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Síndrome álgica (cefaleias) Robson Segundo Cefaleia: Primária: É a própria doença; Normalmente inicia em pacientes jovens Recorrência + exame físico normal. Diagnóstico é clínico. Se não há dúvidas, não precisa de exame complementar. Enxaqueca (migrânea): A cefaleia é uma das manifestações; Ocorre devido a alteração no nervo trigeminal; Tem alteração no nervo transmissor. 02ª mais comum (no geral); A mais comum na emergência. Mais comum em mulheres; História familiar. Clínica: Dor: Pulsátil/latejante; Unilateral; Forte/incapacitante; Tende a não melhorar com analgésico simples. Dura de 04-72h; Piora com o movimento. Só o pisar no chão dói. Sintomas associados: Náuseas; Pois há alteração na serotonina na enxaqueca (levando à gastroparesia). Vômitos; Fotofobia; Fonofobia; Osmofobia (cheiro prejudica); Aura (sinal neurológico focal); Há um sofrimento neuronal localizado; 15-20% dos pacientes com enxaqueca fazem aura; Com Aura: enxaqueca clássica; Sem Aura: enxaqueca simples. Pode há dormência, escotomas; A mais comum é a visual. Tratamento: Abortivo (crise): Quanto mais cedo iniciar tratamento abortivo para enxaqueca, melhor. Analgésicos e AINH: Crise leve a moderada. Triptanos - agonistas 5HT1 (ex.: suma, riza...): Crise moderada a grave. Metoclopramida: É o antagonista da dopamina (que, junto com a serotonina, está relacionada à enxaqueca); A metoclopramida pode resolver a enxaqueca mesmo sem enjoo. Antiemético de escolha. Já que o paciente tem enjoo. Clorpromazina: Em caso de falha terapêutica. Dexametasona: Ela sozinha não resolve a enxaqueca. Reduzir recorrência. Não é uma indicação para dor em si. Outros: Lasmiditan (Para quem não pode fazer uso de triptanos (doenças cardiovasculares) - pois provocam vasoconstricção em vasos periféricos) antagonista CGRP (rimegepant e ubrogepant. Profilático (>03-04 crises/mês): Betabloqueador: Atenolol; Propanolol (de escolha). Tem maior facilidade de atravessar a barreira hematoencefálica. Antidepressivo: Recaptação de serotonina. Amitriptilina; Venlafaxina. Bloqueador dos canais de Cálcio: Flunarizina. Ex.: Vertix. Anticonvulsivantes: Valproato; Topiramato. É um medicamento que emagrece. Antagonista do receptor CGRP: Erenumabe; Fremanezumabe; Rimegepant; Atogepant. Tensional (cai pouco em PROVA): Mais comum; Mais comum em mulheres. Clínica: Dor: Opressiva, em peso, em aperto; Bilateral; Leve a moderada; 30 min a 07 dias. Sintomas associados: Hiperestesia e hipertonia da musculatura pericraniana; Fonofobia ou fotofobia. Tratamento: Abortivo (crise): Analgésicos e AINH. Não exagerar nos analgésicos, pois pode causar cefaleia por excesso de analgésicos. Profiláticos (>=15 dias de crise/mês): Cefaleia crônica. Amitroptilina; Nortriptilina. Em salvas (cai muito na USP): Rara; Mais comum em homens; Etilismo; Na primeira crise, deve-se fazer exame complementar. A em salvas não se enquadra como primária, pois tem alteração neurológica no exame físico. Dor: Em "facada"; Unilateral/periorbitária; Insuportável; Dura de 15-180 min. Sintomas associados: Hiperemia conjuntival; Lacrimejamento; Congestão nasal; Sudorese facial; Miose; Ptose; Edema palpebral. Tratamento: Abortivo (crise): O2: Terapia inicial de escolha. Triptanos: Suma sc ou intra nasal, zolmi intra nasal. Não é qualquer triptano. Profilático (a partir da 01ª crise): Verapamil (em dose alta); Faz-se ECG, para investigar alguma alteração cardíaca. Prednisona: Ciclo de 10 dias. Para dessensibilizar o neurotransmissor do paciente e voltar ao normal. Hemicrania: Diagnóstico diferencial da "em salvas". Semelhantes a salvas. Diferenças: Mulheres; 02-30 min; Em salvas dura mais. >05X/dia. Em salvas vem normalmente 01X/dia. Tratamento: Indometacina (de escolha). Tanto para crise, quanto para profilaxia. Opção: Verapamil. Secundária: Vem com um sintoma de algo que