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HELICOBACTER PYLORI HISTÓRICO • 1982: no Departamento de Microbiologia do Royal Perth Hospital, isolou-se uma cultura de uma bactéria em forma de espiral de biópsias gástricas de pacien- tes com gastrite; • A descoberta foi feita por Dr. Robin Warren e Dr. Barry Marshall; • Essa descoberta revolucionou o diagnóstico, trata- mento e prognóstico da doença gastrointestinal su- perior; • H. pylori causa gastrite em mais da metade da popu- lação mundial e é o agente etiológico de 95% das úl- ceras duodenais, 70-80% das úlceras gástricas e tem taxa casual em provavelmente até 60-70% dos casos de câncer gástrico; ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS • Campylobacter; • Gram (-), microaerofílicas, espiraladas e flageladas; • Meio seletivo requerido para isolamento: 10% de ágar sangue de ovelha + suplemento antibiótico sele- tivo; • Incubado a 80-85% de N2, 5-10% de CO2, 5-10% de H2O a 37°C; • Identificado por urease, oxidase, catalase; COMPONENTES PROTEICOS • Proteínas que mediam ou facilitam seus efeitos dele- térios sobre a mucosa gástrica: o Urease: favorecendo um pH neutro; o Gene vacA: produção da citoxina vacuoli- zante; o Citotoxicina cagA: interleucina-8; o Síntese de Lipases e proteases: degradação dos componentes do muco; o Superóxido dismutase, catalase e arginase. EPIDEMIOLOGIA • A infecção ocorre em todo o mundo; • A prevalência depende do país e dos grupos popula- cionais; • A prevalência geral está fortemente correlacionada com as condições socioeconômicas; • Em adultos de meia idade, em países em desenvolvi- mento, a prevalência é de 80%, em países industriali- zados 20-50% (taxa de redução de aquisição); • Aquisição: Ingestão oral da bactéria; • Transmissão: Dentro das famílias na primeira infân- cia, água e alimentos contaminados, etc. INFECÇÃO • A infecção por H. pylori em adultos é geralmente crô- nica sem terapia específica; • Por outro lado, a eliminação espontânea da bactéria na infância é relativamente comum; • Úlceras predominam na pequena curvatura do antro, próximo a região adjacente à mucosa secretora de ácido; o Relacionada à deficiência dos fatores defen- sivos da mucosa; o Incapacidade de proteção do epitélio contra os efeitos corrosivos do ácido e pepsina. PATOGÊNESE • H. pylori é encontrada apenas no epitélio gástrico, onde os organismos tendem a se agrupar em torno das junções celulares; • H. pylori é capaz de sobreviver no ambiente gástrico, que é hostil ao crescimento da maioria das bactérias; • Fatores que permitem a colonização: o Forma espiralada e flagelada - para motili- dade dentro dessa camada mucosa; o Atividade da urease - que gera íons de amô- nia que protegem a atividade gástrica; o Microaerofilismo - para sobrevivência no in- terior do gel mucoso; o Adesão às células epiteliais; o Evasão da resposta imune; • Hop proteins: enzimas que modificam a estrutura an- tigênica das moléculas de superfície, controlam a entrada de DNA estranho em bactérias e influenciam a motilidade; • VacA-95 kd protein: a citotoxina vacuolizante insere- se na membrana celular epitelial e forma um canal dependente de ânion, hexamérico-seletivo, através do qual nutrientes como HCO3- e ânions orgânicos podem ser liberados e alvos na membrana mitocon- drial induzindo apoptose; RESPOSTA DO HOSPEDEIRO • H. pylori provoca inflamação gástrica contínua em praticamente todas as pessoas infectadas; • Resposta do hospedeiro desencadeada por ligação ao epitélio gástrico (Classe II MHC-apotosis); • Inicialmente, neutrófilos, em seguida, células T e B, células plasmáticas e macrófagos; • Papel do cag-PAI (resposta mais forte IL8) e transola- ção de Cag A em células gástricas – urease contribui; • O epitélio gástrico infectado apresenta níveis aumen- tados de interleucina-1ß, interleucina-2, interleucina- 6, interleucina-8 e TNF-alfa interleucina-8; RESPOSTA AO HOSPEDEIRO • H. pylori induz uma forte resposta humoral sistêmica e mucosa; • Isso não erradica o patógeno, mas leva a mais danos (útil no diagnóstico); • Por exemplo: indivíduos infectados com HP podem ter uma resposta de auto-anticorpos; • Embora o patógeno seja extracelular, a resposta das células T da mucosa gástrica é Th1, as citocinas resul- tantes da resposta Th1 (Interleucina 2 e Interferon – ŷ) promovem gastrite (enquanto as citocinas Th2 são protetoras); o A resposta Th1 pode ser devida em parte à produção de Interleucina 18; o A resposta Th1 e a apoptose mediada por re- ceptores de superfície (Fas) podem favore- cer a sobrevivência do organismo; DESFECHO CLÍNICO • Determinado pelos fatores hospedeiro e patógeno; • H. pylori é responsável pela maioria das úlceras duo- denais e gástricas (50-80% das benignas); • O risco de úlcera péptica ao longo da vida é de 3% nos EUA e de 25% no Japão. O tratamento para HP dimi- nui a taxa de recorrência; • Em 1994 H. pylori foi classificado como um tipo 1 (car- cinógeno definido); RESISTÊNCIA À TERAPIA • Variação geográfica, depende da vigilância; • Aproximadamente 10% da claritromicina; • Aproximadamente 30-50% para o metronidazol em alguns estudos; • Sucesso do tratamento se correlaciona com adesão e terapia ativa;
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