELLI, 2011). 
• O CPC/2015 estabelece em seu Art. 384, que a ata notarial registra: 
 “A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou 
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. 
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos 
eletrônicos poderão constar da ata notarial.” 
• São ainda exigidos: 
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de 
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos 
titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel 
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes; 
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do 
requerente; 
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a 
natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre 
o imóvel. 
Procedimento 
OBSERVAÇÕES: 
• As manifestações deverão ser deduzidas por escrito e protocoladas perante a serventia 
extrajudicial.• Cabe a emenda da inicial, para ajustá-la às exigências do processo judicial. Se a documentação é 
insuficiente e o requerente não se conformou com as exigências formuladas, pode requerer a 
suscitação de dúvida (Lei de Registros Públicos, artigo 198), para que o juiz decida, no âmbito 
administrativo.