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P2 Carolina Nóbrega XXVIII Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) Geralmente benigna e que se caracteriza por trombocitopenia (baixas contagens de plaquetas) EPIDEMIOLOGIA Causa mais comum de plaquetopenia em crianças, costuma ocorrer entre 1 a 5 anos de idade com leve predominio no sexo masculino FISIOPATOLOGIA Na PTI aguda as plaquetas são destruídas por auto-anticorpos (auto-Ac) IgG → esses complexos se ligam em células apresentadoras de antígenos (macrófagos ou células dendríticas) através dos seus receptores Fc-gama, sendo destruídas principalmente no baço e no fígado. A PTI crônica pode ser secundária a algum defeito na regulação imune (que ocorre em alguma doença autoimune), resultando na produção de auto-anticorpos plaqueta-específico. QUADRO CLÍNICO Início insidioso, caracterizado por sangramento na pele e nas superfícies mucosas. O sangramento cutâneo é observado na forma de hemorragias pontilhadas (petéquias), são mais frequentes onde a pressão capilar é maior. As petéquias podem dar origem a equimoses. Frequentemente há história de facilidade de contusões, sangramento nasal, sangramento nas gengivas e hemorragia em partes moles. Pode se manifestar como melena, hematúria ou fluxo menstrual excessivo. Também pode ter história de um processo infeccioso viral prévio, antes do início do quadro. Exceto pela trombocitopenia, o hemograma geralmente é normal. A baixa contagem de plaquetas (abaixo de 20.000 ou 10.000 mm3), megacariócitos normais ou aumentados na medula óssea e plaquetas grandes são considerados evidência de destruição acelerada das plaquetas. TP e TTP estão normais. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO - Corticosteróides: Estes medicamentos, ajudam a aumentar a contagem de plaquetas. No entanto, os podem ter muitos efeitos colaterais como: ganho de peso, aparecimento de acne e de estrias, desenvolvimento de diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, insônia, alterações de humor, depressão e psicose. - Infusões intravenosas de imunoglobulina (IVIG) e anti-D: são utilizados para aumentar a contagem de plaquetas. São administrados através de infusão,no hospital, devido a efeitos colaterais como cefaleia, febre, tremores, náuseas, vômitos e até reações graves como anafilaxia e meningite asséptica. - Esplenectomia: quando tratamento medicamentoso não funciona, a remoção do baço poderá reduzir a destruição das plaquetas, mas também pode aumentar o risco de infecções Carolina Nóbrega XXVIII PTI crônica → causada pela destruição de plaquetas por meio de autoanticorpos e têm duração acima de 12 meses. Mais comum em mulheres adultas com menos de 40 anos. PTI secundária pode ocorrer em exposições predisponentes → lúpus eritematoso sistêmico, infecção por HIV, neoplasias de células B (leucemia) → PTI primária é realizado após a exclusão de causas secundárias PTI aguda é autolimitada e desaparece espontaneamente até 12 meses PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT) caracterizada pela oclusão de arteríolas e capilares da microcirculação, levando à isquemia de tecidos. oclusão é causada por microtrombos compostos basicamente de plaquetas, formados após agregação plaquetária intravascular. resulta em um quadro de anemia hemolítica. EPIDEMIOLOGIA doença rara, que afeta ambos os sexos→ porém sua incidência é maior em mulheres entre 30 e 40 anos de idade. FISIOPATOLOGIA A deficiência de ADAMTS13, hereditária ou adquirida, provoca um acúmulo dos multímeros grandes do fator de von Willebrand no plasma, que provoca ativação das plaquetas e consequentemente uma trombose microvascular. Níveis da protease ADAMTS13 abaixo de 5% do normal são considerados altamente sugestivos de PTT QUADRO CLÍNICO Os cinco sintomas clássicos trombocitopenia, anemia, febre, alterações neurológicas e anormalidades renais. Os pacientes geralmente apresentam sintomas de sangramento mucocutâneo excessivo, mas eles podem apresentar sinais de evento trombótico (incluindo flebite, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral [AVC]). Muitos pacientes se queixam de dor abdominal que, presumidamente, se deve a isquemia intestinal A anemia hemolítica microangiopática → é causada por fragmentação de glóbulos vermelhos →achados laboratoriais típicos de anemia hemolítica: diminuição da concentração de hemoglobina, alto nível de desidrogenase lática, bilirrubina indireta elevada, aumento da contagem de reticulócitos. O exame do esfregaço sanguíneo periférico mostra os eritrócitos rasgados (esquizócitos) e células precursoras de eritrócitos (eritrócitos nucleados- eritroblastos). A trombocitopenia pode ser leve se a doença for diagnosticada na fase inicial, mas os casos avançados de PTT podem apresentar contagem de plaquetas inferior a 10.000/μL. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO A troca plasmática reduz a mortalidade da PTT de 90% para aproximadamente 15%. → MAS NÃO PODE REALIZAR TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS Plasmaférese pode ter dois benefícios.: 1 - Ajuda a remover o anticorpo patogênico do plasma que destrói essa protease. 2 - Reposição da protease ADAMTS13 As principais complicações da plasmaférese: Hipotensão, bacteremia, hemorragia, trombose. Hemodiálise → quando a função renal está alterada OBS → Os pacientes que usam anti-hipertensivos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) são mais suscetíveis a hipotensão induzida pela plasmaférese. Carolina Nóbrega XXVIII Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD): caracterizada pela ativação sistêmica da coagulação sanguínea, com consequente trombose de pequenos e médios vasos, podendo ocasionar disfunção orgânica e sangramentos causada por várias doenças graves e pode se manifestar de forma aguda ou crônico EPIDEMIOLOGIA associação com processos infecciosos (principalmente sepse bacteriana) ou traumatismos (traumatismo craniano e gestação) FISIOPATOLOGIA Entrada na circulação (por uma lesão tecidual) de uma substância pró-coagulante (fator tecidual)→provoca a geração da protease de coagulação (trombina)→que induz a formação de fibrina e a ativação plaquetária→formação de trombos. O aumento da formação de fibrina na CID pelo fator tecidual→estimula um processo de fibrinólise secundária→onde ativadores do plasminogênio geram plasmina para digerir fibrina em produtos de sua degradação→PDFs (são anticoagulantes circulantes, que contribuem para as manifestações de sangramento da CID QUADRO CLÍNICO CIVD aguda = equimoses generalizadas, petéquias, sangramentos em locais de punção ou cateteres. Podem apresentar também insuficiência renal, disfunção hepática e pulmonar, além de tromboembolismo, choque e acometimento do SNC → está mais associada a trauma, sepse, leucemia promielocítica aguda CIVD crônica = trombose (tromboembolismo venoso e arterial) sobre os sangramentos embora muitos sejam assintomáticos → mais associada a tumores pancreáticos, ovarianos, gástricos e cerebrais DIAGNÓSTICO TRATAMENTO - Transplante de plaquetas → abaixo de 10.000 - Farmacológico → heparina mas só se tiver certeza que o paciente não está sangrando - Identificar e remover a remover a causa da coagulação disseminada - Se o paciente não apresenta sintomas não faz nada - Em casos mais graves pode fazer suporte hemodinâmico Carolina Nóbrega XXVIII CIVD aguda → trombocitopenia, TP e TTPa alargados, fibrinogênio reduzido, elevação de D-dímero, redução dos fatores VII, X, V, II (protrombina) e redução dos inibidores da coagulação (antitrombina, proteína C e S) CIVD crônica → trombocitopenia leve ou contagem de plaquetas normal, TP e TTPa normais ou levemente prolongados, fibrinogênio normal ou levemente elevado e D-dímero elevado Quando ocorre alterações em mais de três parâmetros/exames + plaquetopenia, o diagnóstico de CIVD é feito e usualmente se descarta a necessidade de outros testes. Púrpura de Henoch-Scholein (PHS) Se caracteriza por vasculite dos pequenos vasos, púrpura cutânea, sintomas