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ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA - AULA 5

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ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Bruna Leal Barcellos
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, você será apresentado a um dos métodos mais populares na política externa: o método comparativo. Por meio da compreensão de como a política
externa comparada pode ser executada, assim como de suas ferramentas, você conseguirá compreender como diferentes estudos podem ser elaborados com base nessa
ótica.
Abordagens ligadas ao process tracing, por exemplo, também serão analisadas com o intuito de apresentar a vasta disponibilidade de abordagens e prismas
existentes dentro da política comparada.
TEMA 1 – POLÍTICA EXTERNA COMPARADA: SURGIMENTO
O surgimento da área de política externa comparada na década de 1960 teve grande impulso por parte de James Rousseau e sua crítica aos modelos de análise que
até então eram aplicadas. A política externa comparada surgiria como sendo uma forma de realizar análises de comparação com características multiníveis com possível
aplicabilidade empírica (Nanci; Pinheiro, 2019, p. 112).
Com base nesse modelo de análise, seria possível compreender o comportamento entre Estados, regimes, economias e outros setores. Auxiliando nas análises que
buscavam maior especificidade em sua pesquisa. De forma geral, a política comparada surgiria com o intuito de responder à questão: “quem faz o que com quem, como”
(Hudson, 2005 citado por Mintz; DeRouen, 2010, p. 9).
Pensar em comparar pode parecer uma tarefa difícil quando pensamos o mundo ainda no período pós-Primeira Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. Assim,
compreende-se como esse modelo se fortaleceu com as mudanças do cenário internacional que trouxeram uma dinâmica maior entre os Estados. Os Organismos
Internacionais facilitaram ainda mais esse modelo de análise, já que se tratam de espaços de discussões em que países com aspectos em comum, ou não, se reúnem para
discutir assuntos de comum interesse.
O avanço do campo da política comparada também se fortaleceu na insatisfação dos pesquisadores sobre os métodos até então disponíveis. A ausência de teorias e
métodos que se encaixassem nas novas dinâmicas auxiliou na popularização da política externa comparada como uma alternativa.
Cabe citar a definição de Franco sobre o que é política externa comparada como forma de sumarizar esse método:
[...] comparar são processos inerentes à consciência e à vida humana. [...] Mas, para fazer comparações, além da dificuldade de entender as diferentes línguas e seus complexos
significados, há o problema do conhecimento e da interpretação de sua história e de sua cultura. (Franco, 2000, p. 198)
Compreendemos pela citação de Franco que comparar é natural, no entanto, tem seus obstáculos. Seriam esses os obstáculos que o pesquisador teria que superar a
fim de executar sua análise.
TEMA 2 – O PAPEL DO MODELO DE ANÁLISE COMPARADA
Sartori (1997, citado por Nanci; Pinheiro, 2019, p. 118) estabelece que “comparar é controlar”, sendo que esse controle poderia se dividir de quatro formas: método
experimental; método estatístico; método histórico e o método comparativo. Tanto o método experimental quanto o estatístico executam sua análise com base no esforço
de identificar uma correlação entre dois casos. No entanto, enquanto o método experimental trabalha sobre a dinâmica, na qual se selecionam dois grupos, sendo
somente um exposto a determinados estímulos, o método estatístico soma a sua análise às questões matemáticas e foco nos dados empíricos na busca de relações entre
as variáveis (Pasquarelli, 2014, p. 17).
Para Lijphart (1971), o método comparativo, então, se trataria do mais adequado no auxílio do avanço da capacidade de reflexão dos cientistas políticos, já que esses
se colocariam em uma posição intermediária entre os dois objetos analisados.
A justificativa para a comparação pode ser encontrada em diversos elementos da pesquisa e da dinâmica internacional. Lipset (1994, citado por Nanci; Pinheiro, 2019,
p. 154), por exemplo, trata sobre como conhecer somente o próprio país de origem, pode ser compreendido como conhecer país algum. A comparação serviria não
somente como ferramenta de auxílio para essa problemática, mas também se apresentaria como um método adequado para as análises de políticas públicas.
O método comparativo pode ser utilizado como uma forma de melhoria nos aspectos de descrição e sintetização do pesquisador sobre sua análise. Há também
características estruturalistas nesse método, sendo que o mesmo leva em consideração “particularidades e diferenças que muitas vezes são explicativas dos fenômenos
que condicionam a gestão pública” (Pliscoff; Monje, 2003, p. 5).
