do poder político exercido pelo Congresso (poder legislativo), que pode retirar uma lei do ordenamento por qualquer motivo ou conveniência, veto da CCJ, ou pelo poder executivo, por meio do veto presidencial (que pode ser por inconstitucionalidade). Gabarito: ok – só um detalhe: “fundamentalmente” seria melhor escolha pra começar a resposta. 3 – emenda constitucional adotando pena de morte é formal ou materialmente constitucional? E uma lei instituindo o mesmo no estado do RJ? Explique. É materialmente inconstitucional, pois viola prerrogativas do art. 5º, caput (direito a vida) e XLVII, protegido por cláusula pétrea, limite material – art. 60, IV (disposto ali por ser garantia individual, base teleológica), indo, portanto, contra direito material disposto na Constituição Federal. No Estado do RJ, é formalmente inconstitucional (e também material), constitui inconstitucionalidade orgânica, pois viola o disposto no art. 22, I da CF, além de violar disposições materiais nessa, que é superior pelo critério hierárquico de eficácia das leis, pela superioridade constitucional. Plano de aula 2 – 1/03 1.2. Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade 1.2.1. Controle de Constitucionalidade na História do Brasil A CF1891, com influencia de Ruy Barbosa, que era conhecedor do direito norte-americano, adotou o controle de constitucionalidade. Juízes e tribunais, no caso concreto, podiam deixar de aplicar a lei por considerarem-na inconstitucional. O caso podia chegar ao STF, cuja decisão produziria efeitos da mesma maneira que os juízes e tribunais, criando efeitos inter partes. Em 1934, a solução dada ao problema das repetições de processos foi a eficácia erga omnes, mas a decisão não era do Judiciário, mas do senado. Havia o medo de um ‘governo de juízes’, do poder excessivo nas mãos dos magistrados. O STF deixa de aplicar a lei no caso concreto e encaminha para o Senado, que pode conferir eficácia erga omnes ou não. Outra novidade da CF34 foi a exigência de maioria absoluta no plenário para reconhecer a inconstitucionalidade da lei. Apenas o pleno de um tribunal poderia declarar a inconstitucionalidade de lei em caso concreto – o órgão fracionário, se julgasse lei como inconstitucional, suspendia o processo e remetia a questão ao pleno (cláusula de reserva do plenário). Em 37, é aprovado o controle concentrado pelo STF, com a última palavra do Senado. Em 46, contudo, retomamos o modelo de 34, até ser aprovada a emenda constitucional nº 16/65, que cria a representação de inconstitucionalidade (controle abstrato-concentrado), ajuizada apenas pelo procurador-geral da república (o que criou um problema, já que esse era nomeado e destituído do cargo a qualquer momento, pelo Presidente da República). Vem a Constituição de 88, que cria a ADI (ação direta de inconstitucionalidade) – semelhante à representação de inconstitucionalidade, mas com rol de legitimados maior para propô-la (art. 103), além da ADIO (ação direta de inconstitucionalidade por omissão). Atribui-se a função de ‘resguardar’ a constitucionalidade dos dispositivos ao Advogado-geral da União. No art. 102, § 1º, há nova ação, a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), regulada pela lei 9882/99. Não há nenhuma mudança no controle concreto-difuso. Emenda constitucional nº 3/93 cria a ação direta de constitucionalidade (ADC), cujo objetivo é por fim à controvérsia judicial sobre constitucionalidade de dada lei, acabar com a insegurança jurídica. Reconhecida a constitucionalidade da lei nessa ação, não pode mais ser discutida novamente – tem efeito vinculante, erga omnes. Em 99, são aprovadas as leis 9868, que regula a ADI, e a 9882, que regula (e, na verdade, cria) a ADPF (que ainda é objeto de polêmica). Questões Explique a decisão do STJ nas REsp: 584745 e 514246. 584745 – órgão fracionário do TRF 2ª região baseia-se em preceitos constitucionais para não aplicar lei, mas não manda ao órgão especial, por acreditar que tratava de questão interpretativa. Fazenda recorre ao STJ afirmando que o TRF aplicou sim o controle de constitucionalidade incidental, pois se tratava de garantia constitucional, e que deveria o TRF remeter a questão ao órgão especial. 514246 – TRF julga CPMF inconstitucional e não remete ao órgão especial por haver precedente do STF – porém, STJ determina que seria necessário enviar ao órgão especial porque o precedente do STF em que se baseia o TRF é contrário a própria decisão do TRF ( na realidade, discussão a respeito da ambivalência (se ADI for improcedente, lei é constitucional, a contrario senso?), ministro do STJ parte desse pressuposto, ainda que não exista norma que disponha isso e poucos TJs respeitam tal idéia. 3/03 – plano de aula 2 1.2.2. Controle Concreto-Difuso Quando um órgão fracionário de tribunal decide pela constitucionalidade exercendo o controle concreto-difuso, o processo segue normalmente, pela presunção de constitucionalidade (que decorre das origens democráticas da lei, que passou pelo poder legislativo e executivo, por representantes eleitos, discussão aberta, em oposição à postura do poder judiciário) Se decidir, porém, pela inconstitucionalidade, é posta em prática a cláusula de reserva de plenário (art. 97), um órgão fracionário não pode ir contra a constitucionalidade da lei – caso isso ocorra (se a maioria do órgão fracionário decidir por sua inconstitucionalidade), é levada a questão ao pleno, que só pode decidir pela inconstitucionalidade por maioria absoluta. Se o pleno decide pela constitucionalidade, o processo volta com essa questão incidental resolvida, e não pode ser considerada, nos fundamentos, a questão da suposta inconstitucionalidade. Art. 93, XI – nos tribunais com número superior à 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com entre 11 e 25 membros, que exercerá as funções do pleno, metade por antiguidade e metade por eleição do pleno. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. Art. 102 III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. O STF julga por recurso extraordinário a alínea ‘c’ pois conflito entre lei federal e estadual é, por essência, um conflito de constitucionalidade formal (reiterando, em recurso extraordinário o STF só julga questões constitucionais – mas pode não fazê-lo em vias de recurso ordinário etc.) Art. 52, X – se o STF declara lei inconstitucional , em todo ou em parte, no caso concreto, pode remeter a decisão ao Senado para que decida se suspende a execução da lei, de forma erga omnes. O Senado só pode suspender o dispositivo todo se o Supremo o fez, porém, se o STF considerou a lei toda inconstitucional, o Senado pode suspender apenas parte. Art. 480 a 482 do CPC – definem, na legislação processual, a cláusula de reserva de plenário. Art. 481, parágrafo único ( a leitura mais comum desse dispositivo é a de que os órgãos fracionários não precisam submeter a questão ao plenário se o pleno ou o STF já tomaram decisão a respeito. É leitura minoritária a idéia de vinculação da decisão do STF (majoritariamente, decisões inter partes do STF não vinculam os outros órgãos jurisdicionais). É necessário preservar a independência dos tribunais, visto que possuem tal garantia, e não poderiam ser menos independentes do que os órgãos de 1ª instância (já que o juiz de direito pode decidir como entender a questão). Na reclamação (competência originária do STF, por desrespeito a decisão do supremo - art. 102, I, alínea l) 4335 – STF: STF ameaçou mudar o entendimento a respeito da eficácia inter partes da declaração de