abdominais, glomerulonefriteproliferativa aguda. PHS é uma doença da infância, embora sejam observados casos em adultos. EPIDEMIOLOGIA A PHS ocorre predominantemente em crianças na faixa etária escolar (média de 6 anos), podendo ocorrer entre 1 e 19 anos de idade → sintomas costumam aparecer por volta de 6 anos, sendo que 90% dos casos ocorrem em menores que 10 anos. Há um predomínio do sexo masculino em relação ao sexo feminino FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da PHS é explicada por uma síntese exagerada de imunoglobulina A (lgA}, em resposta a uma infecção das vias aéreas superiores. Haverá deposito de imunecomplexos com IgA em pequenos vasos de vários tecidos e órgãos e esses depósitos perturbam a função desses órgãos, já que causam uma reação inflamatória local → responsável pelo aparecimento de petéquias e da púrpura palpável. A IgA das mucosas é principalmente IgA2 (60%), enquanto a IgA sérico é principalmente IgA1 (90%). QUADRO CLÍNICO A púrpura palpável não relacionada com a redução das plaquetas localizadas nas pernas, coxas, pés e nádegas, podendo ocorrer também em: face, couro cabeludo, braços e raramente tronco. Edema subcutâneo (em mãos e pés), artralgia ou artrite (joelhos e tornozelos), comprometimento gastrointestinal (náuseas, vômitos, dor, melena), acometimento dos rins (nefrite, hematúria, poliúria) DIAGNÓSTICO TRATAMENTO - Não possui tratamento comprovado - Episódios de exantema, artralgias e sintomas abdominais têm resolução espontânea. - Púrpuras habitualmente melhoram sem necessidade de tratamento - os analgésicos (paracetamol) são indicados para artralgia, - anti-inflamatórios não hormonais (como o naproxeno) para controle das artrites - corticosteróides (prednisona, ranitidina,) para dor abdominal importante, nefrites graves, inflamação dos testículos (orquite) Carolina Nóbrega XXVIII O diagnóstico é basicamente clínico: púrpura predominante em MMI que não desaparecem com pressão digital, geralmente acompanhada de dor abdominal e artralgia com ou sem artrite. As dosagens do complemento e anticorpos antinucleares são normais. Os níveis de IgA sérica estão elevados em cerca de metade dos pacientes. Os testes da coagulação são normais. O aumento das plaquetas é raro. As provas de função renal e as dosagens de eletrólitos estarão alteradas nos casos de uma nefrite na fase aguda. Infecções, neoplasias sólidas e hematológicas, doenças obstétricas, traumas, doenças hepáticas. ETIOLOGIA P3 • Antitrombina (p. ex., antitrombina III) inibe a atividade da trombina e outras serinas proteases, ou seja, fatores IXa, Xa, XIa e XIIa. A antitrombina III é ativada pela ligação a moléculas do tipo heparina nas células endoteliais — daí a utilidade clínica da administração de heparina para limitar a trombose. • Proteína C e proteína S são duas proteínas dependentes da vitamina K que agem em um complexo para a inativação proteolítica dos fatores Va e VIIIa. A ativação de proteína C pela trombomodulina foi descrita anteriormente; a proteína S é um cofator para a atividade da proteína C • Inibidor da via do fator tecidual (IVFT) é uma proteína secretada pelo endotélio (e outros tipos celulares) que inativa o fator Xa e os complexos fator tecidual-fator VIIa Nova Cascata Causas de distúrbios de coagulação Para que os fatores II, VII, IX e X funcionem normalmente é necessário que passem por uma reação química mediada pela vitamina K. Esta reação consiste na conversão das cadeias laterais de ácido glutâmico em resíduos de ácido gamacarboxiglutâmico através dos quais os fatores vitamina Kdependentes irão ligar-se aos íons cálcio e à superfície de fosfolipídios. Os cumarínicos bloqueiam o funcionamento do sistema de carboxilação e o resultado final é o mesmo da deficiência da vitamina K. Sua principal ação é formar um complexo com a antitrombina III (ATIII), fazendo com que aumente a velocidade de formação de complexo com a trombina, interrompendo o processo de coagulação. O complexo heparina-ATIII também aumenta a velocidade de