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Resumo Completo - Aula Fabio Leite

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todos são iguais”. Deixa de lado as desigualdades materiais – tratamentos discriminatórios, estabelecidos legalmente, seriam voltados para a promoção da igualdade material. A promoção da igualdade material é também elemento constitucional.
Um tratamento desigual não define, por si só, a violação a esse princípio, pois a CF abriga a promoção à igualdade material, o que justifica discriminações – mas ainda que não o fizesse, a própria idéia de igualdade não rejeita tratamentos discriminatórios, se justificados e não arbitrários (‘discriminação odiosa’ ou arbitrária).
Deve ser avaliada a razoabilidade da discriminação (não é sustentável um argumento que toma como base apenas o princípio da isonomia ou igualdade).
Um exemplo seria um concurso público que limita a inscrição apenas a bacharéis em geologia: um engenheiro ambiental, por exemplo, conseguiria realizar as mesmas funções? Ou há algo que justifique essa discriminação, algo que torne o profissional de geologia o único adequado para aquele cargo?
Todo edital (o que inclui também, por exemplo, licitação), por exemplo, tem uma discriminação – é preciso avaliar tal discriminação.
No caso de edital (outro exemplo seria a limitação de altura em edital de concurso público), deve ser avaliada a natureza do cargo. É relevante a discriminação em questão para a natureza do cargo proposto? Um caso no qual não é razoável é a altura mínima para escrivão – qual é a relevância? Para um policial, possivelmente é razoável. A grande questão concreta é a do delegado, é necessário?
E nas relações privadas, é possível discriminar? Há sempre, nessa perspectiva, conflito com a autonomia privada.
Liberdade de expressão.
(pegar aula – 5/05)
10/05 – plano de aula 7
Liberdade de religião.
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático (...) promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Fábio Leite acredita que não tem o preâmbulo força normativa (por ser anterior à parte normativa), apesar de seu elemento histórico, que faz parte de um processo de interpretação.
Houve ADI ajuizada por partido contra a Constituição do Estado do Acre, por seu preâmbulo não invocar a proteção de Deus – STF afirmou que o preâmbulo não tem força normativa.
Faz alguma diferença invocar ou não uma entidade divina? Poderia o Acre invocar outra? Ainda sim deve respeitar religiões – a proteção divina invocada pelos constituintes não significa mais nada além do que está escrito: não teria absolutamente nenhuma importância para a interpretação da liberdade religiosa.
Não há menção à expressão “liberdade religiosa” no texto constitucional.
Na ordem constitucional americana, foi reconhecida a vedação à ‘religião estabelecida’, oficial (e daí vem esse termo), também reconhecida na ordem constitucional brasileira.
(completar)
Fábio defende lei de 2000 que estabelece o acesso a penitenciárias a todas as religiões, e defende o fim da capelania (capelão – remunerado em exército, forças armadas).
No caso de exclusão explícita de grupos de concurso público, o Estado faz descriminação, mas se, devido a crença religiosa (como judaísmo ortodoxo ou adventistas do sétimo dia), não for possível fazer concurso sábado, o limite é imposto pelas religiões – o fiel que não pode, e não o Estado que o limita.
Fábio critica a maneira como os conflitos de princípios de liberdade religiosa são abordados no caso concreto, sendo fraca sua fundamentação.
‘acomodações razoáveis’ – criação canadense, que a França também adotou, de abrir possibilidades para incluir, incorporar, diferenças religiosas – não viola a isonomia ou laicidade, desde que razoável, e não contrária ao interesse público etc.
Seria uma forma de minimizar as vantagens sócio-culturais que os praticantes de religiões majoritárias já têm em leis ‘gerais e abstratas’ (por ex., a ‘proteção estatal ao domingo’). Essa medida, porém, deve ser apenas razoável, não podendo extrapolar limites para sua aplicação, não pode gerar ônus para os que não professam a crença ou religião.
