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Trabalho - PSICANÁLISE

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FACULDADE PITÁGORAS 
Curso de Graduação em PSICOLOGIA 
Primeiro Período – MATUTINO 
Disciplina: História da Psicologia 
 
 
 
 
 
 
PSICANÁLISE 
 
 
Andreia Duarte Brina 
Guilherme Comini Junior 
Rafaela Araújo Matos 
Rafael Fernandes Lordeiro 
Rafael Miranda da Silva 
Wilson Domingos Mingote Junior 
Yngrid Cristina Vianna Costa 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2020 
2 
 
Trabalho PSICANÁLISE 
 
INTRODUÇÃO 
 
Psicologia é o estudo da mente e do comportamento. Uma área psicológica é onde o 
psicólogo atua, trabalha, e então, tem-se as seguintes áreas de atuação segundo o Conselho 
Regional de Psicologia da 9ª região: psicologia escolar ou educacional, psicologia 
organizacional e do trabalho, psicologia do trânsito, psicologia jurídica, psicologia do 
esporte, psicologia clínica, psicologia hospitalar, psicopedagogia, psicomotricidade, 
psicologia social e neuropsicologia (MEZAN, 1996). 
 
Uma abordagem psicológica é um referencial teórico e metodológico para se interpretar o 
comportamento e a mente. Desta forma, o psicólogo para prestar seus serviços precisa de 
uma área de atuação e uma abordagem para dar base teórica ao seu trabalho. As abordagens 
são diversas e cada uma pode ser considerada completa em si mesma, entendendo o 
comportamento e a mente sem a necessidade das outras. Ou seja, não existe uma psicologia, 
mas várias psicologias. O que une essas psicologias é a história delas e a relação de cada uma 
com a busca do conhecimento sobre o comportamento e a mente (ABRÃO, 2008). 
 
Todo psicólogo realiza um trabalho baseado em uma determinada abordagem, que irá guiar 
a maneira de atuar com a problemática apresentada e a forma de olhar para o indivíduo. Se 
trata da linha teórica que o profissional utiliza para conduzir as sessões de psicoterapia. Mas 
o que vale realmente destacar, é que a psicologia inicialmente foi proveniente da filosofia e, 
posteriormente, muitas personalidades dentre cientistas, filósofos e médicos, foram 
desenvolvendo este campo do saber cada um à sua maneira. Alguns se enveredaram mais 
pelo campo metafísico, enquanto outros pela ciência propriamente dita. A verdade é que por 
isso, ao longo do tempo, muitas teorias psicológicas foram desenvolvidas criando assim, as 
abordagens psicológicas tal como se conhece hoje. São variadas abordagens que buscam 
entender o ser humano, seus processos mentais e comportamentais e que a partir deste 
entendimento, constroem uma maneira de intervir, de auxiliar o cliente em suas necessidades 
(CORDEIRO, 2010). 
 
3 
 
As abordagens psicológicas mais praticadas pelos psicólogos em psicologia clínica são a 
comportamental, a terapia cognitivo-comportamental, a psicanalítica (ou psicanálise), a 
psicologia analítica, a humanista e a Gestalt. 
 
O presente trabalho irá apresentar de uma maneira geral algumas das principais abordagens 
da psicologia, e de uma maneira mais aprofundada a abordagem psicanalítica, através de um 
embasamento teórico e de contribuições de um profissional psicanalista, denominado para 
esta pesquisa de Dr. J., o qual fez inferências importantes acerca da psicanálise e de sua 
prática na clínica. 
 
