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CYNTIA LARA DE ARAÚJO ROCHA BRAGA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS NA EMPRESA REI DAS MÁQUINAS GOIÂNIA 2014 2 CYNTIA LARA DE ARAÚJO ROCHA BRAGA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS NA EMPRESA REI DAS MÁQUINAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração da Faculdade Delta, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Kênya Coutinho. Coordenador: Prof. Me Léllis Antônio Fincatti. GOIÂNIA 2014 3 TERMO DE APROVAÇÃO FACULDADE DELTA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS NA EMPRESA REI DAS MÁQUINAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APROVADO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO. __________________________________________________ Cyntia Lara de Araújo Rocha Braga Banca Examinadora __________________________________________________ Prof(a). Me. Kênya Coutinho (Orientadora) __________________________________________________ Prof. 01 (Membro) __________________________________________________ Prof. 02 (Membro) Goiânia-GO, 20 de Junho de 2014. 4 Dedico este trabalho a todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização do mesmo, que me deram força e incentivo nos momentos de desanimo. Que não me deixara desistir de lutar para conseguir realizar meu sonho. De forma especial dedico este trabalho ao meu esposo, que esteve sempre ao meu lado, aos meus pais que sonharam este sonho comigo, ao meu irmão que me deu força nos momentos difíceis e a minha orientadora professora Kenya Coutinho. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que diante de minha pequenez está sempre ao meu lado me socorrendo nos momentos mais difíceis, a quem sempre recorro nos momentos de dor. Agradeço também aos professores da Faculdade Delta que contribuíram imensamente para meu desenvolvimento intelectual, de modo especial agradeço a minha orientadora Professora Kenya, pela paciência e dedicação total ao ensino, ao amor que realiza seu trabalho, graças a ela consegui realizar este trabalho. Agradeço a minha família que esteve sempre ao meu lado me apoiando e me ajudando nos momentos difíceis e de desanimo, sonhando este sonho comigo. Obrigado a todos! 6 “Não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre esse poder algo antes considerado impossível se torna realidade.” Albert Einstein 7 RESUMO O mercado de trabalho a cada dia que passa está mais exigente e competitivo, o que obriga as organizações a buscarem sempre as melhores práticas de gestão de pessoas, a fim de alcançarem um nível de excelência na estrutura organizacional, tornando-a mais competitiva. É a partir desta visão que as organizações têm buscado a melhoria contínua nos seus processos e investindo na implantação de um departamento de recursos humanos mais eficiente, que promova a otimização e integração organizacional para alcançar sucesso. Este estudo apresenta uma proposta de implantação de setor de recursos humanos na empresa Rei das Máquinas, onde foi feito um diagnóstico da situação atual da empresa, entrevistas com os sócios, pesquisa com os colaboradores. Buscamos modelos e ferramentas de gestão que melhor se adequem a estrutura da empresa, para assim gerar otimização na gestão de pessoas. Palavras-chave: Recursos Humanos, Gestão de Pessoas, Recrutamento, Seleção, Treinamento. 8 ABSTRACT The job market each day that passes is more demanding and competitive, which compels organizations to always seek best practices in people management in order to achieve a level of excellence in organizational structure, making it more competitive. It is from this view that organizations have sought continuous improvement in its processes and investing in the establishment of a department of more efficient human resources, to promote the optimization and integration to achieve organizational success. This study presents the deployment of human resources in the sector now King of the Machines, where he was made a diagnosis of the current situation of the company, interviews with partners, research collaborators. We seek models and management tools that best fit the company's structure, thereby generating optimization in managing people. Keywords: Human Resources, People Management, Recruitment, Selection, Training. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1- As Pessoas como Recursos e Parceiros da Organização-------------------- 21 Figura 2 - Os principais processos de Gestão de Pessoas-------------------------------- 26 Figura 3 - Processo de Treinamento------------------------------------------------------------- 41 Figura 4 - Desenho do Ciclo do Processo de Treinamento-------------------------------- 42 Figura 5 - Escalas dos Níveis de Avaliação---------------------------------------------------- 47 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Meios nos quais a Gestão de Pessoas contribui para eficácia das organizações. ----------------------------------------------------------------------------------------- 23 Quadro 2 – Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas. ------------------------- 25 Quadro 3 – Fluxo do Processo de Recrutamento. ------------------------------------------- 30 Quadro 4 – Comparativo entre os modelos de Recrutamento Interno x Externo. --- 31 Quadro 5 – Vantagens e Desvantagens do Recrutamento Interno. -------------------- 31 Quadro 6 – Vantagens e Desvantagens do Recrutamento Externo. ------------------- 32 Quadro 7 – Tipos de Técnicas de Seleção. --------------------------------------------------- 35 Quadro 8 – Aspectos e Requisitos a serem Observados na Identificação das Características Pessoais do Candidato. ------------------------------------------------------- 36 Quadro 9 – Campos de Pesquisa em uma Entrevista. ------------------------------------- 36 Quadro 10 – Os Quatro tipos de Mudanças de Comportamento através do Treinamento. ------------------------------------------------------------------------------------------ 38 Quadro 11 – Treinamento por Competência. ------------------------------------------------- 39 Quadro 12 – Etapas de um Treinamento. ----------------------------------------------------- 40 Quadro 13 – Níveis de Necessidade de Treinamento. ------------------------------------- 42 Quadro 14 – Etapas do Treinamento, segundo Davies. ----------------------------------- 44 Quadro 15 – Fatores que Influenciam um Processo de Treinamento. ----------------- 45 Quadro 16 – Aspectos Fundamentais na Programação do Treinamento. ------------ 46 Quadro 17 – Quadro de Funcionários, Cargos e Funções. ------------------------------- 51 Quadro 18 – Produtos Comercializados por Rei das Máquinas. ------------------------ 54 Quadro 19 – Infraestrutura de RH. -------------------------------------------------------------- 74 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Sexo -------------------------------------------------------------------------------------- 60 Gráfico 2 – Há quanto tempo você trabalha na empresa? -------------------------------- 61 Gráfico 3 – Quanto aotrabalho que você executa você se sente? --------------------- 61 Gráfico 4 – Você executa tarefas que “não” estão diretamente ligados ao seu cargo? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62 Gráfico 5 – Os funcionários sentem-se seguros em dizer o que pensam? ----------- 63 Gráfico 6 – A empresa é aberta a receber e reconhecer as críticas, opiniões e contribuições de seus funcionários? ------------------------------------------------------------ 63 Gráfico 7 – Existe um relacionamento de cooperação entre os departamentos da empresa? ----------------------------------------------------------------------------------------------- 64 Gráfico 8 – Qual a maior dificuldade em seu ambiente de trabalho? ------------------- 65 Gráfico 9 – Dentro desta empresa você tem perspectiva de crescimento? ----------- 66 Gráfico 10 – A empresa faz avaliação de desempenho dos seus funcionários? ---- 67 Gráfico 11 – Você se sente motivado dentro dessa empresa? Por quê? ------------- 68 Gráfico 12 – Quando começou a trabalhar no Rei das Máquinas, você foi submetida (o) a algum tipo de treinamento direcionado a atividade que iria realizar? ------------ 69 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 14 1 CONTEXTO HISTÓRICO ---------------------------------------------------------- 17 1.1 História da administração ---------------------------------------------------------- 17 1.2 História da administração de recursos humanos ----------------------------- 19 1.3 Conceitos de gestão de pessoas ------------------------------------------------- 20 1.3.1 Objetivos da gestão de pessoas -------------------------------------------------- 22 1.3.2 Os processos de gestão de pessoas -------------------------------------------- 24 1.3.3 O novo papel da gestão de pessoas -------------------------------------------- 27 1.3.4 Gestão de pessoas como centro de resultados ------------------------------ 28 1.4 Recrutamento ------------------------------------------------------------------------- 29 1.4.1 Conceitos de recrutamento -------------------------------------------------------- 29 1.4.2 Diferenciando recrutamento interno e externo -------------------------------- 30 1.5 Conceitos de seleção ---------------------------------------------------------------- 32 1.5.1 A importância das características pessoais dos candidatos -------------- 35 1.6 Treinamentos de recursos humanos -------------------------------------------- 37 1.6.1 Treinamento por competência ---------------------------------------------------- 39 1.6.2 Etapas do treinamento -------------------------------------------------------------- 40 1.6.3 Diagnósticos das necessidades de treinamento ----------------------------- 42 1.6.4 Desenho do programa de treinamento ------------------------------------------ 43 1.6.5 Execução do programa de treinamento ---------------------------------------- 45 1.6.5.1 Avaliação do programa de treinamento ----------------------------------------- 47 1.7 Remuneração ------------------------------------------------------------------------- 48 2 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL ------------------------------------------- 50 2.1 Dados da organização -------------------------------------------------------------- 50 13 2.2 Força de trabalho --------------------------------------------------------------------- 50 2.3 Histórico --------------------------------------------------------------------------------- 51 2.4 Estrutura organizacional ------------------------------------------------------------ 52 2.4.1 Organograma -------------------------------------------------------------------------- 53 2.4.2 Clientes --------------------------------------------------------------------------------- 53 2.4.3 Produtos -------------------------------------------------------------------------------- 54 3 METODOLOGIA ---------------------------------------------------------------------- 56 3.1 Tipos de estudo ----------------------------------------------------------------------- 56 3.2 Classificação da pesquisa ---------------------------------------------------------- 57 3.3 Fontes de coletas de dados ------------------------------------------------------- 58 3.4 Entrevista ------------------------------------------------------------------------------- 58 3.5 Técnicas de instrumentos ---------------------------------------------------------- 59 3.5.1 Coleta e análise de dados – questionário -------------------------------------- 60 3.5.2 Coleta e análise de dados – entrevista ----------------------------------------- 70 4 PROPOSIÇÕES (PROPOSTAS OU POSSIBILIDADES) DE MELHORIAS -------------------------------------------------------------------------- 73 4.1 Identificar e estudar as ferramentas administrativas que contribuem para a implantação de um setor de recursos humanos -------------------- 73 4.2 Verificar como são feitos os processos de recrutamento e seleção na empresa rei das máquinas --------------------------------------------------------- 75 4.3 Propor soluções que possam aperfeiçoar a gestão de pessoas na empresa rei das máquinas---------------------------------------------------------- 76 4.3.1 Organograma proposto ------------------------------------------------------------- 76 4.3.2 Modelo de RH a ser apresentado à empresa rei das máquinas --------- 77 CONSIDERAÇÕES FINAIS --------------------------------------------------------------------- 80 REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------- 81 OUTRAS FONTES -------------------------------------------------------------------------------- 83 ANEXOS --------------------------------------------------------------------------------------------- 84 14 INTRODUÇÃO Neste trabalho abordaremos um dos aspectos mais importantes da administração organizacional, que é a gestão de pessoas. Quando bem administrado os recursos humanos, estes agregam valor ao negócio, amplia a visão estratégica das empresas, o que é fator decisivo no alcance dos objetivos da empresa. O setor de recursos humanos possui algumas atividades essenciais para seu bom funcionamento, estas atividades que o compõe estão diretamente ligadas à gestão de pessoas, são elas: recrutamento, seleção de pessoas, treinamento, motivação, avaliação de desempenho, retenção de talento, entre outras. Quando uma organização consegue gerir bem seu pessoal, ela torna-se mais competitiva no mercado, além de contar com uma equipe mais capacitada, motivada a desempenhar da melhor forma suas atividades, colaborando assim para o alcance dos objetivos da empresa. Quando as pessoas são motivadas e reconhecidas, tendo suas necessidades pessoais e profissionais atendidas, elas se tornam o fator decisivo do sucesso de uma organização. Das áreas que compõe a administração é com segurança que afirmamos que a Gestão de Pessoas foi a que mais sofreu mudanças ao longo do tempo. Esta área mudou totalmente a forma de se administrar uma organização, e tem sido a principal responsável pelo sucesso das organizações modernas. Administrar pessoas é fator essencial para o sucesso das organizações. Com o passar do tempo, as pessoas deixaram de ser vistas apenas como recursos humanos e passaram a ser identificadas como o capital intelectual das mesmas. As pessoas são o maior ativo das organizações, seu capital intangível gerador de valor e de mudanças, fundamental para o alcance do sucesso. As pessoas são a chave do sucesso. 15 Para Mayo, “os indivíduos trazem seu próprio capital humano até nós e próprios do trabalho são capazes de criar um valor maior para a organização do que colaboradores isolados”.(CHIAVENATO, 2003, p.27) As pessoas fazem a diferença no mundo dos negócios, pois não existe empresa sem pessoas, portanto é imprescindível uma boa administração deste ativo, de forma que as pessoas estejam alinhadas a missão, visão e objetivos da organização. Através deste trabalho, temos como objetivo viabilizar a implantação de um departamento de Recursos Humanos na empresa Rei das Máquinas. Temos observado que as empresas que se destacam no mercado possuem este departamento de Recursos Humanos (RH) eficiente, e administram seus negócios pautados no fato de que as pessoas são fator preponderante do sucesso da organização. Neste sentido, tentamos mostrar que com a implantação do setor de RH a empresa se tornará mais competitiva e melhor estruturada. O setor de Recursos Humanos auxilia a gestão do negocio, um setor de RH bem estruturado, que seja capaz de formar, capacitar uma equipe de forma competitiva, alinhada a estratégia organizacional, agrega valor a organização. A empresa Rei das Máquinas que é objeto deste estudo está em plena fase de desenvolvimento, e necessita para continuar a crescer e se desenvolver de forma saudável de um setor de recursos humanos bem estruturado, que possa direcionar e aproveitar de forma adequada todo o potencial da força de trabalho que a compõe. Pautamos este estudo sobre as seguintes problemáticas: Qual a importância da implantação do departamento de recursos humanos para a organização? Qual o melhor modelo estrutural a ser implantado? Neste sentido, entendemos que a eficácia das organizações depende fundamentalmente do desempenho das pessoas, o foco de sucesso deixou de serem os processos e passou a serem as pessoas. E é neste cenário que se faz necessário este estudo. O objetivo deste trabalho é verificar a viabilidade da implantação do setor de Recursos Humanos na empresa Rei das Máquinas, desta forma é fundamental que a mesma mantenha uma equipe bem gerida e com competências próprias da área. Este estudo apresenta a seguinte estrutura: 16 Trabalho composto por cinco capítulos divididos de forma a apresentar o melhor entendimento do assunto. No primeiro capítulo, apresentaremos a introdução ao tema, seus objetivos, contendo tema; problema; objetivos gerais e específicos; justificativa; delimitação de estudo e estrutura do trabalho. No segundo capítulo, apresentaremos a fundamentação teórica que é a base cientifica deste estudo. Abordaremos a história da administração, suas principais escolas e autores, apresentaremos também a historia da administração de recursos humanos, gestão de pessoas, recrutamento, seleção de pessoas, treinamento e remuneração. No terceiro capítulo, apresentaremos um diagnostico organizacional contendo dados da organização em estudo, sua força de trabalho, sua historia, seus clientes e linha de produtos. No quarto capítulo, abordaremos a metodologia utilizada para a elaboração deste estudo, contendo informações sobre o tipo de estudo, classificação da pesquisa, fontes de coletas de dados, definições de entrevistas utilizadas no desenvolvimento da proposta de estudo. No quinto capítulo, apresentaremos as propostas de melhoria devidamente explicadas e justificadas, em seguida listaremos as considerações finais, referências pesquisadas, anexos e apêndices. 17 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Este capítulo aborda a história da administração, suas principais escolas, autores, suas teorias, as influências nas organizações, a sua evolução para a administração de recursos humanos, e a sua importância nas organizações. 