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Bruna Siqueira de Arruda - Medicina SI����ZAÇÃO C����AR � RE����ÇÃO �N���IN� � ��UC���� RELEMBRANDO Hormônios normoglicemiadores (pancreáticos): insulina e glucagon INSULINA ● Liberado em situação pós-prandial (hiperglicemia) ● Produzido pelas células beta pancreáticas ● Hormônio hipoglicemiador, ou seja, busca reduzir a glicemia. ● Permite a entrada de glicose na célula ● Ativa vias metabólicas hipoglicêmicas → vias que consomem glicose e, assim, reduzem a glicemia. São elas: respiração celular (gera ATP), glicogênese (formação de glicogênio), via das pentoses (pentoses e NADPH), lipogênese (síntese de lipídeos) Essas vias serão ativadas por determinadas enzimas marca-passo. IMPORTANTE: Todas as células possuem receptores de insulina, o que varia é a quantidade de receptores (expressão) GLUCAGON ● Liberado em situação pré-prandial (hipoglicemia) ● Produzido pelas células alfa pancreáticas. ● Hormônio hiperglicemiador, ou seja, busca elevar a glicemia. ● Permite a saída de glicose obtida a partir da reserva energética. ● Ativa vias metabólicas hiperglicêmicas → vias que sintetizam glicose e, assim, elevam a glicemia. São elas: glicogenólise (quebra de glicogênio) e gliconeogênese (produção de glicose a partir de substratos não glicídicos). Essas vias serão ativadas por determinadas enzimas marca-passo Obs.: A insulina possui efeito anabólico (de síntese) e o glucagon efeito catabólico (de degradação) 1 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Outros hormônios estão presentes na regulação da glicemia, como a adrenalina e o cortisol. A adrenalina, em situação de hipoglicemia, é liberada e prepara músculos, pulmões e coração para um aumento na atividade. O cortisol é responsável por mediar respostas do organismo frente a fatores de estresse de longa duração. Quando há a ingestão de alimentos que contém carboidratos, a glicemia se eleva / hiperglicemia. Nesse momento metabólico, as células beta pancreáticas são estimuladas (produção de insulina estimulada) e as células alfa pancreáticas são inibidas (síntese de glucagon é inibida). A insulina age sobre todos os tecidos e, especificamente no fígado, é absorvida e armazenada em forma de glicogênio (reserva energética responsável por manter a glicemia). A glicose é consumida pelos tecidos, que realizam vias metabólicas hipoglicêmicas. Em situação de hipoglicemia, as células alfa pancreáticas são estimuladas (síntese de glucagon estimulada) e as células beta pancreáticas são inibidas (síntese de insulina inibida). O glucagon é liberado e age no fígado, promovendo a degradação de glicogênio, que será liberado na corrente sanguínea como glicose; além de ativar outras vias hiperglicemiadoras como gliconeogênese. 2 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Obs.: As células beta pancreáticas atuam como sensores de glicose sanguínea. Elas expressam o transportador de glicose GLUT 2 (assim como o fígado). Observe as curvas que expressam concentrações de glicose, insulina e glucagon. 3 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina O hormônio insulina se opõe às ações dos hormônios glucagon, adrenalina e cortisol. Isso porque atuam em situações metabólicas contrárias (hiper e hipoglicemia). As vias metabólicas ativadas pelo glucagon e adrenalina são inibidas pela insulina. Ações antagônicas dos hormônios insulina e glucagon/adrenalina. Devido a esse antagonismo de ações de insulina e glucagon, o estímulo simultâneo da secreção de insulina e inibição da secreção de glucagon pela alimentação rica em carboidratos resulta em um controle do metabolismo de carboidratos, gordura e proteínas. 4 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina –––––––– Es�a�� �li���t��o –––––––– Como já citado anteriormente, a ingestão de alimentos ricos em carboidratos promove a hiperglicemia. Hiperglicemia → INSULINA LIBERADA em maior quantidade pelo pâncreas → atua em todos os tecidos ativando vias hipoglicêmicas. Além de respiração celular, alguns tecidos merecem destaque pela realização de outras vias ou particularidades: Fígado: glicogênese (reserva energética; manutenção de glicemia) Tecido adiposo: aumento da captação de glicose (GLUT 4, dependente de insulina para se expressar) e lipogênese (síntese de TAG; reserva energética). Músculos: aumento da captação de glicose (GLUT 4, dependente de insulina para se expressar) e glicogênese (reserva energética para o próprio músculo). Sistema nervoso → grande demanda de glicose (tecido “chatinho”). A insulina possui efeitos anabólicos, favorecendo a captação de glicose pelas células, síntese de glicogênio e de ácidos graxos. Desse modo, atua ativando ou inibindo enzimas marca-passos. 