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA 
 
A psicologia, ao longo da sua história, foi pensada sob diversas abordagens, de acordo com 
as pesquisas de intelectuais importantes e alinhada com o zeigeist de cada época, conforme 
apresentado abaixo: 
 
Behaviorismo 
O nome behaviorismo tem origem no termo em inglês behavior, que significa 
comportamento. Behaviorismo é uma teoria psicológica que objetiva estudar a psicologia 
através da observação do comportamento, como embasamento em metodologia objetiva e 
científica fundamentada na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos 
e teóricos da mente como sensação, percepção, emoção e sentimentos. O behaviorismo é 
também chamado de comportamentismo ou comportamentalismo. Essa teoria psicológica 
defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de 
observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento (NETO, 2002). 
 
Os behavioristas acreditam que todos os comportamentos são resultados de experiências e 
condicionamentos. As figuras influentes do behaviorismo incluem os psicólogos John B. 
Watson e B. F. Skinner, que estão associados ao condicionamento clássico e ao 
condicionamento operante, respectivamente (MATOS, 1995). 
 
Entre 1920 até meados de 1950, o behaviorismo se tornou a escola dominante de psicologia, 
com o propósito de estabelecer a psicologia como uma ciência objetiva e mensurável. Os 
4 
 
estudiosos e pesquisadores do behaviorismo estavam envolvidos em criar teorias que 
pudessem ser descritas e medidas de forma clara e prática (MATOS, 1995). 
 
Os estudos do behaviorismo iniciaram-se no século XIX, a partir de um trabalho do psicólogo 
John B. Watson, intitulado de “Psicology as the behaviorist views it”, traduzindo para o 
português: “Psicologia como um comportamentista a vê”. Esse estudo teve como referências 
as teorias dos filósofos russos Vladimir Mikhailovich Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov 
(NETO, 2002). 
 
A psicologia comportamental não possui um único conjunto de teorias, seus estudos são 
debatidos por diversos autores. Os principais tipos de behaviorismo são o behaviorismo 
metodológico, influenciado pelo trabalho de John B. Watson, e o behaviorismo radical, que 
foi iniciado pelo psicólogo Burrhus Frederic Skinner. As principais abordagens dessa linha 
de pensamento são o behaviorismo clássico, metodológico, filosófico, radical de Skinner e o 
utilizado na educação (MATOS, 1995). 
 
Psicanálise 
Conceituar psicanálise não é uma tarefa simples, mas pode-se defini-la como uma terapia 
baseada na ideia de conhecer e compreender a origem dos problemas que nos afetam e que, 
se sanados, podem nos libertar de tensões e de ansiedades. Além de libertar, também de 
doenças ligadas à mente, como a neurose e a histeria, usando, principalmente a análise. Sendo 
assim, a psicanálise é o método psicanalítico e tudo que o envolve. É um método de 
tratamento de transtornos mentais, moldado pela teoria psicanalítica. Fundada por Sigmund 
Freud (1856-1939), enfatiza processos mentais inconscientes e é algumas vezes descrita 
como a “psicologia profunda”. É comum a confusão entre psicanálise e psicologia, porém 
são coisas bastantes distintas, é possível que um psicólogo seja psicanalista, da mesma 
maneira que um psicanalista pode não ser um psicólogo (CORDEIRO, 2010). 
 
A psicanálise promove a consciência de padrões de emoções e comportamentos 
inconscientes, desadaptativos e habitualmente recorrentes. Isso permite que aspectos 
anteriormente inconscientes do self se integrem e promovam um ótimo funcionamento da 
mente, cura e expressão criativa (ABRÃO, 2008). 
 
5 
 
Sigmund Freud é considerado o pai, o fundador, o criador e o alicerce histórico da 
psicanálise. “Um homem como um deus” para seus seguidores mais fantásticos ou “um judeu 
com complexos de inferioridade” para seus opositores e difamadores; foi um médico 
vienense pesquisador e inabalável estudioso dos fenômenos psíquicos. Freud nasceu em 6 de 
maio de 1856 em Freiberg, hoje Pribor, Morávia, Áustria. Viveu até os 83 anos, falecendo 
em 1939, na ocasião em que fugia da perseguição aos judeus, imposta por Adolf Hitler 
(MEZAN, 1996). 
 