1.1 - HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO Não podemos definir ao certo quando se deu o início da administração, ela surgiu simultânea ao próprio homem, que desde os primórdios de nossa civilização já utilizavam a administração de forma instintiva. A administração como conhecemos hoje, ganhou mais ênfase com o advento da Revolução Industrial, por volta da década de 1930, conforme Chiavenato (2004). O principal papel da administração é a de identificar as necessidades da organização e transformá-las em ação. As organizações são constituídas de pessoas e recursos materiais, que precisam ser administradas em todos os seus níveis, conforme explana Chiavenato (2003, p.2): O mundo em que vivemos é uma sociedade institucionalizada e composta por organizações. Todas as atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas organizações. Todas as organizações são constituídas por pessoas e por recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos etc.). A vida das pessoas depende intimamente das organizações e essas dependem da atividade e do trabalho daquelas. Ainda conforme Chiavenato (2003, p. 10): 18 Vivemos em uma civilização em que predominam as organizações e na qual o esforço cooperativo do homem é a base fundamental da sociedade. E a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. Nas organizações - seja nas indústrias, comércio, organizações de serviços públicos, hospitais, universidades, instituições militares ou em qualquer outra forma de empreendimento humano a eficiência e a eficácia com que as pessoas trabalham em conjunto para conseguir objetivos comuns dependem diretamente da capacidade daqueles que exercem a função administrativa. No início do século XX, dois engenheiros começaram a desenvolver os primeiros trabalhos a respeito da administração. (CHIAVENATO, 2003) O primeiro era o americano, Frederick Winslow Taylor, que apresentou práticas de divisão do trabalho, preocupado em aumentar a eficiência da indústria, o empregado era considerado um recurso de produção, como um equipamento, uma maquina ou parte dela. Ibid Taylor deu início à chamada Escola da Administração Científica, onde a preocupação básica do administrador, conforme Chiavenato (2003, p. 48): Aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Nesse sentido, a abordagem da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das partes (operário e seus cargos) para o todo (organização empresarial). O segundo era o europeu, Henri Fayol, que desenvolveu a chamada Teoria Clássica, que conforme Chiavenato (2003, p.48) “estava preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais de Administração em bases cientificas”. A maior preocupação de Fayol, segundo Chiavenato (2003, p.48): Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter- relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização. Nesse sentido, a abordagem da Corrente Anatômica e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). Enquanto Taylor e Fayol pensavam apenas na empresa em si, se a preocupação com os funcionários, analisando apenas a organização pelo “chão de fábrica”, surge Elton Mayo em 1940, e desenvolve a Teoria das Relações Humanas, que passa a preocupar-se com as pessoas, dando origem a necessidade de humanizar e democratizar a administração. 19 Este movimento foi uma oposição à Teoria Clássica da Administração, onde o método adotado por Mayo, segundo Chiavenato (2003, p.108)“visava à eficiência e não à cooperação. A cooperação humana não é o resultado das determinações legais ou da lógica organizacional”. Este movimento mostrou a importância do capital humano para as organizações. De acordo com Chiavenato (2003, p.116): O advento da Teoria das Relações Humanas trouxe uma nova linguagem que passou a dominar o repertório administrativo: fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo etc. Os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais de Administração etc. passam a ser contestados ou deixados de lado. 1.2 - HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS As organizações são formadas por uma estrutura física, equipamentos, recursos financeiro, eu uma parte de suma importância para sua administração que são os recursos humanos, ou seja, as pessoas. Saber administrar os recursos humanos é muito importante para a organização, pois elas são formadas por pessoas, e são estas pessoas que colaboram para o alcance dos objetivos da empresa que é o sucesso. Conforme explica Chiavenato (2004, p. 5), “Em resumo, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões”. A administração de recursos humanos foca seus esforços em alcançar com eficiência e eficácia os objetivos das organizações, são as pessoas que contribuem para o alcance deste objetivo. As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos organizacionais como máquinas, equipamentos, e capital na conjunção típica dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. Dentro dessa concepção, a administração das pessoas recebia a denominação de Relações Industriais. (CHIAVENATO 1999, p. 28). A administração de recursos humanos é muito abrangente, estando presente em todas as áreas da organização, conforme explica Chiavenato (1999, p. 160), “a administração de recursos humanos é uma área interdisciplinar”. Muitos são os desafios em administrar estes recursos, antigamente, as pessoas tinha receio de 20 perderem seus postos de trabalho e serem substituídas por máquinas, devido ao grande avanço tecnológico que vivemos, porém, hoje percebemos que são as pessoas as peças chaves para o desenvolvimento das organizações, o capital humano representa um diferencial competitivo das empresas, as máquinas são indispensáveis, mas são as pessoas que agregam valor às organizações. Segundo Chiavenato (2004, p. 9): As pessoas como parceiras da organização. Capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. – na expectativa de colherem retornos desses investimentos – como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Neste contexto, cabe ao administrador de recursos humanos avaliarem e atraírem pessoas, identificarem as competências de cada individuo, captar talentos, a administração de recursos humanos deve promover a qualidade de vida para o funcionário. Com o passar do tempo, o avanço tecnológico alcançado, as pessoas deixaram de serem vistas como recursos humanos e passaram a integrar o capital intelectual das organizações, por serem pessoas dotadas de inteligência, habilidade, competência e etc. neste novo cenário, surgiu então necessidade de ressaltar as habilidades das pessoas e a administração de recursos humanos ganhou novo foco voltado para a gestão de pessoas. Chiavenato (2010, p. VII), ao prefaciar seu livro diz: Falar de Gestão de Pessoas é falar de gente, de mentalidade, de vitalidade, ação e proação. A Gestão de Pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nestes últimos anos. Não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos como principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão que se tem hoje da área é totalmente diferente de sua tradicional configuração, quando recebia o nome de Administração de Recursos Humanos. 1.3 - CONCEITO DE GESTÃO DE PESSOAS A gestão de pessoas é uma das áreas da administração que mais sofreram mudanças com o passar do tempo. Gerir pessoas tornou-se uma estratégia muito utilizada para o alcance dos objetivos da organização. Assim a Gestão de 21 Pessoas, tem como papel fundamental identificar e medir de maneira satisfatória as necessidades de ambas as partes. Para Chiavenato (2010, p. 13): No seu trabalho cada administrador – seja ele um diretor, gerente, chefe ou supervisor – desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar. A Administração de Recursos Humanos (ARH) procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas através das pessoas que formam sua equipe. É com sua equipe de subordinados que o administrador executa as tarefas e alcança metas e objetivos. As organizações deixaram de enxergar as pessoas como recursos humanos e passaram a identificá-los como parceiros no negócio. Segundo Chiavenato (2010, p.8), “todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso”. A figura 1 mostra essa evolução: Figura 1 – As Pessoas como Recursos e Parceiros da Organização Fonte: Chiavenato (2010, p. 8) 22 Segundo Mayo, “os indivíduos trazem seu próprio capital humano até nós e próprios do trabalho são capazes de criar um valor maior para a organização do que como colaboradores isolados”. (CHIAVENATO, 2003, p.27) Atualmente as organizações estão estendendo sua visão estratégica de atuação, entendendo que os parceiros estão dispostos a continuarem investindo seus esforços e recursos na medida em que obtiverem retorno. Conforme Chiavenato (2010, p.8), “as pessoas devem ser visualizadas como parceiros das organizações”. Assim a questão é escolher entre tratar os colaboradores como recursos organizacionais ou como parceiros do negócio. Segundo Seiffert (2005, p.10) apud Gomes (2012, p.19), Gestão de pessoas: É um conjunto de politicas, processos, programas e ações integradas para: direcionar, prover, aplicar, desenvolver, compensar, gerenciar desempenhos, monitorar, compreender e liderar competências, que interagem com o individuo visando a ampliar a eficiência e a eficácia organizacionais. Para França (2007, p.5) apud Gomes (2012, p.19), “Gestão de Pessoas é um conjunto das forças humanas voltadas para as atividades produtivas, gerenciais e estratégicas dentro de um ambiente organizacional”. Chiavenato (2010, p.9) apud Gomes (2012, p.19), diz: “Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso”. Diante do exposto, observa-se que as organizações são compostas de pessoas, e que dependem diretamente delas para alcançar sucesso. 