Para Nanci e Pinheiro (2019, p. 119), o modelo de análise comparada cria caminho para a observação de diferenças e comparações de sistemas, auxiliando na criação
de uma visão mais ampla sobre os processos semelhantes da política externa. O método comparativo então contribuiria para a produção de conhecimento ao ser uma
ferramenta de auxílio na análise de futuras decisões a serem tomadas.
Não obstante, assim como tratado nas abordagens apresentadas anteriores, todos os métodos acabam demonstrando algum ponto fraco com o tempo que é
percebido pelos pesquisadores. No caso da política externa comparada, Lijphart (1971, p. 685-687) estabelece dois pontos centrais como sendo necessários de melhora: o
alto número de variáveis e a pequena quantidade de casos.
Para a solução do segundo problema, deve se considerar a possibilidade de adicionar mais casos na análise comparada. Nesse caso, o pesquisador teria de prestar
atenção em utilizar somente casos que podem ser analisados um a luz do outro, sem decidir por dois casos totalmente contrários e sem semelhanças visíveis. Em relação
às variáveis, em caso de não ser possível avançar no número de casos comparados, deve-se considerar a possibilidade de combinar mais variáveis para o auxílio da
pesquisa.
TEMA 3 – O MÉTODO QUANTITATIVO E QUALITATIVO NA ANÁLISE COMPARADA
O método comparativo de política externa não faz uso restrito de somente uma técnica, podendo ser aplicado tanto uma abordagem qualitativa, quanto quantitativa.
No caso do uso do método quantitativo, observa sua aplicabilidade no caso de pesquisas que utilizem um número maior de casos, utilizando-se de experimentos. Esse
método auxiliaria na compreensão de quais são os efeitos de determinadas causas. Já o método qualitativo teria foco na compreensão de quais causas geram
determinados efeitos, utilizando uma ferramenta de análise que permite encontrar quais as relações casuais que produziriam resultados semelhantes.
A maior dicotomia entre ambas as perspectivas estaria na construção de suas perguntas. Enquanto a perspectiva qualitativa cria primeiro as perguntas para depois
construir suas explicações, ela também sofre da problemática de se limitar aos casos já pré-definidos. Enquanto isso, os modelos estatísticos – pela perspectiva
quantitativa – podem incluir novos casos depois do início da pesquisa (Braga, 2016, p. 155).
Betarelli e Ferreira (2018, p. 28-29) defendem o uso da ferramenta qualitativa na pesquisa comparada de políticas. Pela visão dos autores, o método comparativo
qualitativo seria uma forma de auxílio na eliminação de possíveis dúvidas, incertezas e desconfianças que podem existir nesse modelo de pesquisa. O método qualitativo
contribuiria em diversos pontos:
a) permitiria que modelos casuais alternativos fossem testados;
b) permitiria a alteração de variáveis sem comprometer a transparência e aspectos pluralistas da pesquisa;
c) permitiria um modelo de política quase experimental ao possibilitar o pesquisador de verificar em quais condições a política é ou não efetiva;
d) permite que a análise comparativa use um número menor de casos, sendo transregional, transetorial, intra e entre entidades, grupos ou blocos, intrapaíses ou
intraregiões.
O método comparativo e sua escolha de ferramenta qualitativa ou quantitativa também deve considerar as variáveis. No caso,temos as variáveis independentes e
dependentes. As varáveis independentes são aquelas que de alguma forma influenciam outras variáveis, enquanto as variáveis dependentes são as que sofrem influência.
Nas pesquisas quantitativas, as variáveis independentes seriam as mais proeminentes, já que o método utilizaria dessa variável para a seleção de casos. Sendo o
método qualitativo holístico, é orientado por casos e utiliza a identificação de semelhanças entre diferentes objetos para explicar resultados específicos.
Entra então a questão de seleção de casos. King, Keohane e Verba (1994 citado por Nanci; Pinheiro, 2019, p. 123) sugerem duas formas pelas quais a seleção pode ser
executada. Na primeira, a seleção seria de forma aleatória evitando que ocorram favoritismos na seleção. Já no segundo método, o de seleção intencional, normalmente
utilizada em estudos com menor número de casos, acaba aumentando o risco de favoritismo na pesquisa. Nesse segundo método com menor número de casos, é
possível utilizar o método elaborado por Alexander George e Andrew Bennet (citado por Nanci; Pinheiro, 2019, p. 125) de comparação estruturada, na qual seria
executada uma compilação sistemática de dados como auxílio.