12/05
Há diferença entre liberdade de crença e de culto: só é possível limitar razoavelmente, o de culto: “é proibido manifestação religiosa em vagão de trem etc.” – se um cidadão católico faz o sinal da cruz, por exemplo, essa é a exteriorização de uma crença, não propriamente de culto (é estritamente pessoal).
Art. 5º, VIII – não vale contra a própria religião, não se volta internamente a essa.
Ensino religioso.
A CF estabelece o ensino religioso no ensino fundamental público. A Lei de Diretrizes Básicas da educação estabelece que, vedados os ônus aos cofres públicos (o Estado não poderia pagar por esse), cada Estado definiria o caráter de seu ensino religioso, confessional ou interconfessional. A lei foi alterada, e tornou-se faculdade onerar ou escolher o caráter.
Há debate se ensino religioso deve ser confessional ou se deve ser interconfessional. O Estado do RJ, por exemplo, adotou o confessional. O de SP adotou o interconfessional ou confessional não remunerado.
Fábio defende o ensino religioso interconfessional ou confessional, desde (nesse último) que não remunerado – pois ensinar as regras de determinada religião é interesse privado, e não público.
Caso Wiscousin vs. Yogger
Símbolo religioso em local público
Recusa a tratamento médico por crença
(não tivemos aula dia 17)
19/05 – plano de aula 8
‘Invioláveis’ – tomar cuidado com a leitura excessivamente ampla desse termo.
Intimidade e vida intima estão ligados a valores que cuja exposição não pode ser reparada, essa tem outra espécie de tratamento.
O Estado deve proteger a honra subjetiva (valor que a pessoa dá a si mesma)?
Existe esse compromisso, e em que medida?
A intimidade e privacidade não teve seu valor alterado pela exposição moderna, internet etc.
Privacidade é aquele âmbito que a pessoa não quer compartilhar com o público, intimidade é mais restrito, é seu âmbito estritamente pessoal, familiar etc.
Ler REsp 595.600
Pontuação da prova
1 – a) 1,2, b) 0,7 c) 0,6 /2,5
2 – 1,5 + 1,0 /2,5
3.1 – a) 0,7 b) 1,0 c) 1,0 d) 1,3 e) 1,0 /5,0
3.2 – a) 0,7 b) 1,0 c) 2,0 d) 1,3 /5,0
24/05
Direitos da personalidade x liberdade de expressão
Ler colisão entre liberdade de expressão e direitos da personalidade ... Barroso
Prof. Barroso propõe parâmetros constitucionais para a ponderação na hipótese de colisão:
A veracidade do fato
Licitude do meio empregado na obtenção de informação
Personalidade pública ou estritamente privada da pessoa objeto da notícia
Local do fato
Natureza do fato
Existência de interesse público na divulgação em tese
Existência de interesse público na divulgação de fatos relacionados com a atuação de órgãos públicos
Preferência por sanções a posteriori, que não envolvam a proibição prévia da divulgação.
Fábio questiona a validade do ‘direito ao esquecimento’ alegado pela doutrina civilista: em que esse se baliza, qual a imperatividade erga omnes desse?
O fato da pessoa cuja imagem é divulgada ser ou não pública também é um fator que pode ter incidência no conflito.
Seria também válido um paparazzo tirar fotos repetidamente, da mesma pessoa? Poderia ser abuso de direito, essa é uma categoria jurídica válida.
(plano de aula 9)
Inviolabilidade de domicílio
Não é tal inviolabilidade protetora do patrimônio, mas da intimidade, de valor da personalidade, do ambiente privado do lar.
Como define o dispositivo constitucional (presente no art. 5, XI), nem mesmo por determinação judicial pode ser violado o lar durante a noite – a menos que seja por flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro.
Há ai aspecto polêmico: quando começa o “dia”? Sempre se seguiu a posição de José Afonso da Silva: o dia começa as 6 e termina às 18. Celso de Mello, porém, trouxe polêmica ao definir que o dia vai da aurora ao crepúsculo. Fábio acredita que a posição de José Afonso é infinitamente melhor, pois além de trazer segurança,
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