possa ser grave. Ex.: Enxaqueca; Tensional. Principalmente se o paciente apresenta uma cefaleia que nunca teve. Sinais de alarme: Início após 50-55 anos; Súbita; TCE ou vascular. O vascular que dói é o que sangra (vascular hemorrágico). O isquêmico pode fazer, mas a cefaleia não é algo que chame atenção. AVE: Subaracnoide: São linhas que vão contornando as estruturas cerebrais; São linhas desenhadas no exame de imagem. Cefaleia súbita intensa; Diminuição do nível de consciência; Rigidez de nuca. Intraparenquimatoso: O exame tem que ser sem contraste; Não tem rigidez de nuca; Cefaleia súbita intensa; Diminuição do nível de consciência; Sinal focal. Progressiva; Fala a favor de um processo expansivo (ex.: tumor). Doenças sistêmicas; A cefaleia está no conjunto da doença de base do paciente. Sinais sistêmicos; Febre, rigidez de nuca (meningite). Sinal focal; TCE recente; Pode fazer hematoma subdural, fratura de crânio. Papiledema. Hipertensão intracraniana (é grave, pois depois pode não ter perfusão cerebral). Fazer exame complementar. Varia com a suspeita clínica; O mais rápido em uma emergência é uma TC. Cefaleia sentinela: Ocorre dias a semanas antes da ruptura completa do aneurisma; Tem forte intensidade e pode ser acompanhada de náuseas e vômitos; Representa um pequeno sangramento do aneurisma, sem consequências catastróficas. Não aparece em todo mundo, mas é um aviso de que está próximo de romper o aneurisma. Hipertensão intracraniana (características da cefaleia): Crescimento do parênquima: Cefaleia progressiva; Sinal focal; Ex.: Tumor (sem sinais inflamatórios); Cresce sem consumir a pessoa. Abscesso (com sinais inflamatórios). Aumento de líquor: Cefaleia progressiva; Sem sinal focal; Ex.: hidrocefalia. Aumento de sangue: Cefaleia súbita; Sem sinal focal: Neoplasia intracraniana: Hemorragia subaracnoide. Com sinal focal: Hemorragia Intraparenquimatosa. Aspectos gerais: Clínica: Sinal focal; Hipertensão intracraniana; Crises epilépticas. Diagnóstico: RNM. Tratamento: Cirurgia; Radio/Quimioterapia; Edema cerebral: Responde bem a corticoide. O mais usado é a Dexametasona. Tipos: Benignos: Meningioma: Mais comum. Neurinoma (VIII par): Surdez unilateral. Mais difícil de ser percebido. Craniofaringioma: Criança; Supra selar; Calcificação; Hemianopsia bitemporal. Malignos: Astrocitoma pilocítico juvenil: Criança; Cerebelo; Cefaleia progressiva com hipertensão intracraniana será cerebelar. Não capta contraste. Meduloblastoma: Criança; Arterite temporal (de células gigantes) - cai em PROVA: Meningite: Cerebelo; Capta contraste. Glioblastoma multiforme: Idoso; Pior prognóstico. Metastático: Cerebral: 01º mais comum do câncer de pulmão. Meníngea: 01º mais comum do câncer de mama. Vasculite de grande e médio calibre; >50 anos; Polimialgia reumática (40%). Clínica: Sintomas constitucionais (febre); Cefaleia (temporal); Claudicação de mandíbula; Quanto mais usa a mandíbula, mais fraco vai ficando. Cegueira (alteração visual) - alteração mais grave. Diagnóstico: Biópsia da artéria temporal; VHS / PCR: Marcadores de atividade de doença. Tratamento: Corticoide. Medicamento de escolha. É caso de notificação compulsória. Qual a causa: Bactéria (cai mais em PROVA); Vírus; Fungo; Tuberculose; Não infecciosa. Bacteriana aguda: É uma emergência infecciosa. Etiologia: Recém-nascido: Adquire durante o canal do parto. Streptococcus do grupo B, E. coli, Listeria. A Listera acomete mais extremos de idade (recém-nascido e idoso) e imunodeprimidos (que é o caso das gestantes - até para proteger o feto). Quando planejar o ATB e estiver pensando em Listera, tem que ser um específico para ela (pois o utilizado para os outros não pega na Listera). 