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Transtorno bipolar

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Caracteriza-se por alterações de humor, energia, níveis de atividade e capacidade de realizar as 
atividades do dia-a-dia que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de 
euforia (também denominados mania). São episódios de difícil controle. 
 As crises bipolares são diferentes das mudanças de humor da pessoa “de lua”, que passa uma manha 
agitada ou se irrita facilmente. Tanto os episódios de depressão quanto os de mania duram semanas ou 
meses e representam uma mudança importante no jeito de a pessoa funcionar. É comum, durante um 
episodio de mania, que a pessoa se sinta mais poderosa, tenha muita energia, necessite de menos horas de 
sono, perda o senso crítico e tenha comportamentos extravagantes e impulsivos, como comprar demais ou 
consumir álcool e drogas. 
Prevalência 
 Na população entre 1% e 2%. 
 Os sintomas podem aparecer em qualquer idade, sendo mais comum o surgimento entre o início da 
segunda e meio da terceira década de vida. 
Etiologia 
 A etiologia da doença ainda não é conhecida, mas muitos estudos apontam para a existência de 
disfunções complexas, incluindo alterações nos receptores e nos pós-receptores de neurotransmissores. 
 Fatores biológicos, genéticos e sociais podem estar associado a doença. 
Tipos 
 De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV-TR (APA, 
2002), os transtornos bipolares dividem-se em TB-I, TB-II e Transtorno Ciclotímico. No TB-I, ocorre um ou 
mais episódios maníacos ou mistos geralmente, seguidos por episódios depressivos maiores. No TB-II, 
também ocorrem episódios depressivos maiores, porém, acompanhados por, pelo menos, um episódio 
hipomaníaco. Já no Transtorno Ciclotímico, são necessários, pelo menos, dois anos com numerosos períodos 
de sintomas depressivos que não preenchem critérios para episódio depressivo maior. Além disso, têm-se os 
episódios mistos, nos quais há presença de sintomas de mania/hipomania e de depressão, que se apresentam 
simultaneamente. 
Apresentam oscilações criticas e recorrentes de humor, acentuadas e diferentes do normal. 
 TB I 
- É a forma mais clássica, e apresenta episódios de mania alternados com depressivos; 
- Maioria com tendência a varias crises de um tipo e poucas de outra; 
- É a forma mais intensa: com forte alteração de humor. 
 TB II 
- Não apresenta sintomas de mania, mas sim pelo menos um episódio de hipomania; 
- Maioria dos episódios são depressivos; 
 
- Não é tão intensa quanto tipo 1; 
- Tende a ter oscilações mais breves 
 Ciclotimico 
- Sem episódios, apenas sintomas de episodio hipomaníaco e depressivos. Oscilando ao longo do prazo de 2 
anos. Em crianças e adolescentes 1 ano. 
- Alternância dos estados depressivo e mania. 
- Caracteriza-se por um período de tempo (no mínimo 1 semana) durante o qual são satisfeitos os critérios 
tanto para episodio maníaco quanto para episodio depressivo maior, quase todos os dias. 
Sintomas gerais 
 Dificuldade em dedicar-se a uma carreira profissional, em manter a produtividade e equilíbrio na 
vida afetiva, descontrole das ações, pensamentos e falas. 
 
Características das fases 
 Fase maníaca 
 O DSM define Mania como a presença por pelo menos uma semana de humor irritável, expansivo ou 
elevado, associado a três ou mais dos seguintes sintomas, com gravidade suficiente para causar prejuízo 
funcional (problemas no trabalho, relacionamentos, necessidade de internação, sintomas psicóticos). 
 Leva de uma a duas semanas para começar e se não tratada pode durar meses. 
 A mania afeta o humor e as funções vegetativas, como sono, cognição, psicomotricidade e nível de 
energia. Em um episódio maníaco clássico, o humor é expansivo ou eufórico, diminui a necessidade de 
sono, ocorre aumento da energia, de atividades dirigidas a objetivos (por exemplo, o paciente inicia vários 
projetos ao mesmo tempo), de atividades prazerosas, da libido, além de inquietação e até mesmo agitação 
psicomotora. 
 O pensamento torna-se mais rápido, podendo evoluir para a fuga de ideias. O discurso é 
caracterizado por prolixidade, pressão para falar e tangencialidade. As ideias costumam ser de grandeza, 
podendo ser delirantes. Geralmente a crítica está prejudicada e os ajuizamentos emitidos se afastam da 
realidade do paciente. 
 Sentimentos de bem estar com uma alegria inabalável, paciente literalmente ri da própria desgraça, 
sentimento de grandeza, hiperatividade, senso de perigo comprometido. 
 Pode haver características psicóticas. 
 Fase depressiva 
 É o oposto da fase mania, o humor esta depressivo, sono diminuído, mas ao contrario da fase de 
mania o paciente acorda indisposto, quando não tratada essa fase pode durar meses. 
 Sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e baixa autoestima, não se interessa pelo que costumava 
gostar ou ter prazer, cansa-se atoa, o começo do dia costuma ser a pior parte do dia, pensamentos negativos 
em torno de morte ou doença. 
 Cinco (ou mais) dos sintomas depressivos estiverem presentes durante o mesmo período de duas 
semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é 
(1) humor deprimido, (2) perda de interesse ou prazer. 
 Fase hipomaníaca 
 A hipomania é um estado semelhante à mania, porém mais leve. Em geral, é breve, durando menos 
de uma semana. Há mudança no humor habitual do paciente para euforia ou irritabilidade, reconhecida por 
outros, além de hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, 
atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, libido e sexo, e impaciência. 
 O prejuízo ao paciente não é tão intenso quanto o da mania. A hipomania não se apresenta com 
sintomas psicóticos, nem requer hospitalização. No DSM-IV a duração mínima de quatro dias é necessária 
para a confirmação do diagnóstico. 
Diagnóstico 
A Classificação Internacional de Transtornos Mentais Doenças e de Comportamento CID-10 (OMS, 
1992) traz, atualmente, como características do TB, a ocorrência de dois ou mais episódios nos quais o 
humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente alterados, sendo, por vezes, uma elevação do 
humor e um aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, um rebaixamento do 
humor e uma redução da energia e da atividade (depressão). 
É um transtorno crônico, incurável, pode ser tratado e controlado com medicamentos, psicoterapia e 
mudanças de hábitos. 
 
