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Criticas ao texto do Antonio Porro

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Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Curso de História
História da Amazônia I
Cleocimara Costa
Eliseu Marques
Jânio Pessoa Coelho
Lena Sinara Sousa de Oliveira
Rafael Vieira Amorim
Análise crítica do texto de Antônio Porro - O Povo das Águas - Cap. I - Os Povos da Amazônia à Chegada dos Europeus
No capítulo 1 intitulado "Os povos da Amazônia à chegada dos Europeus", escrito por Antônio Porto, expõe a época do contato entre os europeus que já haviam colonizado parte do Brasil e os indígenas da Amazônia, região ambicionada por alusão de riquezas que poderiam ser exploradas principalmente o ouro.
Antônio Porro, inicialmente relata aspectos da dimensão territorial da Amazônia, igualmente os autores Neves e Claude de Paula descrevem a região amazônica; como lugar de vasta biodiversidade, mais que tem o solo pobre em nutrientes com área extensa de várzea que interfere diretamente no processo de ocupação da região, também menciona as estações climáticas como fator decisivo que afeta no regime de cheia e seca dos rios, concordando com Claude e Neves, de que os rios , a área de várzea possuía maior concentração demográfica por oferecer recursos para a sobrevivência dos índios.
Sobre a origem dos povos indígenas na Amazônia Porro diz que, esses povos são originários da Ásia afirmando o processo de migração para América através do Estreito de Bering , e que esse deslocamento se deu lentamente com pequenos grupos, até adentrar na região amazônica, deixando vestígios de que sobreviviam da caça, pesca, de coleta de sementes ,frutos e crustáceos mais tarde por volta de 7 mil anos a.C, esses povos descobriram a capacidade de germinação das sementes, assim começaram a domesticar diversas plantas iniciando o processo de invenção da agricultura, que de acordo com Porro," pode ter sido resultado do crescimento demográfico ou então a sua causa, no entanto de qualquer forma levou à constituição de aldeias permanentes".(pág. 15). 
Isso acarretou no dinamismo das sociedades indígenas do passado, que conforme explica o autor esses povos se organizaram socialmente, politicamente e culturalmente de maneira que floresceram as civilizações urbanas pré colombianas na América Central, já para o Sul da América, conforme A. Porro, " parece ter irradiado da região Andina para a Amazônia e grande parte do litoral atlântico e da bacia de Prata, contudo não existe dados arqueológicos que permitam fixar a época desse acontecimento.
O pensamento evolucionista, dentro das Ciências humanas, tem uma influencia significativa da Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. Este pensamento, ainda que de forma velada e não intencional, se faz presente em inúmeros textos, científicos ou não, como uma voz ecoante do etnocentrismo até os dias de hoje quando se trata dos estudos sobre Amazônia e seus povos. É neste sentido que se pode analisar e criticar algumas explicações contidas no texto de Antônio Porro. Claro, faz-se necessário fazer uma crítica tendo como principio básico que cada autor é herdeiro do seu tempo histórico. Isso significa que Porro tem certas análises pautadas em conhecimentos adquiridos, em outras palavras, seu alcance tem limitações intelectuais por motivos da produção do conhecimento da época. 
A visão do evolucionismo cultural, já refutada por muitos teóricos e intelectuais de diversas áreas do conhecimento, não condiz com uma compreensão real da diversidade cultural existente na história da humanidade. Julgar outros povos e suas respectivas práticas sociais a partir da sua própria cultura é cair na armadilha do etnocentrismo, uma visão entusiasmada na ideia de civilização. A Amazônia e seus povos antigos têm, sem sobra de dúvidas, uma complexa e rica história de ocupação e expressão cultural dentro da Amazônia com uma harmonia peculiar que a região possibilita. 
A reprodução do pensamento de que o solo amazônico não é fértil e que consequentemente foi um dos motivos para o despovoamento da região, conforme entendimento do texto, é outra ideia não condizente com a realidade histórica, visto que estudos arqueológicos mais recentes comprovam uma diversidade no modo de ocupação da Amazônia, bem como a criação da terra preta. 
Outro ponto de muito debate é sobre a falsa ideia da relativa facilidade de submissão dos povos nativos da Amazônia aos europeus. Esse pensamento cria uma visão deturpada de que os índios, por exemplo, eram seres passivos diante das ações dos colonizadores, na verdade, as pesquisas contemporâneas nos informam justamente o contrário. As táticas sofisticadas de guerras e as armas usadas pelos nativos descontroem a ideia de superioridade europeia.
 Os textos de Claide e Neves nos permitem um olhar mais amplo e realista da Amazônia quando comparado com o texto de Porro, visto que a história se faz com pesquisa, com base em documentos, e não numa simples visão eurocêntrica. É necessário entender que a cultura não é fechada, muito menos uma unidade padrão de expressão social. Podemos dizer que “as culturas” estabelecem comunicação continuamente com outras “culturas” e consequentemente inúmeras transformações acontecem. A noção de progresso, civilização e tecnologia se apresenta de varias formas nas mais diversas sociedades.

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