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Agonistas e antagonistas colinérgicos · Agonistas colinérgicos são chamados de parassimpaticomiméticos ou colinomiméticos -> mimetizam os efeitos do parassimpático ou colinérgicos. · Antagonista colinérgico são chamados de anticolinérgicos ou parassimpaticolíticos. · Anticolinesterásicos: são anti enzimas da acetilcolina. Atuam inibindo as enzimas que atuam na degradação da acetilcolina. Agonistas colinérgicos de ação direta · Drogas colinérgicas mimetizam os efeitos das estimulações dos neurônios colinérgicos. · Tem ação direta sobre receptores da acetilcolina · São classificados como alcaloides naturais e análogos sintéticos e éteres da colina. · Alcaloides de ocorrência natural e análogos sintéticos: · Muscarina: alcaloide de amônia quaternária, derivada do cogumelo Amanita muscarina. · Pilocarpina: á uma amina terciária extraída de plantas Pilocarpus. Tem ação nicotínica e muscarina, aumentando a saliva e sudorese. · Arecolina: é uma amina terciária extraída de uma palmeira Areca catechu · Oxotremorina: é sintética. Atua em receptores muscarinicos · McN-A-343: sintética. Atua em receptores muscarinicos · Ésteres da colina: · Acetilcolina: neurotransmissor de ação difusa e hidrólise rápida. Atua em receptores muscarínicos e nicotínicos · Metacolina: hidrolisada lentamente pela AchE e é resistente a pseudocolinesterase. Ação sobre receptores muscarínicos. · Carbacol: resistente à hidrolise pelas enzima AChE e colinesterase inespecífica. Ação sobre receptores muscarínicos e nicotínicos. · Betanecol: é um éter da acetilcolina, resistente a hidrolise pela AChE e pseudocolinesterase. Ação sobre receptores muscarínicos. Mecanismo de ação das drogas colinérgicas · Os receptores muscarínicos são encontrados principalmente nas células efetoras autônomas inervadas pelos neurônios presentes no cérebro, gânglios e algumas células. · A ação é de acordo com o tipo e localização do receptor · M1: neurais. Localizados no SNC (córtex e hipocampo) e gânglios autonômicos · M2: cardíacos. Estão em átrio, tecido de condução, músculo liso e SNC. · M3: glandulares. Estão em glandular exócrinas, músculo liso e endotélio vascular. · M4: pulmão e SNC. Atua na pré-juncional fazendo auto-inibição da liberação da acetilcolina em terminações nervosas · M5: SNC. Regula a liberação de dopamina. Efeitos farmacológicos · Os efeitos agonistas colinérgicos muscarínicos equivalem aos efeitos dos impulsos nervosos parassimpáticos pós-ganglionares. · Se diferem mais na potência do que na seletividade · Músculo liso: aumento do tônus (contração muscular) e relaxamento de esfíncteres. · Trato digestório: aumenta a atividade secretora, náusea, eructações, vômitos, cólicas e defecação · Brônquios: causa broncoconstrição e aumenta secreção · Trato urinário: contração da vesícula e ureteres · Vesícula biliar: contração · A pilocarpina tópica causa constrição pupilar (miose). · Glândula: estimulo a secreção das glândulas lacrimais, brônquicas, salivares e trato digestório. · Sistema cardiovascular: causa vasodilatação, redução da FC (cronotropismo negativo), diminuição da taxa de condução nos tecidos especializados dos nodos sinoatrial e atrioventricular e redução da força de contração cardíaca (inotropismo negativo). · SNC: não atravessa barreira hematoencefálica, pois é uma amina terciária. A pilocarpina, arecolina e muscarina em gatos pode levar a convulsões. Uso terapêutico · Uso limitado · Pilocarpina: tratamento de glaucoma, levando a miose (contração da pupila) que aumenta a drenagem do humor aquoso, fazendo uma redução da pressão intraocular. · Carbacol: utilizado na miose e glaucoma (resistente a pilocarpina) · Betanecol: utilizado na contração de bexiga (tratamento de retenção urinária e esvaziamento incompleto) e trato gastrointestinal. Usado via oral. · Metacolina: usado no diagnóstico de hiper-reatividade brônquica, para aumento da motilidade do trato gastrointestinal e atenuar a retenção urinária após anestesia. · Arecolina: anti-helmíntico em cães e gatos. Não é mais utilizada Efeitos colaterais e contraindicações · Causa exacerbação dos efeitos do SNA parassimpático: sudorese, cólica abdominais, eructações, dificuldades de acomodação visual, aumento da secreção salivar e lacrimal. · Tratamento: uso de antagonistas, como atropina (0,5-1 mg/Kg IV ou SC) e adrenalina (0,3 a 1 mg/Kg SC). · Contra-indicação dos agonistas: obstrução intestinal ou