5 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Mec����mo �� ��su���� A insulina age ligando-se a receptores específicos, presentes na membrana das células. RECEPTOR DE INSULINA E SINALIZAÇÃO INTRACELULAR O receptor de insulina é proteico, composto por duas subunidades: ● Subunidade α → extracelular (voltada para o meio extracelular); contém o sítio de ligação da insulina. ● Subunidade β → inserido na membrana celular (atravessa-a); tipo tirosina quinase, que é ativada pela insulina. Essa subunidade possui um resíduo específico de tirosina. Quando a insulina se liga ao domínio alfa, alterações conformacionais são induzidas e atingem a subunidade beta, que é ativada e o autofosforila de um resíduo específico de tirosina. Esse evento inicia uma cascata de respostas de sinalização celular, entre elas destaca-se a fosforilação de uma família de proteínas chamadas de substratos do receptor de insulina (SRI ou IRS). O SRI- tyr fosforilado interagem com outras moléculas sinalizadoras e ativam vias que atingem atividades com a expressão gênica e o metabolismo (ativador de enzimas marca-passos/alvo). 6 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Algumas enzimas alvo estão previamente produzidas no citoplasma e outras serão produzidas com o estímulo da insulina. A insulina aumenta a expressão gênica de enzimas relacionadas às vias hipoglicemiantes (glicólise, via pentose fosfato e síntese de ácidos graxos) e diminui a expressão de enzimas relacionadas às vias hiperglicemiantes (gliconeogênese e glicogenólise no fígado). MOBILIZAÇÃO DE GLUT 4 PELA INSULINA A presença de insulina aumenta o transporte de glicose em alguns tecidos, como tecido adiposo e músculos, pois o hormônio promove o deslocamento de GLUT 4 (transportadores de glicose sensíveis à insulina) de vesícula intracelulares para a membrana celular. Esse deslocamento é resultado de uma cascata de sinalização envolvendo um SRI. https://www.youtube.com/watch?v=DJCwXHPXbtQ Es��ut��� �a �n���in� A insulina é um hormônio peptídico produzido pelas células beta pancreáticas (Ilhotas de Langerhans). A forma ativa da insulina é composta por 51 aminoácidos 7 https://www.youtube.com/watch?v=DJCwXHPXbtQ Bruna Siqueira de Arruda - Medicina arranjados em duas cadeias: cadeia A com 21 aminoácidos e cadeia B com 30 aminoácidos. A estrutura da insulina inativa possui uma cadeia denominada peptídeo C, a qual é clivada para a ativação do hormônio. Sín�e�� d� i���l��a Minutos após a exposição do pâncreas a hiperglicemia ocorre a liberação de insulina. A produção de insulina é ativada pela hiperglicemia. Com a sinalização celular, o RNA mensageiro é transcrito e, posteriormente, traduzido no citoplasma.No retículo endoplasmático rugoso (RER) a pré-pró-insulina é formada (cadeia A + cadeia B + 8 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina peptídeo C + peptídeo sinalizador). Antes de ser deslocado do RER, o peptídeo sinalizador é clivado, dando origem à pró-insulina. A pró-insulina (cadeia A + cadeia B + peptídeo C) é transportada ao complexo de golgi, onde sofre processamento e empacotamento. É no golgi que a pró-insulina é clivada e o peptídeo C é retirado da molécula, sendo a cadeia A e a cadeia B denominada INSULINA. 9 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina 10 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina –––––––– Es�a�� não �l��e�t��� ––––––––Em situação de hipoglicemia (estado de jejum), as células alfa pancreáticas são estimuladas a secretar o hormônio GLUCAGON, que ativa a quebra de reservas energéticas e, posteriormente, a formação de glicose a partir de substratos não glucídicos (gliconeogênese). O glucagon é um hormônio peptídico secretado pelas células alfa pancreáticas (Ilhotas de Langerhans), constituído por 29 aminoácidos arranjados em uma única cadeia. É sintetizado a partir de um precursor denominado pré-pró-glucagon, convertido em glucagon por meio de clivagens seletivas. O principal tecido alvo do glucagon é o fígado, porém também age no tecido adiposo. FATORES QUE AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA: hiperglicemia, aminoácidos e ácidos graxos livres. FATOR QUE REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA: Altos níveis de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina; durante períodos de estresse fisiológico). FATOR QUE DIMINUI A SECREÇÃO DE GLUCAGON: hiperglicemia e aumento da taxa de insulina no sangue. Efe���� me���óli��� Glucagon → efeito catabólico (degradação). FÍGADO: degradação do glicogênio hepático e aumento da gliconeogênese hepática. TECIDO ADIPOSO: liberação de TAG (ácidos graxos → corpos cetônicos) e de glicerol (→gliconeogênese) MÚSCULO: aumento da captação hepática de aminoácidos → gliconeogênese 11 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Mec����mo O glucagon se liga a um receptor acoplado à proteína G (RAPG); essa ligação resulta na ativação da enzima adenilato-ciclase (AC), presente na membrana celular próxima ao receptor. A AC promove a fragmentação de um ATP, formando AMP cíclico (AMPc) - não possui valor energético, mas funciona como ativador químico. O AMPc