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Sistema digestório: o papel da boca, estômago e intestinos – aula 1 Profa MONICA DALMÁCIO CRONOGRAMA 2021.1 segundas • 8/2- Aula Digestório (boca , esofago, estomago, intestino) • 15/2- Digestório e anexos • 22/2 -Regulação do Digestório (controle neural) • 1/3 - Consequencias metabólicas da Inanição • 8/3-Metabolismo do calcio, vitamina D e fósforo. • 15/3 – Revisão para Prova • -22/3 – PROVA (P1) • 29/3- Correção e discussão da prova • 5/4 – Metabolismo de Proteínas • 12/4 Metabolismo de Carboidratos • 19/4 Metabolismo lipideos • 26/4- Papel do sistema endocrino no controle e regulaçãoe no estresse metabólico. • 3/5- Metabolismo de micronutrientes • 10/5 - Leitura de artigos • 17/05- Revisão para P2 • 24/5 -PROVA (P2) • 31/5- VISTA PROVA • 14/6 PROVA segunda chamada • 21/6 Prova recuperaçao Para quê precisamos comer? Para a reposição de água, substratos energéticos, vitaminas e sais minerais. A fisiologia gastrointestinal é composta pelo tubo digestivo: Boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Pelas glândulas anexas ao tubo digestivo: Glândulas salivares, pâncreas e o fígado. Esse processo tem a função de processar os nutrientes e fluidos, absorver os nutrientes necessários e eliminar os resíduos inutilizados Os processos que ocorrem durante o processo da fisiologia gastrointestinal são: motilidade, secreção, digestão, absorção e excreção. A motilidade é efetuada pela musculatura e executa a mistura, trituração e a progressão do alimento. Aparelho Digestório q Comprimento = 7 m q Configuração qDobras, cavidades e projeções = vilosidades qVilosidades = células epiteliais de extensões cilíndricas = microvilosidades q Área absortiva = 200 a 250 m2 q Ciclo de vida das células = 3 a 5 dias O Tubo Digestório e Suas Estruturas Vilosidades Microvilosidades O Tubo Digestório e Suas Estruturas Processos Motilidade contrações musculares que quebram, misturam e movem o alimento ao longo do trato digestório Secreção enzimas digestivas & hormônios Transporte de membrana absorção de nutrientes Trato digestório superior Cavidade oral Esôfago Estômago Trato digestório inferior Intestino delgado Intestino grosso Boca Início da digestão Quebra dos alimentos Fase mecânica Fase química Estágios da digestão Dentes Função: mastigação Quebrar o alimento em partes menores – diminui o tamanho dos alimentos Facilitar o contato com saliva e enzimática Glândulas salivares Saliva: amilase salivar ou ptialina Digestão do amido Língua Botões gustativos nos sulcos Levam informações ao cérebro: sabores doce, salgado, azedo e amargo Misturam o alimento e empurram em direção a faringe Papilas gustativas Cavidade Oral q Enzimas: q Amilase salivar (ptialina) qinicio da digestão do amido qtorna-se inativa quando atinge o conteúdo ácido do estômago qhidrolisa ligações a1-4 (amido e glicogênio) q Lipase lingual qquebra as ligações éster dos TG q Proteínas: q Haptocorrina (proteína R ou Transcobalamina) q ptn carreadora secretada pelas glândulas salivares e pelo estômago ® protege a vitamina B12 da digestão ácida no estômago. Esôfago Laringe Sistema respiratório Epiglote: fecha a entrada da laringe quando nos alimentamos Esôfago Por que engasgamos??? A laringe tem que estar fechada • Alimento, agora misturado à saliva é denominado bolo alimentar. • Passa da pela faringe até o esôfago. Boca Faringe Esôfago Conecta dois sistemas (digestório e respiratório) Esôfago qTubo muscular oco que liga a parte posterior da orofaringe à parte superior do estômago q comprimento - 25 a 35 cm (adulto) q diâmetro - 2,5 cm q colabado (em repouso) - abre-se para a passagem de alimentos e líquidos A passagem do bolo alimentar da cavidade oral constitui o ato de deglutir Processo de deglutição pode ser dividido em: Voluntário Faríngeo Esofágico Músculo estriado - voluntário Músculo liso - involuntário Estimulado pelo nervo vago Movimentos peristálticos Estômago Por que acontece o refluxo gastroesofágico?? Alimento quando chega ao estômago é chamado de quimo Controla a passagem do alimento do esôfago para o estômago Controla a passagem do alimento do esôfago para o estômago Estômago • Dividido em 3 regiões: – Fundo, Corpo e Antro. • Antro: suas contrações propulsionam o quimo do estômago para o intestino delgado, proporcionando o esvaziamento gástrico. • Piloro: área de passagem do quimo até o duodeno. É regulada pelo esfíncter pilórico. ESTÔMAGO • A glândula gástrica típica é composta por três tipos de células: • células mucosas do colo, que secretam, principalmente, muco, bem como algum pepsinogênio; • células principais, que secretam grandes quantidades de pepsinogênio • células parietais, que secretam ácido clorídrico e fator intrínseco. Funções do Estômago Glândulas Gastricas produzem ácido clorídrico Pepsina Protease que hidrolisa proteínas Ácido clorídrico (HCL) Pepsina só atua em pH ácido pH 1 à 3,5 Células parietais: produz HCL Células principais: produz pepsina Pepsinogênio ativado pelo pH ácido Funções HCl: - pH entre 1,0–3,5 - desnatura as proteínas dos alimentos, - ativa a pepsina - Proteção antibacteriana Suco Gástrico q Liberado por 3 tipos de células: q Principais – produzem enzimas q Pepsinogênio ® pepsina q Lipase gástrica q Amilase proveniente da boca – mantem alguma atividade no estômago q Parietais – produzem ácido clorídrico, pouca mucina e fator intrínseco q Ácido clorídrico ® formado na luz do órgão q Fator Intrínseco q Mucóides – produzem muco (mucinas + glicolipídeos + água + bicarbonato) que revestem a luz do órgão Hidrolisa lipídeos de cadeia curta e média Mecanismos de estímulos da secreção de HCl 1 2 3 4 5 6 Gastrina (alimentos), acetilcolina (visão, cheiro) e histamina (gastrina) estimulam a secreção de ácido clorídrico 7 Células parietais produtoras de HCl Importância da bomba de prótons Mucosa gástrica apresenta invaginações que possuem células superficiais, parietais (HCL), células mucosas (produtoras de muco) e principais (produtora de pesinogênio) Cel. superficiais Cel. mucosa Cel. principais Estímulo de HCL: gastrina, histamina e acetilcolina Células parietais produtoras de HCl Mecanismo de regulação e proteção Mecanismos de inibição da bomba: prostaglandina PGE2 (histamina / HCL) Inibe a bomba de prótons na célula parietal Prostaglandina também age na célula epitelial, estimulando a produção de muco rico em bicarbonato (HCO3) Neutralização do H+ na superfcie da mucosa gástrica para evitar lesões de mucosa. ATENÇÃO AOS ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES!! Mecanismo de regulação e proteção: barreira mucosa Células parietais produzem HCl com objetivo de ativar o pepsinogênio e digerir ptns. Mas a própria célula gástrica tem que ser protegida do pH que está em torno de 2. Para isso há uma camada espessa de muco rico em bicarbonato. Antiinflamatórios impede a secreção de bicarbonato e reduzem a camada de muco. Fator Intrínseco e Vitamina B12 q Fator Intrínseco de Castle: q sintetizado pelas células parietais do estômago q liga-se à vitamina B12 em meio ácido q protege a vitamina B12 da degradação q permite reconhecimento da vitamina B12 no seu sítio de absorção q íleo terminal Deficiência de Vitamina B12 leva ao desenvolvimento da anemia perniciosa Intestino Delgado 6M Dividido em três partes: Primeira porção DUODENO Segunda porção JEJUNO Terceira porção ÍLEO 25 CM 1,5 M4,5 M DIGESTÃO ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES Intestino delgado: processo de absorção Intestino Delgado q Duodeno q Presença das glândulas submucosas de Brunner - secretam muco alcalino q Secreções biliares e pancreáticas - 2ª porção do duodeno q A maior parte dos processos