1.3.1 - OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS As organizações sem dúvida não existem sem as pessoas. Um bom desempenho organizacional está diretamente ligado às pessoas, aos resultados que elas entregam para as empresas. E para alcançarmos este bom desempenho é necessário entender como as pessoas se comportam no ambiente de trabalho, pois 23 os resultados dependem em grande parte das políticas e diretrizes adotadas pelas organizações. É com uma boa Gestão de Pessoas que conseguimos extrair o que há de melhor no desempenho de nossos colaboradores, realizando um estudo sobre a motivação do comportamento das pessoas conseguimos entender o que as fazem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas das organizações.Para Chiavenato (2010, p.10 e 11): As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor trata-las como fonte de sucesso. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados é necessário que as pessoas sejam tratadas como elemento básico para a eficácia organizacional. “Os objetivos da Gestão de pessoas são variados, eles devem estar alinhados a políticas e diretrizes da organização. Estes objetivos devem contribuir para a eficácia organizacional”. (CHIAVENATO 2010, P.11). O Quadro 1 mostra os meios para contribuir na eficácia das organizações. Quadro 1: Meios nos quais a Gestão de Pessoas contribui para eficácia das organizações; OBJETIVOS DEFINIÇÃO Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão; Antigamente, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcionários para obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivos e resultados. O principal objetivo da Gestão de Pessoas é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e a realizar sua missão. Proporcionar competitividade à organização; Isto significa saber empregar as habilidades e competências da força de trabalho. A Função da Gestão de Pessoas é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e empregados. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas; Preparar e capacitar continuamente as pessoas é o primeiro passo. O segundo é dar reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro. Tornar os objetivos claros e explicitar 24 como são medidos e quais as decorrências do seu alcance. Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho; Para as pessoas, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas vidas no trabalho, e isso requer uma estreita identidade com o trabalho que fazem. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; Qualidade de vida no trabalho é um conceito que se refere aos aspectos da experiência do trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas e agradáveis. Administrar e impulsionar a mudanças; Os profissionais de Administração de Recursos Humanos (ARH) devem saber como lidar com mudanças se realmente querem contribuir para o sucesso das organizações. São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções. Manter poíiticas éticas e comportamento socialmente responsável; Toda atividade de ARH deve ser aberta e transparente, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas, e seus direitos básicos devem ser garantidos. Fonte: Chiavenato (2010, p.11 a 13). 1.3.2 - OS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS As pessoas são o subsídio mais importante de uma organização, seu principal aporte, geradores de valor. Ao longo do tempo as pessoas deixaram de ser apenas um recurso humano e passaram a ser considerados parceiros das organizações. As pessoas querem ter seus objetivos pessoais alcançados, e é uma preocupação pertinente que o gestor de pessoas deve ter, pois, para que a organização alcance um nível de reciprocidade com os funcionários, é necessário que a administração esteja voltada para as pessoas. 25 Para Chiavenato (2010, p. 13): A moderna Gestão de Pessoas consiste de várias atividades integradas, como descrição e análise de cargos, planejamento de RH, recrutamento, seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do desempenho, remuneração, treinamento, e desenvolvimento, relações sindicais, segurança, saúde e bem estar etc. Partindo deste princípio, a Gestão de Pessoas consiste em uma série de procedimentos que agregam valor à organização, trata-se de um processo cíclico e contínuo. Chiavenato (2010) cita seis processos básicos de gestão de pessoas. O quadro 2 mostra quais são eles: Quadro 2: Os seis processos básicos da Gestão de pessoas PROCESSOS DEFINIÇÃO Processos de Agregar Pessoas São processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas. Processo de Aplicar Pessoas São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, analise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. Processo de Recompensar Pessoas São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios sociais. Processo de Desenvolver Pessoas São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Envolvem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de competências, aprendizagem, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e consonância. Processos de Manter Pessoas São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as 26 atividades das pessoas, incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. Processos de Monitorar Pessoas São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem bancos de dados e sistemas e informações gerenciais. Fonte: Chiavenato (2010, p.14 a 15). A figura 2 mostra como funciona este processo. Figura 2. Os principais processos de Gestão de Pessoas Fonte: Chiavenato (2010, p.17). Todos estes processos são diretamente ligados, de modo que se entendem e influenciam reciprocamente. 27 1.3.3 - O NOVO PAPEL DA GESTÃO DE PESSOAS Na história da humanidade, a Gestão de Pessoas nunca foi tão relevante quanto é hoje. Uma organização para obter sucesso no mercado ou pelo menos sobreviver deve investir no seu capital intelectual, ou seja, nas pessoas. Devido as grandes mudanças ocorridas e o novo cenário organizacional, novos sistemas de Administração de Recursos Humanos se fazem necessários. Para Gil (2001, p.17) apud Gomes (2012, p.24): A expressão Gestão de Pessoas visa substituir Administração de Recursos Humanos, que, ainda mais, é a mais comum entre todas as expressões utilizadas nos tempos atuais para designar os modos de lidar com as pessoas nas organizações. Os argumentos em prol dessa mudança de nomenclatura ressaltam que o termo Administração de Recursos Humanos é muito restritivo, pois implica a percepção das pessoas que trabalham numa organização apenas como recursos [...]. Neste contexto as pessoas em todos os níveis da organização são consideradas parceiras do negócio e que agregam valor ao desenvolvimento das organizações, aplicando seus conhecimentos, habilidades, colaborando com a melhor tomada de decisão, para assim garantir os resultados desejados. O cenário organizacional é constituído por dimensões associadas aos valores, às relações humanas, as condições de trabalho e suporte organizacional. A motivação do funcionário em ter um bom desempenho está associada qualidade no ambiente de trabalho, ao clima organizacional, ambiente este que influencia positiva ou negativamente no rendimento do profissional. A qualidade no ambiente empresarial permite que o colaborador consiga aplicar todoseu conhecimento e habilidade, de forma a gerar mais valor para organização. Carbone [et. al.], (2005, p.139-141) apud Gomes (2012, p.25), apresenta cinco dimensões da estrutura de Gestão de Pessoas, a saber: 1- A cultura e os valores da organização, pois possibilitam ao funcionário compreender o rumo, a forma, o jeito como as coisas devem seguir na organização. As subdimensões de gestão da cultura mais conhecidas são: os valores, os rituais, o comportamento de sucesso do funcionário na cultura e o comportamento funcional; 2- O clima organizacional, traduzido pela qualidade das relações internas e pelas condições gerais de trabalho, as quais são fundamentais para o pleno exercício das atividades diárias. Podem-se elencar as principais subdimensões de estudo do clima organizacional; infra-estrutura e equipamentos; estilo de gestão e liderança; valorização, reconhecimento e recompensa; engajamento nos projetos; desenvolvimento profissional; sistema de planejamento 28 e definição de prioridades; suporte social no grupo (relação com pares); e satisfação; 3- A saúde ocupacional, entendida aqui como os sistemas de prevenção e combate às doenças ocupacionais e o sistema de apoio à qualidade de vida e à promoção da saúde, indispensáveis à plenitude do exercício do trabalho; 4- A comunicação e o compartilhamento de conhecimento, elementos que, na sociedade do conhecimento, são cada vez mais decisivos para o bom funcionamento dos processos nas organizações. Nesta dimensão estão incluídos, além de todos os sistemas de comunicação com os funcionários, a estratégia, os meios e os sistemas de compartilhamento de conhecimentos na organização; 5- A competência, ou seja, a base de conhecimentos, habilidades e atitudes dos funcionários. 