Um outro método que também pode fazer uso tanto da ferramenta qualitativa quanto quantitativa é o método de process tracing que será aprofundado no próximo
tema.
TEMA 4 – PROCESS TRACING
Apresentado por Payne em 1976 como uma das possíveis técnicas para análise do processo de decisão, o process tracing, de acordo com a definição de Bennet (2010,
p. 119), estaria correlacionado com o que o autor chama de diagnóstico de evidência de um caso. Esse diagnóstico seria uma forma de corroborar uma hipótese pré-
elaborado pelo pesquisador.
Alguns autores adicionam grande importância ao método de process tracing, como é o caso de Collier (2011, p. 823), observando-o como ferramenta fundamental
para o processo de análise qualitativa. Vennesson (2008) também faz o mesmo, mas correlacionando a importância desse método com os casos empíricos, já que,
segundo o autor, o process tracing conseguiria auxiliar o pesquisador na compreensão das “preferências e percepções dos atores”.
O process tracing pode ser observado, de forma resumida, como um método de auxílio no processo de compreensão de uma linha histórica, como um evento,
decisão ou cenário. Podendo ser observado como um exame sistemático, faria o “diagnóstico” das evidências as analisando sob a ótica da hipótese do autor (Collier, 2011;
Bennet, 2010).
Para o processo de análise dos eventos históricos de determinado objeto, o process tracing pode recorrer a uma variedade de fontes, sendo elas documentos,
entrevistas, surveys, entre outros formatos. No entanto, essa vastidão de fontes de informação também pode representar um ponto negativo do método de process
tracing, já que requere muito tempo do pesquisador.
O process tracing, para a sua aplicação, pode apresentar duas visões, cada uma observando a técnica sobre uma ótica diferente. Uma das visões seria a positivista, na
qual o process tracing serviria como forma de estabelecer e avaliar a conexão entre dois fatores. O processo positivista tem o caráter de representar o que foi identificado
pelo autor, sem necessariamente se aprofundar além disso.
Já na perspectiva interpretativa, observa-se um cenário diferente, no qual o pesquisador não só observa de qual forma a conexão ocorre, mas também em qual
contexto ela se faz. Seria analisado não somente o que acontece, mas de que forma acontece (Vennesson, 2008, p. 232).
Muitas vezes, o process tracing acaba sendo confundido com o ato de “contar uma história”, pelo seu aspecto de analisar a linha temporal de determinado objeto. As
diferenças existentes entre o process tracing e a narração de uma história estariam amparadas em três pontos. Como primeiro, observa-se que o process tracing tem um
foco de análise menor, não ultrapassando os “limites” que seu objeto de análise apresenta. Em segundo, o process tracing não somente reproduz os eventos que
marcaram o processo histórico de um determinado objeto, mas também executa uma explicação com base em uma análise, tendo também base em uma estrutura
teórica. Por último, executa uma explicação narrativa que guiaria o pesquisador a um resultado específico (Vennesson, 2008, p. 232).
De forma resumida, o process tracing pode ser visto como uma maneira de ler o processo de tomada de decisão de um ator, assim como pode ser utilizado na
compreensão de como uma realidade chegou a determinado ponto, entre outras aplicações.
Digamos que o pesquisador deseja compreender o porquê da escolha de um governo pela adoção de mais políticas de infraestrutura para creches. A hipótese inicial
do autor pode ser a de que a política busca atender o aumento na demanda em diversas regiões. No entanto, o process tracing pode demonstrar outros fatores
envolvidos nessa decisão. Podemos utilizar o caso do Japão e suas políticas para o aumento de vagas em creches. Ao analisarmos os documentos conectados a essa
decisão desde o ano de 2013, veremos um discurso relacionado a busca governamental por maior inserção de mulheres no mercado de trabalho.
