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FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOINHAS CURSO DE MEDICINA 4º SEMESTRE Disciplina: Fisiopatologia Docentes: Prof. Alex Barbosa; Prof. Igor Fraga; Prof. Lucas Santana e Profª. João Eduardo Pereira Discentes: Bruna Carneiro; Bruno Mikael; Elian Ribeiro; Filipe Góes e Julia Muniz Alagoinhas-BA 2021.2 Caso clínico 1 2 3 4 OBJETIVOS Trabalhar o raciocínio clínico com a discussão do relato de caso; 1 Discutir a abordagem clínica do provável diagnóstico. 2 FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO DISCUSSÃO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Mulher de 58 anos vai ao consultório depois de quase desmaiar há um dia. Ela estava jogando tênis quando vomitou e se sentiu tonta. Passou o resto do dia deitada com dor abdominal difusa leve e náusea, mas não teve febre ou diarreia. Relata fadiga progressiva há vários meses, dor abdominal leve, intermitente e generalizada, além de perda de apetite, tendo diminuído seu peso em 5 a 7,5 kg. Ela tem hipotiroidismo, para o qual tomar levotiroxina, mas não toma qualquer outro medicamento. CASO CLÍNICO Ao exame, sua temperatura é de 37,7 °C, a frequência cardíaca é de 102 bpm, e a pressão arterial é de 89/62 mmHg, com frequência respiratória normal. Ela novamente sente-se tonta; e a frequência cardíaca aumenta para 125 bpm e a pressão sistólica cai para 70 mmHg (90 e 120 mmHg) quando ela fica de pé. Está alerta, bronzeada e com sulcos das mãos hiperpigmentados. Os pulmões estão limpos, e o coração taquicárdico, mas regular. No exame do abdômen, há ruídos hidroaéreos normais e dor difusa leve à palpação, sem defesa. Os pulsos são rápidos e finos. Não tem edema periférico. CASO CLÍNICO Os exames laboratoriais iniciais Sódio (NA) ....................................................121 mEq/L (135 - 145) Potássio (K) ...................................................5,8 mEq/L (3,5 - 5,0) Bicarbonato (HCO3)........................................16 mEq/l (22 - 26 mEq/L) Glicemia..........................................................52 mg Creatina.............................................................1 mg (0,6 - 1,2) CASO CLÍNICO hip GLÂNDULA SUPRARRENAL / ADRENAL Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/7394/hipertensao_adrenal.htm INSUFICIÊNCIA ADRENAL Comprometimento da síntese dos esteroides adrenais; Disponível em: https://www.todamateria.com.br/glandulas-suprarrenais/ Primária Secundária FISIOLOGIA Hormônio liberador de corticotrofina (CRH); Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/mod/book/view.php?id=2434182&chapterid=19996 FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1300/insuficiencia_adrenal.htm ETIOLOGIAS – INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL PRIMÁRIA Diagnóstico Manifestações associadas Patogênese AUTOIMUNE (80%) Isolada - HLA-DR3, CTLA-4 Síndrome poliglandular (APS) Tipo 1 Hipoparatireoidismo, candidíase mucocutânea, DM1 Mutação gene AIRE (21q22.3) Tipo 2 (Síndrome de Schmidt) Tireoide auto-imune, outras doenças autoimunes HLA-DR3, CTLA-4 INFECCIOSA Tuberculose Manifestações da Tb M. Tuberculosis SIDA Manifestações da SIDA HIV-1 Fúngica Imunossupressão Criptococose, Histoplasmose, blastomicose ETIOLOGIAS – INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL PRIMÁRIA DIAGNÓSTICO PATOGÊNESE Hemorragia suprarrenal bilateral Sepse, meningococemia (síndrome de Waterhouse-Friderichsen), SAF Infiltração suprarrenal não infecciosa Metástase, sarcoidose, amiloidose, hemocromatose Adrenalectomia bilateral