1.3.4 - GESTÃO DE PESSOAS COMO CENTRO DE RESULTADOS Como vivemos em um mundo cada vez mais competitivo, as organizações necessitam de contarem com pessoas competitivas, capazes de gerar valor às organizações, e em contra partida as organizações precisam realizar um planejamento para conseguir reter talentos dentro da organização. Hoje as pessoas passam a maior parte do seu tempo dentro das organizações, realizando tarefas a fim de contribuírem para se crescimento e desenvolvimento. De modo que as organizações dependem das pessoas para existir. Segundo Chiavenato (2010, p.5): As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Para as pessoas, as organizações o meio através do qual elas podem alcançar vários objetivos pessoas, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito. Dentro da área de Gestão de Pessoas é necessário existir muita clareza nos objetivos organizacionais, suas estratégias, para que todos os envolvidos nos processos sintam segurança para realizar seus trabalhos. Para Marra (2000, p.38): É a administração de recursos humanos que numa atitude pró-ativa deve estudar, desenhar e propor os contornos de um sistema de liderança que deverá devido à grande importância que tem, seja aprovado diretamente pelo conselho diretor da organização. 29 Sempre que falamos da importância do capital humano dentro das organizações, temos que associar a capacidade das pessoas, suas habilidades, comprometimento, sua capacidade intelectual. As pessoas são o maior ativo das organizações, o capital intelectual humano, o ativo intangível mais relevante para o sucesso das organizações. Para Mayo (CHIAVENATO, 2003, p.26): Vai além dos indivíduos em si: inclui o modo como eles trabalham em conjunto e os relacionamentos internos e externos à organização. [...] Compreende seu comando de informações e experiências, suas habilidades de integrá-las e de fazer uso de seu discernimento pessoal, de se mostrar inovador e intuitivo e de desenvolver relacionamentos. 1.4 - RECRUTAMENTO Para que possamos entender melhor o conceito de Gestão de Pessoas, é necessário abordarmos os processos que dão embasamento a essa teoria, de forma mais abrangente, comecemos com Recrutamento e Seleção. 1.4.1 - CONCEITOS DE RECRUTAMENTO Recrutar é uma palavra de origem francesa, que surgiu da necessidade de recrutar soldados para o exercido em guerra. No que tange a Administração, este conceito é associado à sobrevivência das organizações, que utilizam este processo para recrutar pessoas para seu quadro de funcionários. Para Chiavenato (2004, p.113): Recrutamento é um conjunto de atividades desenhadas para atrair candidatos qualificados para uma organização. Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrai candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação, por meio do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que pretende preencher. 30 De acordo com Carvalho e Nascimento (2004), o processo de recrutamento pose ser entendido através do quadro 3 abaixo. Quadro 3: Fluxo do Processo de Recrutamento Fonte: Carvalho e Nascimento (2004, p.79). Segundo Marras (2000, p.69), “Todo processo de recrutamento de pessoal tem inicio a partir de uma necessidade interna da organização [...]”. O processo de recrutamento tem como objetivo principal identificar possíveis colaboradores, capacitados, que possam preencher vagas disponíveis, afim de, colaborarem com a organização. É papel do processo de recrutamento comunicar, divulgar as oportunidades de trabalho oferecidas pela empresa, visando preencher o quadro de funcionários da mesma. (CHIAVENATO, 2010). 1.4.2 - DIFERENCIANDO RECRUTAMENTO INTERNO E EXTERNO O processo de recrutamento pode ser dividido em duas partes: Recrutamento Interno e Recrutamento Externo, dependendo de sua necessidade dentro da organização. O Recrutamento Interno tem como objetivo reter talentos existentes dentro da própria organização, como exemplo disso podemos citar uma promoção, que nada mais é, do que quando uma vaga é aberta dentro da empresa, e os colaboradores se candidatam a esta vaga, sem que haja necessidade de aquisição de pessoal no mercado de trabalho. Segundo Chiavenato (2004, p.68): O recrutamento interno é quando, havendo determinada vaga, a empresa procura preenchê-la por meio do remanejamento de seus empregados, que pode ser promovidos (movimentação vertical) ou transferidos 31 (movimentação horizontal) ou ainda transferidos com promoção (movimentação diagonal). Já o recrutamento externo é quando a organização busca preencher uma vaga disponível com pessoas de fora da organização, ou seja, no mercado de trabalho. Para Chiavenato (1983, p.126): O recrutamento é denominado externo quando aborda candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados em outras empresas, e sua consequência é uma entrada de recursos humanos. É denominado interno quando aborda candidatos reais ou potenciais aplicados unicamente na própria empresa, e sua consequência é o processamento interno de recursos humanos. O quadro 4, mostra um comparativo entre os dois processos de recrutamento. Quadro 4: Comparativo entre os modelos de Recrutamento Interno x Externo RECRUTAMENTO INTERNO RECRUTAMENTO EXTERNO Os cargos vagos são preenchidos por funcionários, que são selecionados e promovidos dentro da organização; Os cargos vagos são preenchidos por candidatos externos que são selecionados e ingressam na organização; Os candidatos são recrutados internamente dentro dos quadros da própria organização; Os candidatos são recrutados externamente no mercado de recursos humanos; Os candidatos já são conhecidos pela organização, passaram por testes de seleção, passaram por programas de treinamento e foram avaliados quanto ao seu desempenho; Os candidatos são desconhecidos pela organização e precisam sertestados e avaliados pelo processo seletivo; As oportunidades de emprego melhor são oferecidas aos próprios funcionários, que podem subir a postos melhores e desenvolver sua carreira profissional dentro da organização. As oportunidades de emprego são oferecidas ao mercado, cujos candidatos podem disputá-Ias; Fonte: Chiavenato (2010, p.115). Chiavenato (2004) cita também uma lista de pontos positivos e negativos, aplicáveis no recrutamento interno e/ou externo. O quadro 5, mostra as vantagens e desvantagens existentes no processo de recrutamento interno. Quadro 5: Vantagens e Desvantagens do Recrutamento Interno VANTAGENS DO RECRUTAMENTO INTERNO DESVANTAGENS DO RECRUTAMENTO INTERNO 32 Melhor aproveitamento do potencial humano da organização; Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; Incentiva a permanência e a fidelidade dos funcionários à organização; Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; Não requer socialização organizacional de novos membros; Probabilidades de melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos; Menor custo que o recrutamento externo Pode bloquear a entrada de novas ideias, experiências e expectativas; Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual; Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização; Ideal para empresas burocráticas e mecanicistas; Mantém e conserva a cultura organizacional existente; Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua. Fonte: Chiavenato (2004, p.115). Já o quadro 6, mostra as vantagens e desvantagens do processo de recrutamento externo. Quadro 6: Vantagens e Desvantagens do Recrutamento Externo VANTAGENS DO RECRUTAMENTO EXTERNO DESVANTAGENS DO RECRUTAMENTO EXTERNO Introduz sangue novo na organização – talentos, habilidades e expectativas; Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades; Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas. Incentiva a interação da organização com MRH; Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual. Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isso significa custos operacionais. Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno. Fonte: Chiavenato (2004, p.115). 1.5 - CONCEITOS DE SELEÇÃO A etapa seguinte ao processo de recrutamento é o processo de seleção de pessoas, onde neste processo, realizamos a classificação e seleção dos candidatos que preencha de forma adequada as necessidades da organização. 