Gestalt 
Gestalt, Gestaltismo ou psicologia da forma é uma doutrina da psicologia baseada na ideia 
da compreensão da totalidade para que haja a percepção das partes. Gestalt é uma palavra de 
origem germânica, com uma tradução aproximada de “forma” ou “figura”. A teoria da 
Gestalt, também conhecida como psicologia da Gestalt, faz parte dos estudos da percepção 
humana, que começaram a se desenvolver entre o final do século XIX e os primeiros anos do 
século XX (BARRETO, 2017). 
 
A Gestalt surgiu como uma doutrina de oposição ao Atomismo, uma filosofia que acreditava 
serpossível a percepção do todo apenas após a compreensão das diferentes partes. De acordo 
como o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels, a percepção humana é formada a partir 
da junção de duas características das formas: as sensíveis (relativo ao objeto em si) e as 
formas (os ideais e visões de mundo particulares de cada indivíduo) (DUSI; NEVES; 
ANTONY, 2006). 
 
Como principais representantes da Gestalt, tem-se Max Wertheimer, que era um psicólogo 
de origem tcheca. Era músico e inicialmente estudou direito, mas optou pela psicologia. 
Passou a parte inicial de sua vida acadêmica entre Praga, Berlim e Viena. Estudou 
fenomenologia com Carl Stumpf, principal discípulo de Franz Brentano, tendo sido 
acompanhado por W. Köhler e por Kurt Koffka. Juntos, eles desenvolveram a Escola de 
Berlin de Psicologia da Gestalt, inspirada na fenomenologia da tradição de Brentano, e que 
buscava desenvolver uma psicologia de cunho fenomenológico (MULLER-GRAZOTTO; 
GRANZOTTO, 2004). 
 
Kurt Koffka nasceu em Berlim em 1886. Foi um dos mais criativos fundadores da psicologia 
da Gestalt. Se interessou por ciência em filosofia, frequentando a Univesity of Belin. Estudou 
6 
 
psicologia de Carl Stumpf, obtendo Ph.D. em 1909. No ano seguinte começa a se unir a 
Wertheimer e Köhler, na University of Frankfurt. 
 
Köhler foi o porta-voz do movimento da Gestalt. Seus livros eram escritos com cuidado e 
precisão que acabaram se tornando os trabalhos-padrão da psicologia da Gestalt. Nasceu na 
Estônia em 1887 e com cinco anos se mudou para o norte da Alemanha. Estudou na 
universidade de Tübinger, Bonn e Berlin, e doutorou-se orientado por Stumpf, na 
Universidade de Berlin, em 1909 (BARRETO, 2017). 
 
Humanismo 
O humanismo foi um movimento intelectual iniciado na Itália no século XV, com o 
Renascimento e difundido pela Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do 
pensamento religioso da Idade Média. O teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar 
ao antropocentrismo (passando o homem a ser o centro de interesse) (CASTAÑON, 2007). 
 
Em um sentindo amplo, humanismo significa valorizar o ser humano e a condição humana 
acima de tudo. Está relacionado com generosidade, compaixão e preocupação em valorizar 
os atributos e realizações humanas. O humanismo procura o melhor nos seres humanos sem 
se servir da religião, oferecendo novas formas de reflexão sobre as artes, as ciências e a 
política. Além disso, o movimento revolucionou o campo cultural e marcou a transição entre 
a Idade Média e a Idade Moderna (BRANCO; SILVA, 2017). 
 
Especificamente no campo das ciências, o pensamento humanista resultou em um 
afastamento dos dogmas e ditames da igreja e proporcionou grandes progressos em ramos 
como a física, matemática, engenharia e medicina (BRANCO; SILVA, 2017). 
 