digestivos é completada no duodeno q Íleo q presença de folículos linfóides (placas de Peyer) na submucosa q área específica para absorção de vitamina B12 e saisbiliares q Tipos de células do epitélio que reveste o ID: q Enterócitos absortivos: responsáveis pela digestão e absorção de di e tripeptídeos e dissacarídeos q Células caliciformes: armazenam e secretam muco q Células de Paneth: produzem proteínas envolvidas em defesas antibacterianas (lisozima e defensinas) q Células enteroendócrinas: sintetizam mediadores neuroendócrinos COMO OCORRE O PROCESSO DE ABSORÇÃO???? Termina o processo de digestão Intestino delgado: processo de digestão Ocorre na porção inicial do intestino delgado DUODENO DIGESTÃO QUÍMICA Glândulas intestinais: enzimática Pâncreas: enzimática Fígado Enteroquinase (ativa o tripsinogênio em tripsina) Peptidases Carboidrases Outras Bicarbonato Tripsina (ativa outras proteases) Quimiotripsina Lipase pancreática Amilase pancreática Suco pancreático Sais biliares Não contém enzimas Bile Intestino delgado (jejuno e íleo): processo de absorção Processo de absorção dos nutrientes ocorre por difusão Tecido epitelial simples – uma camada de células VILOSIDADES MICROVILOSIDADE FUNÇÃO VILOSIDADE E MICROVILOSIDADES: AUMENTAR A SUPERFÍCIE DE CONTATO Estrutura interna: qEnzimas presentes na luz intestinal q Enteropeptidases ou enteroquinases q Aminopeptidase q Polinucleotidase – hidrolisa os polinucleotídeos do DNA e RNA, liberando fosfato, açúcar, base nitrogenada q Nucleosidase q Fosfatase q Enzimas presentes na membrana do enterócito q Dipeptidase - hidrolisa dipeptídeo q Sacarase – glicose + frutose q Lactase – glicose + galactose q Maltase – glicose + glicose com ligação a1-4 q Isomaltase – glicose + glicose com ligação a1-6 Intestino delgado: enzimas digestivas Locais de digestão dos macronutrientes BOCA PTIALINA ESTOMAGO PEPSINA INTESTINO ILEO INTESTINO DELGADO Último órgão do sistema digestório: recebe o bolo alimentar após 9h do início da digestão e permanece no intestino grosso de 1 à 3 dias. Intestino grosso Primeira porção q Válvula ileocecal ao ânus q Regiões q Ceco – Apêndice q Cólon q Ascendente q Transverso q Descendente q Reto q Canal Anal Formação das fezes 30% fezes: Bactérias - Microbiota 70% fezes: Sais, muco e celulose Intestino grosso Local onde ocorre alguns processos de digestão importantes: Absorção de água q Funções: q Armazenamento e concentração do bolo fecal q Absorção de água, sais e vitamina K e B (B12, tiamina e riboflavina) q Digestão química® Bacteriana q Fermentação de CH não digeridos q Quebra de ptns não digeridas q Absorção de água e eletrólitos – metade proximal q haustrações – contrações circulares lentas que permitem absorção q Armazenamento da matéria fecal até que seja expelida – metade distal q movimento de massa q movimentos que ocorrem poucas vezes ao dia q ocorrem com mais abundância por cerca de 15 minutos durante a primeira hora após o desjejum q promovem propulsão a longa distância® reto Intestino grosso • Cólon e reto absorvem a maior parte dos líquidos que chegam ao intestino delgado. • O cólon distal, reto e ânus controlam a defecação. • Local de: – armazenamento temporário de produtos que serão eliminados e excretados. – Não secreta nenhuma enzima. Intestino grosso Intestino Grosso • AÇÃO BACTERIANA - Produção de vitaminas: vit. K, B12, Tiamina (B1) e riboflavina (B2). Em troca damos abrigo e alimento. - Defesa do organismo por compe`ção, impedindo o crescimento de bactérias patogênicas. Disbiose O que é???? • Como e porque ocorre? • Bactérias benéficas e patogênicas. • Qual a diferença? • Qual é o papel das fibras? Disbiose • A disbiose intestinal caracteriza-se por uma disfunção colônica, na qual ocorre predomínio das bactérias patogênicas sobre as bactérias benéficas (Mizock , 2015). • Disbiose foi