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Portifólio Interdisciplinar

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VANESSA DE OLIVEIRA PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL 
A PRÁTICA EDUCATIVA NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE 
ATENDIDA PELA ESCOLA 
 
UNOPAR – UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ 
 
 FORMAÇÃO PEDAGÓGIA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
São Carlos 
2021 
 
 
 
 
São Carlos 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTFÓLIO INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL 
A PRÁTICA EDUCATIVA NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE 
ATENDIDA PELA ESCOLA 
 
 
Dissertação apresentada à UNOPAR – 
Universidade Norte do Paraná, como requisito 
parcial para o aproveitamento da disciplina de 
Atividades Interdisciplinares do Curso de 
Formação Pedagógica em Ciências Biológicas. 
 
 
VANESSA DE OLIVEIRA PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6 
1 A PRÁTICA EDUCATIVA NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE ATENDIDA 
PELA ESCOLA .................................................................................................... 7 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 12 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 13 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
No Brasil, apesar de existir leis que regulamentam a inserção das pessoas 
portadoras de necessidades especiais ao convívio social, muito ainda deve ser 
formulado e aplicável para que essa inclusão realmente ocorra. O maior impacto 
sofrido pelas pessoas com deficiência não são as limitações físicas, mas sim, a 
exclusão preconceituosa que a sociedade impõe, ao passo que os ambientes não 
são idealizados para o acesso mútuo de pessoas com deficiência. 
 O ambiente escolar não se afasta desse preconceito estrutural da atual 
sociedade, este mais que qualquer outro ambiente é de fulcral importância para a 
inclusão, pois é nesse ambiente que os processos afetivos e de construção 
cognitivas são desenvolvidas na formação do indivíduo. Portanto para uma inclusão 
efetiva o ambiente deve buscar adequação para a acessibilidade de alunos com 
algum tipo de deficiência, somente assim as futuras gerações poderão desenvolver a 
sensibilidade e conscientização da inserção dessas pessoas já muito são 
prejudicadas por limites que o próprio corpo lhes proporcionou. 
 Então, a sociedade deve buscar políticas públicas para garantir aos 
deficientes a inclusão que merecem, tanto em ambiente escolar, como em 
ambientes culturais ou de lazer, como praças e parques. Formas de acessibilidade 
utilizadas a partir de tecnologias digitais ou mesmo artesanais se mostram 
importante meio para a inclusão, mas, somente partir de uma sociedade 
conscientizada que será possível à inclusão que as pessoas com deficiência 
merecem. 
 
 
 
 
7 
 
1 A PRÁTICA EDUCATIVA NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE ATENDIDA 
PELA ESCOLA 
 
 
Todos os alunos têm direito a uma educação de qualidade, moldada na 
premissa da garantia de inserção na comunidade escolar, e consequentemente em 
uma sociedade de forma plena. Quando o assunto abordado diz respeito à inclusão 
de pessoas com deficiência é importante mencionar o desenvolvimento de políticas 
públicas para a proteção e inclusão dessas pessoas em meio a uma sociedade por 
muitas vezes preconceituosa. 
 A Constituição Federal Brasileira de 1988 em conjunto com o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência asseguram o direito à acessibilidade para pessoas com 
deficiência física e/ou mobilidade reduzida a uma integração social, considerando o 
princípio da igualdade. São exemplos de políticas públicas que atentam para a 
quebra de uma barreira social em relação aos espaços utilizados, tanto públicos 
como particulares. 
 A sociedade humana moldou vários estigmas em relação ao deficiente, 
principalmente com teor discriminatório quando atribui as mesmas obrigações para 
um deficiente como se fosse uma pessoa não deficiente, assim mascarando a 
realidade e consequências negativas que possam aparecer a esses indivíduos, tanto 
danos físicos como sociais. Os autores Goulart e Leite (2021) descrevem exemplos 
desses estigmas: 
Deficientes físicos (especialmente em cadeiras de rodas ou com 
muletas) são retratados sempre como pobres, pedintes ou 
vendedores de doces ou outros objetos de pequeno valor nos 
cruzamentos de avenidas. 
Deficientes mostrando sua deficiência como fonte de tristeza e 
infelicidade para si mesmos e para os membros de sua família. 
Deficientes considerando-se inválidos para exercer qualquer espécie 
de profissão. 
Pessoas com deficiência física severa ou deficiência múltipla 
mostradas vivendo em instituições de caridade. 
Paraplégicos e tetraplégicos vistos como incapazes de procriarem e 
desprovidos de sexualidade. 
 A inclusão social se dá principalmente em ambiente escolar, pois esta atua 
diretamente na formação dos futuros cidadãos, quanto mais preparada e adaptada 
para receber os alunos com deficiência, mais irá contribuir para a construção de uma 
sociedade igualitária. Dessa maneira, toda pessoa com deficiência seja ela física, 
8 
 