Abordagem Sócio histórica 
A Psicologia Sócio Histórica tem como base a teoria de Vygotsky que afirma que o 
desenvolvimento humano se dá por meio das relações sociais em que o indivíduo mantém no 
decorrer de sua vida. Neste contexto estende-se que o processo de ensino-aprendizagem 
também se desenvolve por meio das interações que vão se desenrolando no decorrer da 
mesma (LIMA; CARVALHO, 2013). 
 
7 
 
Compreende-se que desde que nascemos somos dependentes socialmente das outras pessoas, 
e entramos em um processo histórico, que de um lado, nos dá o que o mundo oferece e as 
visões sobre ele e, de outro, permite a construção de uma visão pessoal sobre este mundo que 
o cerca (LUCCI, 2006). 
 
É importante destacar que Vygotsky com sua teoria trouxe muitas contribuições para a 
educação, pois através de seus estudos pode-se perceber como a cultura e a história de um 
indivíduo podem interferir no seu processo de ensino-aprendizagem (LIMA; CARVALHO, 
2013). 
 
O principal expoente da corrente sócio histórica, o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky 
(1896-1934) morreu há mais de 70 anos, mas sua obra está em pleno processo de descoberta 
e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. A parte mais conhecida da extensa 
obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação 
da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento 
intelectual, uma vez que atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, 
tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socio 
construtivismo ou socio interacionismo (SANTOS, 2017). 
 
Terapia Cognitivo Comportamental TCC 
A TCC é uma abordagem da psicoterapia baseada na combinação de conceitos do 
behaviorismo radical com teorias cognitivas. A Teoria Cognitivo Comportamental entende a 
forma como o ser humano interpreta os acontecimentos como aquilo que nos afeta, e não os 
acontecimentos em si. Ou seja, é a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação a 
uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação 
negativa (KNAPP; BECK, 2008). 
 
A TCC foi fundada no início dos anos 60 por Aaron Beck, neurologista e psiquiatra norte-
americano. Beck propôs, inicialmente, um “modelo cognitivo da depressão” e que 
posteriormente evoluiu para a compreensão e tratamento de outros transtornos (SOUZA; 
CÂNDIDO, 2010). 
 
Essa abordagem é bastante específica, clara e direta. É utilizada para tratar diversos 
transtornos mentais de forma eficiente. Seu objetivo principal é identificar padrões de 
8 
 
comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas, 
indicando, a partir disso, técnicas para alterar essas percepções de forma positiva. A TCC se 
destina tanto ao tratamento dos diferentes transtornos psicológicos e emocionais como a 
depressão, ansiedade, transtornos psicossomáticos, transtornos alimentares, fobias, traumas, 
dependência química, entre outros. Além disso, a Terapia Cognitivo Comportamental auxilia 
nas diversas questões que envolvem nossa vida como um todo, como dificuldades nos 
relacionamentos, escolhas profissionais, luto, separações, perdas, estresse, dificuldades de 
aprendizagem, desenvolvimento pessoal e muitos outros (KNAPP; BECK, 2008). 
 
 
FONTE: https://www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental/ (2020). 
 
 
 
 
9 
 
CARACTERÍSTICAS DAS ABORDAGENS DA PSICOLOGIA 
 
Abordagem Principais características 
 
 
 
 
Behaviorismo 
Comportamento como uma forma funcional 
e reacional de organismos vivos. 
Não aceita qualquer relação com o 
transcendental, com a introspecção e 
aspectos filosóficos. 
Pretende estudar comportamentos 
objetivos, que podem ser observados. 
Estuda o condicionamento, resultante da 
associação entre estímulo (E) e resposta (R), 
que podem ser reforçadas ou inibidas. 
 
Psicanálise 
Analista adota uma atitude neutra, 
sentando-se às costas do cliente. 
Id / Ego / Superego. 
Livre associação/Neutralidade do terapeuta. 
 