neutralização dos fatores X, XII e IX, da plasmina e da calicreína. HEPARINA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA CURMARÍNICOS O fígado é fundamental para a hemostasia, sendo o principal órgão de síntese dos fatores da coagulação (todos, exceto o FVW), das proteínas anticoagulantes naturais (proteínas C e S) e de proteínas relacionadas à fibrinólise. As principais complicações hemorrágicas em pacientes com insuficiência hepática são resultantes de hipertensão portal, tais como sangramento de varizes esofagianas e gastrite hemorrágica por gastropatia congestiva. TP e TTP encontram-se prolongados na doença hepática avançada e as plaquetas em número normal ou reduzido. O TP é o teste mais sensível nas fases iniciais da doença A vitamina K atua como cofator na reação de gama-carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico presentes no domínio GLA dos fatores pró-coagulantes II, VII, IX e X, e anticoagulantes, proteínas C e S. O processo de gama-carboxilação é fundamental para que essas proteínas sejam funcionalmente ativas. As principais fontes de vitamina K são a dieta e síntese da vitamina pela flora bacteriana do intestino. A vitamina K é absorvida principalmente no íleo e requer sais biliares. A deficiência de vitamina K pode ser devida à má-absorção de vitaminas lipossolúveis secundária a processo de icterícia obstrutiva ou doenças do intestino, tais como síndrome do intestino curto, doença de Crohn, retocolite ulcerativa e doença celíaca. Deficiências nutricionais isoladas raramente causam deficiência de vitamina K, a não ser que haja coexistência de má-absorção e/ou esterilização da flora intestinal. DEFICIÊNCIA DE VITAMINA K Hemofilia Hemofilia A Hemofilia B Deficiência do fator VIII Deficiência do fator IX Classificação vai depender da gravidade da hemofilia → relacionada a quantidade de fator - grave = fator < 1% - moderado = fator 1 - 5% → sangramento mais leves, após um trauma leve - leve = fator > 5 - 40% → difícil o diagnóstico QUADRO CLÍNICO Quadro clínico é igual, vão ter histórico de hemorragias desde infância (traumas de baixo impacto ou procedimentos simples). Manifestações surgem quando a criança começa a engatinhar (quando começam a andar e começam a morder lábios e línguas = 18 meses) COMPLICAÇÕES - hemartroses → sangramento nas articulações: joelhos, cotovelos, tornozelos, ombro, coxofemorais e punhos → sangramento repetitivos sem tratamento podem evoluir para artropatia crônica incapacitante (dor, edema, dificuldade para andar) - hematomas → espontâneos ou após traumas. Podem ser limitados ou expansivos (podendo levar a fibrose e contratura da musculatura) → sintomas: dor, parestesia, hiperestesia, diminuição da força muscular - sangramento de língua ou partes moles - hematúria → autolimitado - sangramento GI ou na mucosas → hematêmese e melena (associado a gastrite e úlcera péptica ou varizes esofágicas → pode levar a hepatite C. Sangramentos com equimoses vai ocorrer mais centrados - sangramento do SNC → pico na infância e aos 50 anos, podendo aparecer dias ou semanas pós trauma - cisto hemorrágico → mais raro mas pode formar uma lesão cística encapsulada (reabsorção incompleta do hematoma muscular) e pode comprimir ou destruir estruturas próximas) DIAGNÓSTICO - história familiar e pessoal de hemorragias - alargamento do TTPA e TP normal - dosagem dos fatores VIII e IX para saber qual hemofilia o paciente apresenta (vai está diminuído um dos dois) - plaquetas vão estar normais TRATAMENTO - reposição de fator deficiente → fatores podem vir do plasma humana ou são "montados" pela engenharia genética (vantagem= aumenta a meia vida dos fatores) - antifibrinolíticos → inibir o plasminogênio p/ formar plasmina = não têm fibrina (ácido tranexâmico - desmopressina → só na hemofilia A leve pela formação de mais fator de von Willebrand doença hereditária recessiva, relacionada ao cromossomo X (ocorre maisem homens) → mutação do cromossomo X que pode ser induzida ou espontânea e vai fazer uma deficiência na