Hiperplasia micronodular, síndrome de Cushing ACTH –dependente não tratada Drogas Tratamento com mitotane, etomidato, cetoconazol, mifepristone ETIOLOGIAS ADRENOLEUCODISTROFIA Projeto Mielina Ligada ao X Gene ABCD1 Acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa Insuficiência suprarrenal Desmielinização subst. branca Formas Cerebral x Adrenomieloneuropatia ETIOLOGIAS – SECUNDÁRIA INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL SECUNDÁRIA DIAGNÓSTICO Tumores hipofisários Outros tumores Irradiação hipofisária Hipofisite linfocítica -isolada -Síndrome poliglandular (APS) Deficiência isolada de ACTH congênita Apoplexia hipofisária Síndrome de Sheehan Infiltração/granuloma hipofisário Trauma cerebral Glicocorticoide em excesso CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Sintomas Sinais Fadiga, adinamia Hiperpigmentação cutânea * Anorexia Febre Dor abdominal * Hipotensão * Perda de peso * Hiponatremia (SIHAD) * Náusea Anemia, linfocitose, eosinofilia Vômitos * Aumento TSH Tontura * Hipercalcemia Mialgia, artralgia Hipoglicemia * DEFICIÊNCIA DE GLICOCORTICOIDE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS HIPERPIGMENTAÇÃO MUCO-CUTÂNEA Pro-opiomelanocortina (POMC) ACTH Y-lipotrofina B-endorfina fragmentos MSHαα-MSH SINTESE DE MELANINA RESPOSTA IMUNE INIBE O APETITE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Hipotensão * Hipotensão postural * Hiponatremia * Hipercalemia * Deficiência de mineralocorticoide Deficiência de andrógenos Sintomas Fadiga, adinamia Redução da força Redução da libido (mulheres) Pele seca (mulheres) Sinais Perda de pelos axilares e pubianos Ausência de adrenarca CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Hipotensão/ choque hipovolêmico Dor abdominal Vômito Febre Convulsões por hipoglicemia FORMA AGUDA (CRISE SUPRARRENAL) DIAGNÓSTICO Suspeita clínica Colher cortisol entre 7-8h da manhã Cortisol ≤ 3 g/dL 3 ɥg/dL < Cortisol < 18 g/dL Cortisol ≥ 18 ɥg/dL Diagnóstico de Insuficiência Suprarrenal Teste de estimulo de cortisol Exclui Insuficiência Suprarrenal DIAGNÓSTICO ACTH (cortrosina) 250 μg ou 1 μg Insulina regular 0,05 a 0,15U/kg Cortisol basal ≤ 3 μg/dL ou Estimulado ≤ 18 μg/dL GLUCAGON 1 mg DIAGNÓSTICO Cortisol basal ≤ 3 μg/dL ou Estimulado ≤ 18 μg/dL ACTH ACTH > 100 pg/ml ACTH nl ou baixo Colher ACTH entre 7-8 h da manhã em tubo com EDTA (roxo) no gelo (centrifugar em centrifuga refrigeradora) Insuficiência suprarrenal primária Insuficiência suprarrenal secundária DIAGNÓSTICO EXAMES ADICIONAIS DHEAS Baixo ALDOSTERONA BAIXA E RENINA ELEVADA Insuficiência suprarrenal primária INVESTIGAR DOENÇAS AUTOIMUNES TSH, T4L, Vitamina B12, Hemograma, Glicemia, Hb glicada ANTICORPO ANTI-210H Positivo em 85 dos casos de adrenalite autoimune DOSAGEM DE ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA Investigar adrenoleucodistrofia TRATAMENTO A reposição de glicocorticoide é a medida de maior importância para o tratamento da doença A reposição de glicocorticoide deve ser feita utilizando-se a menor dose possível para o controle de sintomas A principal diferença entre o tratamento da IAP e a IAS é a ausência de necessidade da reposição mineralocorticoide e glicocorticoides TRATAMENTO PARA ADULTOS 1) Prednisona 5 mg ao acordar, associada ou não a uma dose de 2,5 mg às 16 h 2) Hidrocortisona 15 a 25 mg/dia, em 2 ou 3 vezes. Usam-se 20 a 25 mg/dia na insuficiência adrenal primária, e 15 a 20 mg/dia na secundária. Esquemas possíveis: 15/10/5, 15/10/0, 10/10/0, 10/5/5, 10/5/0 3) Acetato de cortisona manipulada 25 a 50 mg/ dia. Esquemas possíveis: 