Ao notar essa problemática, o governo avalia diferentes variáveis que afetam a participação feminina nesse mercado, sendo uma dessas variáveis a de que: mulheres
com filhos pequenos têm que ficar em casa para oferecer os cuidados necessários, sem tempo para voltar ao trabalho, e quando o fazem, acabam assumindo cargos
informais com menores regimes de trabalho. No entanto, interpretar o discurso de necessidade de mais mulheres fazendo parte do mercado de trabalho levará o
pesquisar a uma análise mais profunda a situação dos empregos no Japão, e sua análise terá de voltar para a década de 1980, início da bolha que ocasionaria a década
perdida em 1990 e o avanço na ocupação de cargos informais.
O trabalho do process tracing é justamente o de traçar todos esses fatores, além de outros que estão envolvidos na problemática. Para isso, pode utilizar tanto uma
ferramenta qualitativa quanto quantitativa, assim como pode combinar ambas as ferramentas em casos em que a análise quantitativa gera uma análise qualitativa, e vice-
versa.
Como tratado anteriormente, o process tracing também envolve diversas fontes em sua análise. No exemplo apresentado, documentos oficiais, falas de líderes
políticos e análises históricas por meio de pesquisas de outros autores serviriam como fontes de informação. Em outros casos, o próprio pesquisador, caso seja oportuno,
pode executar entrevistas com atores diretamente ligados ao fenômeno analisado.
De certa forma, o process tracing acaba sendo presente em grande parte das análises, mesmo que inconscientemente. Devido a possibilidade de junção com outros
métodos e teorias, o process tracing nem sempre terá o papel central em uma pesquisa. Quando fazemos uma análise histórica, estamos também fazendo um traçamento
do processo para descobrir como o objeto analisado chegou no momento em que se encontra.
Dessa forma, podemos observar no process tracing um método de útil aplicação para as análises de política externa, pois, por meio deles conseguimos ter uma visão
completa da linha do tempo em que a estrutura doméstica afeta a internacional, por exemplo.
TEMA 5 – DIFERENTES VARIÁVEIS NOS ESTUDOS COMPARATIVOS DA APE
Nesse tópico focaremos nas variáveis apresentadas por Adriole, Wilkenfeld e Hopple no seu artigo de 1975. Os autores dividem as variáveis entre independentes,
intervenientes e dependentes.
Começando pelas variáveis independentes, a primeira variável apontada pelos autores é o componente psicológico. Dentro dessa variável seriam considerados os
aspectos de valores, crenças, atitudes e cognitivos dos atores. Essa variável não difere muito do que havíamos debatido sobre as análises cognitivas nas aulas anteriores.
Nela, as percepções que o decisor tem sobre o ambiente inserido são significantes, assim como de que forma eles observame definem os ambientes internos e externos.
Como segunda variável temos o componente político, dessa vez considerando os aspectos políticos do Estado à luz da estrutura política, indo desde relações do
executivo com o legislativo e se expandindo para outros grupos de interesse.
Como próxima variável, há o componente social. Nesse ponto, não são analisadas as variáveis políticas, mas sim as que se relacionam com o nível social. Dentro dessa
variável podem estar inclusos fatores econômicos, situações de conflito ou estabilidade, entre outros.
Como próxima variável, o componente entre Estados refere-se a um cenário externo e não interno, como as variáveis anteriormente vistas. Podemos notar a presença
de acordos entre Estados e organizações. Já o componente global, o último tratado pelos autores, trata dos fatores internacionais que de alguma forma executariam
influência sobre a política externa do Estado (Andriole; Wilkenfeld; Hopple, 1975, p. 184-188).
Partindo para as variáveis intervenientes, Andriole, Wilkenfeld e Hopple defendem as diferenças existentes entre os Estados, sendo relacionadas as dimensões em
que estão envolvidos. Essas dimensões também acabariam modificando as relações entre a política externa e o comportamento estatal. Nesse ponto, os autores elaboram
alguns fatores responsáveis pela modificação de comportamento dos Estados. O primeiro deles seria visto como a própria estrutura governamental; em segundo lugar,
teríamos a estrutura econômica da sociedade e por último, a capacidade militar (Andriole; Wilkenfeld; Hopple, 1975, p. 188-191).
Como variáveis dependentes, os autores estabelecem cinco dimensões que podem ser utilizadas no processo de compreensão da política externa, são elas: espacial,
relacional, situacional, substancial e comportamental. Os autores alertam que o campo de variáveis dependentes nos processos de política externa não apresentou grande
avanço, mas as dimensões propostas por ele podem auxiliar o pesquisador a identificar essas variáveis em sua pesquisa (Andriole; Wilkenfeld; Hopple, 1975, p. 192-193).