produção ou na função nos fatores VIII ou IX Mulher desenvolve hemofilia: - síndrome de Turner - segunda mutação → tornando a hemofilia dominante - inativação aleatória espontânea do corpo da mulher e acaba inativando o cromossomo X normal, assim expressando a hemofilia Doença de von willebrand uma condição hereditária autossômica dominante que afeta homens e mulheres de todas as etnias, é o distúrbio mais comum de sangramento hereditário em todo o mundo sintomas de hemorragia mucocutânea como formação fácil de equimoses, sangramento prolongado ou excessivo de pequenos cortes ou outras lesões, epistaxe ou outros sangramentos de mucosas, como hemorragia gastrointestinal (GI) ou sangramento menstrual intenso (em mulheres podem ser mais afetadas por sintomas de sangramento do que os homens devido aos desafios hemostáticos da menstruação e parto) QUADRO CLÍNICO - antígeno do FVW (FVW;Ag) → é o mais sensivel porem é o mais caro - atividade do cofator ristocetina (FVW:RCo) → o mais utilizado - atividade coagulante do fator VIII (FVIII) DIAGNÓSTICO TRATAMENTO - direcionado ao tratamento ou prevenção de episódios de sangramento - Aumento da concentração plasmática de FVW e FVIII pela estimulação das células endoteliais com desmopressina - Substituição ou suplementação de FVW e FVIII usando concentrados recombinantes ou derivados de plasma humano com inativação viral - Promoção da hemostasia usando agentes hemostáticos que operam por mecanismos diferente do aumento FVW e FVIII → uso de anticoncepcionais em mulheres P4 Formação de trombose Tríade de Virchow Estase ou fluxo sanguíneo turbulento Lesão endotelial Hipercoagulabilidade do sangue A franca perda de endotélio expõe a MEC subendotelial (levando à adesão plaquetária), libera fator tecidual e reduz a produção local de PGI2 e de ativadores de plasminogênio. Note-se, porém, que o endotélio não precisa ser desnudado ou rompido fisicamente para contribuir para o desenvolvimento de trombose; qualquer perturbação do equilíbrio dinâmico dos efeitos protrombóticos do endotélio pode influenciar localmente a coagulação. Assim, o endotélio disfuncional elabora maiores quantidades de fatores pró-coagulantes (p. ex., moléculas de adesão plaquetária, fator tecidual, PAI) e sintetiza menores quantidades de moléculas anticoagulantes (p. ex., trombomodulina, PGI2, t-PA) Exemplos de trombose relacionada a dano endotelial: a formação de trombos nas câmaras cardíacas após infarto do miocárdio, sobre placas ulceradas em artérias ateroscleróticas ou em locais de lesão vascular traumática ou inflamatória (vasculite) A turbulência contribui para trombose arterial e cardíaca por causar lesão ou disfunção endotelial, e também por formar contracorrentes e bolsas locais de estase. A estase é um fator importante no desenvolvimento de trombos venosos. Estase e fluxo sanguíneo turbulento (caótico) têm os seguintes efeitos deletérios: • Ambos promovem a ativação das células endoteliais e aumentam a atividade pró-coagulante • A estase permite que plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio quando o fluxo é lento. • A estase também torna lenta a eliminação dos fatores de coagulação ativados e impede o influxo de inibidores de fator de coagulação. É qualquer alteração das vias de coagulação que predisponha as pessoas afetadas à trombose, e pode ser dividida em desordens primárias (genéticas → mais comum é causada por mutações no fator V e nos genes da protrombina e menos comuns deficiências herdadas de anticoagulantes, como antitrombina III, proteína C ou proteína S) e secundárias (adquiridas → contraceptivos orais e gravidez têm um aumento da síntese hepatica dos fatores de coagulacao e reducao da sintese de antitrombina III, cancer disseminador, com o avancar da idade, tabagismo e obesidade) TROMBOSE VENOSA A maior parte dos trombos venosos ocorre nas veias superficiais ou profundas da perna. Os trombos venosos superficiais normalmente surgem no sistema safeno, em especial no quadro de varicosidades; raramente