*Atentar se ao diagnostico diferencial: transtorno depressivo maior, álcool, drogas, comorbidades 
associadas ou outros transtornos psiquiátricos. 
Tratamento: 
 Farmacoterapia: visa restaurar o comportamento, controlar os sintomas agudos e prevenir a 
recorrência. Em relação ao medicamento a ser utilizado, dá-se preferência àqueles que apresentam 
maiores evidências de ação e menores riscos de efeitos desfavoráveis à saúde geral do paciente. O 
lítio, primeiro estabilizador de humor indicado às crises ainda é considerado a primeira opção para o 
tratamento farmacológico das fases agudas do TB; porém, apresenta efeitos desfavoráveis (ROSA et 
al., 2009), principalmente problemas endócrinos e renais, além de poder estar relacionado ao 
comprometimento cognitivo. 
 Há indicações também de anticonvulsivantes, antidepressivos para o tratamento da depressão bipolar, 
 e na fase de mania pode ser indicado o uso de antipsicóticos. 
 Sobre o lítio: tem inicio de ação lenta, por isso frequentemente é administrado em associação com 
 antipsicóticos potentes ou benzodiazepínicos em pessoas que apresentam episodio de mania grave. 
 Taxa de remissão em fase de mania pode alcançar 80%. Embora seja inferior no caso de pacientes 
 O lítio, em concentrações terapêuticas, é desprovido de efeitos bloqueadores autônomos e de 
 ativação ou sedação, podendo, no entanto, produzir náuseas, tremor. Diferentemente dos fármacos 
 antipsicotivos ou antidepressivos, os quais é responsávelpor diversas ações sobre o sistema nervoso 
 central ou autônomo. 
 Efeitos colaterais: neurológicos, confusão mental, isolamento, diminuição da função da tireoide, 
 problemas renais, cardíacos. 
 Grupos de apoio: a abordagem em grupo constitui-se em uma maneira para trabalhar a habilidade 
em reconhecer sinais que antecedem um episódio agudo e adquirir estratégias para lidar com eles. 
 Nesse sentido, a psicoterapia em grupo, assim como os grupos informativos sobre questões 
 relacionadas ao TB têm por objetivo elevar a adesão ao tratamento, controlar e reduzir fatores de 
 risco associados à recorrência de episódios e diminuir prejuízos psicossociais e ocupacionais 
 oriundos do transtorno. 
 Terapia Focada na Família (TFF) - A TFF consiste em uma abordagem voltada aos familiares do 
portador de TB, utilizada durante o tratamento, como uma maneira de diminuir o grau de estresse na 
família através do desenvolvimento de estratégias que permitam aos familiares lidar com a doença e 
com o manejo dos sintomas. 
 TCC - A TCC tem sido considerada eficaz no que tange ao controle de recorrências, na redução de 
sintomas subsindrômicos, no número de internações hospitalares, na adesão à farmacoterapia e no 
manejo frente a eventos geradores de estresse. 
 Psicoeducação - A psicoeducação é uma abordagem abrangente que possibilita ao paciente infor-
mações sobre o TB. Entre essas informações, abordam-se aspectos referentes à natureza do 
transtorno, às alternativas de tratamento, a compreensão sobre os fatores de risco, aos efeitos 
colaterais das medicações, e ao custo, e à identificação de estressores e outros estímulos que podem 
originar crises 
 Eletroconvulsoterapia (ECT) - A ECT é uma técnica eficaz, aconselhada para casos de mania 
grave, episódios mistos, casos refratários (que não respondem ao tratamento clássico), casos que 
apresentam risco de suicídio e, também, a estados depressivos graves. 
 
Referencias 
RICARDO ALBERTO MORENO1 DORIS HUPFELD MORENO2 ROBERTO RATZKEMoreno, R.A.; Moreno, 
D.H.; Ratzke, R. Rev. Psiq. Clín. 32, supl 1; 39-48, 2005 
SILVA, Leonardo Oliveira Leão e; DIAS, Carlos Alberto e ROSALINO, Fernando Ulisses.Processos terapêuticos no 
tratamento do transtorno afetivo bipolar: revisão integrativa. Rev. Psicol. Saúde [online]. 2017, vol.9, n.3, pp. 63-76. 
ISSN 2177-093X. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v9i3.386. 
PEREIRA, L. L. et al. Transtorno bipolar: reflexões sobre diagnóstico e tratamento. Perspectiva, Erechim. v.34, 
n.128, p. 151-166, dezembro/2010. 
DEMINCO, M. Transtorno bipolar: aspectos gerais. Psicologia. Pt ISSN 1646-6977, 2018.