NA PRÁTICA
Faça uma leitura do artigo de Bernal-Meza (1999), acessando o link a seguir. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid="S0034-73291999000200003"script
=sci_arttext> . Acesso em: 17 abr. 2020.
 Em seguida, observe o processo de aplicação da metodologia de análise comparada com base no conteúdo dessa aula. Após ler esse artigo, tente responder:
Ainda seria possível utilizar Brasil e Argentina como objetos de uma análise comparada?
Existiria alguma área específica em que esses países poderiam ser comparados?
Qual método você utilizaria para essa comparação?
FINALIZANDO
Durante essa aula, você teve acesso a alguns conceitos básicos da política externa comparada. Sendo essa uma das formas mais populares de execução da APE, a
política externa comparada surgiu em meio as novas dinâmicas do campo internacional e a globalização.
A importância do modelo de pesquisa comparativa se mostra como uma forma de permitir o pesquisador observar como determinados eventos chegaram naquele
Estado. Utilizando dois ou mais casos para comparação, o evento analisado pode ser mais aprofundado e até mesmo auxiliar na identificação de possíveis tendências
futuras.
Para esse último caso, um dos métodos que podem vir a ser úteis e que faze parte da análise comparativa é o process tracing. Com a proposta de mostrar como se
deu a linha temporal de um evento e auxiliar na comprovação de uma hipótese, ou simplesmente na descoberta de uma resposta, o process tracing é uma ferramenta
flexível e com vários mecanismos para a pesquisa.
REFERÊNCIAS
ANDRIOLE, S. J.; WILKENFELD, J.; HOPPLE, Gerald W. A Framework for the Comparative Analysis of Foreign Policy Behavior. International Studies Quarterly, v. 19, n. 2, p.
160-198, 1975.
BENNET, A. Process Tracing and Causal Inference. In: BRADY, H.; COLLIER, D. Rethinking Social Inquiry. 2. ed. Lanham: Rowman and Littlefield, 2010.
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=%22S0034-73291999000200003%22script=sci_arttext
BETARELLI, A. A. Jr.; FERREIRA, S. F. Introdução à análise qualitativa comparativa e aos conjuntos Fuzzy (fsQCA). Enap, Brasília, 2018. Disponível em:
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3333/1/Livro_Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20an%C3%A1lise%20qualitativa%20comparativa%20e%20aos%20conj
untos%20Fuzzy.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020.
BRAGA, P. B. A. Pesquisa qualitativa em debate: entre especificidades e “novas” concepções nos estudos comparativos. Teoria e Cultura, p. 150, 173, 2016.
COLLIER, D. Understanding Process Tracing. Political Science and Politics, v. 44, n. 4, p. 823-830, 2011. Disponível em:
http://polisci.berkeley.edu/sites/default/files/people/u3827/Understanding%20Process%20Tracing.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020.
FRANCO, M. C. Quando nós somos o outro: Questões teórico-metodológicas sobre os estudos comparados. Educação e Sociedade, n. 72, 2000. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/es/v21n72/4200.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020.
LIJPHART, A. Comparative Politics and the Comparative Method. The American Political Science Review, v. 65, n. 3, p. 682-693, 1971. Disponível em:
http://www.jkarp.com/s2008/Lijphart.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020.
MINTZ, A.; DEROUEN, K. Jr. Understanding Foreign Policy Decision Making. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
NANCI, F.; PINHEIRO, L. Análise de Política Externa: o que estudar e por quê? 2019.
PASQUARELLI, B. V. L. Política Comparada: Tradições, métodos e estudos de caso. Revista de discentes de Ciência Política da UFSCAR, v. 2, n. 2, 2014.
PLISCOFF, C. V.; MONJE, P. R.; Método comparado: un aporte a la investigación en gestión pública. VIII Congresso internacional del CLAD sobre la reforma del Estado
y de la Administración Pública, Panamá, p. 26-31, 2003.
VENNESSON, P. Case studies and process tracing: theories and practices. In: PORTA, D. D.; KEATING, M. Approaches and Methodologies in the social sciences: A
pluralist Perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.