embolizam, mas podem ser dolorosos e causar congestão local e edema decorrentes do fluxo de saída venoso comprometido, predispondo a pele sobrejacente ao desenvolvimento de infecções e úlceras varicosas Nas veias maiores da perna, no joelho ou acima dele (p. ex., veias poplítea, femoral e ilíaca), são mais sérias pela propensão a embolizar. Embora tais TVPs possam causar dor local e edema, aumento da temperatura da pele, presenca de trajetos venosos superficiais visíveis, a obstrução venosa com frequência é envolvida por canais colaterais. Consequentemente, as TVPs são totalmente assintomáticas em cerca de 50% dos pacientes e reconhecidas somente depois de terem embolizado para os pulmões. O aparecimento de edema em um só membro, ou de edema bilateral assimétrico, reforça a suspeita de TVP. São fatores predisponentes comuns a insuficiência cardíaca congestiva, o repouso e a imobilização no leito Hereditários → Os fatores de risco genéticos clássicos, que caracterizam a trombofilia hereditária, incluem a deficiência dos inibidores fisiológicos da coagulação (antitrombina, proteína C e proteína S) e as mutações G1691A do gene do fator V (fator V Leiden) e G20210A do gene da protrombina, ambas resultando em ganho de função dos fatores de coagulação. Origem mista (genética e adquirida) → . Elevação dos níveis dos fatores de coagulação (VIII, IX, XI e fibrinogênio) e do Inibidor da Fibrinólise Ativado pela Trombina (TAFI) e a redução dos níveis do Inibidor da Via do Fator Tecidual (TFPI) Adquiridos → Obesidade, câncer, doenças mieloproliferativas (cólon), Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF), doença inflamatória intestinal, síndrome nefrótica, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Behçet, Transitórios/reversíveis → cirurgia, trauma, cateter venoso central, imobilização, gestação, puerpério, uso de contraceptivo oral e terapia de reposição hormonal FATORES DE RISCO Apresentação clínica é amplo e o quadro clínico também não é específico, com sinais e sintomas como dispneia, dor torácica, tosse, hemoptise, taquipneia e taquicardia. Casos graves, como a EP maciça, podem resultar em quadrode síncope, hipotensão arterial, hipoxemia grave ou mesmo morte súbita. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EMBOLIA PULMONAR Incide em 30 a 50% dos pacientes com TVP de membros inferiores, sendo observada mesmo frente a um manejo anticoagulante adequado. A maioria dos pacientes desenvolve SPT nos primeiros dois anos após o episódio agudo de TVP. Em sua fisiopatologia, a STP resulta basicamente de danos às válvulas venosas por coágulos, levando à insuficiência valvular e ao refluxo venoso. As manifestações clínicas da SPT podem incluir dor, edema, alterações de pigmentação de pele, varizes secundárias e, nos casos mais graves, a ocorrência de úlceras nas pernas. Tratamento da SPT inclui principalmente medidas de compressão, como o uso de meias de compressão graduada. SÍNDROME PÓS TROMBÓTICA (SPT) TROMBOSE VENOSADIAGNÓSTICO Exame físico: Análise do quadro clínico, podendo consistir de dor, edema,eritema, cianose, dilatação do sistema venoso superficial, aumento de temperatura, empastamento muscular e dor à palpação. • Sinal de Homans – caracterizada por dor ou desconforto na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé. • Sinal da Bandeira – menor mobilidade da panturrilha quando comparada com o outro membro. • Sinal de Bancroft – dor à palpação da panturrilha contra estrutura óssea. Escore de Wells: baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnosticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste para TVP. O escore apresenta melhor resultado para avaliação de pacientes jovens sem comorbidades ou história prévia de tromboembolismo venoso, queem outros pacientes. • -2 a 0 = baixa probabilidade • 1 a 2 = média probabilidade • >3 = alta probabilidade Exames de Imagem: - Flebofrafia = maior sensibilidade e precisão para diagnóstico de TVP, sendo considerada padrão ouro, mas trata-se de um exame