25/12,5/12,5, 25/12, 5/0, 12,5/12,5/0 4) Dexametasona 0,5 mg 1 vez/dia Reposição de Glicocorticoides 1- Quando a reposição é feita por via oral, as doses de reposição muitas vezes precisam ser maiores, uma vez que pode haver degradação gástrica do glicocorticoide. PARA CRIANÇAS 1) Prednisolona 3 a 5 mg/m2/dia VO 2) Hidrocortisona 7 a 12 mg/m2/dia IM ou IV ou 10 a 24 mg/m2/dia VO 3) Acetato de cortisona 9 a 16 mg/m2/dia IM ou IV ou 13,5 a 32 mg/m2/dia VO 4) Dexametasona 0,5 mg/m2/dia VO. Modos de repor glicocorticide Fonte: Sales, P; Halpern, A; Cercato, C. O essencial em endocrinologia. 1. Ed. 2016. Modos de repor glicocorticide. Fonte: Sales, P; Halpern, A; Cercato, C. O essencial em endocrinologia. 1. Ed. 2016. 2- Primeira dose de corticoide sempre ao acordar. INSUFICIÊNCIA ADRENAL CRÔNICA TRATAMENTO Reposição de mineralocorticoides INSUFICIÊNCIAADRENAL CRÔNICA TRATAMENTO ADRENAL AGUDA (CRISE ADDISONIANA) HIDRATAÇÃO COM SOLUÇÃO SALINA Hidrocortisona 100 mg IV, seguida de 25 a 50 mg IV 6/6 h (150 mg/dia) Correção de distúrbios hidroeletrolíticos e hipoglicemia Tratamento da causa precipitante Redução da dose da hidrocortisona progressiva- mente após 2 a 3 dias até atingir a dose fisiológi- ca de reposição (após reversão do quadro agudo) Uso de mineralocorticoides só é necessário na insuficiência adrenal primária e quando a dose de hidrocortisona for < 50 mg/dia. Uma condição grave e potencialmente fatal; O início do tratamento não deve ser adiado para realização de testes diagnósticos, os quais poderão ser feitos após a estabilização do quadro. TRATAMENTO Crise addisoniana ou IA aguda Pacientes instáveis devem ser imediatamente tratados com glicocorticoide intravenoso, mesmo antes de testes de confirmação. Após melhora clínica, com adequada hidratação e boa perfusão periférica, a reposição de glicocorticoide deverá ser administrada por via oral e a reposição de mineralocorticoide iniciada. Succinato sódico de hidrocortisona: Dose de ataque: 20 mg IV para recém-nascidos; 50 mg IV para lactentes e pré-escolares; 100 mg IV para escolares, adolescentes e adultos. Dose de manutenção após a dose de ataque: 50 mg IV 6/6h. EPIDEMIOLOGIA A IA é considerada uma doença rara Prevalência crescente na Europa: de 39 a 221 casos por 1.000.000 habitantes Dados de seguros de saúde da Alemanha também relatam uma prevalência crescente, principalmente no sexo feminino A prevalência da insuficiência adrenal secundária é estimada em cerca de 150-280 por milhão. O sexo feminino é geralmente mais afetado. A idade de diagnóstico tem como pico a sexta década de vida Pacientes devem ser orientados: Quanto à necessidade de tomar os medicamentos prescritos constantemente; Ao ajuste da dose do glicocorticoide em situações de estresse. PREVENÇÃO DA CRISE ADDISONIANA bracelete, ou cartão de identificação, com nome, telefone de contato, nome e telefone do médico, diagnóstico e fármacos utilizados, a fim de agilizar seutratamento, caso sejam atendidos em serviços de urgência. Referências KASPER, Dennis L. et al. Medicina interna de Harrison. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. Sales, P; Halpern, A; Cercato, C. O essencial em endocrinologia. 1. ed. Roca, 2016. VILLAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Medsi: Guanabara Koogan, 2016. MARTINS, Mílton de Arruda, et al. (2 Ed.). Clínica médica, volume 5 : Doenças Endócrinas, Doenças Osteometabólicas, Doenças Reumatológicas. Barueri: Manole, 2016. .MsftOfcThm_Accent1_lumMod_50_Fill_v2 { fill:#203864; }
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