01 mês até 20 anos: N. meningitidis; S. pneumoniae; H. influenzae. >=20 anos: S. pneumoniae; N. meningitidis. Fisiopatologia: Colonização da Via Aérea Superior;1. Invasão do SNC;2. Inflamação;3. Altera a permeabilidade meníngea; Perde a capacidade de acumular líquor. Edema;4. Hipertensão intracraniana.5. Apartir daí, começa a vir as complicações da meningite e as sequelas (a mai9s comum é a surdez). 1. Clínica: Envolve todo o SNC. Febre - Rigidez de nuca - cefaleia - alteração do estado mental. Resultado da tentativa de não se mover, para não sentir dor; É muito comum que chegue ao encéfalo (meningoencefalite). Hipertensão intracraniana; Sódio baixo, crise convulsiva (que é quando chega no encéfalo), rash, petéquias (meningococo). Pode haver necrose de extremidades, levando a amputação de membros; Pode levar a óbito em menos de 24h. Exame físico: Tem que ser pontual. Irritação meníngea, rigidez de nuca. Kernig; Brudzinski (mais clássico). Já avalia se tem rigidez de nuca. Diagnóstico: Hemocultura (90%); Exame do líquor (punção lombar). Se: Imunocomprometido; papiledema; alteração do nível de consciência; déficit neurológico focal; história de TCE prévio. Tem que pedir exame de neuroimagem (TC) antes da punção. Para evitar herniação, que pode levar a óbito; Caso o exame for demorar, trata como meningite e depois organiza o exame e a punção (o que não pode é puncionar sem segurança). Líquor: Pressão de abertura >18cmH2O; Células (até 04/mm³); Aumento de polimorfonucleares. Proteínas (até 30mg/dL) >45mg/dL; Glicose (de 50 a 80mg/dL) <40mg/dL; Glicose líquor/sérica <0,4; Antígenos bacterianos (látex); Cultura (>80%); Bacterioscopia pelo Gram (sensibilidade >60%) - muito importante (cai muito em PROVA). Diplococo Gram -: Menigococo. Neisseria Meningitis. Diplococos Gram +: Pneumococo. Bactéria: Aumento de polimorfonucleares + glicose baixa. Fungo ou tuberculose: Aumento de linfomononucleares + glicose baixa. Vírus (enterovírus) ou Asséptica: Aumento de linfomononucleares + Glicose normal. Tratamento: Antibioticoterapia empírica: RN até 03 meses: Cefotaxime + Ampicilina. Existe preferência por Cefotaxime nessa faixa etária; Para alcançar a Neisseria, foi adicionado a Ampicilina. 03m até 55 anos: Ceftriaxone +/- Vancomicina. No adulto, faz-se 02g de Ceftriaxone; A associação com Vancomicina é mais nos EUA (a ausência dela não vai definir a resposta na PROVA). >55 anos ou doença debilitante: Ceftriaxone + Ampicilina +/- Vancomicina. Corticoide: Dexametasona (20 min antes do antibiótico). Faz por 48h pelo menos. Isolamento: Respiratório (gotícula): Faz o isolamento com máscara cirúrgica. Primeiras 24h do tratamento. Para Haemophilus e Meningococo. Quimioprofilaxia: Doença Meningocócica: Para quem: Todos os contatos: Próximos; Profissionais de saúde (invasão sem EPI). Com o quê: Rifampicina: Adulto: 600mg/dose 12/12h por 02 dias (04 doses). Criança: 10mg/kg/dose 12/12h por 02 dias (04 doses). Alternativas: Ceftriaxone (grávida); Ciprofloxacino; Azitromicina. Meningoencefalite Herpética: Meningite por Haemophilus: Para quem: Todos os contatos, desde que haja: Criança <04 anos além do caso índice e não vacinada; Em caso de não vacinada, faz a quimioprofilaxia para todos (e não só em quem não é vacinado). Criança imunodeprimida; Creches com >=02 casos (até 60 dias). Toda a creche fará. Com o quê: Rifampicina: Adulto: 600mg 01X/dia por 04 dias. Criança: 20mg/kg 01X/dia por 04 dias. Atenção: Se não tratar com Ceftriaxone (cefa 03ª) - Haemophilus ou Meningococo: Quimioprofilaxia para o paciente. Pois tem que erradicar o meningococo da própria orofaringe do paciente antes da alta. Já que o medicamento só tratou a meningite no cérebro. (Penicilina, por exemplo). Faz Rifampicina. Etiologia: Herpes simples Tipo 1 - HSV 1. Clínica: Meningite; Alteração de comportamento; Sinal focal. Visual, sensitivo, sensorial. Diagnóstico: Líquor: Padrão viral. Imagem: Alteração do lobo temporal. Tratamento: Aciclovir. Pois, com o quadro, pensa-se em herpes.
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