invasivo (contraste) e é pouco utilizado atualmente - USG venosa com doppler = exame não invasivo, método de escolha para diagnóstico de TVP de MMI → possui alta sensibilidade e especificidade e melhor custo benefício - Angiografia pulmonar = padrão ouro para EP, mas é um exame invasivo (contraste) e de custo elevado. - Cintilografia pulmonar = diagnostica EP, exame bastante sensível, porém pouco específico - Tomografia helicoidal = exame de escolha para EP, possui alta especificidade - D-dímero = utilizado para exclusão de TVP e EP em pacientes com baixa probabilidade clínica, assim evitando exames de imagem. É um produto de degradação de fibrina que se eleva nó TEV agudo, é um marcador sensível porém não específico para TEV, sua dosagem não é confirmatória e sim na exclusão do fenômeno tromboembólico. TROMBOSE VENOSA VARFARINA HEPARINA RIVAROXABANA - antagonista da vitamina K - necessário o monitor o tempo de protrombina (TTPA) - resultado = prejuízo na produção de fatores de coagulação II, VII, IX e X - têm uma meia vida longa (até 48 horas) - Uso clínico = prevenção e tratamento de TVP e TEP - Contra Indicações = gestação - inibidor do fator Xa da cascata de coagulação - possui menor interação medicamentosa (+ segura) - não necessita de monitoramento - recomendada para a profilaxia tromboembólica (TEP, TVP, e AVE) TRATAMENTO As heparinas são anticoagulantes injetáveis de rápida ação, sendo usadas com frequência para interferir na formação de trombos. As mais usadas são a heparina não fracionada (HNF) e a de baixo peso molecular (HBPM). Ambas possuem mesma função (aceleram a inativação dos fatores de coagulação pela antitrombina), mesmo uso terapêutico e mesmos efeitos adversos, apenas divergindo quanto ao mecanismo de ação e farmacocinética. Uso terapêutico para TVP e TEP - Heparina não fracionada → interação com antitrombina III, resultando em uma rápida inativação da coagulação (fator IIa, IXa, XIa, XIIa) → apenas acelera essa inibição. - Heparina de baixo peso molecular → se liga ao antitrombina III, inativam predominantemente o fator Xa, se ligando menos a trombina NÃO FARMACOLÓGICO - meias elásticas medicinais = melhoram a função da bomba da panturrilha, reduzindo o edema e otimizando a microcirculação cutânea - filtro de veia cava = reduz a ocorrência de EP, porém não é efetivo em reduzir mortalidade e aumentam o risco de TVP ao longo prazo - deambulação = diminuição dos sintomas agudos de TVP P5 Formação de trombos arteriais Uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. A progressão da lesão envolve a interação de lipoproteínas modificadas, macrófagos, macrófagos derivados de monócitos, linfócitos T e constituintes celulares da parede arterial Lesão endotelial → e consequentemente disfunção endotelial causando aumento da permeabilidade, adesão plaquetária e alteração na expressão gênica = fatores contribuintes para o desenvolvimento da aterosclerose - Acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDL oxidadese, cristais de colesterol) → hiperlipidemia (acelera a redução do óxido nítrico, diminuindo sua atividade vasodilatadora) - Acumulo de lipideos no interior dos macrofagos, com liberação pro inflamatorias - Desequilíbrio hemodinâmico → placas tendem a ocorrer nos óstios de saindo dos vasos, nos pontos de ramificações e ao longo da parede posterior da aorta abdominal (fluxo sanguíneo turbulento) - Inflamação → A inflamação contribui para iniciação, progressão e complicação das lesões ateroscleróticas. As células endoteliais disfuncionais expressam moléculas de adesão que promovemadesão leucocitária; a molécula de adesão de célula vascular I (VCAM-1), em particular, liga-se a monócitos e linfócitos T. Como consequência do quadro inflamatório crônico, os leucócitos ativados e a liberação de fatores de crescimento pelas células da parede vascular promovem a proliferação das células do músculo liso e a síntese de MEC. Proliferação das Células do Músculo Liso e Síntese de Matriz → A proliferação de células do músculo