33 Para que este processo seja realizado de forma eficiente é necessário termos pessoas qualificadas para realizar essa classificação dos candidatos que irão concorrer a vaga disponível. Para Marras (2005, p.79): Seleção de pessoal é uma atividade de responsabilidade do sistema de ARH, que tem por finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de recrutamento. Além disso, para Marras (2000), o processo de seleção pode ser baseado em um comparativo entre as características do candidato e as exigências do cargo disponível. As exigências do cargo são as características que o cargo exige do profissional em termos de conhecimento, habilidades e atitudes para o bom desempenho das funções. As Características do candidato é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desempenhar as suas tarefas (MARRAS, 2000, p 79). Segundo Chiavenato (1999), o processo de seleção funciona como um filtro para que possamos identificar pessoas com o perfil da organização. A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: Aquelas que apresentam características desejadas pela organização. Há um velho ditado popular que afirma que a seleção constitui a escolha certa da pessoa certa para o lugar certo. (CHIAVENATO, 1999, p.107). Já para Gil (2001), existem vários procedimentos para identificarmos as características de cada candidato, a fim de que a seleção seja feita identificando os candidatos mais aptos. Esses processos de seleção nos ajudam a conhecer melhor os candidatos, suas habilidades, conhecimento adquirido ao longo do tempo, experiências profissionais, o que nos permite fazer uma avaliação mais precisa de seu perfil profissional. Para a organização o ideal seria encontrar candidatos com conhecimentos, habilidades, que já estivessem “prontos” para desempenhar as atividades dentro da empresa, mas infelizmente as coisas não são assim, é cada vez mais difícil encontrar este tipo de perfil pronto no mercado de trabalho. Então quando identificamos um candidato, devemos ter em mente que algumas adequações devem ser feitas para que ele desempenhe suas funções dentro da organização. 34 A principal característica do processo seletivo é a investigação dos candidatos, que passaram pela primeira etapa do processo seletivo que foi o recrutamento. Ao longo de todo esse processo, os candidatos passam por varias etapas dentro da seleção, etapas estas que tem como objetivo avaliar cada candidato fazendo uma relação com as atividades que deverão ser desempenhadas dentro da organização. Seguindo esta linha de pensamento, Marras (2000, p.79), afirma que, “o processo de seleção deve ser composto de prospecção e coleta de informações e dados de cada individuo em particular, na tentativa de conhecê-los extrínseca e intrinsecamente”. Marras (2000) enfatiza também que o processo seletivo é baseado na analise comparativa de dois campos: • Exigências do Cargo; • Características do Candidato; As exigências do cargo são as características que o cargo exige do profissional, no que tange o conhecimento, habilidades e atitudes. Já as características do candidato é o conjunto de habilidades, conhecimento, e atitudes que formam o profissional. Para Chiavenato (2005, p.138): Quando as informações a respeito do cargo disponível e as qualificações desejadas é preciso escolher as técnicas de seleção que mais chegam perto da realidade da organização. “As técnicas de seleção permitem um rastreamento das características pessoais do candidato através de amostras de seu comportamento”. Cada fase funciona como um filtro seletor que vai selecionando gradativamente cada candidato. Existem cinco tipos de técnicas de seleção de pessoas, são elas: (CHIAVENATO, 1994). • Ficha de inscrição; • Entrevistas de seleção; • Provas ou testes de conhecimento; • Testes de personalidade; • Técnicas de simulação; O quadro 7, mostra como funciona estas técnicas de seleção de pessoas. 35 Quadro 7: Tipos de Técnicas de Seleção TÉCNICAS CONCEITOS Ficha de Inscrição; É através dos dados da ficha de inscrição que o candidato será classificado ou desclassificado para o cargo que está sendo oferecido. Entrevistas de Seleção; Ela deve ser muito bem elaborada e planejada, porque é através dela que poderá sair à decisão final sobre o candidato recrutado. É através dela que se conhece mais profundamente o candidato. Provas ou Testes de Conhecimento: Avalia-se o conhecimento do candidato a respeito do cargo oferecido, e conhecimentos gerais. Já foram considerados os mais importantes quesitos a serem avaliados, porém hoje já sabemos que a entrevista conta mais ponto, deixando em segundo plano os testes, as provas que podem ser orais, escritas ou práticas. Teste de Personalidade; Os testes de personalidaderevelam certos aspectos das características superficiais das pessoas, como aqueles determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) e os determinados pelo temperamento (traços inatos ou genotípicos). Avalia agressividade, relacionamentos interpessoais, emoções, atitudes mediante a pressão, etc. Técnicas de Simulação Destaca algumas das características dos candidatos que devem ser avaliadas. São elas: Liderança, Sociabilidade, Iniciativa, Comunicabilidade, Criatividade, tomada de decisões, Habilidades para lidar com situações de conflitos, entre outras. Fonte: Adaptação de Chiavenato (1999, p.123), Gil (2001, p.100 e 101). 1.5.1 - A IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DOS CANDIDATOS Em um processo seletivo a identificação das características e habilidades de cada candidato é extremamente relevante, pois será através de um processo seletivo bem realizado que poderemos conhecer melhor os mesmos. O quadro 8, mostra os aspectos e requisitos a serem observados na identificação de cada candidato. 36 Quadro 8: Aspectos e Requisitos a serem Observados na Identificação das Características Pessoais do Candidato Fonte: Adaptação de Chiavenato (2004, p.115). Para Marras (2000), a fase de coleta de dados é de suma importância para a correta identificação do candidato que melhor se encaixa ao perfil da organização, esta fase pode ser dividida em quatro campos, como demonstrado no quadro 9 abaixo. Quadro 9: Campos de Pesquisa em uma Entrevista CAMPOS DE PESQUISA PRINCIPAIS ITENS A PESQUISAR 1. Pessoal 1. Idade, estado civil; 2. Nível de energia; 3. Grau motivacional atual; 4. Nível de Q.I e Q.E. 5. Perfil psicológico de personalidade; 6. Principais aptidões e potencialidades; 2. Profissional 7. Perfil das empresas anteriores; 8. Cargos ocupados; 9. Estabilidade; 10. Realizações ou resultados obtidos; 11. Responsabilidades ou tarefas mais importantes; 12. É membro de alguma associação ou sindicato? 3. Educacional 13. Qualidade das escolas básicas frequentadas; 14. Nível de formação superior; Identificação das Características Pessoais do Candidato Execução da tarefa Interdependência com outras tarefas Interdependência com outras pessoas • Inteligência geral • Atenção concentrada para detalhes • Aptidão numérica • Aptidão verbal • Aptidão espacial • Raciocínio indutivo ou dedutivo • Atenção dispersa e abrangente • Visão de conjunto • Facilidade de coordenação • Espírito de integração • Resistência à frustração • Iniciativa própria • Relacionamento humano • Habilidade interpessoal • Colaboração e cooperação • Quociente emocional • Liderança de pessoas • Facilidade de comunicação 37 15. Pós-graduação (lato ou stricto sensu); 16. Trabalhos ou pesquisas concluídas (temas, avaliação, etc.); 17. Idiomas; 18. Cultura geral: leituras, cursos, viagens culturais etc. 4. Social 19. Clubes e igrejas que frequenta; 20. Esportes praticados; 21. Hobbies; 22. É membro de alguma associação para fins sociais? 23. Tem amigos? Quantos? Qual a frequência dos encontros? 24. Qual o seu fim de semana predileto; 25. Como planejou e efetivou as ultimas três férias; Fonte: Marras (2000, p.83). 1.6 - TREINAMENTOS DE RECURSOS HUMANOS Uma das responsabilidades do profissional de recursos humanos é o treinamento continuo dos funcionários de uma organização. O treinamento é a ferramenta pela qual conseguimos agregar conhecimento ao funcionário, o treinamento nada mais é que um processo de aperfeiçoamento do colaborador, que tem como objetivo melhorar as técnicas dos funcionários, reciclar seu conhecimento, fazer que os mesmos adquiram mais conhecimento, e que utilizem este conhecimento adquirido de forma produtiva na organização. (MARRAS, 2000). Já Chiavenato (2004, p.339) diz que: O treinamento é o processo educacional de curto prazo e aplicado de maneira sistemática e organizado pelo qual as pessoas não gerenciais aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. Entendemos que treinamento é uma ferramenta utilizada para produzir mudanças nas habilidades e aumentar o conhecimento dos colaboradores, além de consistir na aplicação de um conjunto de técnicas de ensino ∕ aprendizagem, que objetiva levar mais conhecimento a cada indivíduo. 