 
 
Gestalt 
Significado próximo de forma ou 
configuração. 
Início dos estudos da percepção e sensação 
do movimento. 
“A maneira que percebemos um 
determinado estímulo irá desencadear nosso 
comportamento”. 
Humanismo Ênfase às relações interpessoais. 
Homem visto como uma totalidade. 
Relação Eu-Isso / Eu-Tu. 
 
 
Sócio histórica 
Considera o indivíduo como essencialmente 
social. 
Enfoque do materialismo histórico. 
Enfatiza aspectos sociológicos. 
Estudo do cotidiano e seu caráter social e 
histórico. 
10 
 
 
 
Terapia Cognitivo Comportamental 
Como pensamos afeta emoções e 
comportamentos. 
Concebe os níveis inconsciente, pré-
consciente e consciente. 
Terapeuta e cliente com papel ativo. 
Baseada na empatia e de caráter didático. 
 
Fonte: Autores (2020). 
 
A PSICANÁLISE 
 
A psicanálise é uma abordagem da psicologia que trabalha profundamente com o 
inconsciente, acreditando que ele seja responsável por nossas atitudes e que tem um 
funcionamento de maneira automática, chegando a desafiaro bom senso e a lógica. Sigmund 
Freud (1856-1939) é considerado o fundador dessa abordagem e, possivelmente, o 
psicanalista mais conhecido no mundo, embora haja outras escolas que contribuíram para o 
movimento psicanalítico (MEZAN, 1996). 
 
Freud, em seus anos de pesquisa, descobriu que muitos comportamentos conscientes sofrem 
a influência de forças inconscientes, tais como a memória, os impulsos e os desejos 
reprimidos. De acordo com Freud, o modo como pensamos, agimos ou mesmo expressamos 
as nossas opiniões é resultado de uma memória, uma crença ou um desejo que não se encontra 
na superfície do psiquismo (ABRÃO, 2008). 
 
As principais escolas da psicanálise são as seguintes: 
 
Freud 
Na psicanálise de Freud, ego é a parte do sistema psíquico que se conecta diretamente com a 
realidade. Embora visto como um vilão, o ego é o mediador entre os impulsos do id e as 
exigências do superego. Ele é responsável por ajudar o sujeito a ter um comportamento 
realista e aceitável, em consonância com as demandas da sociedade. O ego, basicamente, 
regula o desejo de satisfação das necessidades primitivas. Por outro lado, o id armazena os 
desejos do inconsciente, os quais não são lógicos e, por vezes não seguem as regras sociais 
pré-estabelecidas. É o ego que coordena o que o id pode ou não fazer, permitindo e às vezes 
11 
 
impedindo a sua satisfação. Finalmente, o superego é o aspecto final da personalidade, que 
contém os valores e as ideias bem como as lições aprendidas com os pais e com a sociedade. 
O superego funciona como uma espécie de juiz que determina o comportamento de acordo 
com aspectos morais. Quando muito severo, o superego anula as escolhas do ego e causa 
conflito psíquico (CORDEIRO, 2010). 
 
Associada à descoberta dos três elementos da personalidade, Freud desenvolveu técnica 
psicanalíticas ao passo que tratava seus pacientes. Uma dessa técnicas, denominada como 
associação livre, é o método em que o terapeuta fala uma série de palavras e o paciente 
responde com o que vier à mente a fim de despertar memórias reprimidas. Outra técnica 
utilizada por Freud foi a análise dos sonhos, em que acreditava que os mesmos eram a estrada 
para o inconsciente. O alicerce da psicanálise formado por Freud se deu através do estudo da 
sexualidade da criança, do conceito de dualidade do psiquismo e do fenômeno das 
resistências (ABRÃO, 2008). 
 
Lacan 
Essa abordagem psicanalítica enfatiza que o indivíduo é formado através da linguagem. De 
acordo com Lacan, o mundo é constituído de símbolos e de significantes, conceito este que 
define que um objeto, imagem ou situação podem representar outra coisa. O indivíduo 
consegue, portanto, identificar esses símbolos por conta da linguagem. Jacques Lacan (1901-
1981) também foi filósofo, por esta razão suas ideias se sustentam em conceitos filosóficos 
(ABRÃO, 2008). 
 