liso da íntima e a deposição de MEC convertem a lesão inicial, ou seja, as estrias gordurosas, em ateroma maduro, contribuindo para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas (envolve fator de crescimento fibroblástico e TGF-a) fazem uso de ligantes de selectina Trombose arterial É mais prevalente em indivíduos mais velhos, em histórico familiar, e naqueles com fatores de risco para doença cardiovasculares → divide em risco modificáveis (tabagismo, hipertensão, hiperlipidemia, diabetes e inflamação) e não modificáveis (anormalidades genéticas, antecendentes familiares, aumento da idade e sexo masculino. - aneurisma → dilatações da parede de um vaso sanguíneo, geralmente causados pela aterosclerose, hipertensão ou fraqueza congênita na parede do vaso Fator de risco - assintomáticos → 20-50%. - dor no MMI → dor na panturrilha, coxa ou nádea provocada por atividade e aliviada com repouso (claudicação intermitente), dor atípica nas pernas ou dor constante (dor isquêmica no repouso) - dor isquêmica em repouso → redução severa na perfusão dos membros, localizada antepé e dedos dos pés (como ser descrita como dor latejante ou ardente - ferdias/úlcera → úlceras isquêmicas geralmente começam como pequenas feridas traumáticas e depois não cicatrizam porque o suprimento de sangue é insuficiente para atender às crescentes demandas do tecido cicatrizante (mais comum no maléolo lateral). As úlceras isquêmicas que envolvem o pé podem ser infectadas e levar à osteomielite. - descoloração da pele/gangrena → A isquemia extrema altera a aparência da pele. Podem surgir áreas focais de descoloração da pele que podem evoluir para necrose cutânea. Manifestações Clínicas - exame físico → importante atentar-se as lesões em MMI e avaliar e comparar os pulsos. - ITB (índice de pressão sistólica tornozelo-braquial) → razão entre PA sistólica do tornozelo e a PA sistólica braquial detectada com Doppler → é um teste simples que pode ser realizado a beira do leito. ITB normal vai de 0,9 a 1,3 → ITB > 1,3 surge a presenca de vasos calcificados → ITB ≤ 0,9 sugere a presença de uma doença arterial oclusiva. - arteriografia com contraste → padrão ouro para avaliação do membro acometido - radiografia simples → pode mostrar calcificação arterial como nos pontos de ramificações arterial Diagnóstico Trombose arterial Tratamento Complicações: - exercício físico → o exercício físico deve ser realizado por um período mínimo de 45 a 60 minutos. Durante cada sessão, um nível de exercício com intensidade suficiente para provocar claudicação deve ser alcançado. - AAs e estatina → reduz risco de mortalidade - Cilostazol → melhora claudicação e aumenta a distância caminhada sem dor - Pentoxifilina → tratamento de DAOP reduzindo sintoma de claudicação Intervenção cirúrgica: pacientes significativamente incapacitados pela claudicação, naqueles refratários ao tratamen- to clínico, ou com dor em repouso, gangrenas ou úlceras - Revascularizacao cirurgica → revascularização ci- rúrgica envolve a identificação de um vaso apropriado acima e outro abaixo da área obstruída, com sutura de um enxerto vascular - Percutânea (balão + stent; aterectomia) → envolve o acesso da artéria femoral, passagem de um fio guia, expansão de um balão e colocação de stent. A angioplastia com balão possibilita uma ampliação do lúmen do vaso estenosado. Outra opção é a aterectomia que consiste na ressecção da placa de ateroma - alteração aguda da placa → ruptura/fissura (expondo os constituintes trombogênicos da placa ao sangue), erosão/ulceração (contribuindo para formação detrombos) e hemorragia no interior da placa expandindo seu volume - estenose aterosclerótica → A expansão da placa de ateroma causa consequências sobre o fluxo sanguíneo haverá uma limitação significativamente do fluxo (e a demanda começa a exceder a oferta). Em repouso os pacientes afetados apresentam perfusão adequada, mas com um mínimo esforço já apresentam uma hipoperfusão. Manejo
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