intelectual, visual ou auditiva, deve ter direito à igualdade de oportunidades, 
conforme a Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB) isso deve começar em 
ambiente escolar. 
 Conforme a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência nº 13.146 de 2015 
entende-se por acessibilidade: 
Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança 
e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, 
edificações, transporte, informação e comunicação, inclusive seus 
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações 
abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto 
na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com 
mobilidade reduzida. (BRASIL, 2021). 
 A partir do pressuposto de que a educação é essencial para a inclusão das 
pessoas com deficiência, não se pode deixar de considerar os ambientes de lazer, 
pois estes são de fundamental importância à saúde, tanto física como psicológica, 
mas ainda pouco frequentado por essas pessoas devido às inúmeras barreiras 
físicas, arquitetônicas e urbanísticas nas edificações da sociedade como um todo, 
salientando a importância em evitar qualquer tipo de discriminação. 
Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de 
distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o 
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o 
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades 
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de 
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. 
(BRASIL, 2021). 
 Adaptar os ambientes, como as áreas de lazer e outros locais visitados e 
frequentados, permite às pessoas com necessidades especiais o direito de ir e vir, 
direito básico para qualquer pessoa, em que algo prazeroso será realizado em seu 
tempo livre. Conforme cita Goulart e Leite independe de o deficiente praticar 
atividades que necessitem de movimento ou então apenas de ambientes para 
práticas de atividades contemplativas, essas devem ser apresentadas com 
qualidade, visando à satisfação plena de quem as realiza. 
 Essa adaptação em ambiente escolar é de fulcral importância para que a 
inserção em ambientes coletivos de pessoas com deficiências se torne normal em 
nossa sociedade, mas principalmente no tocante ao aprendizado que os alunos não 
deficientes possam adquirir em respeitar as diferenças. A sociedade humana foi 
moldada em princípios que elegem o “perfeito” como a melhor forma de interagir 
9 
 
com o ambiente em que vive a necessidade existente em ser aceito ou aceitar a si 
próprio (GOULART E LEITE). 
Tais características são aplicadas, inclusive às pessoas deficientes, 
pois além de suas limitações, possuem as mesmas necessidades 
básicas de
uma pessoa dita “normal”. Apesar de sua aparência, elas 
também querem ter sucesso, reconhecimento, aprovação e serem 
desejadas. (GOULART E LEITE). 
 Não obstante a importância do ambiente escolar para inclusão das pessoas 
com deficiência, mas a importância de adaptar ambientes para lazer, com 
adaptações nos brinquedos utilizados pelas crianças, a atividades culturais, aos 
equipamentos para práticas de esportes, cinemas, museus, bibliotecas, parquinhos, 
quadras esportivas, consequentemente irão proporcionar mais independência para 
as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou com dificuldade de locomoção. 
 A partir dessa necessidade nasce o Projeto LIA (Lazer, Inclusão e 
Acessibilidade), é um movimento articulado por mães de todo o Brasil, na busca 
incessante de propor alternativas para difundir a inclusão e diversão às crianças com 
deficiência. O projeto está inserido em mais de 40 cidades do país, cobrando 
autoridades quanto à implantação de brinquedos adaptadas em parques públicos, 
praças e todos os locais de uso público, promovendo também eventos inclusivos, 
assim encorajando famílias a buscarem o direito a diversão e lazer de suas crianças 
(PROJETO LIA, 2021). 
 Em conjunto com o projeto LIA a sociedade deve intensificar a importância da 
inclusão social de pessoas com deficiência também em ambientes para o lazer, 
proporcionando as famílias reduzir o estresse e sofrimento, muitas vezes, obtidos da 
cansativa rotina de consultas, terapias e também momentos de preconceitos 
transvestidos de boas intenções. Quando as crianças interagirem desenvolvem 
trocas significativas e positivas no processo de ensino-aprendizagem, e 
principalmente na construção do respeito. 
 Outro ponto a ser destacado, e pode ser revolucionário na questão da 
inclusão é o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) 
modificando as interações sociais e culturais. Com o avanço da tecnologia novas 
possibilidades tecnológicas viabilizam diferentes alternativas pedagógicas, mas 
também, suportes para que as pessoas deficientes possam demonstrar sua 
importância em meio social (GALVÃO FILHO, 2012). 
10 
 