De acordo com esta abordagem, a construção do “eu” é formada no interior, sendo que o que 
reside no íntimo de cada um tem ligação direta com o exterior. Para compreender o indivíduo 
faz-se necessário pensar em ambos os aspectos, e não apenas julgá-la sob uma única ótica. 
Lacan, nessa perspectiva, estabelece a relação existente entre o “eu” e o outro, tendo como 
instrumento de mediação entre eles, a linguagem (MEZAN, 1996). 
 
Winnicott 
Donald Winnicott (1896-1971) teve como foco do seu trabalho a relação entre a criança e a 
mãe. Para ele, todos nascemos indefesos, porém com um enorme potencial. Para que o 
potencial do sujeito se desenvolva, o ambiente precisa ser acolhedor e garantir a satisfação 
das necessidades básicas (MEZAN, 1996). 
12 
 
 
Os ambientes econômico, social e familiar influenciam a formação do indivíduo de uma 
forma direta. Mas a mãe é o fator principal. Sua interação e relacionamento com o bebê são 
fundamentais para ele cresça bem. Desta forma, nasce o conceito de “mãe suficientemente 
boa”, referindo-se à figura que satisfaz todas as necessidades e carências do bebê. A partir 
desta teoria, os transtornos mentais seriam resultantes tanto de um relacionamento defeituoso 
com a mãe quanto de um ambiente desfavorável (ABRÃO, 2008). 
 
Klein 
Melanie Klein (1882-1960) dedicou-se a estudar a mente das crianças a fim de descobrir seus 
medos, fantasias e angústias. Klein desenvolveu a análise do comportamento das crianças 
através da brincadeira para ter acesso ao inconsciente delas, uma vez que a associação livre 
de Freud dificilmente seria utilizada com pessoas de pouca idade (ABRÃO, 2008). 
 
Diferente do que fora postulado por Freud, Klein aponta a agressividade como elemento 
primordial no desenvolvimento da criança ao invés dos aspectos sexuais. A teórica fundou 
uma teoria da psicanálise referente às fantasias do inconsciente, que são elaboradas pelas 
crianças sobre suas mães em que se cria uma imagem mais malvada do que a realidade. Para 
ter acesso a essas fantasias, o psicanalista deve inserir o lúdico no tratamento com crianças 
para estimulá-las e encorajar determinados comportamentos (MEZAN, 1996). 
 
Bion 
Wilfred Bion (1897-1979) desenvolveu a Teoria do Pensar. Para Bion, o ato de pensar surge 
como uma forma de lidar com a frustração e criar novas realidades para satisfazer os desejos 
não satisfeitos. O ódio oriundo da frustração, quando é grande demais para a pessoa suportar, 
este sentimento encontra alívio na descarga imediata por meio de agitações motoras 
(ABRÃO, 2008). 
 
Segundo Bion, o pensar depende de dois fatores: os pensamentos e a faculdade de pensar. 
Quando uma pré-concepção do indivíduo não é realizada, acontece o pensamento vazio, 
consequentemente, a frustração surge, sendo definida como ausência. Então, a pessoa se abre 
para um universo simbólico construído ao longo da sua existência via pensamentos e 
interpretações do mundo, de seus sentimentos e da pessoa. Bion desenvolveu também a 
13 
 
Teoria do Conhecimento que afirma que a formação do conhecimento da criança é 
proporcional à capacidade do ego de tolerar a frustração (MEZAN, 1996). 
 