urinária, asma brônquica, insuficiência coronariana, úlceras e prenhez. Agonistas colinérgicos de ação indireta (anticolinesterásicos) · A acetilcolina é hidrolisada por enzimas colinesterases, que interrompem as ações da acetilcolina nas junções das terminações colinérgicas com seus órgãos efetores. · Anticolinesterases: fármacos que inibem as colinesterases. Elas provocam acúmulo de acetilcolina junto aos receptores colinérgicos, gerando efeito de estimulação excessiva destes receptores no SNC, SNA e junção neuromuscular. Tipos de colinesterases · Acetilcolinesterase (AChE): presente no SNC, fibras pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas, fibras motoras somáticas e membrana dos eritrócitos. É sintetizada no corpo celular dos neurônios e transportada pelo axônio até a terminação nervosa. É uma das enzimas mais eficientes, pois tem grande capacidade de hidrólise. Possui dois centros ativos: · Sítio aniônico: liga-se ao nitrogênio quaternário da acetilcolina, por ligação eletrostática · Sitio esterásico: liga-se a porção carboxil do ésteres acetil da acetilcolina, por ligação covalente · Pseudocolinesterase (colinesterase plasmática): encontrada no plasma, possui mais afinidade pela hidrólise dos análogos da colina. Sendo sintetizada no fígado. Classificação: · Todos os agentes anticolinesterásicos inibem tanto a acetilcolinesterase como a pseudocolinesterase · Carbamatos: são inibidores reversíveis das colinesterases; é um agente de curta duração · Organofosforados: inibem de modo irreversível as colinesterases. São de longa duração, devido a formação de complexos estáveis. Inibidores reversíveis das colinesterases · Os carbanatos que tem efeito de curta duração · Antagonistas competitivos das colinesterases. · Fisostigmina ou eserina: é um alcaloide extraído da fava do Calabar. Rapidamente absorvida pelo TGI, pele e mucosas. Atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. Hidrolisada pela esterases plasmáticas · Neostigmina, piridostigmina e ambenônio: possuem amônio quaternário, faxendo com que seja difícil atravessar a barreira hematoencefálica. Não são bem absorvidos via oral e destruídas pela esterases plasmáticas. · Edrofônio: é um inibidor reversível de curta duração. Usado para diagnóstico diferencial de crise colinérgicas e miasthenia gravis Inibidores irreversíveis das colinesterases · Os organofosforados que são de longa duração. Incluindo “gás dos nervos”, inseticidas, anti-pulgas, anti-helminticos e produtos domisanitários. · Produzem fosforilação do sítio esterásico da AChE, formando ligação covalente bastante estável, sendo considerados inibidores não reversíveis · São líquidos altamente lipossolúveis (depósito no tecido adiposo), podem ser voláteis · Absorvidos rapidamente pela pele, mucosas, TGI e trato respiratório. · Paration e malation: são inseticidas. Mecanismo de ação · Inibidores reversíveis (carbamatos): · Se ligam tanto no sítio aniônico como esterásico da AChE · Fisostigmina e piridostigmina: tem inibição prolongada · Carbamatos com aminas quaternárias tem atividade anticolinesterásca e bloqueadora de receptores nicotínicos. · Inibidores irreversíveis (organofosforados): · Inibem a colinesterase através de ligações covalentes com o grupo hidroxil da serina presente no sítio esterásico. Efeito farmacológico · Os efeitos resultam do acúmulo de acetilcolina em todos os locais onde este neurotransmissor é liberado. · Olho: causa miose, bloqueio do reflexo de acomodação e redução da pressão intra-ocular. · Glândulas exócrinas: produzem aumento nas respostas secretoras das glândulas brônquicas, lacrimais, sudoríparas, salivares, gástricas, intestinaise pancreáticas · SNC: os compostos terciários como fisostigmina e organofosforados apolares atravessam a barreira hematoencefálica e produzem excitação -> levando a convulsões seguidas de depressão intensa, com perda da consciência e insuficiência respiratória. · Neurônios periféricos: alguns organofosforados podem produzir desmielinização com fraqueza muscular e perda sensorial. Uso terapêutico · Antiparasitários: são os organofosforados, como o triclorfon · Antipulgas: os carbamatos, como carbaril e propoxur · Glaucoma: fisostigmina e ecotiopato reduzem pressão intra-ocular · Miastenia grave: neostigmina e piridostihmina reduzem a degradação de acetilcolina, aumentando a transmissão muscular interrompida · Reversão do bloqueio neuromuscular: neostigmina aumenta a acetilcolina