38 Tachizawa (2001, p.219) defende que “nenhuma organização consegue manter um bom nível de produtividade sem uma equipe de profissionais bem preparados”. Para Futrell (2003) apud Oliveira (2012, p.20), o treinamento é: Atividade que é promovida por uma empresa com intuito de oferecer ao profissional a oportunidade de receber conhecimentos, informações, habilidades e atitudes relacionadas ao trabalho, que resultem numa melhoria do desempenho no ambiente de trabalho. Segundo Marras (2000, p.148), o “treinamento se embasa em alguns objetivos: que são objetivos específicos e genéricos. O primeiro tem relação com a qualificação do funcionário, o que permite aumentar as habilidades do mesmo”. Formação Profissional: que tem como base, elevar o conhecimento do profissional à sua profissão, para elevar o seu desempenho nas suas atividades. Especialização: oferece a oportunidade do empregado de treinamentos voltados a uma área de conhecimento específico. Reciclagem: é a oportunidade de se atualizar dos conhecimentos já aprendidos na sua rotina de serviço (MARRAS, 2000, p. 148). Para Chiavenato (2004), o treinamento envolve quatro tipos de mudanças de comportamento, o quadro 10 mostra quais são estes tipos de mudanças. Quadro 10: Os Quatro tipos de Mudanças de Comportamento através do Treinamento MUDANÇAS CONCEITOS Transmissão de Informação; Aumentar o conhecimento das pessoas: • Informações sobre a organização, seus produtos ∕ serviços, politicas e diretrizes, regras e regulamentos e seus clientes; Desenvolvimento de Habilidades Melhorar as habilidades e destrezas: • Habilitar para a execução e operação de tarefas, manejo de equipamentos, máquinas e ferramentas; Desenvolvimento de Atitudes; Desenvolver ∕ modificar comportamentos: • Mudanças de atitudes negativas para atitudes favoráveis, de conscientização e sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos; Desenvolvimento de Conceitos; Elevar o nível de abstração: • Desenvolver ideias e conceitos para ajudar as pessoas e pensar em termos globais e amplos. Fonte: Adaptação de Chiavenato (2004, p.340). 39 Ainda segundo Chiavenato (2004), o treinamento tem como objetivo ajudar as organizações a alcançarem seus objetivos, além de levarem ate os colaboradores novas praticas e conhecimento. O treinamento deve ser visto pelas organizações como um investimento em seu capital intelectual, pois é destinado a capacitar melhor o seu colaborador, desta forma o treinamento só tem a acrescentar de forma muito positiva às organizações. Treinamento é o processo de desenvolver qualidade nos recursos humanos para habilitá-los a serem mais produtivos e contribuir melhor para o alcance dos objetivos organizacionais. O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos influenciando seu comportamento. (CHIAVENATO, 2004, p 339). 1.6.1 - TREINAMENTO POR COMPETÊNCIA Para Carvalho, Pessoa e Saraiva (2008), competência é a habilidade relacionada a realizar tarefas com exatidão, ou seja, bem feitas, é o poder de transformar o conhecimento em ação. O treinamento por competência visa identificar os conhecimentos, habilidades e atitudes de uma pessoa, de forma a extrair o melhor dos mesmos, e aplicar essa competência no seu dia-a-dia no trabalho. Segundo Chiavenato (2004, p.340), “o treinamento por competência se baseia em um prévio mapeamento das competências essenciais necessárias ao sucesso organizacionais”. Mas paraque possamos aplicar o treinamento por competência, devemos identificar quais são estas competências. Banov (2010) cita cinco modelos diferentes de competência, o quadro 11, mostra quais são elas. Quadro 11: Treinamento por Competência COMPETÊNCIAS OBJETIVOS Competências Estratégicas ou Essenciais; Onde grupos de funcionários que possuem competências diretamente ligadas à estratégia organizacional, como por exemplo, um engenheiro civil numa empresa de construção civil; 40 Competências Médias; São os que desempenham atividades pré- definidas, como por exemplo, as secretarias; Competências Básicas; Grupos de empregados que trabalham na linha de produção; Competências de Apoio; Os trabalhadores que dão apoio as demais equipes, como por exemplo, trabalhadores da manutenção; Competências de Parcerias; São os profissionais terceirizados pelas empresas, como o advogado; Fonte: Adaptação de Banov (2010). São várias as competências, cabe ao Gestor de Pessoal, identificar as habilidades de cada profissional para, a partir daí, estabelecer um programa de treinamento adequado a cada área. Fleury (2002, p.55), diz que “competência é a inteligência pratica de situações que se apoiam nos conhecimentos adquiridos e os transformam com mais força quanto mais for a complexidade das situações”. 1.6.2 - ETAPAS DO TREINAMENTO Um treinamento vai muito além da realização de um curso técnico com transmissão de conhecimento, o treinamento visa principalmente alcançar um nível de excelência dentro da organização, pois, colaboradores bem treinados e capacitados, desenvolvem melhor suas atividades, auxiliando assim a organização na obtenção do resultado desejado. Desta forma o treinamento deve ser empregado de forma contínua, para que os colaboradores estejam sempre atualizados e alinhados com a visão da organização. Para Chiavenato (2008) o treinamento é um processo cíclico e contínuo composto por quatro etapas. O quadro 12 mostra quais são estas etapas. Quadro 12: Etapas de um Treinamento PROCESSO OBJETIVOS Diagnóstico; Levantamento das necessidades ou carências de 41 treinamentos a serem atendidas ou satisfeitas; Desenho: Elaboração do projeto ou programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas; Implementação; Execução e condução do programa de treinamento; Avaliação; Verificação dos resultados obtidos com o treinamento; Fonte: Adaptação de Chiavenato (2008). Este processo cíclico e contínuo, que contem as etapas citadas por Chiavenato (2008), mostra que cada fase é desenvolvida de modo sistêmico e complementar. A figura 3 mostra como é este organismo. Figura 3: Processo de Treinamento Fonte: Adaptação de Chiavenato (2004, p.342). Como as etapas de um treinamento estão alinhadas de forma a complementarem-se, de forma que a não realização de alguma das etapas, compromete o objetivo final do treinamento. A figura 4 traz um breve resumo de cada etapa do processo de treinamento. 42 Figura 4: Desenho do Ciclo do Processo de Treinamento Fonte: Adaptação de Chiavenato (2004, p.342). 1.6.3 - DIAGNÓSTICOS DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO Em um processo de treinamento, a primeira etapa consiste em realização de um diagnostico preliminar das necessidades da organização. Para Chiavenato (2008, p.373), “necessidade de treinamento são as carências de preparo profissional, ou seja, a diferença entre o que uma pessoa deveria saber fazer e aquilo que ela realmente sabe e faz”. Segundo Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p.222), “o diagnóstico de necessidades de treinamento precisam englobar três níveis de analises complementares”. O quadro 13 mostra quais são estes níveis. Quadro 13: Níveis de Necessidade de Treinamento NECESSIDADES OBJETIVOS Análise Organizacional; Engloba o estudo da empresa como um todo, seus objetivos, recursos e como esses recursos são distribuídos para atingir os objetivos sociais, econômicos e tecnológicos no qual a empresa está inserida. A análise sobre essas questões irá determinar o que será ensinado aos empregados 43 com intuito de adequá-los a estratégia organizacional; Análise das Operações e Tarefas; Tem como foco os requisitos para um melhor desempenho de cada cargo, definindo as habilidades, conhecimentos, atitudes e comportamentos a serem desenvolvidos. A análise dos cargos possibilita a identificação das necessidades de treinamento através da comparação entre os requisitos exigidos pelo cargo e efetiva capacitação de seu ocupante; Análise Individual e por Equipes; Refere-se à verificação da adequação das pessoas às necessidades organizacionais. Logo após a análise da organização e dos cargos e feito o diagnóstico do potencial de crescimento de cada empregado e cada equipe, com a finalidade de identificar os eventuais problemas de desempenho que possam ser solucionados pelo treinamento. Fonte: Adaptação de Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001). Já Chiavenato (2008), cita quatro níveis de analise de necessidade de treinamento, são elas: 1. Análise Organizacional; 2. Análise dos Recursos Humanos; 3. Análise da Estrutura de Cargos; 4. Análise do Treinamento. Como demonstrado, existem vários diagnósticos para determinar as habilidades e competências que devem ser focadas em um processo de treinamento. Para Marras (2000, p.154), “a escolha dos métodos dependerá das características da organização, do perfil da área de treinamento e desenvolvimento (T&D), da cultura da empresa, do momento organizacional”. 1.6.4 - DESENHO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO A segunda etapa de um processo de treinamento é o desenho do projeto deste treinamento. Após o diagnóstico das necessidades, faz-se necessário reunirmos essas informações e criarmos um programa de treinamento integrado e 44 consistente. Este desenho do programa de treinamento, nada mais é que um planejamento do programa de treinamento. Para Chiavenato (1999), programar um treinamento significa definir os ingredientes que compõem este programa, ele cita sete componentes básicos para este programa, são eles: 1. Quem dever ser treinado: treinados ou instrumento. 