ENTREVISTA COM O PSICANALISTA 
 
Para o presente estudo foi realizada uma entrevista com um profissional psicanalista, para 
esta pesquisa denominado Dr. J., a fim de compreender como se dá a prática da teoria 
psicanalítica na clínica. As quatro perguntas e as respostas dadas pelo profissional estão 
abaixo, na íntegra: 
 
De uma maneira geral, como se dá a abordagem psicanalítica na prática? 
O tratamento e a prática em si, se dão através das palavras. O paciente costuma levar tudo 
que ele vê e sente desde a fase uterina, ou seja, desde a fase gestatória, absorvendo tudo da 
sua progenitora, sua mãe, pois, a psicanálise vai trabalhar o seu inconsciente, trazendo uma 
análise das falas do seu consciente, mas trazendo também através das intervenções do 
psicanalista sensações, lembranças, percepções, ou até mesmo comportamentos que possuem 
relações com reflexos do que foi vivido e está no seu inconsciente. Realizamos a abordagem 
de todos os sentimentos que atualmente se dá na vida deste paciente, mas que são sentimentos 
provenientes da sua infância, adolescência e/ou sentimentos que o mesmo herdou de sua 
própria mãe durante sua gestação. Costumamos nos referir que o paciente vai recalcando 
todos esses sentimentos, sensações, passando por todas as fases de sua vida, de maneira que 
essas situações que não o agradou faz com que o mesmo vá guardando-as para si e 
consequentemente quando se chega à um atendimento psicanalítico, geralmente, o que se 
busca é a retirada destes vínculos que já não o agregam ou que até mesmo possa estar 
causando algum tipo de reflexo que interfira em seu comportamento, saúde mental, sua 
felicidade, sua tranquilidade, em sua relação social e/ou profissional. Ele vai tentar entender 
o motivo dele supostamente possuir aquele “problema”, sua origem, como resolvê-lo. 
Contudo, pode-se perceber que é através da palavra, da autoconscientização,porque ele 
desabafando e ouvindo as intervenções será possível trazer uma abordagem para que o 
mesmo consiga compreender o seu próprio inconsciente, como o mesmo está funcionando. 
Muitas vezes nossos hábitos cotidianos possuem relações com a nossa história, com o que 
trouxemos de recalque, mas como o paciente não possui tal consciência deste fato e vive se 
questionando o motivo de tal acontecimento. Esta aí é a nossa principal função, ou seja, 
auxiliamos a conseguir respostas para tais questionamentos que possam ter. 
14 
 
 
Como os pacientes respondem à abordagem aplicada? 
Quando se trata de psicanálise é difícil ter um padrão ou até mesmo uma linha linear dos 
fatos, pois cada paciente traz uma história diferente, responde de forma diferente, devido ao 
fato que sua resposta se dá pela sua trajetória. Há uma interferência também de acordo com 
a aprendizagem do profissional, de sua técnica, mas é o próprio paciente que se auto cura 
através do conhecimento aprimorado de si próprio, tomando decisões de mudanças em 
relação ao que o mesmo conseguir ir identificando. A abordagem psicanalítica é fazer com 
que tal avaliação conheça através da análise, ou seja, o psicanalista analisa as falas e os relatos 
do paciente, percebendo que o paciente começa a analisar dentro do seu “mundo”, dentro do 
seu consciente despertando mensagens dentro do seu inconsciente a maneira correta de lidar 
com seus traumas, transtornos, seus recalques, sua saúde mental, e com o passar do tempo 
com esta auto analise realizada, o paciente começa a buscar em si próprio as respostas para 
suas dúvidas e até mesmo pensamentos. Entretanto, o paciente se compromete consigo 
mesmo a deixar hábitos, pensamentos e começa enfim o processo de ressignificação onde o 
dá força à sua autoestima. 
 