ativa a proteína-cinase A dependente de AMPc e ela aumenta a fosforilação de enzimas e outras proteínas específicas . Glucagon → primeiro mensageiro AMPc e proteína-cinase A → segundos mensageiros Exemplo: Glicogenólise → enzima glicogênio-fosforilase é ativada pelo AMPc / proteína (sendo esses compostos ativados pelo glucagon) 12 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina 13 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina –––––––– Reg���ção–––––––– GLICÓLISE x GLICONEOGÊNESE Glicólise: enzima fosfofrutoquinase 1 (PFK 1) Gliconeogênese: enzima frutose-1,6-bifosfatase-1 (FBPase-1) Frutose-2,6-bifosfato (F26BP) → regulador alostérico da PFK-1 (estimula/ativa) e da FBPase-1 (inibe/inativa). Ação da insulina → eleva o nível de F26BP e, consequentemente, estimula a glicólise e inibe a gliconeogênese. Ação do glucagon → reduz o nível de F26BP e, consequentemente, inibe a glicólise e estimula a gliconeogênese A concentração de F26BP é determinada pela fosfofrutocinase-2 (PFK-2; síntese) e pela frutose-2,6-bifosfatase (FBPase-2; degradação) → enzima bifuncional. A determinação de qual função estará ativa é regulada pela insulina e pelo glucagon. 14 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina 15 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina A enzima piruvato-cinase também é regulada pelo glucagon. O AMPc ativa a proteína-cinase A, que desfosforila a PC. Essa ação diminui a conversão de fosfoenolpiruvato (PEP) em piruvato, redirecionando-o à gliconeogênese. Entregar só forms (NÃO ESTÁ ABERTO): https://forms.gle/Cv7EDtoGJmXqzUSj7 QUESTÕES: DIABETES 1. Diferencie diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 DM1 → destruição das células beta pancreáticas, prejudicando a produção do hormônio insulina e resultando em hiperglicemia; dependência de insulina exógena, pois o organismo não produz ou não produz níveis adequados; desenvolve-se na infância ou adolescência. DM2 → geralmente acomete indivíduos com mais de 40 anos; relacionada com a resistência à insulina, ou seja, o organismo produz adequadamente o hormônio, porém, os tecidos tornam-se insensíveis a ele e não respondem, resultando em hiperglicemia; está relacionada com a obesidade. 16 https://forms.gle/Cv7EDtoGJmXqzUSj7 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina DICA: DM 1 → 1 indica a “infância” DM 2 → 2 é posterior a 1, indica indivíduo mais velho 2. Explique o diabetes MODY A diabetes MODY é um conjunto de doenças na qual uma mutação genética afeta um fator de transcrição essencial na transmissão do sinal da insulina até o núcleo. Pode afetar o gene da hexoquinase/glicoquinase, por exemplo, que irá afetar a sensibilidade do limiar de glicose para liberação de insulina (ou seja, necessitará de concentrações maiores de glicose sanguínea para estimular a maior produção de insulina, passando então por um período de hiperglicemia) → MODY 2 3. O que significa: a. IDDM: diabetes mellitus dependente de insulina (Insulin Dependent Diabetes Mellitus), DM 1 b. NIDDM: diabetes mellitus não dependente de insulina (Non Insulin Dependent Diabetes Mellitus), DM 2 c. MODY: diabetes juvenil com início na maturidade (Maturity OnSet Diabetes of the Young) REGULAÇÃO GLICÓLISE x GLICONEOGÊNESE 1. Como a concentração de F26BP regula a glicólise e a gliconeogênese? A frutose-2,6-bifosfato (F26BP) é um regulador alostérico das enzimas abaixo e, assim, determina a estimulação ou inibição delas. Fosfofrutoquinase (PFK 1) → enzima da via glicolítica Frutose-1,6-bifosfatase-1 (FBPase 1) → enzima da gliconeogênese 17 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina A presença de F26BP estimula a PFK 1 (logo, estimula a glicólise) e inibe a FBPase 1 (logo, inibe a gliconeo). 2. Explique como a insulina e o glucagon afetam a concentração de F26BP dentro das células. A concentração de F26BP dentro das células é regulada por ação de uma enzima bifuncional, composta por fosfofrutoquinase 2 (PKF 2) e frutose-2,6-bifosfatase-2 (FBPase 2). Se a função de PKF 2 estiver ativa, a concentração de F26BP é elevada e se a função de FBPase 2 estiver ativa, a concentração de F26BP é reduzida. A determinação de qual função esta enzima bifuncional terá é determinada pelos hormônios insulina e glucagon. 3. A partir dessas respostas, como a insulina e o glucagon regulam a glicólise e a gliconeogênese? Glucagon → o aumento de AMPc ativa a proteína-cinase A, que fosforila a porção PKF 2, inibindo-a. Assim, favorece a ativação da função FBPase 2, reduzindo a concentração de F26BP e, consequentemente, diminui a inibição da FBPase 1, que implica no favorecimento da gliconeogênese. Insulina → reduzir o AMPc e a ativação da proteína-cinase 2, favorecendo a desfosforilação da porção PKF 2, que é ativada. A PKF 2 ativa estimula a produção de F26BP, responsável por ativar a PFK 1, elevando, assim, a taxa de glicólise. 18
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