disponível · Ílio paralítico a atonia de bexiga: a neostigmina alivia a distensão abdominal · Doença de Alzheimer: fisostigmina e tacrina. Efeitos colaterais · São consequentes do acúmulo de acetilcolina em todas as terminações nervosas colinérgicas. Geram excessiva estimulação de receptores muscarínicos e nicotínicos · Os efeitos muscarínicos podem ser controlados com doses de antimuscarínicos como atropina · Tratamento de intoxicações: sulfato de atropina (cuidado em equinos pois pode causar ílio paralitico), pralidoxima. A eficácia depende do tempo após a exposição Antagonistas colinérgicos ou antimuscarínicos · São os agentes parassimpatolíticos, que antagonizam competitivamente da acetilcolina em seus receptores. · Os principais usos são para relaxamento da musculatura lisa dos brônquios, trato urinário e gastrointestinal, como midriáticos e antídoto em superdosagem de colinomiméticos ou organofosforados Classificação · Antimuscarínicos de ocorrência natural : · Atropina: é um alcaloide extraído dos solanáceos Atropa belladona, Hyoscyamus niger e Datura stramonium · Escopolamina: é um alcaloide encontrado nas mesmas plantas que a atropina. Possui um átomo de oxigênio a mais que a atropina · Análogos sintéticos dos antimuscarínicos: drogas estruturalmente relacionadas com a atropina · Homatropina: menos potente que atropina com relação a atividade antimuscarínica, mas quatro vezes mais potente como agente bloqueador ganglionar. · Metantelina: tem ação bloqueadora ganglionar muito elevada em relação à ação antimuscarínica. · Propantelina: quimicamente semelhante a metantelina, mas é duas a cinco vezes mais potente. · Ipratrópio e tiotrópio: efeitos semelhantes ao da atropina. Amônia quaternária · Ciclopentolato, tropicamida e hidrobrometo de atropina: antimuscarínicos de amina terciária · Benzatropina e triexafenidil: aminas terciárias que atravessam barreira hematoencefálica · Pirenzepina: seletivo para receptores M1 · Glicopirrolato: amina quaternária. Empregado em medicação pré-anestésica de pequenos animais. Reduz a secreção gástrica e motilidade intestinal. Mecanismo de ação · Antimuscarínicos competem com a acetilcolina pelos receptores muscarínicos centrais e periféricos impedem ação da acetilcolina. · A atropina e escopolamina competem com a acetilcolina em todos os receptores muscarínicos · Pirensepina e diciclomina: alta afinidade de bloquear receptores M1 Efeitos farmacológicos · SNC: · Atropina: causa discreta excitação, devido à estimulação bulbar e de centros mais altos · Escopolamina: causa depressão, que se manifesta por sonolência, amnésia e fadiga · Sistema cardiovascular: atropina causa alteração da frequência cardíaca. A taquicardia ocorre em função do bloqueio dos efeitos vagais sobre os receptores M2 · Olho: causa midríase e cicloplegia · Trato gastrointestinal: reduzem motilidade, tônus, amplitude e frequência das contrações. Redução da secreção gástrica pelo bloqueio a receptores M1. · Aparelho respiratório: broncodilatação · Secreções: reduz secreções das glândulas salivares, sudoríparas, lacrimais e brônquicas. · Musculo liso: causa broncodilatação e relaxamento das vias urinárias Uso terapêutico · Tem como objetivo inibir os efeitos da atividade do SNA parassimpático · TGI: tratamento de ulceras com uso da pirenzepina. · Medicação pré-anestésica: reduz secreções e evita efeitos parassimpatomiméticos de outros anestésicos · Cinetose: escopolamina é empregada para prevenção de náuseas e vômitos · Olho: homatropina, ciclopentolamina e tropicamida causam midríase e cicloplegia · Sistema cardiovascular: evita ou trata bradicardia · Doença de Parkison: benzatropina e triexafenidil atenuam tremores · Trato genitourinário: a atropina associada com analgésicos é utilizada para tratamento de cólica renal, com o objetivo de induzir o relaxamento da musculatura lisa uretral · Intoxicação por anticolinesterásicos: atropina diminui a bradicardia e antagoniza o aumento da secreção bronquial. · Sistema respiratório: o brometo de ipratrópio é broncodilatador e antitussígeno. Utilizado em doenças pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Efeitos colaterais · Ressecamento da boca · Taquicardia · Visão turva · Retenção urinária · Intoxicação atropínica: pode causar convulsões, depressão, hipotensão, colapso circulatório, respiração ineficaz, paralisia e coma · Tratamento: fisiostigmina e diazepam
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