Quais aspectos a psicanálise possui que as demais abordagens ignoram? 
O trabalho com o inconsciente é o principal aspecto da psicanálise, pois, muito do que o 
indivíduo é hoje possui correlação com o que ele foi no passado, possuindo relações com 
raízes, devido ao fato de que possuímos algumas ramificações da psicanálise que se trabalha 
até com a hipnose. Desta forma, pode-se perceber que a abordagem psicanalítica por trabalhar 
o inconsciente traz disso a principal diferenciação das demais abordagens, pelo fato de o 
paciente trazer suas principais neuroses, seus traumas onde os mesmos são aflorados 
geralmente em sua vida adulta, devido ao fato do seu inconsciente se favorecer ao longo da 
maturidade. Seus indícios de mudanças de comportamento, seus incômodos, faz com que o 
mesmo comece a ter noção ou até mesmo maturidade para visualizar que você está passando 
possui correlação com o que você possa resolver através de um autoconhecimento e aspectos 
trabalhados no seu inconsciente, onde será sondado aquilo que está guardado e será tratado 
através do inconsciente da gênese, pois a maioria dos transtornos são gêneses psíquicos bem 
específicos, então a psicossomatização está visualizando o inconsciente. Costumasse dizer 
que são doenças psicossomáticas, onde se acumulam várias coisas, seu corpo começa a 
expressar surgindo psoríase, havendo a queda de cabelo e etc, desta forma as doenças 
psicossomáticas são doenças provenientes do seu inconsciente onde se acha que são doenças 
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do corpo físico onde se manifestam e obrigam o indivíduo trabalhar algo que possa estar 
ocorrendo ou que até mesmo ocorreu no passado, trazendo resposta do motivo do seu corpo 
estar se manifestando atualmente. Desta forma, o inconsciente é o principal aspecto de 
abordagem mesmo sendo muitas vezes ignorado pelas demais terapias, um exemplo disto 
está nas terapias comportamentais onde são abordados fatos do cotidiano e fatos adquiridos 
na vida adulta. 
 
Olhando a abordagem de fora, existe alguma crítica a ela que acha importante ser 
pontuada? 
Minha crítica pessoal se leva ao fato de Freud, na época ter descartado a possibilidade de que 
poderia trazer o inconsciente à tona, por exemplo em crianças, idosos. Porém, outros teóricos 
que vieram posteriormente trouxeram contribuições cientificamente comprovadas de que 
existe a possibilidade e que até hoje a psicanálise pode ser atuada nestas demandas. Acredito 
que seja uma crítica que por muito tempo a psicanálise ignorou, mas a ciência está em 
constante evolução, em aprimoramento das técnicas. Sou suspeito para levantar tais pontos, 
devido ao meu amor pela psicanálise. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Existem inúmeras tendências presentes na psicologia, e sobretudo, na psicanálise 
contemporânea. Uma destas tendências relaciona-se à investigação das situações clínicas 
resultantes das regressões para as etapas primitivas do desenvolvimento emocional, como 
por exemplo a primeira infância. Essa proposta contemporânea vai de encontro às emoções 
reprimidas para encontrar caminhos para novos encontros e, de alguma maneira, libertá-las. 
 
A relação entre o analista e o analisado é muito evidente nesse modo de pensar, em que o 
paciente pode ser ele mesmo no momento da análise, sem receio de encontrar julgamentos 
ou pré-conceitos. O analista, neste contexto, desempenha a escuta analítica para deixar o 
analisado falar à vontade, em que a linguagem não-verbal também é considerada na avaliação 
do analista. 
 
Outra importante tendência é a compreensão dos fatores hereditários no aparecimento dos 
transtornos mentais, visto que filhos de pais depressivos e ansiosos têm maior chance de 
desenvolvê-los, havendo, desta forma, uma grande influência da genética. Portanto, a análise 
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das funções do ego abriu-se para outras ciências, como por exemplo a neurociência, a 
linguística e a psicofarmacologia. Como resultado desta expansão tem-se a noção de que o 
paciente consegue pensar as suas experiências emocionais e decide se tornar consciente delas 
e aceita-las ou mesmo ignorá-las. 
 
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