2. Como treinar: métodos de treinamento ou recursos instrucionais; 3. Em que treinar: assunto ou conteúdo do treinamento; 4. Por quem: instrutor ou treinador; 5. Onde treinar: local de treinamento; 6. Quando treinar: época ou horário do treinamento; 7. Para que treinar: objetivos do treinamento. Um programa de treinamento bem planejado estabelece conexão com as estratégias da organização, pois é preciso avaliar as necessidades da mesma e fixar critérios para o alcance dos objetivos organizacionais. Segundo Davies (1973) apud Marras (2000, p.156), “o planejamento de um programa eficaz de treinamento, envolve oito etapas”. O Quadro 14 mostra quais são estas etapas. Quadro 14: Etapas do Treinamento, segundo Davies. ETAPAS OBJETIVOS Prescrição do treinamento; Dá os detalhes dos objetivos, comportamento inicial e final e teste, análise das tarefas; Análise do assunto; Desenvolve um conjunto de regras; uma lista dos pontos de aprendizagem; Planejamento das táticas de ensino; Determina as estruturas de ensino e as táticas apropriadas; Redação de um rascunho do curso; Uma cópia barata do rascunho do curso que possa ser facilmente alterada; Teste com pessoas; Um teste do curso com treinandos típicos. O curso está em julgamento; Revisão do curso; Continuar a revisão e o reteste até que seja alcançado um padrão aceitável; Produção e instalação do curso; Versão final do curso juntamente com a administração e a manutenção; Validação do curso; Determina a assimilação conseguida em termos de resultados práticos. Diferença entre pré-teste 45 e pós-teste. Fonte: Marras (2000, p.156). 1.6.5 - EXECUÇÃO DO PROGRAMADE TREINAMENTO Após a realização do diagnóstico das necessidades de treinamento e o desenho do mesmo, temos a execução deste programa, é nesta fase que executamos a condução do programa, de forma coordenada, analisando quais são as ações prioritárias e necessárias para serem implementadas de acordo com o que foi planejado. Para Marras (2000, p.157), “a execução é a aplicação pratica daquilo que foi planejado e programado para suprir as necessidades de aprendizagem detectadas na organização”. Segundo ele há duas preocupações principais na execução do treinamento: a qualidade da aplicação dos módulos e a eficiência dos resultados. Entretanto alguns fatores influenciam este processo, o quadro 15 avalia quais são estes fatores. Quadro 15: Fatores que Influenciam um Processo de Treinamento FATORES OBJETIVOS Didática dos Instrutores; De fundamental importância para a assimilação das informações por parte dos treinados; Preparo Técnico; É muito importante o instrutor estar alinhado à didática que irá aplicar, transparecendo assim conhecimento e confiança no que transmite; Lógica do Módulo; A transparência de soluções rápidas e eficazes aos problemas do dia-a-dia para que assim possa os treinados continuarem motivados ao aprendizado; Qualidade dos Recursos; Os recursos de um treinamento deve ter planejamento prévio, ferramentas para facilitar o aprendizado, como filmes e etc; Técnicas Utilizadas; As técnicas a serem utilizadas variam conforme a necessidade de cada situação, podendo ser empregadas aulas expositivas, estudos de casos, dramatização, workshop, brainstorming, simulação, painel, simpósio, palestras e 46 conferencias. Fonte: Adaptação de Marras (2000, p.157). Após assimilados os fatores que influenciam o processo de treinamento, devemos observar os aspectos fundamentas desenhados na programação do treinamento. O quadro 16 explica como são estes aspectos. Quadro 16: Aspectos Fundamentais na Programação do Treinamento Fonte: Marras (2000, p.159). 47 1.6.5.1 - AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO A etapa final do processo de treinamento é a avaliação de todo o processo, que tem como objetivo avaliar os resultados alcançados com o treinamento, mensurar se o que foi planejado e esperado pela organização foi alcançado ao final do processo. Para que tenhamos sucesso com o treinamento é necessário que todas as etapas do treinamento sejam cumpridas, pois somente assim teremos possibilidade de medir os resultados alcançados. Nem sempre conseguimos obter os resultados de imediato com o treinamento ministrado, pois tratamos de conhecimento adquirido e o fator pessoa não deve ser desprezado em nenhum momento. Cada pessoa tem o seu tempo para demonstrar que o treinamento recebido contribuiu com seu crescimento profissional. Kirkpatrick apud Chiavenato (2008, p.382), sugere que a avaliação do resultado do treinamento seja feita segundo quatro níveis: 1. Aprendizado 2. Desempenho 3. Resultado 4. Retorno do investimento Estes níveis podem ser mais bem entendidos na figura 5 abaixo. Figura 5: Escalas dos Níveis de Avaliação Fonte: Adaptação de Palmeira (2004) e Castro (2005). Para Chiavenato (2004, p.223): 48 A avaliação do desempenho é uma apreciação sistêmica do desempenho de cada pessoa em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. A avaliação de desempenho também é usada para julgar ou estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa, além da sua contribuição para o negocio da organização. (CHIAVENATO, 2004). Segundo Marras (2000, p.173), “a avaliação de desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo, em período e área especifica”. 1.7 - REMUNERAÇÃO Para Chiavenato (2008, p. 282), “remuneração é o processo que envolve todas as formas de pagamento ou recompensas dadas ao funcionário decorrente do seu emprego”. A remuneração é o resultado do esforço do empregado em suas atividades dentro da organização, contudo precisamos diferenciar salário e remuneração. O salário é basicamente o dinheiro recebido pela realização de uma atividade, enquanto a remuneração é o pacote todo, que inclui todo o conhecimento repassado pela organização, benefícios oferecidos entre outros. As pessoas de modo geral, realizam suas atividades na expectativa de seus esforços, dedicação, tempo despendido, sejam reconhecidos pela organização. Neste contexto a remuneração é uma das formas que a organização tem para recompensar um colaborador, pois se os colaboradores não sentirem que seus esforços são valorizados, os mesmos se sentem desmotivados em continuar desempenhando suas atividades. Neste ponto é que entra a remuneração como forma de recompensa a estes esforços, ela vai além do salário, aqui falamos em benefícios oferecidos, plano de cargos e salários, participação nos lucros, plano de saúde, e outros benefícios agregados. 49 Para Marras (2002, p.137), os benefícios são um “conjunto de programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao sistema de salários, o somatório compõe a remuneração do empregado”. 50 2 – DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL Neste capítulo apresentaremos dados da empresa que aqui foi dado o nome fictício de Rei das Máquinas, seu histórico, sua estrutura física, suas características e serviços. 2.1 - DADOS DA ORGANIZAÇÃO • Razão Social: Rei das Máquinas e Equipamentos Automotivos LTDA – EPP; • Nome Fantasia: Rei das Máquinas; • CNPJ: 04.874.154/0001-63 • Endereço: Av. Anhanguera, Nº 11.066, Setor Explanada dos Anicuns, Goiânia, GO. • Ramo de Atividade: Comércio atacadista de máquinas, equipamentos e peças automotivas. • Telefone: (62) 3272-6262 2.2 - FORÇA DE TRABALHO A empresa Rei das Máquinas está há 17 anos no mercado, realizando vendas de equipamentos automotivos, bem como a manutenção dos mesmos. 51 A empresa é situada na cidade de Goiânia/GO, contando com um quadro de 41 funcionários, 115 fornecedores e mais de 10 mil clientes em todo o Estado. Segue abaixo detalhamento do quadro de funcionários: Quadro 17. Quadro de Funcionários, Cargos e Funções; Nº CARGO ATIVIDADE DESEMPENHADA 02 Sócios Diretores Administração Geral 02 Diretores Executivos Gerência Geral 01 Gerente de Vendas Gerência de vendas internas e externas; 01 Gerente Financeiro Gerência financeira, crédito e cobrança; 01 Gerente de Peças e Oficina Gerência setor de peças e oficina; 01 Coordenador Financeiro Coordenar o Dpto. Financeiro dando suporte ao Gerente Financeiro; 02 Analista de Crédito e Cobrança Análise de cadastros de clientes, cobrança, controle de inadimplência; 01 Analista de Contas a Pagar Responsável por efetuar controle de contas a pagar e efetuar os devidos pagamentos; 01 Analista de Contas a Receber Responsável por controle de pagamentos de clientes e efetuar as devidas baixas nos pagamentos; 01 Analista de T.I. Responsável pelo Dpto. De Tecnologia, suporte aos clientes, colaboradores; 02 Operador de Caixa Responsável pelos recebimentos de vendas internas; 08 Vendedor Interno Responsáveis pelas vendas internas de máquinas, equipamentos, peças entre outros; 05 Vendedor Externo Responsáveis pelas vendas externas de máquinas, equipamentos, peças e serviços; 05 Mecânico Responsáveis pela manutenção dos equipamentos adquiridos na empresa efetuam reparos aos produtos dos clientes; 01 Estoquista Responsável pelo controle do estoque da loja; 02 Auxiliar de Estoque Suporte ao estoquista, entrega ao cliente; 02 Motorista Responsáveis pela entrega de equipamentos; 04 Ajudante
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