conceituada como um antônimo para simbiose que expressa uma convivência harmônica entre os seres. • O conceito atual de disbiose intestinal diz que: • Disbiose é um estado no qual a microbiota produz efeitos nocivos via: • (1) mudanças qualitativas e quantitativas na própria microbiota intestinal • (2) mudanças na sua atividade metabólica • (3)mudanças em sua distribuição no trato gastrointestinal Compreendendo a Homeoestase intestinal EQUILIBRIO IMUNOLÓGICO?? BACTÉRIAS SIMBIONTES BACTÉRIAS COMENSAIS BACTÉRIAS PATOGÊNICAS ESTAR VIVOALIMENTOS AMBIENTE BEIJOS CONTATO ALIMENTOS DOENÇAS (SOKOL, 2016) Controle pH (AGCC) Aumentando Bifidios Produzindo bacteriocinas • O ácido lá(co e os ácidos carboxílicos de cadeia curta, principalmente acetato, propionato e bu(rato, são os produtos finais da fermentação de substâncias prebió(cas que contribuem para a redução do pH do intes(no grosso. • O aumento do número de bifidobactérias, por serem resistentes em meio ácido, enquanto que as patogênicas, sensíveis à acidez, são diminuídas. As bifidobactérias, ao lado dos lactobacilos, produzem e secretam bacteriocinas, substâncias anBbacterianas que exercem efeito sobre a microbiota patogênica QUAIS OS BENEFICIOS DE UMA MICROBIOTA SAUDÁVEL? pH Competição NUT e sitios Bacteriocinas Junções (SOKOL, 2016) Microbiota • Restauração da alteração de permeabilidade intestinal • Alguns lactobacilos têm a capacidade de exercer efeito sobre a expressão do gene da mucina, estimulando a produção de muco na mucosa intestinal (ideal) e contribuindo para a eficácia do papel de barreira da mucosa intestinal. • Quebra de proteínas no trato gastrointestinal • Tanto lactobacilos como bifidobactérias são capazes de induzir a quebra de proteínas com potencial alergênico no trato gastrintestinal. Esse processo pode contribuir para a redução da alergenicidade das proteínas, minimizando o risco de alergia alimentar. p H p H EQUILIBRIO?? (Faber,2014) Intestino Grosso • AÇÃO BACTERIANA – Dieta pobre em fibras, carnes, gorduras e CHO simples: maior proporção de bactérias putrefativas (Pseudomonas, Clostridium, E.coli e Proteus). – A ação bacteriana pode também resultar na formação de substâncias: amônia, indol, aminas e compostos fenólicos (indolacetato, tiramina, histamina e cresol). – Fermentação de CHO, não absorvidos, por bactérias presentes no cólon leva a: AGCC (butirato, propionato, acetato e lactato) e gases (H2, CO2, N e CH4). Intestino Grosso • Os AGCC produzidos pela fermentação servem como: - Combustível para colonócitos e bactérias intestinais; - Estimulam proliferação/diferenciação de colonócitos; - Aumentam absorção de minerais e água; - Reduzem carga osmótica de açúcares mal digeridos; - Retardam o movimento do conteúdo GI; - Participam de várias outras funções regulatórias imunilógicas - Reduzem o pH intestinal Obrigada ! Bibliografia Básica CUKIER, C.; MAGNONI D.; ALVAREZ, T. Nutrição baseada na fisiologia dos órgãos e sistemas. São Paulo: Sarvier, 2005. CUPPARI, L. (org.). Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2002. DOUGLAS, C.R. Fisiologia Aplicada a Nutrição. Guanabara Koogan, 2006. Bibliografia Complementar ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M. de A. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2002. CANDIDO, C.C.; GOMES, C.E.T.; SANTOS, E.C.; GAMES, G.M. de O.; DEBERT, G.G. A reinvenção da Velhice. São Paulo: EDUSP, 199_. DUTRA DE OLIVEIRA, J.E.; MARCHINI, J.S. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, 2005. HARPER, H.A.; RODWELL, V.W.; MAYES, P.A. Manual de Química Fisiológica. 6 ed. São Paulo: Atheneu, 1994. KINGSLEY, R.E. Manual de Neurociências. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. SILVA, S.M.C.S. da; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. Bibliografia
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