 Exemplo clássico é o célebre Físico Stephen Hawking que mesmo sendo 
portador da doença neurodegenerativa Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) 
desenvolveu a capacidade de resoluções de cálculos científicos sem a necessidade 
de anotar, e sim somente utilizando sua mente. Teorias com relação aos buracos 
negros no universo, mas também teve um papel fundamental para a divulgação da 
astronomia em termos fáceis, para que o público geral pudesse compreender, 
utilizava um sintetizador eletrônico para poder falar, falecendo aos 76 anos, outra 
grande façanha uma vez que a medicina lhe dava 30 anos de vida (BBCNEWS 
BRASIL, 2021). 
 As novas tecnologias estão desintegrando paradigmas das escolas 
tradicionais, onde a memorização e repetição de informações são as bases para o 
aprendizado. Conforme o Autor Galvão Filho (2012) menciona a quantidade e o 
volume de informações de conhecimentos que estão disponíveis se torna 
imensurável e incontrolável, por tudo isso, as tecnologias possibilitam cada vez mais 
a possibilidade de inserção de pessoas com as mais diferentes necessidades 
especiais ao ambiente escolar, ao convívio da sociedade, e principalmente ao 
mercado de trabalho. 
As limitações de individuo com deficiência tendem a tornarem-se 
uma barreira para esses processos de significação do mundo por 
meio da mediação do outro. Dispor de recursos de acessibilidade, a 
chamada Tecnologia Assistiva, seria uma maneira concreta de 
neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse 
indivíduo nos ambientes ricos de aprendizagem e desenvolvimento, 
proporcionados pela cultura (GALVÃO FILHO, 2012). 
 Segundo o entendimento do autor, quando uma criança inicia em uma escola 
com sistema tradicional de ensino, vivencia interações que reforçam a postura 
pacífica diante de sua realidade, por muitas vezes sendo considerado um objeto, e 
não um sujeito na construção de seus próprios conhecimentos. O docente não deve 
facilitar ou diminuir as dificuldades para os alunos com deficiência, mas sim, deve 
desafiá-lo, e assim demonstrar que ele é capaz de encontrar as soluções dos 
próprios problemas. 
 Na busca dessa construção da autonomia do aluno com deficiência o docente 
deve contar com os produtos de Tecnologia Assistiva (TA), como por exemplo, uma 
colher adaptada, uma bengala ou um lápis com uma empunhadura mais grossa 
para facilitar no seu manuseio. Ainda existem também sistemas computadorizados 
11 
 
sofisticados que possibilitam a execução de diversas atividades complexas com o 
mínimo de movimentos do corpo, como o exemplo citado anteriormente. 
Na área educacional, a Tecnologia Assistiva vem se tornando, cada 
vez mais, uma ponte para abertura de novo horizonte nos processos 
de aprendizagem e desenvolvimento de alunos com deficiência até 
bastante severas. Nessa área, as pesquisas têm revelado, 
primeiramente, a complexidade dessa realidade, com os diferentes 
fatores e variáveis influenciando diretamente nesse processo de 
apropriação da Tecnologia Assistiva para a inclusão escolar, 
principalmente com as contradições e incongruências existentes 
entre os paradigmas divergentes presentes na escola, ainda 
profundamente marcados por rígidos modelos que se tornam cada 
vez mais inócuos. (GALVÃO FILHO, 2012). 
 O tema das diferenças na escola é provocador para todos os segmentos: 
gestores, doentes, alunos, famílias e comunidade, possibilitando a reavaliação das 
concepções ultrapassadas em relação à inserção do deficiente em ambiente escolar. 
É possível inferir que a acessibilidade é necessária para que os direitos humanos 
básicos sejam alcançados. Quando as ações afirmativas de acessibilidade se 
concretizar, poderemos dizer que houve o respeito em relação à dignidade da 
pessoa humana. 
 
 
12 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
O tema da inclusão escolar e social requer muita atenção e dedicação, pois 
ambas são de extrema importância na construção de uma sociedade igualitária, com 
um olhar mais atento ao assunto é perceptível que a acessibilidade ainda anda em 
passos lentos, principalmente quando o assunto são áreas para lazer. A participação 
para uma inclusão efetiva se dá não somente em relação ao ambiente escolar, mas 
com os familiares envolvidos e também a comunidade local, a qual pode exigir e 
cobrar os órgãos públicos as melhorias a essas pessoas com necessidades 
especiais, assim melhorar sua qualidade de vida, mas também igualar o 
desenvolvimento ensino aprendizagem e posteriormente possibilitar a inserção no 
mercado de trabalho, com toda a certeza existe muitos Stephen Hawkings 
escondidos e com muita capacidade intelectual para ajudar a melhorar a sociedade. 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 
BBCNEWSBrasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-
43397267. Acesso em: 27 de Abril de 2021. 
 
BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência - 3. ed. - Brasília: Senado Federal, 
Coordenação de Edições Técnicas, 2019. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm Acesso em: 27 
de Abril de 2021. 
 
GALVÃO FILHO, T. Tecnologia Assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a 
aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; 
POKER, R. B.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. 
Marília/SP: Cultura Acadêmica, p. 65-92, 2012. Disponível em 
http://www.galvaofilho.net/TA_educacao.pdf. Acesso em: 27 de Abril de 2021. 
 
GOULART, Renata Ramos; LEITE, José Carlos de Carvalho. Deficientes: A questão 
social quanto ao Lazer e ao Turismo. Disponível em: 
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/gt11-deficientes.pdf . Acesso em: 27 de Abril de 
2021. 
 
PROJETO LIA. Disponível em https://www.projetolia.com.br/?fbclid=IwAR0-
TiJKTbqzOY9UzCOuC7JQEGjpW8scq0WJbw4QblehQXhyFB2_xNqtY8o.
Acesso em: 
27 de Abril de 2021.

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